Categorias
Serial-Nerd

Achou o início de American Horror Story: 1984 bem trash? Então, você entendeu a mensagem!

American Horror Story sempre foi uma franquia antológica com uma certa polarização entre os seus telespectadores, ou seja, utiliza-se do ‘‘ame-o ou deixe-o” para classificar o tom que cada temporada transmite. Falando a verdade, a série inicia de forma promissora, porém ao longo de seus episódios, consegue desviar o caminho de forma impressionante. Até estúpida, se me permite a ousadia. Sim, é de você mesmo que estou falando, AHS: Apocalypse 

Esse elemento estabelecido é notável mais uma vez com a estreia da nona temporada intitulada 1984. No que se refere ao primeiro episódio, podemos argumentar que o novo ano possui um certo potencial para agradar, certo? Mas por qual motivo?

Sua temática, obviamente.

A produção veterana da FX sabe como explorar visualmente o seu tema principal e somos agraciados com a riqueza de detalhes na composição das cenas juntamente com os personagens. Para melhor veracidade, recebemos doses de referências sobre locais, personalidades representadas e cultura. Por exemplo, Coven teve como base pessoas reais para uma imersão completa na mitologia das bruxas. Aqui segue da mesma forma. Estamos sendo apresentados à uma época tão charmosa para a música, moda e especialmente, as icônicas franquias de terror. E é justamente neste último que precisamos nos atentar para esta nova imersão.

Para você que era um adolescente nos anos 80, deve ter acompanhado todo o alvoroço criado para as estreias de clássicos como Brinquedo Assassino, Sexta-Feira 13, A Morte do Demônio, Hellraiser e A Hora do Pesadelo. Trazendo com força o sub-gênero do terror conhecido como slasher. O primeiro episódio não perde tempo em mostrar situações que nos fazem remeter rapidamente para algum destes filmes, como o acampamento distante de tudo com vários jovens que já foi palco de um massacre. A fuga do principal serial killer do manicômio que nos lembra a escapada de Michael Myers em Halloween (1978) ou uma das personagens sendo atormentada por este assassino e o mesmo fazer disso um jogo.

Este sub-gênero traz consigo uma característica que a temporada trouxe bem: o lado trash. Por conta disso, o roteiro não quer ser exigente em nenhum momento. É para ser trash? Então, vamos ver! Não tem problema nenhum com isso, pelo contrário. Só deixa tudo mais divertido. Começando pelos personagens com suas peculiaridades, trazendo mais um pouco de leveza. Temos até Emma Roberts como a boa moça, quem diria.

A abertura de American Horror Story 1984 é uma completa imersão para a época.

Com um início determinado a deixar claro que não pretende fazer rodeios em sua história, existe um material excelente para ser explorado desse roteiro mais descompromissado e caso seja muito bem dosado, poderá nos render bons momentos para lembrar depois. Caso contrário, existe o perigo da temporada se tornar no mais belo besteirol americano. Não queremos isso, né Ryan Murphy?

Por Tassio Luan

Biólogo. Explorador do horror cósmico e de universos desconhecidos.