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Titãs inova em sua terceira temporada e se torna um terror psicológico para os fãs

Polêmica, controversa e volátil, Titãs se encontra em um patamar completamente novo em sua terceira temporada. A série que mostra os side-kicks e jovens heróis se unindo em uma equipe sempre foi alvo de duras críticas por suas adaptações inusitadas e duvidosas. Mas agora em sua nova casa, a HBO Max, a série atinge um patamar surreal: É o pior pecado que qualquer fã pode receber na vida, ter o potencial para se tornar tudo aquilo que poderia ser, e se afundar de maneira extremamente trágica e pavoroso.

Começando pela sua história, que sinceramente… existe? Em treze episódios, todos com uma média de 40 (quarenta) à 50 (cinquenta) minutos, parece que simplesmente apenas 5 minutos de cada um realmente importam, mas, simplesmente não adiciona nada para sua trama. Motivo disso? Não há nada coeso, e seria um desrespeito para qualquer pessoa que trabalho no ramo do audiovisual chamar isso de ‘roteiro’. Aqui, vemos a história sobre um novo vilão está em Gotham após o falecer de Jason Todd, e os Titãs precisam ir até a caótica cidade fazer esse acerto de contas. Como novidade dessa temporada, temos quatro personagens regulares: Blackfire, Tim Drake, Barbara Gordon e Jonathan Crane. Ver esses nomes cria uma expectativa colossal, e ver a forma que foram usados, é de se retalhar todo apreço por essa obra (se é que isso pode ser chamado de obra).

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Os heróis aqui apresentados são interessantes, e o elenco tem uma ótima química, porém, a falta de desenvolvimento entre eles mata qualquer elogio. Nenhum arco é concreto, quase ninguém se desenvolve de maneira que realmente influencie na história principal, e é tudo esquecível. Barbara Gordon é uma personagem que se cria uma expectativa desde o primeiro episódio, mas tem uma origem completamente horrenda, e quase esquecem que ela é uma personagem fundamental para a trama. Os únicos personagens que realmente conseguem cativar são o Tim Drake, Blackfire e Donna Troy, mas tem um tempo de tela minúsculo. Um ponto a se levar, é o fato de como Donna Troy e Tim Drake funcionaram tão bem, o ponto mais alto dessa temporada. Já os vilões e personagens secundários são… deprimentes. Começando pelo Espantalho, que provavelmente tem a pior versão já vista em qualquer mídia do personagem e um arco sem sentido e sonolento, um Bruce Wayne/Batman que é esquecido e que só cria sub-tramas nunca exploradas, e outros que fazem parecer a fórmula das séries do Arrowverse parecerem boas.

Outros arcos explorados em suas temporadas passadas são quase esquecidas, e quanto lembradas, não são finalizadas. Personagens somem, e pontos criados aqui são desanimadores. O próprio arco da Estelar é completamente uma reciclagem e mal escrito, ou a forma que se desenvolve o arco do Capuz Vermelho, que vai e volta em literalmente todo episódio. O próprio mistério que deveria perpetuar na temporada é revelado logo no início, e isso deixa maçante a forma em que se encaminha a história.

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O fato aqui é, o roteiro não sabe o que quer ser, e não tem um rumo para tomar. Vemos histórias sendo colocadas em todos os episódios e esquecidas, personagens desnecessários, e mais coisas que deveriam servir no futuro, mas apenas são vazios. E também, inúmeras decisões criativas são tudo, menos criativas. A construção desse mundo desrespeita completamente o universo DC e principalmente o mundo do Batman (assim como o personagem) – aqui temos vários momentos em que se envolve o poço de Lázaro, e é ridículo em todos os momentos. Não há outra palavra para descrever, é ridículo. Nós não nos aprofundamos em como Lex Luthor não se preocupou em perder o Superboy, apenas temos a discussão sobre o Mutano se transformar em outros animais nos episódios finais, toda a trama da Ravena é inútil, e apenas Donna Troy e Dick Grayson realmente tem um aprofundamento um pouco descente.

Em seus detalhes técnicos não se há muito o que comentar, trilhas-sonoras que funcionam, mas são esquecíveis. Sua fotografia consegue por alguns momentos ser mais bonita que de suas outras temporadas, mas ainda usa uma paleta de cores muito esquisita. Mas o seu CGI… Mesmo com seu orçamento aumentando muito, há cenas que é de se gargalhar a maneira em que é malfeito. Muitas cenas dentro de veículos vemos que o CGI tem algum problema e o fundo fica travado, momentos em que parece não estar até finalizado. Sua cenografia por outro lado é bonita, junta com os seus figurinos.

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Falando em uma maneira mais pessoal do que crítica, a minha pessoa era apaixonado nessa série, por mais que com muitos defeitos em suas temporadas interiores, a história envolvia e divertia muito, era defensável a maneira que era feita a adaptação aqui. Mas depois de toda essa expectativa que tudo ficaria melhor, e ver que essa temporada em todo episódio era uma sensação de náusea e melancolia. O provérbio “rir para não chorar” nunca foi tão real.

‘Titans’ finaliza sua terceira temporada com um feito histórico, ela se torna uma das piores séries (e obras) que a DC já produziu, e provavelmente a pior temporada que a HBO Max já fez em toda a sua história. Ver cada episódio e ver o quão desajustado isso é, se torna árdua a ideia de que o seu orçamento foi de uma série à níveis de enormes como ‘O Mandaloriano’. Quando vemos o seu spin-off, ‘Patrulha do Destino’, se tornando uma das melhores coisas da história audiovisual da editora, vemos o verdadeiro problema dos heróis: Eles não são feitos com coração, e com toda certeza, nem com mente. E também, comparada com ‘Superman & Lois’, ‘Stargirl’, é difícil aceitar que essa temporada foi real. Se existe uma palavra que faça um resumo, ela é frustação.

Nota: 0,5/5 – Bronze

Por Eduardo Kuntz Fazolin

"I dwell in Possibility" -Emily Dickinson

Graduado em Produção Audiovisual pela FAPCOM, amante de música estranha e gosto controverso para video-games. Meu amor em escrever sobre tudo isso, é o mesmo amor que Kanye sente por Kanye.

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