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Planetes #1

Muito além do que lixeiros espaciais.

Quando vemos pela primeira vez “Planetes” de Makoto Yukimura (do excelente Vinland Saga), percebemos que tal material é diferenciado, primeiramente pela qualidade da publicação feita Panini através do selo Planet mangá, com poucos volumes a serem publicados e possuindo capa com abas e folhas offset, consequentemente esses fatores proporcionaram preço um pouco maior do que o habitual, custando R$ 18,90, mas esse material justifica tal versão de luxo e vou dizer  por quê.

Como bom apreciador do gênero sci-fi, sempre estou inclinado a gostar bastante de histórias desse gênero, mas essa realmente é interessantíssima em sua construção, pois além dos conceitos científicos bem críveis do chamado “hard sci-fi”, os personagens são carismáticos e muito bem construídos durante toda a trama.

A História

Ano de 2075 e devido à falta dos recursos terrestres, em consequência da exploração dos recursos naturais pelos próprios seres humanos, a humanidade tenta buscar no espaço a solução para os seus problemas, investindo em construções no espaço que servirão de base para a busca e exploração de outros planetas que possam ter esses recursos.

Só que há um problema; Lixo espacial, em consequência dos resíduos das naves espaciais e das construções feitas para angariar a exploração inter-planetária, há um consequente aumento, acarretando possíveis acidentes, assim a corporação “Tecnhora” cria uma espécie de serviço de coleta desse lixo espacial.

E assim é que somos apresentados aos personagens da trama de “Planetes”, através de uma dessas equipes, formada pelo japonês Hachirota Hoshino, mais conhecido por Hachimaki, a americana Fee Carmichel e o russo Yuri Mihairokov, a bordo da “Toy Box 12”.

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 “A caixa de brinquedos“.

Cada personagem tem um background muito bem trabalhado, vemos, por exemplo, que Hachimaki tem uma ambição de ter a sua própria nave. Yuri está lá, pelo fato de ter perdido a esposa em um acidente, causado por tais detritos espaciais e busca nessa atividade um sentido para sua vida. Já a personagem da Fee é a mãe de todos daquela nave, ao mesmo tempo que tenta cuidar do gênio explosivo de Hachimaki, também tenta trazer Yuri do mundo paralelo em que a mente dele vive.

Outra coisa, como eles são lixeiros espaciais que ambicionam saltos maiores, eles acabam tendo uma visão bastante ampla daquele universo. Esse é outro ponto positivo de Planetes, que é a oportunidade do autor explorar diversas situações ligadas à exploração espacial. Aí não tem como não destacar a primeira “Phase” (cada capítulo tem essa alcunha, numa referência aos estágios dos foguetes): Céu de Detritos e Estrelas, que não só introduz de cara o conceito dos lixeiros do espaço, como já deixa clara a importância (e os riscos envolvidos) do trabalho deles.

Percebemos isso pelo fato de cada “Phase” tem uma característica episódica, que se inicia e termina em si mesma, tendo somente os personagens em comum.
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Sozinho na imensidão, quem nunca quis ficar?

Mas nem só de exploração espacial vive a abordagem de Planetes, há elementos de drama familiar, terrorismo espacial, geração de humanos que nasceram fora do planeta Terra, síndrome pós-traumática, enfim é o tipo de título que consegue fazer você se importar muito com aqueles personagens, com suas histórias e que com certeza ficaremos mais ansiosos e saber mais sobre suas respectivas jornadas.

Uma curiosidade é que em alguns momentos o autor quis mudar a cor do cabelo do personagem “Hachimaki”, talvez pelo fato desse personagem, querer ter uma aparência mais ocidentalizada, mas depois ele voltou a ter a cor escura no seu cabelo.

Também pra quem gosta de referências à astronáutica e à astronomia, irá se deparar com vários termos como: Foguetes V-2, Sputnik 1, Laika, Apollo 11, Skylab, Estação Especial Internacional, von Braun, Oberth e Tsiolkovsky são apenas alguns dos muitos nomes e termos que os leitores irão encontrar durante a leitura. A Panini fez um trabalho de glossário primoroso, para quem gosta desse tipo de “easter-eggs” que só enriquece a obra e  consequentemente a experiência do leitor dentro deste universo.

A arte do Yukimura detalha muito bem o ambiente espacial, apesar de em alguns momentos apresentar um aspecto de “rascunho”, pois a evolução dos primeiros capítulos até o último desse volume, percebemos diferenças nítidas no personagens em questão de detalhes, como a forma do rosto que se torna menos genérica e criado uma identidade para cada um bem definida, os veículos espaciais e os cenários são incríveis.

Por fim, sobre os planos abertos de visão do planeta, só isso posso dizer.

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Cuaron você leu isso, antes de fazer “Gravidade”?

 

PLANETES – Vol. 01 de 04
Publicado em: Maio de 2015
Editora: Panini
Gênero: Ficcão Científica
Status: Série de 4 volumes / Bimestral
Número de páginas: Cerca de 240 páginas (papel offset) / Leitura Oriental
Formato: 13,7×20 cm / P&B com páginas coloridas / Lombada quadrada
Preço de capa: R$ 18,90
Fonte: Panini Comics