Imagina a cena: você está no espaço sideral, com sua nave indo a toda velocidade quando de repente… POW!!! Você acerta algo. Ao parar em um bar espacial mais próximo você vai olhar o que foi atingido e então tem um golfinho espacial morto, com o sangue todo espalhado na frente da nave. É quando você escuta um grito que congela a sua alma e faz trancar o seu botãozinho: “GIZZ DE FEETAL!!!”. Você vira a cabeça já se borrando e vê que o Lobo está espumando de raiva te olhando.
O que você faz:
- Aceita a morte;
- Sai correndo rezando para todos os santos, deuses, demônios e aceita a morte;
- Entra na nave com o desespero subindo na garganta e sai desembestado? E aceita a morte.
Na boa, você sabe que a única saída é morrer de forma terrível, dolorosa e sanguinolenta. Porque nada deixa o Maioral mais p*to da vida do que matar algum dos seus golfinhos espaciais.
Para você que não conhece o Lobo, essa edição da Amazing Adventures traz mais um super Guia de Leitura. Conhecido como O Flagelo do Universo, o Caçador de Recompensas, o Mestre da F*delança entre tantos outros simpáticos adjetivos.
Criado por Keith Giffen, o Lobo teve dois momentos distintos. A primeira logo na sua criação em 1983, no período Pré-Crise. O personagem era um mero coadjuvante, um caçador de recompensas que tinha a tarefa de capturar o grupo Omega Men. Com um visual futurista de cores laranja e roxa, esse Lobo não era brutal, não fumava, não bebia, não falava palavrões e nem era super-forte. Ele também não se atentava a sua palavra. Às vezes mudava de lado se a outra parte pagasse mais. O curioso é que esse Lobo emanava luzes das mãos, para iluminar o local onde estava.
Nessa versão, seu planeta de origem era Velórpia, e ele não tinha matado todos do seu planeta. Velórpia tinha um problema de super população, pois seus habitantes tinham a capacidade de se reproduzir cada vez que eram feridos, os Psions ofereceram riquezas para estudar o sistema de reprodução e ao entenderem melhor, criaram um vírus que matou todos no planeta. Menos o Lobo que não estava presente.
Quando chegou a fase Pós-Crise, Lobo ganhou o visual mais icônico. E se tornou o Maioral que todos nos amamos. Nesse tempo, ele entrou para a L.E.G.I.Ã.O, tampou o Superman na porrada, enfrentou a Mulher-Maravilha e participou de diversas histórias da Liga da Justiça. O personagem ganhou força mesmo com a dupla Simon Bisley e Alan Grant. Ambos trouxeram as loucuras e bizarrices às histórias do Lobo. As veias saltadas, o olhar sádico, a porradaria incansável se tornaram características da nova fase.
A sua origem também foi reformulada, agora Lobo tinha nascido há 400 anos no planeta Czárnia, o seu nome era original de um dialeto Khúndio que significa “aquele que arranca suas tripas e gargalha de alegria com isso”. Sua fonte de poder? Pura sacanagem do destino. Os Czarnianos viviam em paz e alegria, Lobo se cansou daquilo tudo e matou todos.
Com o crescimento da sua popularidade, principalmente durante o ano de 1993, Lobo ganhou uma revista mensal. O que causou descontentamento do seu criador Keith Giffen, que acabou saindo da DC Comics naquela ocasião. Giffen acreditava que as histórias do Lobo, funcionavam melhor no estilo nonsense. Onde nada fazia sentido com nada. E a proibição da editora em uma sátira a Jesus Cristo em Lobo Está Morto chateou o roteirista. A mensal decepcionou, pois os fãs sentiram falta das histórias loucas e bizarras, muitas das ideias de Alan Grant, que assumiu o titulo, eram vetadas pela editora que queria pegar um publico maior. A popularidade começou a cair e a mensal foi cancelada no número 64. Então Keith Giffen voltou para a editora e o Lobo voltou para os especiais e minisséries com histórias loucas e sanguinolentas. Que seguiram até o polêmico e contestado Lobo criado nos Novos 52. Em 2017, Lobo vai voltar ao visual antigo e fará parte da nova Liga da Justiça da América liderada pelo Batman.
Aqui no Brasil, as publicações do personagem rodaram nas mãos das Editoras Globo, Brainstore e Abril até chegar à Panini. Infelizmente, algumas edições nunca foram publicadas em terras tupiniquins. Mas use seu faro de caçador de recompensas e com a ajuda da Torre de Vigilância cace as histórias.
As histórias ilógicas e sem noção de nada do Lobo, levantaram muito a popularidade do personagem. Coisas como ser jurado de um concurso de Spring Brake, ou ser contratado pelo Coelhinho da Páscoa para matar o Papai Noel, ou quando vai para Hollywood porque estão produzindo um filme sobre ele sem sua autorização ou simplesmente quando Lobo invade a San Diego Comic Con.
Bem aqui está o Guia de Leitura do Maioral. E se tiver algum problema, o setor de reclamações fica em um bar espacial, na mesa perto da janela, onde tem intermináveis garrafas de cerveja, falar diretamente com o senhor Lobo.