Sinopse: ”À procura do oitavo filho de um oitavo filho para sucedê-lo, o mago Drum Billet encontra, momentos antes de morrer, um recém-nascido na casa de um aldeão. A sina parece estar certa – só que o bebê é uma menina. Assim a garota Esk começa sua complicada aventura de juntar a magia da natureza – a força da Terra que mulheres trazem em si – com as forças cósmicas que os grandes magos invocam…
Para ajudá-la, entra em cena a Vovó Cera do Tempo, uma bruxa cheia de feitiços e de poderes “animais”, que tenta driblar os preconceitos e levar a menina à Universidade Invisível – onde, por tradição, só estudam rapazes.”
Discworld é uma saga de livros escrita pelo inglês Terry Prachett (1948-2015), tendo mais de quarenta volumes dentre eles Direitos Iguais Rituais Iguais. Misturando humor, magia, jornadas cavalheirescas e até mesmo elementos de física quântica, paródias seja ela quanta a sociedade ou religião, Terry nos proporciona momentos de entretenimento e sutileza que imerge o leitor em suas histórias.
Apesar da imensa quantidade de livros, eles podem ser lidos de maneira avulsa que podem ser lidos em uma tarde. Não existe uma ordem que interferia no entendimento das histórias e isso é maravilhoso, contudo, claro, existe agrupamentos de histórias. Escolhi falar sobre ‘’o ciclo das bruxas’’ por sentir curiosidade de conhecer os feiticeiros e bruxas do Pratchett.
No ‘’primeiro volume’’, publicado em 1987, Equal Rites (Direitos Iguais Rituais iguais, traduzido assim pelo trocadilho de Rites com Rights) Terry nos apresenta uma das memoráveis personagens de seu mundo: Vovó Cera do Tempo (em ‘Lordes e Damas’ a Bertrand deixou o nome em inglês Weatherwax, provavelmente por medo dos leitores terem nojinho) uma bruxa que vive em Cabra da Peste perto das Montanhas Ramtop que ficam em cima de uma crosta terrestre apoiada por 4 elefantes em cima de uma tartaruga gigante, A’Tuin, que vagueia o espaço sustentando a ‘’imensa roda do Discworld’’(é isso mesmo que você acabou de ler).
A protagonista, diga-se de passagem porque para mim a Vovó rouba a cena, é a Eskarina, a oitava filha de um oitavo filho (isso te lembra algum livro certo?) escolhida para ser uma maga, porém, não existe magAs somente magOs, mulheres podem ser bruxas. O enredo gira em torno do questionamento: Por quê mulheres não podem ser magas?
O que mais me surpreendeu no livro foi como ele inspirou outros autores: vide Vovó Cera do Tempo que tem o poder de olhar lugares por meio de animais o que lembra os wargs em As Crônicas de Gelo e Fogo, ou as criaturas da outra dimensão que sugam a força da pessoa o que lembra bastante os dementadores em Harry Potter e claro a Universidade Invisível onde os alunos estudam a história da magia e outras matérias, uma ”Hogwarts” por assim dizer.
Vovó Cera do Tempo tenta convencer Eskarina de que ela pode ser bruxa mas não maga, mas a magia ou se preferir o destino, é inevitável e Eskarina ”exala” poderes de magos levando-as para uma jornada até a Universidade Invisível e conhecer personagens como o mago Treatle e seu pupilo Simon. Anões, orangotangos, ciganos, lobos famintos, corvos, vassouras de péssimo motor, são alguns elementos que tornam a história mais divertida.
Não diria que é a melhor história do autor, mas é genial e criativo. Infelizmente o livro está fora do mercado então precisa-se recorrer à pdf’s, o único volume disponível do ciclo das bruxas são ‘Lordes e Damas’ e Pequenos Homens Livres + Um Chapéu Cheio de Céu, esses dois últimos deixarei para falar mais tarde. A Bertrand Brasil, que publica os livros do Terry no Brasil, anunciou mais um livro esse ano do ‘ciclo das sentinelas’ (Watch Novels) ‘Guardas! Guardas!’
Tenham uma ótima leitura. A próxima resenha de Discworld será Estranhas Irmãs ”continuação” de Direitos Iguais e Rituais iguais.