“As Fadas têm cauda?
Primeiramente, Fadas existem?
É um mistério eterno, uma aventura eterna.
Está é a origem do nome da nossa guilda.
Ao contrário do nome fofo, é uma guilda agitada.
Todos os dias são divertidos.
Eu realmente gosto!!
Desejo que todos fiquem bem.
E que nada mude a Fairy Tail.
Meus amados Amigos.”
– Lucy Heartfilia/Hiro Mashima
Terminou essa semana, a serialização semanal do mangá Fairy Tail na revista Weekly Shonen Magazine, onde era publicado desde agosto de 2006. O final já tinha sido anunciado em abril deste ano. A obra de Hiro Mashima, sobre a Guilda de Magos, Fairy Tail, com certeza foi um grande marco no “mundo otaku“, seus personagens principais eram muito cativantes, e apesar da obra ter passado por maus bocados em sua reta, Mashima conseguiu fazer com que a história conquistasse bastante fãs ao redor do mundo.
Comecei a acompanhar Fairy Tail em 2013. Conheci a obra através de seu anime, e lembro de ter maratonado tudo em duas semanas. Foi aí que decidi partir para o mangá. A partir do início, foram mais ou menos um mês lendo, estava apaixonado pela obra, os membros da guilda eram bem cativantes, mesmo que não sendo bastante desenvolvidos, tirando o quarteto principal, é claro.
Desenvolvimento de personagens era algo que faltava na obra, principalmente com os vilões, que simplesmente apareciam do nada, e após serem derrotados, se tornavam do bem. Alguns se tornavam até mesmo membros da Guilda, e Outros apareciam para ajudar em alguma batalha. Creio eu, que Zeref foi o único vilão bem desenvolvido, e que teve um final digno, na minha opinião. De todos os personagens da obra, Natsu foi o que mais teve desenvolvimento, até porque, a maioria dos principais plots do mangá girava em torno dele, e seu passado com o Dragão Igneel foi algo muito emocionante em Fairy Tail. Seguido de Natsu, temos a Lucy, a verdadeira protagonista da história, porque quase tudo no mangá se passava na visão dela. Conhecemos um pouco da família de Lucy ao decorrer da história, pois tinham relações com Zeref e Acnologia.
O tema da amizade sempre foi muito importante no mangá, algo que acabou irritando os leitores (e haters), porque sempre que um personagem estava prestes a ser derrotado, o “Poder da Amizade“, dava força a ele. Morte era outra coisa que faltava em Fairy Tail. Nenhum personagem realmente morria, pois Mashima sempre os trazia de volta. Macao que o diga, já perdi as contas de quantas vezes ele morreu, incluindo no arco final. O personagem morto só servia como gatilho para que Natsu e seus amigos ganhassem força em suas batalhas.
Uma das coisas que mais irritavam os leitores, incluindo eu, era o excesso de fã service que o autor utilizava, o denominado Ecchi, que percorreu por todo o mangá. Uma coisa é de vez em quando, mas tinha vezes em que o autor simplesmente se esquecia da história e só lançava capítulos com fã service, o arco dos Grandes Jogos Mágicos teve uma batalha onde as personagens femininas lutavam de biquínis. Até mesmo em um dos capítulos do arco final, tivemos uma batalha da banheira, entre Lucy e uma outra personagem. Foi nesse capítulo que eu dropei o mangá.
Voltei a ler quando surgiram os primeiros rumores de que a obra estava terminando, por volta de fevereiro desse ano. Achar a parte em que eu parei foi até simples, foi só digitar “batalha da banheira, Fairy Tail” no Google que aparecia o capítulo (457, para fins de pesquisa, é claro… ( ͡° ͜ʖ ͡°) ). E quando voltei, tive uma surpresa. O arco estava realmente muito bom, o autor estava conseguindo conduzir bem sua história, que já dava sinais de que estava em seu final.
Tivemos a revelação do significado do livro E.N.D (fui surpreendido com isso, é sério) e sobre certas relações familiares. Mas ai então, vieram as batalhas finais. Se no inicio do mangá, Mashima conseguia criar situações criativas para as vitórias de seus personagens, no final da obra ele simplesmente tinha conclusões clichês. E não era só com as batalhas que isso acontecia. Quando li o capítulo onde Natsu decide que é um “humano”, na hora eu fiquei sem entender o que tinha acontecido nesse final, pois o restante capítulo estava muito bom. A partir daí, os capítulos finais entraram em uma irregularidade, a cada dois capítulos bons, tínhamos três ruins, batalhas com conclusões horríveis, e bem clichês.
O meu sentimento ao terminar de ler foi de raiva, pois, assim como em Naruto, não pude acreditar no que Fairy Tail havia se tornado. Claro, que diferentemente de Naruto, que fugiu do seu objetivo ao longo do mangá, Fairy Tail ainda estava no caminho proposto desde o inicio: mostrar as aventuras da Guilda, mas erraram na execução.
Mashima pegou todos os clichês de términos possíveis e jogou no papel. Pelo menos o próprio autor admitiu seus erros, na carta onde ele anunciou o final, em abril. Uma coisa é certa, Hiro Mashima é um monstro na arte, a sua evolução durante o mangá é muito notável, chegando até mesmo lançar capítulos duplos, várias vezes ao ano. O cara é uma maquina.
Eu não li Rave Master (obra anterior de Hiro Mashima), mas pelo que eu pesquisei, ele também deixou a desejar no final, então creio que não finalizar bem sua história, seja parte do autor. Se eu fosse fazer um paralelo com Hollywood, creio que Mashima seria equivalente à Zack Snyder, onde os seus filmes acertam no visual, mas deixam um pouco a desejar no roteiro.
Enfim… apesar do triste final, Fairy Tail vai ficar em meu coração e provavelmente no coração de muitos outros.
Algumas informações sobre a obra:
Fairy Tail conta com duas adaptações para anime, a primeira durou entre 2009 e 2013 com 175 episódios. Já a segunda foi transmitida entre 2014 e 2016 com 102 episódios. Uma terceira e última temporada foi confirmada para 2018. A obra também conta com 2 filmes originais: The Phoenix Priestess, lançado em 2014 e Dragon Cry, de 2017.
Ao todo foram 545 capítulos do mangá que podem ser divididos em 17 arcos.
- Arco Macao – Volume 01 (Cap. 01-03)
- Arco Daybreak – Volumes 01-02 (Cap. 04-09)
- Arco Lullaby – Volumes 01-04 (Cap. 10-23)
- Arco Ilha Galuna – Volumes 04-06 (Cap. 24-46)
- Arco Phantom Lord – Volumes 06-09 (Cap. 47-69)
- Arco Loke – Volume 09 (Cap. 70-74)
- Arco Torre do Paraíso – Volumes 10-13 (Cap. 75-102)
- Arco Batalha da Fairy Tail – Volumes 13-16 (Cap. 103-130)
- Arco Oración Seis – Volumes 16-20 (Cap. 131-164)
- Arco Edolas – Volumes 20-24 (Cap. 165-199)
- Arco Ilha Tenrou – Volumes 24-30 (Cap. 200-253)
- Arco X791 – Volume 30 (Cap. 254-257)
- Arco Grandes Jogos Mágicos – Volumes 31-40 (Cap. 258-340)
- Arco Vila do Sol – Volumes 40-42 (Cap. 341-355)
- Arco Tártaros – Volumes 42-49 (Cap. 356-417)
- Arco Avatar – Volumes 49-51 (Cap. 418-437)
- Arco Império Alvarez – Volumes 51-63 (Cap. 438-545)
Leituras adicionais:
Fairy Tail Zerø – Volume Único (13 Capítulos): Mostra o surgimento da Fairy Tail, além do primeiro encontro entre Mavis e Zeref. Inédito no Brasil. Foi adaptado entre os episódios 266 (91) e 275 (100) do anime.
Tale of Fairy Tail: Ice Trail – 2 Volumes (12 Capítulos): Conta a história de Gray após a perda de seus pais e de sua mestra, Ur. Mostra também o caminho de Gray até a Fairy Tail, onde se torna membro da guilda. Inédito no Brasil.
No Brasil, Fairy Tail é publicado pela Editora JBC e se encontra no Volume 60. Você pode adquirir os volumes do mangá, clicando aqui.