Todos os diretores do mundo deveriam pelo menos uma vez assistirem ao seu filme em alguma sessão lotada com o público. Ver como as pessoas reagem e entender a receptividade que seu filme está tendo, além de saber se a sua obra cumpre todos os seus objetivos. Se o diretor John R. Leonetti estivesse na minha sessão do seu novo filme 7 Desejos (Wish Upon), ele com certeza iria se decepcionar com o resultado.
Ao assistir um filme que se propõe a um terror/suspense, é de se esperar alguns calafrios e sustos durante a exibição. Mas, se todos na sala começam a rir em uma cena que tinha a intenção de assustar… é, não deu certo. E isso resume 7 Desejos, um filme que não deu certo do começo ao fim.
Acompanhamos Clare Shannon (Joey King) e sua frustrante vida de estudante; ofuscada pela patricinha do colégio, decepções amorosas, problemas pessoais… nenhuma novidade até aqui. Mas quando Jonathan Shannon (Ryan Phillippe) encontra um “objeto misterioso” e dá para sua filha de presente, o misterioso artefato concede a menina sete desejos, mas com consequências fatais. O conceito e a premissa são realmente promissores, mas se perdem no momento em que a história tenta avançar.
Como em Annabelle (2014), o diretor John R. Leonetti inicia suas histórias muito bem, mas não consegue explorar a fundo e nem desenvolver seus próprios conceitos. As explicações para o que acontecem são tão rasas e não instigam nem um pouco o espectador. O roteiro é tão atrapalhado e receoso em suas decisões, que entra até um pouco de ficção científica no meio abordando temas como o multiverso. 7 Desejos tenta miseravelmente virar um novo Donnie Darko. Uma falha terrível!
A história não impressiona, e os personagens também não.
Na verdade, o elenco em si não empolga. Atores e atrizes fracos, dignos de um elenco da Malhação. Não transmitem nenhum tipo de emoção verdadeira, consequentemente, não se conectam com o público e atrapalham ainda mais o fraco desenvolvimento da trama.
Há várias mortes durante o longa, sendo os momentos perfeitos para conseguirem colocar um pouco de tensão na telona. Porém, a direção peca nas demoras de decisões, estragando sequências e arrancando risadas do seu público. Ao final, temos uma cena pós-créditos vergonhosa, tentando insinuar em uma possível continuação.
John R. Leonetti está envolvido em excelentes filmes de terror (Invocação do Mal (2013), Sobrenatural (2010)), mas quando se mete a diretor, parece não conseguir lidar com as peças do quebra-cabeça. É um profissional promissor, tem ótimas ideias, mas definitivamente precisa melhorar sua execução e entregar algo convincente ao gênero.