Com a chegada de dois novos Lanternas Verdes no setor 2814, um Superman conhecido pelos fãs, mas não conhecido pelo atual Universo DC, a Liga da Justiça ganhou uma “nova” formação no Renascimento. No primeiro arco, as Máquinas da Extinção, temos a invasão da Estirpe, um grupo que surgiu no início dos tempos e veio à Terra para recuperar seus poderes roubados antes que a Praga chegue. É claro que esta é uma situação extremamente adequada para a Liga! Bryan Hitch, que já tinha escrito a equipe em LJA de 2015, agora assume os roteiros da revista principal.
O roteirista nas cinco primeiras edições conseguiu resgatar o clima megalomaníaco da fase de Grant Morrison. Ele não é tão hábil em escrever os personagens como o escocês, mas consegue escrever uma história que cumpre com a função de um quadrinho de super heróis: Entreter. O tom blockbuster hollywoodiano – bem presente nas obras de Hitch – está aqui, mas quem assume a missão de ilustrar o caos e a urgência em salvar o mundo é o desenhista Tony S. Daniel que se destaca nas belíssimas splash pages, o grande destaque é como o desenhista ilustra as cenas de ação do Flash, não o fazendo apenas um borrão vermelho. Ele peca em alguns quadros menores com expressões faciais estranhas, um exemplo disso, é com Jon Kent, o filho do Superman.
Comparado ao início do run anterior escrito por Geoff Johns, Hitch se saiu muito melhor, não fugiu do básico, mas não fez algo genérico e criou um “feijão com arroz” bem feito. Criar novos vilões também foi uma boa ideia, o conceito da Estirpe é ótimo e se fosse melhor aprofundado pelo roteirista, seria um espelho reverso perfeito para a Liga da Justiça, já que os poderes roubados, são os poderes da equipe. Gosto de como ele divide a Liga e não esquece de nenhum núcleo, o melhor deles, é o Superman em uma cena épica dentro do núcleo da Terra! Hitch mostra que conhece os personagens citando eventos anteriores de HQ’s de outros personagens, seja falando sobre a Força de Aceleração ou até mesmo da mitologia de Atlantida com os Cristais do Zodíaco. O roteirista peca um pouco na resolução, é um final apressado e até um pouco preguiçoso.
Máquinas da Extinção é ótimo para aqueles que sentiam falta da megalomania ou para os leitores que só querem se divertir testemunhando os heróis e seus feitos épicos. Um bom início para a nova fase da Liga da Justiça.
O arco foi publicado no Brasil pela editora Panini nas a edições 1 à 3 da revista mensal da Liga da Justiça entre abril e junho de 2017.