A primeira produção alemã original da Netflix veio para ficar. Dark foi mais um tiro no escuro da produtora que acertou em cheio no seu alvo, os telespectadores. Para quem está acostumado apenas com propostas americanas, não sentirá muita diferença de como sua narrativa é contada pelos criadores e produtores, Baran bo Odar e Jantje Friese, que apesar de ter uma linguagem própria, percebe-se que existem grandes influências do mercado americano.
A trama se intercala entre quatro famílias de uma pequena cidade na Alemanha, que após o desaparecimento de duas crianças e o surgimento de um corpo, vários segredos da pacata metrópole começam vir a tona, incluindo o surgimento de novos personagens misteriosos e sombrios.
Nessa primeira e excelente temporada, o drama é predominante em todos os episódios, que vai desde os mais ”leves” até os mais ”pesados”. O gênero está presente em todos os seus aspectos, incluindo na sua fotografia suja e sombria, que contribui ainda mais para que o público se envolva emocionalmente com a linguagem triste e deprimente dessas famílias que estão na beira do abismo.
Até o seu terceiro episódio, muitos mistérios sem soluções vão surgindo, tornando a mente de quem está assistindo um pouco assustada e eufórica. Isso poderia até ser considerado um problema, mas pelo contrário, o excesso de perguntas sem respostas são essenciais para que o seriado siga em frente, pois é uma maneira muito inteligente de prender o seu espectador até o final. Mas fique tranquilo, dos dez enigmas que vão surgindo ao decorrer da história, sete são explicados e os outros três são deixados de lado para uma eventual segunda temporada.
Logo no primeiro episódio, Dark deixa bem claro que o seu objetivo é contar uma história com um ritmo mais lento e até então maçante, já que não teria graça nenhuma colocar ação, aventura e comédia na sua excelente trama. É exatamente isso que cativa quem está assistindo, a ausência dos gêneros citados, já que o drama, suspense e o terror psicológico andam de mãos dadas.
Em nenhum momento no seriado, existe saídas fáceis para os problemas que são criados, a não ser do seu final um pouco quanto decepcionante. O encerramento é um gancho direto para sua segunda temporada já agendada para 2019, mas, o que desaponta, é o fato de que se tem a sensação que foi algo corrido e sem nenhum capricho. Claro que isso não estraga a maestria de Dark, mas é um pouco quanto desapontador ver o rumo de sua conclusão. Agora, basta esperar a sua tão famigerada continuação, na qual acredito que será tão boa quanto a sua antecessora.
Além de seu desfecho, outro fator importante que pode incomodar, é o excesso de personagens, que pode acabar confundindo um pouco a cabeça de quem está acompanhando. Mas felizmente, o defeito é solucionado ao longo dos episódios, colocando todos os personagens e a sua mente de volta aos trilhos.
Não se deixe enganar que Dark é um Strager Things estrangeiro, pelo contrário, é muito mais do que isso e merece sim a sua atenção. Uma dica valiosa, procure assistir a série sem saber absolutamente nada sobre ela, que eu te garanto que você terá belas surpresas e irá ficar pensando na produção por semanas. Espero que tenha gostado, até a próxima e procure nunca mexer em seu passado ou futuro. 🙂