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[SPOILERS A SEGUIR]
Agent Carter era o tipo de série que precisava ser produzida, por diversos motivos. Demorou, porém finalmente fomos capazes de apreciar essa bela empreitada da Marvel com a ABC, onde ambas já estavam de mãos dadas com Agents of S.H.I.E.L.D. Antes de mais nada, a série retratada no passado foi criada para tapar o buraco quando Agents of S.H.I.E.L.D. entrou no seu longo hiatus durante a segunda temporada. Tenho certeza que ninguém colocou a mão no fogo por ela. Simplesmente viu por ver ou ignorou completamente. Só que não esperávamos ser envolvidos com tamanha qualidade e competência vistos nos oito episódios produzidos.
Afinal, quem é Peggy Carter? A personagem-título não é totalmente nova no MCU. Ela fez sua primeira participação em Capitão América: O Primeiro Vingador e foi aqui onde já garantiu todo o meu apreço, além de cair no gosto dos fãs. Pessoas que reconheceram toda a garra e força de vontade que ela tinha. Provar seu valor durante a II Guerra Mundial foi algo inestimável para Peggy e seu objetivo pós-guerra era permanecer por este caminho. Sendo que muitos não pensavam deste jeito. É assim que conhecemos as diversas camadas da personagem e como era tratada em seu ambiente de trabalho.
Com a paz garantida, não era necessário se preocupar com mais nada. Errado. É nisso que entra a RCE (Reserva Científica Estratégica), que se tornou pioneira em montar atividades por debaixo dos panos. A organização permaneceu ativa após os eventos do primeiro longa do Sentinela da Liberdade e ainda é cenário constante na série-mãe.
Carter não era mais vista com tamanha força que antes. Agora, se tornou a moça do café e das anotações. Grande retrocesso que sofreu. Ainda mais se levar em conta nos riscos que se meteu por amor ao seu país. Inserida num ambiente cheio de homens, nem parece surpresa ter recebido tal tratamento. Quem ali dentro reconheceria o valor dela? Ninguém. Era só uma mulher. O que uma mulher faria para se igualar ao homem naquela época? Praticamente nada, porque não era capaz. Essa frustração fez que nossa agente agisse pelas costas de seus colegas de trabalho. Iniciando uma pequena investigação que foi o grande plot desta temporada.
Howard Stark estava sendo acusado de vender suas mercadorias para os inimigos e por decorrência disso, se tornou inimigo público da América. Conhecendo a índole de seu amigo e depois de um breve reencontro com o mesmo, Peggy decide arriscar sua própria pele em prol do Stark e não poderia realizar tal missão sem uma ajuda extra.
Edwin Jarvis, interpretado brilhantemente pelo James D’Arcy, se tornou um elemento indispensável na tentativa de livrar seu patrão de uma acusação injusta. Sua parceria com Peggy rendeu excelentes momentos, desde o lado cômico até em diálogos mais sérios. Um completava o outro, mas sem mostrar sinais de um possível romance. Longe disso. Até porque, nosso mordomo tem a doce Ana.
Thompson era o tipo arrogante e machista da agência. Passou boa parte da temporada com esta personalidade, mas só no episódio 1.05, entendemos um pouco de seu passado. Fingir ser um agente, onde na verdade era algo diferente. É bom analisar melhor o interior de qualquer personagem, ainda mais alguém detestável quanto o Thompson. A vida de um soldado é muito estressante e o horror visto é um elemento constante em sua rotina. Como esquecer algo assim? Como lidar também com o fato de mortes que poderiam ter sido evitadas? Essa característica é interessante explorar de vez em quando, onde nos permite gostar mais da pessoa. Não é o caso aqui. Foi um momento momentâneo. Logo, já estávamos querendo ver Peggy deixando-o no chão (E não foi isso que aconteceu? haha)
Dooley era o chefe do RCE e mantinha linha dura sobre a participação de Peggy nas reuniões. Nada diferente de Thompson. Só que em exceção deste, você consegue capturar uma característica positiva em Dooley no que diz respeito ao zelo pela família. Tenta reconectar-se com sua esposa e seus filhos foi extremamente bonito, ainda mais depois da forma que ele veio a morrer.
Sousa é o típico apaixonado pela heroína e até agora, não temos nenhum indicativo de um romance entre os dois. Retornou da guerra com uma grande sequela e se tornou motivo de piada no trabalho. Desde então, sempre foi determinado em realizar as tarefas. Não dá para aprofundar muito no personagem aqui. Quem sabe na segunda temporada…
Conforme o caso vai avançando, mais Peggy Carter se enfia numa trama conspiratória com uma grande organização equivalente à Hydra chamada Leviatã. Dos brinquedos roubados do magnata Stark, o que mais interessava era justamente o nitramene molecular. Seu poder era destrutivo, onde seu efeito se baseava numa grande explosão e em seguida, uma implosão no vácuo. Uma curiosidade interessante é que esse mesmo efeito foi visto em Homem-Formiga.
Quando a Marvel quer, ela trabalha em seus vilões com maestria e ainda com aquela pitada de reviravolta que tanto amamos. Os agentes mudos eram apenas uma pequena peça dispensável para o grande vilão da temporada. Dr. Ivchenko era um simples prisioneiro que depois mostrou sua verdadeira identidade. Essa revelação me pegou totalmente de surpresa, porque não esperava. Assim como nossa maníaca Dottie Underwood, com aquele jeitinho bem doce longe de qualquer suspeita e desconfiança. Os dois não estão mortos, o que aumenta a possibilidade de revê-los. Por favor, façam isso acontecer.
Não quero entrar em mais detalhes sobre os eventos desta primeira temporada, mas quero deixar um pequeno gosto para que vocês vejam a série ou até revejam (como eu fiz). Agent Carter é uma produção essencial nesse projeto ousado que é o Universo Cinematográfico da Marvel. Conhecer um pouco do passado é maravilhoso, pois nos ajuda a olhar com mais detalhes à tudo que nos apresentaram ou apresentarão nessas fases do estúdio. Aqui, sabemos do período após a ”morte” do Capitão América e as atividades de Carter. O início do que será no futuro a SHIELD e um monte de easter-eggs que deixa a nossa mente fervilhando. Outro ponto favorável para o sucesso deste spin-off foi justamente sua execução em 8 episódios. Isso permite soluções rápidas e maior desenvolvimento criativo para os produtores. Hayley Atwell e James D’Arcy foram os grandes destaques. Química maravilhosa e um bom entrosamento nas cenas.
Para quem gosta dos anos 40, é um prato cheio. Nada é superficial. Você é totalmente inserido na época. Seja no figurino, nas expressões e até nas personalidades que são mencionadas constantemente. Tudo para que você viva um pouco do que foi o ano de 1946. Entre elas, foi a rádio novela que romantizava as aventuras do Bandeiroso, além de retratar uma Carter como a donzela indefesa. Na galeria abaixo, vocês poderão ver alguns famosos citados.
Como mencionei acima, Marvel ama brincar com a mente de seus fãs com pequenas informações sendo soltas em seus filmes/séries. O que permite a criação de muitas teorias. Vou listar alguns easter-eggs notáveis da série.
A Roxxon Corporation apareceu bem no início da série, mas não foi sua primeira vez nas telinhas. Para quem se recorda, a empresa apareceu em todos os filmes do Homem de Ferro e também em Agents of S.H.I.E.L.D.
Comando Selvagem é o apelido de uma unidade especial de elite americana chamada First Attack Squad, que atuava na II Guerra. Ela apareceu pela primeira vez no gibi Sgt. Fury and his Howling Commandos #1 e no cinema, a equipe apareceu em Capitão América: O Primeiro Vingador.
Carter e o Comando Selvagem também participaram de Agents of S.H.I.E.L.D. num flashback bem revelador no início da segunda temporada.
Anton Vanko é o pai de Ivan Vanko, o vilão de Homem de Ferro 2 (Chicote Negro).
A Sala Vermelha é uma instalação secreta onde várias jovens foram treinadas em combate e espionagem. O passado de Dottie é exatamente o mesmo da Viúva Negra.
Não é a primeira vez que o ator Enver Gjokaj (Agente Sousa) participa de algum projeto da Marvel. Ele fez uma pequena ponta em Vingadores como um policial na Batalha de Nova Iorque.
Descobrimos que Dr. Ivchenko era na verdade Johann Fennhoff, que também era conhecido como Doutor Faustus nos quadrinhos. Na nona arte, já tentou inúmeras vezes usar seus conhecimentos da mente humana para derrotar o Capitão América, Homem-Aranha e outros super-heróis.
Ficamos sabendo que alguns frascos contendo o sangue de Steve Rogers ficou com o governo. Essa é uma boa explicação para Nuke (que fez sua primeira aparição em Jessica Jones). Nos quadrinhos, Frank Simpson é a versão civil do supervilão Nuke, resultado de uma tentativa (fracassada) de recriar o experimento do Capitão América. Criado por Frank Miller e David Mazzucchelli na edição #232 de Demolidor, o instável personagem tem a bandeira dos EUA tatuada no rosto e lutou na guerra do Vietnã. O Gigante Esmeralda foi criado a partir da fórmula do super-soldado potencializada com raios gama.
A parceria entre Arnim Zola e Dr. Faustus é o ponto de partida do que vimos em Capitão América: O Soldado Invernal. Recordando que Zola também apareceu no primeiro solo do Capitão.
Seria um pecado não falar do nosso bom velhinho e seus cameos. Stan Lee apareceu no episódio 1.04 pedindo a parte de esportes para Howard.
Antes de ganhar sua própria série, Peggy Carter fez parte de um curta intitulado Agent Carter, que narra uma aventura da personagem após os eventos de Capitão América: O Primeiro Vingador. Já vemos Carter trabalhando para SSR. O One-Shot está no Blu-Ray de Homem de Ferro 3. Veja os primeiros passos da nossa personagem pós-guerra.
https://www.youtube.com/watch?v=JTZS-FewPdI
Para quem for assistir a série, espero que gostem da mesma forma que eu gostei e ainda gosto. Agora, só esperar a próxima terça-feira (19/01) e se deliciar com as novas aventuras da nossa agente em Los Angeles.