Anunciado como o primeiro filme da fase 4 da Marvel Studios e posteriormente vendido como a obra que encerrará a Saga do Infinito, Homem-Aranha: Longe de Casa é uma produção audiovisual realizada pela Sony Pictures, que porta todos os clichês positivos de uma típica HQ do amigão da vizinhança; que vão desde chacotas contra seus inimigos durante as batalhas, até constantes aprendizados a respeito de ”o que é ser uma pessoa melhor”.
Longe de Casa não se esconde atrás de uma moita, pelo contrário; durante suas 2h15m, o longa-metragem conta com uma trama única que não se apoia inteiramente nos acontecimentos de Vingadores: Ultimato, uma vez que as consequências da quarta jornada dos maiores heróis do planeta Terra são mencionadas de formas meticulosas e indiscretas. Entretanto, a morte de Tony Stark não afetou apenas o sentimental de Peter Parker, mas sim, o mundo todo; sendo essa a única ligação entre as películas.
Essa nova aventura do Homem-Aranha assim como De Volta ao Lar, moderniza mais ainda a vida do herói, assim como os seus familiares, amigos, professores e etc. Afinal, por que o amigão da vizinhança tem sempre que ser o mesmo e não pode mudar, visto que a sociedade passa cada vez mais por modificações? Confesso que é muito gratificante ver um Peter Parker que se assemelhe com os jovens atuais e que tem os típicos problemas do teioso não perdendo a sua clássica essência.
Peter Parker (Tom Holland) está em uma viagem de duas semanas pela Europa, ao lado de seus amigos de colégio, quando é surpreendido pela visita de Nick Fury (Samuel L. Jackson). Convocado para mais uma missão heróica, ele precisa enfrentar vários vilões que surgem em cidades-símbolo do continente, como Londres, Paris e Veneza, e também a aparição do enigmático Mysterio (Jake Gyllenhaal).
Sintetizando brevemente, Homem-Aranha: Longe de Casa se assemelha com Shazam!, o filme mais recente da Warner Bros. Pictures sob o selo da DC Entertainment. Ambos são de comédia, tem uma lição de moral por trás de suas espetaculares e simples histórias, são divertidos, se sustentam sozinho e o principal: transmitem para os telespectadores os reais motivos de ser um super-herói.
No entanto, Longe de Casa é menos infantilizado que a obra cinematográfica da concorrente DC. Isso fica claro ao decorrer que Peter trabalha em sua maturidade, tendo que aceitar aos poucos o fato de que a vida adulta está chegando e que a sua identidade heroica é conhecida mundialmente.
Mais uma vez, Tom Holland não decepciona no papel do cabeça de teia, provando para o público que consome os longas da Marvel Studios, que tem capacidade de carregar o MCU nas costas ao lado de outros heróis pelos próximos anos. Sua atuação inocente e deveras esforçada prova que o ator nasceu para o papel e que é um dos melhores Peter Parker que a sétima arte já teve a honra de presenciar. Holland é um astro que vai brilhar muito mais nas telonas, seja no papel do Aranha ou em outros trabalhos.
Mystério, ou melhor, Quentin Beck um personagem é exageradamente mimado e estrategista, fatores que acabam lhe transformando em um dos melhores vilões dos cinemas, uma vez que a fidelidade construída ao redor do personagem é extrema. Quentin está assustadoramente igual à sua contraparte cartunesca criada em Junho de 1964.
Desde a criação do MCU, a maioria dos fãs da empresa imploravam à Kevin Feige incluir Jake Gyllenhaal neste vasto universo cinematográfico. Bem, a demora valeu pena, pois Mystério casou-se perfeitamente com Gyllenhaal em tudo, desde a sua aparência até os seus trejeitos. Jake dá um show de atuação, entregando uma performance memorável e quem sem sombras de dúvidas, não será esquecido.
Infelizmente, em alguns momentos (poucos) o longa se perde em sua própria narrativa, ou seja, há uma quantidade de informações desnecessárias que poderiam ser explicadas em uma ou duas cenas, na qual é estendida de uma forma não tão minuciosa durante a trama. Por sorte, o elemento é esquecível ao decorrer que a história avança.
Já os personagens secundários estão mil vezes melhores em relação ao filme anterior, visto que são trabalhados de uma forma muito mais detalhada. Menção honrosa para MJ (Zendaya), que diferente do que os ”fãs” pensavam ser um mero interesse amoroso de Peter Parker sem sal, aqui Jon Watts (diretor) fez com que Michelle se transformasse em uma personagem aclamada.
Homem-Aranha: Longe de Casa merece ser assistido mais de uma vez. A Marvel Studios e Sony Pictures fizeram um extraordinário filme para toda a família, mais especificamente, para o público adolescente e pré-adolescente.
Agradecimentos para a Sony Pictures Brasil, que nos convidou para a cabine de imprensa.
Espero que tenham gostado, até a próxima e lembrem-se, com grandes poderes vem grandes responsabilidades.