Batman, um dos personagens mais queridos e populares da cultura pop não ganhou este título a toa. Ao longo de quase 8 décadas, o Morcego de Gotham ostenta uma rica mitologia e inúmeras histórias para contar. Neste artigo listarei as melhores histórias do personagem, que em minha opinião, abordam e exploram sua psique, motivações, e que definem o personagem e fazem ser o que ele é hoje. Uma tarefa árdua com tantos outros ótimos títulos para citar.
BATMAN: ANO UM
O ponto de partida definitivo para conhecer o personagem. A graphic novel nos conta os primeiros meses de atuação do Cruzado Encapuzado, ainda inexperiente e aprendendo do jeito mais difícil com seus erros. Também mostra todas as suas motivações que o fizeram dedicar sua vida de combate ao crime. A escrita do mestre Frank Miller e o traço inconfundível de David Mazzucchelli se casam perfeitamente para criar a atmosfera noir da trama.
BATMAN: GUERRA AO CRIME
Lançado inicialmente em formato tablóide pela Editora Abril aqui no Brasil no começo dos anos 2000, Batman Guerra ao Crime conta com a dupla dinâmica Paul Dini e Alex Ross, que nos entregam uma obra-prima em todos os sentidos. Na história, vemos um pouco do lado social de Gotham, e os questionamentos sobre o que leva uma pessoa a entrar para o mundo do crime. A arte caprichada de Ross é um dos pontos altos da edição, e nos fazem perder muitos minutos contemplando cada quadro. Recentemente, a PaniniComics relançou Os Maiores Super-Herois Do Mundo em um encadernado primososo, compilando todos os volumes dessa série, incluindo Mulher-Maravilha, Superman, Shazam e Liga da Justiça.
BATMAN: O CAVALEIRO DAS TREVAS
Na história, ambientada em um futuro distópico e autoritário, Bruce Wayne está aposentado há 10 anos de suas atividades como vigilante, após a trágica morte de seu parceiro, Robin(Jason Todd) e de diversas pressões governamentais, que tornara qualquer atividade de mascarados ilegais. O Batman não existe mais e o mundo vive em decadência, a mercê das gangues e da corrupção. Mas agora, com 55 anos, ele se vê obrigado a reviver velhos hábitos e vestir novamente o manto do protetor de Gotham. Uma história atemporal, de relevância histórica, com uma narrativa desafiadora que até hoje influencia os autores e personagens de quadrinhos. É, sem dúvidas, um material indispensável em qualquer coleção.
BATMAN: EGO
Quando o peso do manto começa a fazer pressão em sua mente, o Batman precisa confrontar o seu pior inimigo: Ele mesmo. Darwyn Cooke (1962-2016) é o gênio por trás da leitura fluida, dos desenhos estilizados e também o responsável por te fazer devorar a edição em poucos minutos. Batman Ego é uma história sobre reflexões e questionamentos morais, travada dentro da mente de uma criança traumatizada. Lançada pela Mythos Editora em 2003, a edição se tornou uma raridade desde então, mas pode ser encontrada em sebos online.
BATMAN: O LONGO DIA DAS BRUXAS
Se você, assim como eu, adora as histórias de detetive com plot twists de cair o queixo, Batman: O Longo Dia das Bruxas é pra você. O clássico da dupla Jeph Loeb e Tim Sale nos mostra o trio incorruptível de Gotham, James Gordon, Harvey Dent e Batman tentando acabar com a Máfia. Mas um assassino está a solta, agindo sempre nos feriados. Vencedor do prêmio Eisner de 1998, O Longo Dia das Bruxas tambémserviu de inspiração para Batman: O Cavaleiro das Trevas, de Christopher Nolan em 2008. A continuação direta, Batman: Vitória Sombria mantém o mesmo nível, e pode ser lida imediatamente após. No momento, ambas edições nacionais estão esgotadas. Mas podem ser encontradas em sebos online.
ASILO ARKHAM: UMA SÉRIA CASA EM UM SÉRIO MUNDO
Perca sua sanidade! Com roteiros de Grant Morrison e a arte psicodélica e macabra de Dave McKean,Asilo Arkham te leva a uma viagem insana dentro das mentes mais perigosas do mundo. As metáforas e a narrativa intercalada com outra história paralela são outro ponto alto da HQ. E prepare-se para ver pontinhos coloridos durante alguns dias, a arte de Dave McKean é entorpecedora.
UM CONTO DE BATMAN: VENENO
Por baixo da máscara, existe um herói, e por baixo do herói, um humano limitado. Após ser incapaz de salvar uma garotinha de um afogamento, o Morcego decide consumir uma droga que potencializa suas habilidades. Mas, a droga cobra um alto preço, e ele precisa decidir se aceita os seus limites ou se entrega de vez ao vício. Dividida em 5 partes na extinta série Um Conto de Batman da Editora Abril, Batman: Veneno pode ser encontrada apenas em sebos. Uma pena.
(+1 ) BATMAN: LOUCO AMOR
Batman: Louco Amor é descrita por Frank Miller sendo a“melhor história da década.” E ele não está exagerando. Com roteiros de Paul Dini e os desenhos de Bruce Timm (que dupla!), Louco Amor foi vencedora do Eisner de 1994 como melhor história independente. Ácida e ao mesmo tempo divertida, ela funciona aos moldes da série animada do Morcego. A trama tem como personagem principal a Arlequina, que vê o Morcego como um obstáculo a ser eliminado, para que sua relação com o Coringa finalmente dê certo.
E chegamos ao fim! A tarefa de ter que escolher apenas 7 +1 histórias entre tantos bons títulos nem sempre é fácil, mas acredito que eu tenha me saído bem. E você, adicionaria mais alguma história a lista? Comente e nos dê o seu feedback.
A polêmica toda começou com a prévia de Suicide Squad #22 sendo liberada. Nela, podemos ver que Amanda Waller, cabeça por trás do Esquadrão Suicida, considera SIM o Morcego como um meta-humano.
Recentemente, na saga Dark Days, soubemos que o Morcego foi exposto ao Metal Nth, durante Os Novos 52. O contato com este metal pode conferir à pessoa habilidades especiais, como fator de cura. Mas o roteirista Scott Snyder deu sua opinião no Twitter, desmentindo um pouco tudo isso.
“Não posso falar pelo Esquadrão Suicida (título), mas o Batman não é um meta-humano. Ele consegue poderes em algumas histórias como em Guerra de Darkseid, mas ele nunca foi um meta-humano por natureza. Ele é um meta-humano na sua própria grandiosidade, mas de uma maneira diferente.”
O roteirista Rob Willians, a frente atualmente do título do Esquadrão Suicida, também deu sua opinião sobre o caso.
“As pessoas estão dando muita atenção a isso. No enredo atual, o pessoal da Waller têm o objetivo de trancafiar todos os superhumanos, Batman incluso. O Batman tendo poderes ou não, não importa para ela. Dado suas ações ele é um alvo.”
Podemos argumentar que Waller se precipitou ao considerar o Morcego um meta-humano? Talvez. Dada as habilidades nada comuns do personagem, e por ele ser um mistério, até mesmo para a chefona do Argus. Ou podemos deduzir que sim, o Batman se tornará um meta-humano, mesmo que temporariamente durante este arco do Esquadrão Suicida, algo que não seria inédito na mitologia do personagem, de fato.
Heróis passam por fases e arcos, e invevitavelmente acabam sofrendo de vez em quando uma discrepância criativa entre os próprios roteiristas. Mas uma coisa é certa, esta história ainda vai render muita discussão pela internet afora (e por aqui também).
Para muitos, Batman: O Cavaleiro das Trevas se trata de uma simples história sobre um duelo entre os dois maiores ícones da DC Comics. E se eu te disser que não? E se eu te disser que ela vai muito além disso?
“Eu quero que você se lembre, Clark, em todos os anos que estão por vir, em seus momentos mais íntimos, eu quero que você se lembre da minha mão na sua garganta, eu quero que você se lembre do único homem que te derrotou.”
Vindo de uma família pobre de operários irlandeses, Frank Miller se mudou para o violento bairro de Hell’s Kitchen em Nova York ainda em sua adolescência, para tentar a vida como artista. No início, Miller trabalhou em títulos genéricos na Gold Key Comics. Até que, em 1979 teve a chance de mostrar seu talento a Jim Shooter, na época editor-chefe da Marvel Comics. Em pouco tempo, assumiu o título do Demolidor, que vinha de uma constante queda nas vendas, mas isso a gente deixa pra outro dia.
Em Batman: O Cavaleiro das Trevas, Frank Miller consagrou o Batman que conhecemos hoje. Psicótico, violento e sombrio, características que já estavam sendo apresentadas alguns anos antes por Denny O’Neil e Neal Adams na década de 70. Policiais não eram mais os mocinhos e você não podia confiar em seus pais, o morcego entrava na Era Moderna dos quadrinhos, onde o mundo não era mais o mesmo, e todos eram passíveis de corrupção.
Antes de tudo, é preciso entender o contexto e a época em que a história é baseada. O ano era 1986, a Era do novo conservadorismo de Ronald Reagan nos Estados Unidos e a tensão nuclear da Guerra Fria regiam o mundo. Era uma época sombria de incertezas. A energia nuclear poderia ser a nossa salvação ou nossa destruição. Muitos heróis e vilões criados durante o início dos anos 60 receberam seus poderes advindos da radiação.
Desemprego, violência, inflação, decadência… eram coisas que incomodavam a mente tempestuosa de Miller na época.
Na história, ambientada em um futuro distópico e autoritário, Bruce Wayne está aposentado há 10 anos de suas atividades como vigilante, após a trágica morte de seu parceiro, Robin(Jason Todd) e de diversas pressões governamentais, que tornara qualquer atividade de mascarados ilegais. O Batman não existe mais e o mundo vive em decadência, a mercê das gangues e da corrupção. Mas agora, com 55 anos, ele se vê obrigado a reviver velhos hábitos e vestir novamente o manto do protetor de Gotham:
Considerado um fora da lei, ele age como um agente anti-governo para proteger o povo. Para muitos, chega a ser um personagem com tendências fascistas, já que ele atua como juiz, júri e executor, passando por cima de qualquer burocracia ou legislação. O traço de Miller casa perfeitamente com a narrativa, dando um tom ”sujo” e decadente a história. Não podemos esquecer da arte-final magistral de Klaus Janson e as cores de Lynn Varley que complementam a obra e toda sua atmosfera.
Um detalhe interessante em algumas das páginas da Graphic Novel é seu formato 4×4. Uma grade de 16 quadros com textos e diálogos torna a leitura mais densa e pode assustar alguns leitores inexperientes logo de cara. A inspiração de Miller para o personagem veio de uma figura carimbada dos filmes de ação. Clint Eastwood, de Impacto Fulminante de 1983, onde o policial Harry Callahan é forçado a voltar a ativa e botar ordem na casa com sua Magnum 357. Um clássico do cinema Brucutu!
Cavaleiro das Trevas foi um marco no mercado também. Visto antes como um produto infantil, os quadrinhos ganharam notoriedade e atenção da mídia da época. O impacto da obra e o boca-a-boca fizeram com que o título tivesse 4 reimpressões seguidas, coisa que não acontecia há pelo menos 30 anos.
Logo na primeira parte da trama, somos apresentados ao reabilitado ex-promotor público e criminoso, Harvey Dent (Duas Caras). Através de uma cirurgia plástica, Harvey tem sua face reconstruída e aparentemente arrependido de seus crimes, deseja ser reintroduzido a sociedade. Mas se tratando de vilões do Batman, nada termina com um final feliz e Harvey acaba ressurgindo ainda pior e mais obssessivo com o número 2 e sua dualidade (bem e mal). Os diálogos poéticos de Miller trazem uma profundidade ímpar as páginas.
Também somos apresentados a Carrie Kelley, a carismática sidekick que, com uma fantasia caseira de Robin e inspirada pelos atos do Morcego decide fazer a diferença no mundo e lutar contra aquilo que acha errado. Essa é uma característica muito marcante de Frank Miller e seus personagens. O “American Way of Life” de fazer as coisas. Lutar por aquilo em que acredita, liberdade, direitos à vida e a busca pela felicidade. A relação paternal e hierarquica entre os dois personagens ao decorrer da trama é outro ponto alto do gibi.
Não faltam críticas ácidas às políticas brandas de punição e aos Direitos Humanos. Os diálogos televisivos mostram sempre a dualidade das opiniões em relação a violência. De um lado, a hipocrisia dos intelectuais, do outro, Lana Lang, a ‘advogada do Diabo’, defendendo os atos ilegítimos do Morcego.
Até onde vão os direitos de um criminoso? Tema muito debatido até hoje, principalmente nas Redes Sociais.
Nem a mídia escapa. Em seu prefácio, publicado aqui no Brasil na edição definitiva, Miller faz duras críticas aos meios de comunicação, e a parcialidade dos mesmos.
“O Cavaleiro das Trevas é, obviamente, uma história do Batman. Em grande parte, procurei usar a escalada da criminalidade no mundo ao meu redor para retratar um mundo que precisava de um gênio obsessivo, hercúleo e razoavelmente maníaco para por as coisas em ordem. Mas isso era apenas metade do serviço. Eu não guardei meu veneno mais poderoso pro Coringa ou pro Duas-Caras, mas para as insípidas e apelativas figuras da mídia que cobriam de forma tão pobre os gigantescos conflitos daquela época. O que essas pessoas insignificantes fariam se gigantes andassem sobre a Terra? Que tratamento elas dariam a um herói poderoso, exigente e inclemente?”
As autoridades sempre se esquivam quando questionadas sobre a escalada da violência em Gotham. Um jogo de Volleyball de responsabilidades, que passa do Presidente, ao Governador, do Prefeito ao Comissário.
Batman passa a sentir prazer na tortura que inflige aos criminosos. Miller nos faz sentir empatia por um personagem sádico e violento, ao mesmo tempo que nos apresenta adversários tão violentos quanto. Seria uma forma de justificar os seus métodos. Fogo contra fogo.
“Foi difícil carregar 120 quilos de sociopata até o topo das Torres de Gotham… o ponto mais alto da cidade. Mas os gritos compensaram”.
Alguém está armando a Gangue Mutante em Gotham. Ao interrogar um dos membros da sádica gangue de jovens, Batman chega ao General do Exército, que se suicida ao saber que foi descoberto. Impossível não associar ao famoso escândalo Caso Irã-Contras, episódio onde os EUA facilitara a venda de armas aos Iranianos em troca de reféns estadunidenses, sequestrados pelo Hezbollah e o Exército dos Guardiões da Revolução Islâmica. Oliver North, na época membro do Conselho de Segurança Nacional, usara o dinheiro das armas para financiar os Contras na Nicarágua em uma campanha rebelde anticomunista.
Os jovens integrantes da Gangue Mutante se resumem simplemente a brutalidade. Não se importam com dinheiro, apenas chocar a sociedade.
As gangues eram o assunto do momento, inclusive na música e no cinema.
Em seu primeiro confronto contra o Líder Mutante, Batman acaba percebendo que não é páreo para o vigor e a selvageria da juventude. Outro ponto interessante que marcou e influenciou o personagem em seus anos seguintes nos quadrinhos: a necessidade constante de sempre estar se testando diante de inimigos mais fortes.
A juventude em Cavaleiro das Trevas é retratada como uma massa sem direção, a procura de um líder. Ela clama por um líder. Um tópico bem atual hoje em dia também. Isso é exemplificado na épica luta contra os Mutantes, onde, após humilhar o Líder Mutante em uma poça de lama, ganha a liderança dos jovens, sedentos por brutalidade.
“Isso não é uma poça de lama! É uma mesa de operação, e eu sou o cirurgião!”
Os Mutantes agora não existem mais e têm um novo líder.
Ainda falando de vilões, Brüno, uma vilã com suásticas nazistas tatuadas nos seios e glúteos, aterroriza Gotham a serviço do Coringa.
A volta de Batman a ativa trouxe não só os holofotes da mídia para si, mas também de um antigo inimigo: O Coringa, há 10 anos no Asilo Arkham sem um objetivo, agora desperto, planeja uma aparição na TV junto ao seu médico, o Dr.Bartholomew Wolper.
The David Endochrine Show vs Late Show With David Letterman: uma paródia ao icônico apresentador, responsável por difundir formatos de Talk Shows.
O Palhaço do Crime está no ápice de sua insanidade. Mata todos no estúdio, centenas de pessoas inocentes. Agora, ele quer que o Batman o cace, como um jogo de gato e rato, como nos velhos tempos. Mas agora é diferente. O morcego se sente responsável por todas aquelas vidas ceifadas. Decidido de vez a acabar com o Coringa, parte com tudo pra cima do Palhaço. Desta vez não haverá prisioneiros.
“Pretendo contar os mortos, um a um. Vou pôr todos na lista, Coringa. A lista das pessoas que eu assassinei, por ter deixado você viver[…] Consegue ver, Coringa? Eu sinto como estivesse escrito em meu rosto. Passei noites em claro planejando, visualizando a cena. Noites sem fim. Considerando todos os métodos possíveis, saboreando cada momento imaginário. Desde o começo eu sabia, que não há nada errado em você que eu não possa resolver com minhas mãos.”
A luta contra o Coringa é sangrenta e implacável. Ela se estende por toda a Feira, passando pela casa de espelhos até ter seu desfecho no Túnel do Amor. Miller não poderia ter escolhido lugar melhor para terminar. No último instante, a moral do Morcego prevalece.
“Vozes me chamando de assassino. Eu gostaria de ser.”
Ele desiste da ideia de matar o Coringa, mas o aleija, deixando o vilão paralítico do pescoço pra baixo e um pouco decepcionado.
“Eu estou desapontado com você, querido. O momento era tão perfeito, e você não teve coragem. Uma pressãozinha a mais e eu teria…”
Em um último ato de vilania, ele termina de quebrar o próprio pescoço. Este é o fim do Palhaço do Crime. Batman agora precisa fugir da polícia o quanto antes, mas não sem antes de um último adeus. Digno.
Na útlima parte, temos a cereja do bolo, ou pelo menos o momento mais lembrado pelos fãs. Batman x Superman.
Mesmo impedindo a bomba nuclear, o Superman não consegue impedir o blackout total, gerado pelo pulso eletromagnético da explosão. Antes, sufocando pelo calor angustiante, agora a cidade perece com a ausência de energia elétrica e luz solar, esta última bloqueada pela fuligem das cinzas da bomba. Pessoas estão morrendo de frio e de fome, o caos é instaurado e o sentimento de egoísmo toma conta dos corações dos cidadãos de Gotham, que querem a qualquer custo sobreviver. Mesmo que para isso tenham que matar seus vizinhos.
“Não existe desculpa pro que fizemos. Não estávamos loucos. Simplesmente viramos um bando de animais egoístas”.
Batman e sua nova Gangue, os Filhos do Batman, botam ordem ao caos, não só combatendo aqueles que se negam a ajudar, mas inspirando os cidadãos a despertar o seu bom senso. Dentre todas as cidades afundadas em desordem e desespero, Gotham é a única que consegue se manter no controle.
Isso enfurece o presidente, que agora com a opinião publica contra suas políticas, aciona o Superman para dar cabo, de uma vez por todas no Vigilante de Gotham. Presidente este que atua diante as câmeras, um falso otimismo em meio ao pânico nacional. Uma alfinetada de Miller ao presidente Ronald Reagan, que foi ator em sua juventude.
É interessante frisar que este Superman submisso ao presidente não é o mesmo Superman que estamos acostumados. Há sempre aquele papo de “Frank Miller descaracterizou o meu Superman”. É bom lembrar que este universo é pertencente a Terra-31. Essa é a beleza do Multiverso da DC Comics e as variadas versões de seus personagens. Voltando…
A luta contra o Escoteiro é curta e épica. Contando com apenas meia dúzia de páginas, cheia de simbolismos, e com diálogos magistrais e poéticos, nos apresenta uma analogia do Povo contra o Estado. Um Estado este ausente e omisso, que não garante nem protege nenhum dos direitos básicos, e manipula a opinião pública a seu favor. Todos falharam, é a nossa vez de tentar.
”Naquele momento víamos o fogo do Liberalismo acabar com a época calma e conservadora dos anos 80.”
-Mark Waid
A surra no Azulão dói. Mas não é uma dor física. O Superman toma uma surra moral, um choque de realidade.
Um ataque cardíaco coloca fim a luta. O Batman está morto, ou quase isso. Depois de forjar a própria morte, e com um exército secreto no subterrâneo, o Morcego é um fantasma, que agirá pelas sombras secretamente onde o Estado falhar, para proteger e guiar a população. Fascista para alguns, herói para outros, o Batman de Frank Miller sempre vai dividir opiniões nos campos ideológicos.
Em 2012 e 2013, Batman: O Cavaleiro das Trevas ganhou uma adaptação animada. Não tem todo o background dos quadrinhos, mas mesmo assim é um ótimo entretenimento.
Em 2015 foi lançado um prequel da história, The Dark Knight Returns: The Last Crusade. Confira nossa crítica aqui.
Resumir Batman: O Cavaleiro das Trevas a uma simples porradaria entre Batman e Superman ou ao “Roteirismo” deveria ser um crime. Ela é muito mais que isso. É uma história atemporal, de relevância histórica, com uma narrativa desafiadora que até hoje influencia os autores e personagens de quadrinhos. É, sem dúvidas, um material indispensável em qualquer coleção e independente de qualquer orientação política.
“Bruce, eu te perdôo por não me salvar. Mas por que, em nome de Deus, ele continua vivo? […] Ignorando tudo que ele já fez. Cega, estupidamente, desconsiderando os cemitérios inteiros que ele preencheu, os milhares que sofreram, os amigos que ele aleijou… Eu pensei… Pensei que ao ter me matado… Eu seria o último que você o deixaria ferir.”
Jason Todd era um garoto de rua, criado pelo pior de Gotham City, seu pai, Willis Todd, um capanga do Harvey Dent (O Duas Caras, aquele cara da moeda), um dia desapareceu misteriosamente quando estava em meio a um, digamos… “trabalho”. Sua mãe, Catherine Elizabeth Todd, era dependente em drogas e acabou falecendo por uma overdose, deixando o pobre garoto órfão.
Vivendo em um abrigo sem qualquer perspectiva de vida, o pequeno Jason decide sair às ruas durante a noite e de repente dá de cara com o Batmóvel estacionado em um beco, e é claro que ele fez o que todos fariam na mesma situação (sim, foi ironia), começa a roubar as rodas do Batveículo (isso mesmo, ELE ROUBA AS FUCKING RODAS DO BATMÓVEL!), mas é pego pelo morcego, amarrado e levado até a Batcaverna.
Após descobrir tudo sobre o garoto (principalmente que ele era órfão), e depois de muita insistência do mesmo, o Batman decide cria-lo e treina-lo, para que Jason pudesse ter um futuro, e não virasse mais uma estatística no mundo do crime de Gotham.
Com um temperamento e atitude completamente impulsivos, Jason foi o Robin mais indisciplinado com quem o Batman já trabalhou. Carregando uma enorme determinação e um pouco de técnica, ele simplesmente achava que podia fazer tudo e quase nunca seguia os planos de seu mentor, mas apesar dos pesares, suas interferências, algumas vezes, davam certo.
Vendo como o sistema funcionava à medida que crescia, Jason não concordava muito com os métodos do morcego, e achava que os criminosos não deviam continuar vivos após o que faziam. Isso acabou deixando-o dentro de um dilema enorme: “porque matar não seria o certo?”, ainda mais quando surge um assassino em série chamado Felipe Garzonas, que sempre escapava da cadeia devido à influência diplomática de seu pai. Após o fim do arco, enquanto Felipe caía de um prédio, Jason é visto apenas olhando a sua morte, mas nunca foi confirmado o que aconteceu, ou ele o empurrou, ou o vilão pulou com medo da agressividade do garoto prodígio.
Em 1988, na edição Batman #428, Jim Starlin faz uma das mais icônicas sagas em meio aos quadrinhos: Morte em Família (não se confunda com morte da família, que é outra saga com participação do coringa nos N52). Nela Jason descobre que Catherine não era a sua verdadeira mãe e sim, Sheila. Quando vai ao seu encontro, descobre que ela trabalhava para o Coringa e tudo aquilo era uma emboscada, num momento marcante e bem doentio, após ser espancado por um pé de cabras usado pelo vilão e abandonado com uma bomba ao seu lado, acontece uma enorme tragédia e assim Bruce Wayne termina com mais uma lápide nos fundos da sua casa.
Após alguns anos, Jason, que havia sido ressuscitado em um poço de Lázaro por Talia Al Ghul, volta como Capuz Vermelho (primeira identidade do Coringa), e completamente insano por vingança, sequestra e espanca o coringa utilizando um pé de cabra da mesma forma que foi espancado. Após os acontecimentos, Jason se torna completamente um criminoso, tudo que Bruce temia desde que o adotou.
Atualmente o Capuz Vermelho não é mais um vilão, mas ainda é um fora da lei (E qual vigilante não é?) e utiliza métodos não muito convencionais para alcançar seus objetivos. Fique agora com o Guia de Leitura cronológico do personagem.
OUTRAS MÍDIAS
Em 2010 a Warner Bros. lançou uma adaptação animada do arco Sob o Capuz. Batman contra o Capuz Vermelho(Batman Under the Red Hood). Vale a conferida.
Em 2015, o Capuz Vermelho foi um dos vilões no game Batman: Arkham Knight, que marca o fim da elogiadíssima trilogia.
Considerado por muitos o pai do Rock”n Roll, o músico esteve na estrada desde os anos 50 tocando o bom e velho estilo musical. De acordo com as autoridades locais, o serviço de emergência foi acionado a residência de Berry no Missouri (EUA). Ao chegar lá, a equipe reporta que Chuck estava desacordado, e não tiverem êxito nos procedimentos padrões de reanimação. A morte foi confirmada nesta tarde.
Dono de sucessos como Johnny.B Goode, Roll Over Bethoven, Carol e You Never Can Tell, entre outros,Chuck foi eleito pela Revista Rolling Stones como sendo o 5° maior artista musical de todos os tempos.
You Never Can Tell fez muito sucesso nos anos 90 com o famoso filme Pulp Fiction: Tempo de Violência, de Quentin Tarantino.
Outro sucesso eternizado nas telonas foi Johnny B. Goode, desta vez interpretado por Marty McFly (Michael J. Fox ).
Mais informações e detalhes sobre a morte do músico em breve.
Liga da Justiça Sombria (Justice League Dark) é a mais recente animação da DC Comics, que explora o Universo Místico e seus icônicos personagens. A trama se inicia quando estranhos eventos sobrenaturais envolvendo pessoas comuns começam a ocorrer por todo o mundo.
“Eles lidam com o oculto e o sobrenatural, e devem se unir para enfrentar uma ameaça que talvez nem Batman, Superman e companhia e possam lidar.”
Baseada no título criado por Peter Milligan e Mikel Janin, a equipe foi uma aposta do selo Os Novos 52 em 2011, após os eventos de Flashpoint.
John Constantine é o líder da equipe, e talvez possa desagradar os fãs da fase Vertigo do mago canastrão. Aqui, temos um personagem que usa a magia com um pouco mais de exagero e cores, e assim como em sua fase dos Novos 52 ele não fuma.
A animaçãosegue os mesmos moldes visuais de suas antecessoras: visuais parrudos e com uniformes dos N52. Apesar de me agradar, fico com aquela sensação incômoda de ver algo ultrapassado, já que estamos na nova fase, oRebirth.
Muito se discutiu sobre um possível protagonismo exagerado ou presença desnecessária do Batman, um dos personagens mais vendáveis e populares da editora, mas, voltando as fontes, vemos que praticamente todos os personagens tiveram um background relevante com o Morcego nos quadrinhos. E quem melhor para ajudar a solucionar um mistério que o maior detetive de todos os tempos?
-Ajudou a solucionar o assassinato de Boston Brand, o Desafiador
-Amigo de infância e antigo caso amoroso de Zatanna Zatara
-Amigo pessoal de Jason Blood, o Etrigan
-Recentemente, atuando ao lado de John Constantine no Ano 3 de Injustiça: Deuses Entre Nós
-Ajudou Alec Holland, o Monstro do Pântano a libertar Abby Cable da cadeia, que fora acusada de indecência, ao manter um namoro com o Monstro.
Apesar de algumas modificações nesses backgrounds, ele funciona muito bem como uma ligação entre os personagens, deixando o protagonismo para a dupla Zatanna e John Constantine. Superman, Mulher Maravilha e Lanterna Verde (John Stewart) fazem participações especiais.
Etrigan é um dos destaques mais positivos, imponente e temido até por outros demônios. Sua história de origem com Morgana Le Fay foi um pouco modificada em detrimento da trama, e faz uma ligação direta com o vilão.Outro ponto muito bacana do personagem são suas falas, sempre em formatos de rima. Talvez isso se perca um pouco na versão dublada. Vamos esperar pra conferir.
Dirigido por Jay Oliva, o filme conta com as vozes de Matt Ryan (Constantine), Jason O’Mara (Batman), Camilla Luddington (Zatanna), Nicholas Turturro (Desafiador) e Ray Chase (Etrigan). É o segundo filme animado a receber a classificação R rating. O sangue é presente na animação, mas não espere nada além disso.
Quebrando a hegemonia de suas oscilantes recentes antecessoras, Liga da Justiça Sombria é um respiro de otimismo para seus futuros longas animados.A animação chega em 7 de fevereiro de 2017, em blu-ray. Sem previsão para o Brasil.
Acima, a primeira imagem de Teen Titans – The Judas Contract, baseado no famoso arco dos Novos Titãs “Contrato de Judas“, e será a próxima animação de 2017.
É hora de Morfar, Vigilantes! Confira o novo espetacular trailer de Power Rangers, onde temos uma prévia do Zordon, Megazords e Rita Repulsa.
Power Rangers terá no seu elenco: Naomi Scott, Becky G., RJ Cyler, Ludi Lin, e Dacre Montgomery como os RangersRosa, Amarelo, Azul, Preto e Vermelho, respectivamente. Elizabeth Banks fará o papel de Rita Repulsa, além de outros membros adicionais no elenco, que incluem: David Denman, Patrick Sabongui, Lisa Berry, e Anjali Jay, além é claro de Bryan Cranston como Zordon.
Power Rangers tem o roteiro escrito por John Gatins, Ashley Miller, Matt Sazama, Burk Sharpless, e Zack Stentz, baseado na série Mighty Morphin Power Rangers, criada por Suki Levy e Haim Saban. O filme é dirigido por Dean Israelite e estreia nos cinemas brasileiros no dia 23 de março de 2017.
Após muitos meses de especulação, finalmente temos uma resposta definitiva para o desfecho de Constantine. A série exibida pela NBC em 2014 teve um péssimo desempenho de audiência, e seu futuro até aqui era incerto. Segundo o TCA (Television Critics Association) a série retornará em formato animado, atendendo o apelo dos fãs.
Confira a primeira imagem:
Matt Ryan retorna ao papel de mago canastrão, desta vez como dublador do personagem. O novo formato animado deverá contar com 6 episódios de 10 minutos de duração cada, tendo uma data prevista para estreia em 2017-18.
A Panini parece estar finalmente dando ouvido aos fãs de quadrinhos da DC. Com um preço acessível e papel de boa qualidade, o formato “Lendas” vêm ganhando muitos adeptos nos últimos anos. A mais recente novidade foi o anúncio de Lendas do Universo DC: Mulher-Maravilha vol. 1, aproveitando a empolgação com o filme da Princesa Amazona que estreia este ano, reunindo na edição a aclamada fase de George Pérez, que foi responsável pela reformulação da personagem após a Crise nas Infinitas Terras. Pérez recontou a origem da personagem, reintroduzida na cronologia da DC poucos meses antes na minissérie Lendas (1986) de John Ostrander, Len Wein, John Byrne e Karl Kesel.
Com sua aproximação às raízes mitológicas e elementos do dia-a-dia, a fase George Pérez fase é um ótimo ponto de partida para novos leitores, nesta fase que é tida por muitos como a melhor da personagem até os dias de hoje.
Com preço de capa a R$21,90, Lendas do Universo DC: Mulher-Maravilha vol. 1 chega às bancas em Fevereiro, com 180 páginas e capa cartão. A coleção contará com 3 encadernados no total.
Ricky Harris, o “Malvo” é mais um carismático ator que nos deixa em 2016. A notícia veio do próprio ator Tyler James Williams, o Chris, que publicou em seu Instagram uma nota.
“2016 tem sido muito difícil, cara, e eu tenho certeza que será ainda mais. Esse foi um dos homens mais talentosos e engraçados com quem já trabalhei. Descanse em paz” Escreveu Tyler.
Celebridades do meio musical e Hollywood reagiram a morte de Harris: