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Turma da Mônica: Laços é uma adaptação de quadrinhos perfeita

Como não amar a Turma da Mônica? Os personagens de Maurício de Sousa definitivamente habitam o imaginário brasileiro. Afinal, quem nunca leu, ou deu ao menos uma folheada em um gibi da Turminha? Todos sabem que o Cascão tem medo de água, a Magali come muito e a Mônica bate no Cebolinha com um coelho de pelúcia quando um novo plano infalível falha. Portanto, já estava na hora de testemunhar esses personagens nas telonas. Felizmente, “Turma da Mônica: Laços” realiza esse desejo da melhor forma possível.

Baseado na graphic novel de Vitor e Lu Caffagi, a trama é basicamente a mesma da HQ. Floquinho, o cão de Cebolinha é sequestrado e a Turminha precisa se unir para encontrá-lo. Tão simples quanto o material-base, o roteiro de Thiago Dottori faz mudanças sutis, aproveitando as características mais marcantes de cada personagem. Não obstante, também introduz alguns personagens bem conhecidos. Como por exemplo, o Louco, interpretado brilhantemente por Rodrigo Santoro, auxiliado pela direção.

Responsável pelo excelente Bingo, o cineasta Daniel Rezende executa um trabalho fenomenal. Através de planos lindos e íntimos, realçando um senso de pureza no espectador, Rezende faz o impossível recriando o humor físico das histórias, sem soar bobo, antiquado ou datado. É raro existir um balanceamento entre o cartunesco e o real, como o trabalho feito por ele aqui. Nesse sentido, Laços é perfeito.

Assim como o trabalho da direção, a escolha do elenco é acertadíssima. Não apenas Giulia Benite, Kevin Vechiatto, Laura Rauseo e Gabriel Moreira se assemelham a Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão. Como também transmitem perfeitamente os trejeitos de cada um. Mesmo com a constante reafirmação dos fatos sobre o quarteto, o filme não perde o seu fôlego ou o seu charme, graças a sua excelente composição de atuações.

Outro fator o qual contribui bastante para a atmosfera do longa, é a trilha sonora composta por Fábio Goés. Evocando o tema do desenho animado minuciosamente, Goés consegue comover a quem assiste e se aliar perfeitamente aos outros fatores da produção. Também é necessário falar sobre os efeitos sonoros, essenciais para os momentos mais humorísticos.

Não seria exagero dizer que “Turma da Mônica: Laços” não é apenas um marco para o cinema nacional, mas para adaptações em quadrinhos também. Simples, inocente e divertido, o filme consegue transpor perfeitamente todos os elementos das páginas para as telonas. Talvez venha a se tornar a franquia cinematográfica nacional a qual o público tanto precisava. Espero que sim.

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X-Men: Fênix Negra é um trem desgovernado poderoso, tenso e criativo

Poderia iniciar esse artigo ridicularizando o fato de que a FOX tentou adaptar mais uma vez a Saga da Fênix Negra. Porém, eu preciso discordar. Não porque eu vivo para isso, mas há uma hipérbole negativa em torno das reações ao novo filme dos mutantes. X-Men: Fênix Negra é um bom filme.

Apesar de gerar desconfiança imediata por ter contratado Simon Kinberg (O Confronto Final) como roteirista e diretor, esse sentimento se esvai a partir dos 20 minutos iniciais. Pois os X-Men agem como X-Men. A primeira cena de um filme sempre deve definir sua atmosfera e Fênix Negra se mantém firme em seu drama e sua tragédia.

Grande parte disso se deve às intenções de Kinberg em querer aproximar a obra da maturidade e do realismo proporcionado por Logan. É algo a ser apreciado, pois X-Men: Fênix Negra dá um dedo-do-meio constante à suavização, ao humor em momentos dramáticos, extremamente corriqueiros em filmes do subgênero. Eu sou grato por isso.

Não apenas a coragem de Kinberg em querer se distanciar o máximo dos filmes de HQs deve ser notada, como também a sua direção. Acredito que a obra se beneficiaria ainda mais de sua proposta crua, caso fosse para maiores. Pois as cenas de ação, extremamente bem dirigidas e executadas com muito estilo, são extremamente violentas. Kinberg não liga para as crianças e faz do seu terceiro-ato, um trem desgovernado poderoso, criativo, apesar das suas limitações.

A trilha sonora também contribui para o ritmo frenético da produção. Composta por Hans Zimmer, a música é fantástica, cósmica, trágica, densa e tensa. Há uma verdadeira aliança entre a direção e a musicalidade, o que conta como mais um ponto positivo para esse filme tão odiado. Há um frescor constante durante os 114 minutos. Porém, admito, nem tudo são flores.

Apesar de conseguir contar sua história bem, o cineasta precisa aprimorar sua direção com atores, destacados, mais pelo seus talentos do que pela coordenação. Alguns diálogos soam estranhos e em alguns momentos ,expositivos, mas não é motivo para crucificação, pois não falha em manter o interesse do espectador e consegue progredir tematicamente, mesmo razoavelmente.

Os antagonistas, o fator menos pé no chão da obra, são simplesmente desnecessários. O real conflito deveria ser entre os mutantes. A aproximação com o lado cósmico do material-base foi um erro. Além disso, o Ciclope (Tye Sheridan) é jogado para escanteio e não influencia diretamente no plot. Uma pena, pois A Saga da Fênix Negra é sobre Scott e Jean, mas o filme é decente em contar uma história sobre Xavier e Grey.

Em relação às performances, Sophie Turner realmente impressiona como Jean Grey e em transmitir dualidade emocional, conseguindo dividir o talento em tela com A Primeira Classe. Fassbender como Magneto está mais auto-consciente, MacAvoy explora um lado mais sujo do Professor-X, Lawrence apresenta uma progressão coerente como Mística, tal qual Hoult, como Fera. O resto do elenco é bom, mas o destaque dramático fica por conta do quinteto.

O real inimigo de X-Men: Fênix Negra é o estúdio. Conforme noticiado, originalmente, o filme seria mais longo e o desfecho seria mais grandioso, provavelmente, explorando mais os seus personagens. Porém, o resultado final é surpreendentemente tenso, divertido e decente. É uma conclusão satisfatória para franquia.

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Sociedade da Justiça retornará ao Universo da DC Comics em breve

A Sociedade da Justiça retornará ao Universo DC em breve. Conforme as solicitações de setembro indicam, a equipe voltará nas páginas de Liga da Justiça #31. Os personagens da década de 40 estão desaparecidos desde Os Novos 52, provocados pelo Doutor Manhattan. Desde a publicação do Renascimento até Doomsday Clock, fãs questionavam sobre o paradeiro deles.

Contudo, com a chegada do arco “Justice: Doom War”, Scott Snyder afirma ter planos maiores para a Sociedade. Em entrevista ao Newsarama, o roteirista falou sobre seu entusiasmo em relação a isso:

“Não consigo dizer o quão honrado e empolgado estou para reintroduzi-los. Estava esperando por isso desde Metal. Eu tenho grandes planos para eles, são cruciais para a narrativa.”

Por Francis Manapul

O roteirista também comentou brevemente sobre como o regresso ocorrerá:

“Os personagens serão reintroduzidos aos membros da Liga. Eles se reconectarão e formarão essa linha além do tempo e da memória. Assim como o legado e todas essas coisas.”

O roteirista também confirmou que o retorno da Sociedade da Justiça está atrelado à descoberta dos poderes de Starman. Não apenas isso, Snyder diz que a história não apresenta conexão alguma com Doomsday Clock, o crossover entre DC e Watchmen.

Mais detalhes sobre a volta da Sociedade da Justiça, devem ser divulgados em breve. Portanto, mantenha-se ligado na Torre de Vigilância.

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Godzilla: Rei dos Monstros é bíblico, caótico e visualmente soberbo

Godzilla: Rei dos Monstros é uma produção apaixonada por seu material-base, por diversos fatores. Mas os monstros sendo creditados como eles mesmos, é provavelmente o mais fascinante. Talvez seja pelo fato de que eles são tratados como as grandes estrelas e isso demonstre um certo respeito para com a audiência. Pois o que o público quer ver é simples: Uma gigantesca batalha de titãs. Sob essa ótica, o longa é mais do que apenas satisfatório.

Enquanto o primeiro filme revela a existência dos titãs, Rei dos Monstros lida com as consequências disso. A Monarca responde processos e a humanidade questiona: “O que devemos fazer com essa criaturas?” Mas quando King Ghidorah (um dragão de três cabeças) emerge, só há uma forma de pará-lo: Godzilla.

Ghidorah

Para representar lados opostos de uma mesma moeda, o roteiro de Michael Dougherty, Max Borenstein e Zach Shields, utiliza Emma Russel (Vera Farmiga), Mark Russel (Kyle Chandler) e Madison (Millie Bobby Brown) para construir um drama de cisão familiar. Tudo isso serve como pano-de-fundo a fim de que se construa uma óbvia porém eficiente metáfora sobre o tema do filme: Coexistência.

Apesar de ser permeado por diálogos redundantes, o script de Rei dos Monstros é extremamente interessante. Pontuado por questões ambientais relevantes e até mesmo inesperadas reviravoltas, é incompreensível pensar que esse filme é incompreensível. Contudo, as performances auxiliam bastante esse aspecto. Não apenas Farmiga obtém atenção do espectador com um ótimo discurso sobre a estupidez humana. Assim como, Ken Watanabe, com seu Serizawa, entrega um ótimo e quase poético arco.

Emma Russel (Vera Farmiga)

Mesmo que os humanos sejam surpreendentemente interessantes, o público veio pelos monstros. Cada aspecto técnico contribui para a construção dos personagens. Não apenas como eles parecem, mas como se comportam. Acredite ou não, existe um arco dramático para Godzilla extremamente bem executado. Não apenas ele, mas a encantadora Mothra, o furioso Rodan e o implacável King Ghidorah também possuem funções claras dentro da narrativa.

Quanto à direção, Dougherty traz um gigantesco senso de imponência nas batalhas e faz o impossível para imergir o público nesse mundo. Porém, nada disso seria possível sem a direção de fotografia de Lawrence Sher, com a escuridão contrastando com as diferentes cores fluorescentes representadas pelas habilidades dos titãs. Cada traço de sua identidade visual contribui para o tom apocalíptico do longa. As imagens são extremamente poderosas e o  que é feito aqui, beira ao bíblico.

A trilha sonora por Bear McCreary também possui relevância para o individualismo das criaturas. O compositor retoma alguns dos temas originais compostos por Akira Ifukube e os utiliza da maneira mais gloriosa possível. É tão satisfatório testemunhar Zilla rugindo ao som de seu tema, elevando o épico de uma forma indescritível. Cada faixa parece compreender a emoção necessária existente em cada cena.

Em suma, Godzilla: Rei dos Monstros é basicamente o filme de kaiju perfeito. A produção compreende o desejo do público enquanto entrega um épico caótico visualmente soberbo e o maior confronto de monstros da história do cinema. Pelo menos até o momento em que o King Kong quiser reivindicar o trono.

Mas até lá, vida longa ao rei.

 

 

 

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Quadrinhos

Batman e Mulher-Gato é a nova minissérie da DC por Tom King

Conforme noticiado aqui, o run de Tom King pelo título do Morcego se encerrará este ano. Contudo, isso não significa que o autor não escreverá mais o personagem. A DC Comics anunciou hoje Batman e Mulher-Gato, nova minissérie por King e pelo desenhista Clay Mann.

Arte promocional de Batman e Mulher-Gato #1 por Clay Mann

Além disso, o editor-chefe Bob Harras finalmente esclareceu a situação:

“Estamos realizando mudanças em nossas publicações para continuar a garantir o nosso sucesso. A primeira delas será Batman, após o final de Cidade de Bane em dezembro. É uma história incrível e Batman e Mulher-Gato suprirá o vazio até que o título do personagem se torne mensal.”

Enquanto isso, o autor Tom King, lamenta pela sua saída da revista:

“É difícil deixá-lo, mas foi um presente prazeroso fazer parte do título. Contudo, estou o deixando para trabalhar nos projetos mais ambiciosos da minha carreira, com os melhores artistas. Isso é um presente também.”

De acordo com King, Batman e Mulher-Gato é uma chance dele repetir o feito de Grant Morrison e Frank Quitely em Batman e Robin. Trazendo uma acessível e ambiciosa história, o autor concluirá as ideias de seu run dentro da minissérie:

“Esse será quadrinho sobre o que o personagem sempre foi: Transformar medo, em coragem. Dor, em esperança. Trauma, em amor.”e acrescenta“É a história que eu sempre quis contar. E eu estou contando-na com o melhor artista ao meu ver: Clay Mann.”

Batman e Mulher-Gato #1 será publicado em janeiro de 2020. A minissérie contará com 12 edições. Para saber sobre tudo o que acontece na Editora das Lendas, mantenha-se ligado na Torre de Vigilância.

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Quadrinhos

É oficial: Tom King deixará a revista do Batman após edição 85

De acordo com o Bleeding Cool, Tom King deixará os roteiros de Batman após a edição 85. Contudo, a decisão não teria partido do autor. O roteirista tinha um plano para 105 edições, conforme divulgado pelo CBR em dezembro do ano passado.

Ainda de acordo com a fonte, um dos motivos para a sua saída seriam as baixas vendas durante o arco Knightmares, perdendo recentemente para Immortal Hulk, da Marvel. Na trama, o Morcego é torturado psicologicamente por Bane, através de pesadelos. Entretanto, Batman permanece sendo o título mais vendido da DC.

Com o intuito de obter uma justificativa, o site tentou se comunicar com King e com a editora. Infelizmente, eles não declararam nada sobre o assunto. Em sua conta oficial no Twitter, ele postou, agradecendo aos fãs pela preocupação:

“Muitas mensagens gentis. Vocês são demais.” 

Mesmo com a sua aparente saída da HQ do Cruzado De Capa, Tom King permaneceria como roteirista exclusivo da DC Comics. Caso o rumor seja verdade, o run do roteirista se encerrará no final de 2019.

Mais informações devem ser divulgadas em breve. Logo, mantenha-se ligado na Torre de Vigilância.

[ATUALIZADO]

O CBR confirma: Tom King está fora da revista do Batman após a edição 85. O último arco do autor será a Cidade de Bane.

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Entretenimento

Liga da Justiça ganha versão por fã com Superman em traje preto

Um dos maiores desejos dos fãs da DC era ver Superman em Liga da Justiça com seu icônico traje preto. Embora a vestimenta tenha sido apresentada em uma cena deletada, o Homem de Aço nunca chegou a utilizá-la durante a narrativa. A fim de que atingisse esse objetivo, o editor Chris Dawson está produzindo uma versão não-oficial da película. Confira o trailer de Justice League: Black Suit Edition:

Mais do que a alternância de trajes do Kryptoniano, o corte conta com a presença de Darkseid e promete dar aos fãs o confronto definitivo contra o vilão. Além disso, é possível notar a presença de cenas não-finalizadas pelas empresas de VFX, finalizadas pelo editor. Assim como, cenas de outros filmes, encaixadas em outros cenários.

Apesar da Warner não ter se pronunciado, muitos fãs estão pedindo pelo corte original de Liga da Justiça. Talvez seja uma questão de tempo até o anúncio, ou não. O diretor Zack Snyder afirma: “Está completo.” Cabe apenas ao estúdio decidir lançá-lo. Todavia , é interessante ver fãs tentando finalizar a história não finalizada nas telonas.

Superman se junta à batalha para salvar o mundo.

Justice League: Black Suit Edition será lançada em 30 de agosto. Para saber sobre tudo o que acontece na Editora das Lendas, mantenha-se ligado na Torre de Vigilância.

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Vingadores: Ultimato | O Trio Trágico

Desconstruir super-heróis é algo fascinante para mim. Pois ao contrário dos pensamentos majoritários, não se trata de torná-los depressivos ou sombrios. Mas sim, desmembrar as suas características para encontrar a essência daquilo que torna o que eles são. Quadrinhos como: O Cavaleiro das Trevas e Reino do Amanhã e filmes como: Logan e Batman vs Superman são ótimos exemplos de como quebrar personagens e reconstruí-los. É surpreendentemente exatamente o que acontece em Vingadores: Ultimato, dirigido por Anthony e Joe Russo.

Ainda que apresente viagens no tempo, fan services, um grande confronto final e as costumeiras piadas fora de hora, Vingadores: Ultimato é a Marvel Studios como eu nunca a vi: Quebrada. Realmente quebrada. Esse é um filme sobre personagens e como eles tentam seguir em frente, lidando com seus erros e fracassos. Não é tão profundo ou complexo, mas ainda sim, é interessante comentar, em específico, sobre o trio trágico: Homem de Ferro, Capitão América e Thor.

SPOILERS A SEGUIR!

 

THOR: O DEUS DOS FRACASSOS


Você caiu no conto do Thor Vingativo. Eu também.

Independentemente da qualidade de seus filmes, Thor, é sem dúvidas, o personagem mais trágico da franquia. Conforme o decorrer dos filmes, o personagem acumula inúmeras perdas: Sua mãe, seu pai, seu martelo, seu irmão adotivo, sua irmã e seu lar. Mas não apenas isso, como herói, finalmente fracassa em escala universal. Não sendo o bastante, pensa ter reparado o seu erro durante os primeiros 20 minutos de filme, cortando a cabeça de Thanos. Quando na verdade, ele falhou, de novo.

Isso leva os roteiristas Christopher Markus e Stephen Mcfeely a quebrarem o personagem por completo. O filme realiza um salto temporal de 5 anos e apresenta Thor como um alcoólatra, sem sua escultura física divina. Ele desistiu. Ele simplesmente desistiu. Talvez a postura do Deus do Trovão (Agora, o Deus dos Fracassos) tenha incomodado a muitos fãs, eu incluso. A forma como o filme trata o seu estado melancólico algumas vezes, beira ao ridículo e provoca algumas risadas desnecessárias.

“THOR TRISTE.” – leia com a voz do Hulk em Ragnarok (2017)

Por outro lado, existem cenas as quais aproveitam o potencial do conceito. Quando a narrativa retorna para O Mundo Sombrio (2013), horas antes do assassinato de Frigga, Thor abre o seu coração magoado para sua mãe, a qual afirma: Fracassos o tornam como qualquer um. Ela é responsável por humanizá-lo e fazê-lo enxergar isso. Como ela diz: “Você está aqui para mudar o seu futuro, não meu.” Após o diálogo, há uma cena extremamente simbólica: Thor consegue segurar o Mjolnir. Mesmo com seus fracassos e falhas, ele ainda é digno.

Ao final do filme, cansado de profecias e predestinações, Thor abdica do trono de Asgard e como ele mesmo explica: Passou tempo demais tentando corresponder às expectativas de outras pessoas. Isso é muito bonito e pode ser interpretado como um meta comentário para a situação de seus filmes em que sempre esperava-se um épico, devido ao seu material-base, mas como a abordagem inicial não havia funcionado, Marvel precisou reformular o personagem a partir de Ragnarok, ignorando tudo o que os fãs esperam sobre ele e agora esse arco de revitalização se conclui em Ultimato. Decepcionante para alguns (E eu compreendo), mas uma mensagem bonita e coerente para o personagem estabelecido nos últimos três filmes.

Como um viking.

Thor deixa de ser Deus e se torna homem.

 

CAPITÃO AMÉRICA: O SENTINELA DA PERSISTÊNCIA


Deus, que homem!

Enquanto isso, Capitão América, segue um caminho mais comum. Ele é o meu personagem favorito do filme e da franquia. Sua trajetória ao decorrer desses filmes, tentando se adequar uma época a qual ele não pertence, é tão fascinante e trágica para mim. Desde O Soldado Invernal, os Russo provam o quão bem eles entendem Steve Rogers e sua dinâmica complicada com o mundo contemporâneo. Ele não é um homem procurando por uma vida normal, pois o momento em que poderia ter experimentado algo assim, passou. Rogers tem medo que a guerra tenha um fim e perca o seu propósito.

5 anos após Guerra Infinita, Ultimato traz o personagem como um coordenador de um grupo de auto-ajuda para pessoas incapazes de seguir em frente após o genocídio imparcial do Titã Louco. Mas a ironia cruel é: Ele não apenas se sente incapaz, mas não quer superar. É interessante notar como os outros Vingadores parecem diferentes enquanto Steve, continua o mesmo.

Pare! se você chorar, eu choro.

Em um dos melhores diálogos de Vingadores: Ultimato, o personagem diz à Natasha: “Eu vivo dizendo para que as pessoas superem. Alguns conseguem. Mas nós não.” Rogers não suporta o estado de normalidade, ele precisa de um confronto. Um confronto em que eles vençam. Pois como ele mesmo afirma antes da execução do salto temporal: “Esta é a luta de nossas vidas.” Ele só irá parar quando eles puserem um fim a isso. De uma vez por todas.

Mas no decorrer da missão, infiltrado em uma base na S.H.I.E.L.D, ele encontra o amor de sua vida, Peggy Carter, do outro lado da janela, há uma distância entre os dois, a mesma entre o tempo o qual foi congelado e perdeu o encontro prometido. É o passado batendo à porta e lembrando a ele: Talvez seja melhor não superar. Talvez você deva persistir.

[Insira sua legenda triste aqui]

É uma característica a qual casa perfeitamente com o otimismo transmitido pelo Capitão América. Em uma das minhas cenas favoritas da história dos filmes baseados em HQs, as tropas de Thanos estão vindo e o Sentinela da Liberdade está no chão, com seu escudo quebrado. Com muita dificuldade, ele consegue se levantar. Ele está disposto a enfrentá-los sozinho. Provando que ele pode fazer o dia todo. Ele só terá seu fim quando a guerra também tiver.

Ao final de Vingadores: Ultimato, Steve precisa voltar no tempo e devolver as Joias do Infinito. Ele demora a reaparecer, mas logo após, lá está ele, admirando a paisagem. A câmera o revela envelhecido, pronto para passar o escudo adiante. A sua guerra acabou. Ele finalmente experimentou o que tanto almejava: Uma vida simples. Durante cena final do filme (A mais bonita) em que It’s been a Long, Long Time começa a tocar, ele finalmente tem sua dança com Peggy Carter.

“Oh, Capitão. Meu Capitão.”

Steve não é mais um vingador, ele é alguém que não precisa mais superar.

 

O ALTRUÍSTA PATERNO HOMEM DE FERRO


[Insira seu comentário sobre amá-lo mil milhões ou três mil aqui]

Já o Homem de Ferro, é o personagem com a maior responsabilidade moral em Vingadores: Ultimato. Ele é o profeta o qual não impediu a concretização da profecia. No decorrer dos filmes, Stark cometeu inúmeros erros em decorrência das suas paranoias e seu medos, com o intuito de proteger o mundo de uma ameaça maior a qual ele acreditava estar por vir. Em Guerra Infinita (2018), ele finalmente confronta o demônio o qual atormentava: Thanos. Porém é derrotado e credita 100% da responsabilidade para si, como sempre. O responsável pelos eventos precedentes da aguardada derrotada, foi ele mesmo.

É tudo sobre Tony Stark. Se ele morre, se ele vive. Se é essencial para a missão, para o macguffin e para o clímax, ou não. Se ele deve salvar o mundo, ou já fez bastante por ele. Até mesmo quando não é sobre um ato altruísta, é sobre Stark. Em Ultimato, 60 meses após o estalo, o filme apresenta uma vida perfeita para o personagem. Ele conseguiu tudo o que sonhou: Uma casa no campo e uma família. O arco do Homem de Ferro se fecha nesse exato momento, ou pelo menos é o que aparenta.

Ninguém:
Irmãos Russo: Hora de fazer Stark sofrer.

No momento em que os Vingadores pedem por sua ajuda, Tony imediatamente nega. Ele não está disposto a perder o que ainda lhe resta, sua vida estável. O que leva o espectador, mais uma vez, acompanhar uma jornada do personagem, indo do egoísmo para o altruísmo. Sendo sincero, quando assisti ao filme pela primeira vez, eu pensei: Ele passou por isso em todos os filmes. Por que fazer de novo?

Mas após assistir novamente, eu percebi, há um fator a mais nesse jogo: A paternidade. Para mim, esse aspecto, ao lado da ansiedade por conclusão, carregam o arco do Vingador Dourado na obra. Veja: O que o motiva a aceitar a missão é lembrar do fato de que ele perdeu Peter Parker no espaço. Claro, não é só isso, mas você entendeu. A paternidade é um tema central para o personagem nessa narrativa.

É como Batman perdendo pela primeira vez um Robin.

Ao tentar recuperar o Tesseract nas instalações da S.H.I.E.L.D, ele encontra Howard Stark, seu pai. O roteiro traça uma dinâmica interessante entre os dois, discutindo os temas propostos através de algo simples: O medo de Howard em se tornar um pai. Isso conversa indiretamente com a principal preocupação do Homem de Ferro nesse filme: Sua família. Não apenas isso, mas quando seu pai diz: “Digamos que eu nunca deixei que o bem maior agisse sobre mim.” ele percebe que o mesmo erro não pode ser cometido duas vezes.

Isso se relaciona diretamente com a jornada do egoísmo para o altruísmo. Durante o ato final, o Thanos do passado vem ao presente (Loucura) para impedir que os Vingadores frustrem o seu plano. As pessoas já foram trazidas de voltas pelo estalo de dedos realizado por Hulk, resta apenas um confronto para que a vitória não se transforme em derrota novamente.

Melhor armadura. Tente mudar minha opinião.

Em determinado momento de Guerra Infinita, Doutor Estranho afirma que dentre os 14,000,605 futuros, apenas nesse existe uma possibilidade de vitória. Vingadores: Ultimato apresenta o único jeito. Quando Thanos consegue a manopla, ele realiza o estalo dizendo: “Eu sou inevitável.” Porém logo após, a câmera corta para Stark com as seis joias em mãos, usando a mesma frase dita ao final de seu primeiro filme: “E…eu sou…o Homem de Ferro.” O vilão é finalmente derrotado, a profecia, desfeita, mas com um custo: A morte de seu profeta, o maior protetor da Terra.

Quando Pepper diz: “Você pode descansar agora”, é o momento em o porquê desse sacrifício ser diferente dos outros é compreendido. Sim, esse é o único em que resulta em sua morte, mas essa não é a questão. O ato altruísta de Tony Stark em Ultimato pode ser considerado egoísta, no bom sentido, pois não era apenas sobre vingar o planeta, era antes de tudo, pessoal.

Descanse agora, Homem de Lata.

Com Thanos retornando ao pó, ele finalmente pode acordar de um longo pesadelo e descansar em paz.

“Parte da jornada é o fim.”

Vingadores: Ultimato está em exibição nos cinemas. Confira a crítica aqui.

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DC Comics anuncia Batman/Superman por Joshua Williamson

Os Melhores do Mundo unirão forças novamente em uma nova revista mensal. A DC Comics anuncia Batman/Superman, protagonizada pelos medalhões da editora. O primeiro arco acompanhará ambos em uma caçada por seis heróis infectados pelo Batman que Ri. O quadrinho será escrito por Joshua Williamson (Flash). Enquanto os desenhos ficam por conta de David Marquez (Invencível Homem de Ferro).

Capa dupla da primeira edição por David Marquez

O Cavaleiro das Trevas e o Homem de Aço realizarão uma jornada profunda por Gotham. Assim, tentarão descobrir quais heróis foram transformados em cavaleiros do seu pior e mais aterrorizante inimigo. Contudo, antes do lançamento da nova série da dupla, a minissérie do Batman que Ri será estendida até a sétima edição.

Batman/Superman #1 será publicada nos EUA no dia 14 de agosto. A periodicidade será mensal. Leinil Yu será o responsável pela capa variante da primeira edição. Para saber sobre tudo o que acontece na Editora das Lendas, fique ligado na Torre de Vigilância.

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Lois Lane e Jimmy Olsen ganharão minisséries em julho

A partir de julho, a DC Comics trará destaque aos dois jornalistas mais icônicos do universo das Lendas. Lois Lane e Jimmy Olsen ganharão minisséries compostas por 12 edições. Greg Rucka assume os roteiros de Lane enquanto Mike Perkins é o responsável pelos desenhos. Já Olsen, será escrito por Matt Fraction e desenhado por Larry Lieber.

“Lois Lane é a melhor repórter investigativa do Universo DC. Essa é a nossa verdade. O quadrinho se trata disso.” – disse Rucka sobre a escritora vencedora do Pullitzer“Ela é descrita como uma mulher sem medo, o que implica que nada pode assustá-la. Contudo, há muitas coisas que a assustam. A diferença é que o medo não consegue pará-la. Ela era assim antes do Superman e continua sendo.”

Perkins demonstrou entusiasmo, pois as investigações da personagem podem levá-la a cantos interessantes desse universo super-heroico, porém através de uma perspectiva mais realista: “Eu sempre gostei de retratar o mundo real nos quadrinhos tanto quanto o dos super-heróis.” – e acrescentou, falando sobre a personagem: “Lois escolhe acreditar em suas habilidades – sua destreza – para resolver problemas insuperáveis. Ela está atrás da verdade e não importa qual posicionamento político a sua pessoa de interesse tenha. É algo potente, poderoso e íntegro em tempos de fake news.”

Enquanto Rucka e Perkins trabalham para trazer uma história mais soturna, Fraction e Lieber trabalham com o ridículo e o sublime em Superman’s Pal Jimmy Olsen (Mesmo título da HQ de 1974). A equipe criativa promete fazer humor com o jornalismo atual, pois até mesmo ele, está recorrendo aos vídeos.

“Os vídeos do Jimmy são as únicas coisas que mantêm o Planeta de pé. Eles precisam deixá-lo fazer isso, pois é o que paga as contas, mas é muito caro porque eles precisam reconstruir Metropolis toda vez em que ele causa problemas. Então, ele utiliza esse show para explorar o DCU.” – disse Fraction sobre o personagem  e acrescentou, falando sobre a amizade com Superman “Estou empolgado com a ideia de escrever alguém que por acaso é amigo do Homem de Aço.”

Lieber falou sobre as dinâmicas oferecidas pela narrativa: “Acho que há uma oportunidade para explorar a justaposição entre o ordinário e o extraordinário e Jimmy é sobre isso. Boa parte da minha carreira, minha arte tem sido o lugar onde o humor morre, mas isso mudou conforme os anos.”

Antes do lançamento dos títulos, o one-shot Superman: Leviathan Rising trará histórias curtas pelas suas respectivas equipes criativas. Lois Lane e Superman’s Pal Jimmy Olsen serão publicados em julho. Para saber sobre tudo o que acontece na Editora das Lendas, fique ligado na Torre de Vigilância.