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A Poderosa Thor | Trovão em Suas Veias

Trovão em Suas Veias é o primeiro arco da revista The Migthy Thor (A Poderosa Thor). Lançado entre as edições 1-5 do título, essa nova fase da Deusa do Trovão é uma continuação direta de Thor Vol.4, que conta com a estreia da nova Thor da Marvel.  Nesse novo começo, a equipe criativa continua sendo Jason Aaron no roteiro, Russell Dauterman nos desenhos e Matt Wilson nas cores.

No final do volume anterior é revelado a identidade da mulher que está portando o Mjolnir após o fatídico acontecimento da saga Pecado Original, em que Thor Odinson deixa de ser digno de seu martelo.  A grande surpresa envolvendo a nova Deusa do Trovão é a revelação de que se trata de Jane Foster assumindo o cargo de seu amado e, mais do que isso, Jane está com câncer e ser Thor a deixa cada vez mais próxima da morte.

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Thor/Jane Foster

A história de A Poderosa Thor situa-se oito meses depois de Thor Vol.4 e começa com Jane Foster fazendo quimioterapia e explicando sobre sua doença e porque transformar-se em Thor tira um pouco de sua vida. A causa da morte lenta de Jane é até simples e envolve uma questão real sobre o câncer.

As químicas da quimioterapia são veneno para o corpo humano, elas destroem as células cancerígenas, mas também devastam a saúde do enfermo. Jane, ao portar o martelo mágico, elimina todo veneno de seu corpo. Portanto, ela não pode curar seu câncer. A magia do martelo não é capaz de eliminar o câncer, pois é uma doença que é parte do indivíduo, não é um vírus que se hospeda no corpo humano, são as próprias células do corpo que se voltam contra o individuo.

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The Mighty Thor #5

Há ainda outro fator que dificulta a vida da Thor: Odin.

Desde que Odin descobriu a existência de uma nova Thor, o Pai de Todos não está nada feliz de ter ver alguém portando um Mjolnir mudado que não aceita que ninguém o use além da Thor.

Odin proibiu a presença da Thor em Asgard e faz dela um alvo do Congresso dos Mundos, que é uma aliança formada entre os dez reinos; Asgard, Midgard, Jotunheim, Vanaheim, Alfheim, Muspellheimr, Svartalfaheimr, Nidavellir, Niflheim, e o mais recente reino introduzido na Marvel, o Heven. Cada reino é representado por uma figura de seu povo. Asgard tem Volstagg, o volumoso, e Midgard tem Jane Foster.

Devido a sua dupla função de Thor e representante de Midgard no Congresso dos Mundos, Jane precisa esconder um segredo mortal, o que a impossibilita de manter-se na forma de Thor e evitar as consequências de sua transformação em Deusa do Trovão.

The Mighty Thor #4
The Mighty Thor #4

Junto ao desenvolvimento da personagem principal acontece o desenrolar de uma Guerra Civil em Asgard, causada pela tirania de Odin, e uma Guerra de Elfos; luminosos e negros, causada pelo vilão Malekith em parceria com Dario Agger, o líder maligno da corporação Roxxon que pretende explorar os recursos naturais de Alfheim. Os dois vilões desse arco já vinham sendo desenvolvidos em Thor: Deus do Trovão e Thor Vol.4.  A novidade está na formação de uma aliança dos dois com outras figuras malignas do Universo do Thor, como Loki, Laufey e Encantor.

The Mighty Thor #1
The Mighty Thor #1

Loki tem um grande destaque nesse primeiro arco. A dualidade complexa do personagem é desenvolvida em alguns momentos com o Deus da Trapaça mostrando a sua faceta de vilão, que alterna entre uma intenção heroica de evitar uma ameaça maior, a Guerra dos Reinos. E como um personagem complexo que é, o trapaceiro acaba surpreendendo o leitor com uma atitude um tanto vilanesca no final do arco.

The Migthy Thor #3
The Migthy Thor #3

Quem já vinha acompanhando toda a fase de Jason Aaron com Thor tem ciência de que o escritor caminha todos os seus arcos para uma trama maior que, nesse caso, é a Guerra dos Reinos. Essa guerra foi descrita como a guerra que deu fim a todas às guerras em um vislumbre do futuro que aconteceu em Thor: Deus do Trovão. Portanto, tudo que acontece nesse primeiro arco são prelúdios para o que está por vir nessa saga épica construída por Aaron.

Acontecem muitas coisas em apenas cinco edições e tudo com muita ação do começo ao fim. Para deixar tudo mais empolgante, Russell Dauterman e Matt Wilson trazem um espetáculo visual de arte com muitas cores, efeitos de magia espalhafatosos, onomatopeias estrondosas, pancadarias e expressões furiosas.

Trovão em Suas Veias é um bom começo para uma nova fase da Thor. Cumpre com muita exatidão a função de empolgar o leitor, desenvolver personagens e trazer uma arte de encher os olhos.

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Detective Comics

Batwoman | Elegia e Origem

Elegia e Origem são dois arcos, com o roteiro de Greg Rucka e arte de J. H. Williams III, que foram lançados entre as edições 854-860 d Detective Comics em 2009. O foco das histórias é a Batwoman, que ainda era uma personagem em ascensão na DC Comics, mas após sucesso dessas duas histórias, consolidou-se de vez na editora e não demorou muito até que ganhasse um título próprio nos Novos 52 em 2011.

Em Elegia, Batwoman, a mais recentemente combatente do crime de Gotham, está envolvida em um caso envolvendo um culto violento liderado por uma vilã misteriosa conhecida como Alice, que pretende transformar a cidade num pesadelo ao estilo Alice no País das Maravilhas. Até então, isso é só mais um dia comum em Gotham.

Alice e Batwoman e Detective Comics #854
Alice e Batwoman e Detective Comics #854

A grande sacada de Elegia é ligar todos os elementos da trama à Kate Kane, a Batwoman, e a sua origem que, aos poucos, é construída de uma forma mais concisa do que tinha sido apresentado até então. Essa tarefa de construção da personagem recaiu sobre Greg Rucka, escritor familiar a muitos leitores de quadrinhos, cuja uma das marcas registradas é trabalhar com personagens femininas fortes e independentes.

O nome do arco só passa a fazer sentido no final da trama. Sendo elegia uma poesia que lamenta a morte de um ente querido, no final, descobrimos que se trata de um lamento a morte de Alice, que na verdade é a irmã gêmea de Kate, que até então era considerada morta em um sequestro quando as duas ainda eram crianças.

Logo que termina Elegia já começa o arco Origem, desenvolvendo o passado da Batwoman e suas motivações que a transformaram em ume o e um dos fatores que fatores que  uma das personagens mais representativas da comunidade LGBT dos quadrinhos.

Detective Comics #859
Detective Comics #859

Parte do sucesso da Batwoman nos quadrinhos também se deu pela de arte de J. H. Williams III, já conhecido por alguns pelo seu trabalho em Promethea com Alan Moore. Williams dá um show visual com dois tipos de arte. O primeiro estilo envolve belíssimas páginas duplas recheadas de ação quando o foco é o desenvolvimento heroico da Batwoman, mas o cenário muda quando o foco é a vida particular de Kate, pois o artista traz um traço mais simples e dinâmico para contrastar com a faceta de vigilante da personagem.

Toda a maestria de arte apresentada em Elegia e Origem rendeu dois prêmios a J. H. Williams III no Eisner Awards 2010 nas categorias de Melhor Arte e Melhor Capa.

Detective Comics #857
Detective Comics #857

 

Se uma das histórias definitivas do Batman é o Ano Um de Frank Miller e David Mazzucchelli, Elegia e Origem de Greg Rucka e J. H. Williams III são as histórias definitivas da Batwoman.

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Amazing Adventures

Guia de Leitura #16 | Batwoman

Criada em 1956, a Batwoman já é uma velha conhecida da DC Comics, porém, nunca foi uma personagem notável até ser reformulada. Só em 2006, com uma reformulação completa de personalidade, aparência e background é que a personagem começou a ganhar seu lugar ao sol na editora das lendas.

A única coisa que restou da Batwoman original foi o nome civil, e ainda assim, há uma diferença sutil. Originalmente, Kathy Kane era a identidade civil da mulher morcego. A nova Batwoman se chama Kate Kane, e a semelhança entre as duas versões acaba aí. Uma curiosidade do sobrenome Kane é o fato de ser uma homenagem a Bob Kane, um dos criadores do Batman. 

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Kate Kane é criação de Geoff Johns, Grant Morrison, Greg Rucka, Mark Waid e Ken Lashley. Introduzida na série 52 na edição #7, a personagem foi lentamente ganhando espaço junto a Renee Montoya, a Questão. Mais tarde, Kate ganhou bastante destaque na Detective Comics com os arcos Elegia  e Origem de Greg Rucka e J. H. Williams III.

Em 2011, Kate ganhou o seu primeiro título mensal sob o selo dos Novos 52 e durou 40 edições até ser cancelado devido a troca na equipe criativa após a edição #24, que resultou num baixo desempenho do título.

Atualmente, a personagem ganhou uma nova oportunidade com o Renascimento da DC. Primeiro na Detective Comics, e, agora, com um novo título mensal com o roteiro de Marguerite Bennett e arte de Steve Epting.

Um dos fatores que consolidou Kate Kane na DC, e também em toda indústria dos quadrinhos, é o fato dela ser lésbica. Hoje, apenas 11 anos desde a sua primeira aparição, a personagem é um dos maiores símbolos de representação LGBT nos quadrinhos, com histórias bem elogiadas pela critica e pelo público.

Por se tratar de uma personagem relativamente nova, a Batwoman não tem muitas histórias em seu currículo. Mas chega de enrolação. Vamos ao Guia:

 

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por Geoff Johns, Grant Morrison, Greg Rucka, Mark Waid, Keith Giffen e Ken Lashley
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por Geoff Johns, Grant Morrison, Greg Rucka, Mark Waid, Keith Giffen e Shawn Moll
3
por Geoff Johns, Grant Morrison, Greg Rucka, Mark Waid, Keith Giffen, Joe Bennett e Todd Nauck
4
por Geoff Johns, Grant Morrison, Greg Rucka, Mark Waid e Drew Johnson
5
por Geoff Johns, Grant Morrison, Greg Rucka, Mark Waid e Keith Giffen
6
por Geoff Johns, Grant Morrison, Greg Rucka, Mark Waid, Tom Denerick e Joe Prado
 por Geoff Johns, Grant Morrison, Greg Rucka, Mark Waid e Joe Bennett
por Geoff Johns, Grant Morrison, Greg Rucka, Mark Waid e Joe Bennett
8
por Geoff Johns, Grant Morrison, Greg Rucka, Mark Waid e Jamal Igle
10
por Greg Rucka, Matthew Clark e Steve Lieber
por Grant Morrison, J. G. Jones e Doug Mahnke
por Grant Morrison, J. G. Jones e Doug Mahnke
12
por Greg Rucka, Philip Tan e Jonathan Glapion
13
por Tony S. Daniel
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por Greg Rucka e J. H. Williams III
por Greg Rucka e J. H. Williams III
por Greg Rucka e J. H. Williams III
 por Greg Rucka e Jock
por Greg Rucka e Jock
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(2010) por Greg Rucka e Jock
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por Haden Blackman e J. H. Williams III
por Haden Blackman e J. H. Williams III
por Haden Blackman e J. H. Williams III
por Haden Blackman e J. H. Williams III
por Haden Blackman e J. H. Williams III
por Haden Blackman e J. H. Williams III
por Haden Blackman e J. H. Williams III
1
por Marc Andreyko
2
por Marc Andreyko
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por James Tynion IV e Eddy Barrows

Extra 

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por Edmond Hamilton e Sheldon Moldoff
Marguerite Bennett
Marguerite Bennett

Vale ressaltar que DC Bomshells não é um título só da Batwoman, mas sim de todas as heroínas da DC, e  não faz parte da linha de quadrinhos principais da editora. A história se passa em um universo alternativo em que as heroínas são mais importantes que os heróis.

Finalizando com uma curiosidade: a identidade visual moderna da Batwoman foi criada por Alex Ross. 

Então é isso. Até o próximo Guia de Leitura.

 

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Viúva Negra | Na Mira da S.H.I.E.L.D

Na Mira da S.H.I.E.L.D é o primeiro arco do novo quadrinho da Viúva Negra. Acontece entre as edições 1-6  de Black Widow Vol.6. O roteiro é de Mark Waid e o desenho é de Chris Sanmee, a dupla dinâmica de Demolidor  Vol.3 e Vol.4, que retorna em uma parceria para uma série da maior espiã do Universo Marvel.

Antes de tudo, é importante ressaltar a grande importância da arte nessa história, afinal, em histórias em quadrinhos, grande parte da narrativa não está só na escrita, mas na arte também. E aqui, o desenho de Chris Samnee, com a belíssima coloração de Matt Wilson, se faz mais importante do que os diálogos em alguns momentos, principalmente no que se refere à ação. As sequências de ação são fascinantes de se ver, e ao mesmo tempo dizem muito sobre a Viúva Negra.

A coloração de Wilson deixa todos os momentos ilustrados por Samnee bem coloridos e visíveis, o que torna tudo mais empolgante.

Ela transforma uma queda de 10 metros em um balé.

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Luta simulando uma dança de balé com flashs do passado.

Agora, vamos à trama.

Natasha Romanoff, ex-assassina da KGB, ex-agente da S.H.I.E.L.D, e, eventualmente, uma Vingadora. Ela tentou espiar seus pecados passados, mas espiar não é apagar. Uma hora todo o seu passado sombrio começará a vir à tona.

Como o nome do arco sugere, a Viúva Negra está sendo perseguida pela S.H.I.E.L.D., e o motivo não é explicado logo na primeira edição, pois a história já começa com muita ação envolvendo combate corpo a corpo, saltos de prédios e paraquedas, e momentos de tensão. E tudo isso com poucos diálogos.

Viúva Negra #2
Viúva Negra #2

 

É um thriller de espionagem, e uma das características dessas histórias são os mistérios que envolvem algo maior do que é apresentado em um primeiro momento.  Portanto, há algo por trás da perseguição da S.H.I.E.L.D, e isso está relacionado ao passado de Natasha.

A infância de Natasha na Rússia sendo treinada na Sala Vermelha para ser uma assassina profissional a leva de volta à sua Terra Natal para enfrentar fantasmas do passado. Junto a isso, há ainda a revelação dos segredos sombrios da Viúva Negra ao mundo, e a presença de um novo antagonista conhecido como Leão Choroso.

No final, tudo acaba bem na medida do possível, e ao mesmo tempo não acaba, pois os segredos de Natsha se tornaram públicos, e ainda ficaram pontas solta e um gancho para o que vem a seguir: as consequências de um passado sombrio.

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Viúva Negra #6

 

Waid e Samnee conquistaram muitos fãs pela alta qualidade no título do Demolidor. A dupla não decepciona nesse primeiro arco da Viúva Negra.

O próximo arco abrange as edições 7-12 e conclui o título da Viúva.

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Quadrinhos

Confira os indicados do Hugo Awards 2017 na categoria de Melhor História em Quadrinhos

Anualmente, o Hugo Awards premia os melhores trabalhos envolvendo fantasia e ficção cientifica do ano interior que foram publicados ou traduzidos em inglês.

São diversas categorias que envolvem novelas, contos, revistas, editor, artista, entre outras. Aqui, só disponibilizaremos os indicados da categoria de Melhor História em Quadrinhos, que é uma categoria bem recente na premiação. Apareceu pela primeira vez em 2009

Confira os indicados em Melhor História em Quadrinhos:

Black Panther, Volume 1: A Nation Under Our Feet, escrito por Ta-Nehisi Coates, ilustrado por Brian Stelfreeze (Marvel)

Monstress, Volume 1: Awakening, escrito por Marjorie Liu, ilustrado por Sana Takeda (Image Comics)

Ms. Marvel, Volume 5: Super Famous, escrito por G. Willow Wilson, ilustrado por Takeshi Miyazawa (Marvel)

Paper Girls, Volume 1, escrito por Brian K. Vaughan, ilustrado por Cliff Chiang, colorido por Matthew Wilson, letrado por  Jared Fletcher (Image Comics)

Saga, Volume 6, escrito por Brian K. Vaughan, ilustrado por Fiona Staples, letrado por Fonografiks (Image Comics)

The Vision, Volume 1: Little Worse Than A Man, escrito por Tom King, ilustrado por Gabriel Hernandez Walta (Marvel)

Maika, protagonista de Monstress
Maika, protagonista de Monstress.

Os vencedores do Hugo Awards 2017 serão anunciados dia 11 de Agotsto de 2017, em uma premiação em Helsinki Islândia.

Para conferir a lista completa de todos os indicado, acesse o site oficial da premiação.

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Doutor Estranho | O Método do Bizarro

O método do bizarro é o nome do primeiro arco do novo título mensal do Doutor Estranho. Foi lançado entre as edições 1-5 do título Doctor Strange Vol.4, com o roteiro de Jason Aaron e arte de Chris Bachalo. Atualmente, esse arco já foi finalizado na revista mensal do Doutor Estranho que a editora Panini está publicando.

A fase de Aaron e Bachalo com Stephen Strange vem sendo bastante elogiada, o que é um bom sinal para o personagem que, recentemente, teve um filme de sucesso no cinema e, agora, também está vivendo um bom momento nos quadrinhos.

Esse primeiro arco pode ser resumido como uma história introdutória, para quem não conhece o personagem e também para quem já conhecia, afinal, a última vez que o Doutor Estranho teve uma série regular mensal foi nos anos 80. Desde então, ele só fazia aparições nos títulos de outros personagens da Marvel e, eventualmente, ganhava minisséries.

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Doutor Estranho #1

“Os danos nos meus nervos nunca se curaram totalmente. Minhas mãos ainda doem e tremem a maior parte do tempo. É por isso que minha caligrafia é atroz, mesmo para um médico. E é por isso que deixo meu assistente, Wong , cozinhar. Mas quando lanço um feitiço do livro de Vishanti … Bom, veja por sim mesmo. Nenhum tremor a vista. O que é ótimo, já que estas mãos são tudo o que se interpõe entre vocês e as forças das trevas. “  – Citação de Doutor Estranho #1.

Como já citado, a história começa introduzindo brevemente a origem do Doutor e ainda traz alguns elementos novos que enriquecem o personagem.  Ainda no começo, também é explicada a função do Mago Supremo e algumas “leis” da magia, leis entre aspas porque não são exatamente leis, estão mais para consequências da magia.

“Quanto mais forte  o soco, mais você se machuca. Essa é a lição mais importante para um mago.”  – Fala do Ancião para Stephen em um flashback.

Doutor Estranho #1
Doutor Estranho #1

A problemática principal da trama envolve o aparecimento recorrente de criaturas de outras dimensões que não deveriam aparecer na Terra. E, nesse contexto é inserida a personagem Zelma Stanton que, inicialmente, é uma pessoa que precisa de uma cirurgia fora do comum e por isso procura o Doutor Estranho. No final do arco ela acaba se tornando a bibliotecária do Sanctum Sanctorum de Stephen.

Um elemento novo e muito interessante no universo místico do Estranho é a inserção do Bar Sem Portas, que nada mais é do que um lugar em que os magos se encontram para um Happy Hour e também para discutir acontecimentos envolvendo magia. Algumas figuras místicas já conhecidas do Universo Marvel frequentam esse bar, como a Feiticeira Escarlate, Doutor Vodu, Shaman, Magia e Daimon Hellstrom.

Em uma das reuniões de Stephen com seus colegas magos é mencionado que há algo estranho acontecendo com a magia e isso envolve a recorrente aparição de criaturas que não deveriam aparecer na terra. Aqui, é onde começa as pistas para o próximo arco, intitulado os “Os Últimos dias da Magia”.

Durante as cinco primeiras edições que compõe o primeiro arco, são deixadas diversas dicas e plots em aberto, que posteriormente são trabalhados. E isso envolve a morte de magos de vários universos, a morte da magia, e também um novo antagonista chamado Empirikul.

Doutor Estranho #2
Doutor Estranho #2

Agora, vamos falar da arte de Chris Bachalo, que já é um velho conhecido dos leitores de quadrinhos, principalmente por ter ilustrado diversas fases dos  X-Men e uma minissérie da Morte de Sandman. Ele não é um desenhista que agrada a todos e até divide opiniões por causa de seu traço com influência do traço oriental dos Mangas. Os seus personagens não têm um físico escultural, que é o mais comum nos quadrinhos de super-heróis, e a anatomia pode parecer estranha em alguns momentos e é exatamente por isso que ele se encaixa perfeitamente nesse título.

Stephen Strange não é um super-herói com corpo escultural, pelo menos não em sua criação por Steve Dikto, e também está fora do padrão comum de beleza, talvez esteja em um padrão de beleza mais excêntrico. Bachalo consegue transmitir satisfatoriamente as peculiaridades do Doutor Estranho e também de toda a maluquice envolvendo monstros e magia,com muita riqueza de detalhes.

Em relação à escrita é preciso dizer que os textos de Jason Aaron são ótimos. Não é a toa que o escritor foi premiado na categoria de Melhor Escritor do Eisner Awards 2016 por Star War, Doutor Estranho, Thor e Southern Bastards. Aaron utiliza muito bem os diálogos e as caixas de pensamentos para caracterizar Stephen Strange e os personagens secundários da história e também para criar uma trama envolvente.

Doutor Estranho #3
Doutor Estranho #3

O método do bizarro é um arco bastante satisfatório. Introduz diversos elementos novos para uma nova era do Mago Supremo da Marvel. Ao mesmo tempo que arrebata novos leitores com diversos mistérios, também encanta leitores antigos como novos desenvolvimentos que enriquecem o Doutor Estranho.

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Meia-Noite e Apolo | Ninguém vence o diabo em seu próprio jogo

Meia-Noite e Apolo é uma minissérie de seis edições lançada no selo DC Rebirth.  O roteiro é de Steve Orlando, um nome em ascensão na DC Comics, e a arte é de Fernando Blanco, Rômulo Fajardo Jr. e John Rauch.

Antes de ler essa mini, é necessário ter ciência de que se trata de uma história adulta (+18) com muita violência, sangue e um conteúdo levemente erótico. Estando ciente desse aviso, vamos à história.

A história gira torno do relacionamento do casal Lucas e Andrew, Meia-Noite e Apolo, respectivamente, e, como todo casal, eles tem alguns dilemas a enfrentar, como o fato de Apolo não aprovar o método de matar sem piedade de seu amado. Apesar disso, o relacionamento dos dois seguia firme, até que Apolo é morto. Porém, a morte é só um acontecimento corriqueiro nos quadrinhos. Assim que Lucas descobre que Andrew está no inferno decide resgata-lo.

Enquanto Meia-Noite busca uma forma de chegar ao inferno, Apolo tem uma conversa filosófica com Neron, que não é exatamente um vilão dentro da trama, mas ele tenta convencer o Deus Sol que seu lugar é no Inferno.

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“Finalmente eu vou para o Inferno.”

Um fato bastante interessante da história é a reformulação que Steve Orlando traz do personagem Extraño.

Extraño foi um personagem polêmico em sua criação nos anos 80. Ele é um mago hispânico e gay que, mais tarde, é atacado por um vampiro com AIDS chamado Hemo-Goblin e acabou sendo infectado com o vírus. O personagem foi muito mal visto pelo público devido à carga negativa de estereótipos e logo foi parar no limbo editorial.

Graças a Orlando, o personagem que já foi considerado um dos piores da DC Comics, recebeu um novo background e um novo visual. Na trama, Extraño é quem ajuda Meia-Noite descobrir o destino de seu amado após a morte, e também o auxilia em sua ida ao inferno.

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Extranõ – Antes | Depois

Na busca por Andrew, Meia-Noite passa por uma série de desafios, enfrenta diversos demônios e encara o próprio inferno personificado. E toda essa aventura fica mais empolgante com a arte de Fernando Blanco, Rômulo Fajardo Jr. e John Rauch. O resultado final da arte é especular do começo ao fim. Para os amantes de ação violenta essa minissérie é um prato cheio.

Pura ação
Pura ação

Teoricamente, ninguém vence no inferno além de Neron, mas, tal façanha é conquistada pelo casal mais poderoso dos quadrinhos. Meia-Noite com seus punhos, e Apolo com sua sabedoria, que lança uma questão que Neron não é capaz de responder corretamente.

Um beijo para celebrar a vida
Um beijo para celebrar a vida

A minissérie termina com um “final feliz” para Lucas e Andrew e uma despedida que faz referência à Action Comics #583, a famosa história do Alan Moore O que aconteceu com o Homem de Aço”.

Action Comics #583 | Midnighter and Apolo #6
Action Comics #583 | Midnighter and Apolo #6

Em Meia-Noite e Apolo, o Homem Mais Mortal do Mundo e o Deus Sol, tiveram uma história à altura de suas posições.

A única ressalva é que os dois não têm previsão para retornar para os quadrinhos, logo, essa história serve como uma despedida, por enquanto.

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Dark Nights: Metal | Primeira super saga do DC Rebirth é anunciada

Desde que o DC Rebirth estreou em 2016, a Editora das Lendas não lançou nenhuma super saga, apenas pequenos crossovers.

Já haviam conversas sobre o primeiro super evento do Rebirth, mas agora finalmente foi anunciado, e ele se chamará Dark Nights: Metal. Scott Snyder e Greg Capullo, a dupla dinâmica do Batman dos Novos 52, retorna no roteiro e arte, respectivamente, e ainda contará com Jonathan Glapion e FCO na equipe criativa. O evento abrangerá todo o Universo DC.

Eu tenho planejado Metal desde que escrevia Batman “, disse Snyder. “Mas isso é maior do que  Batman. Greg e eu começamos a deixar pistas durante “Corte das Corujas“, continuamos através de nossas histórias do Coringa,  e colocamos nossas maiores dicas na corrida que culminou em Batman #50 . E agora estamos de volta para contar uma história que abrange tudo. Este será o projeto definitivo de nossas carreiras. Metal nos leva em uma direção inteiramente nova. Greg e eu cavaremos sob a superfície de todas as histórias que contamos para encontrar um lugar de terror e pesadelos distorcidos.

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Dan DiDio, co-editor da DC, disse que enquanto ele se apoia na força do trabalho anterior de Snyder e Capullo juntos, Dark Nights: Metal vai “lançar algo novo e inesperado.”

Estamos colocando os melhores heróis do mundo em novas e inexploradas direções para contar uma história gigante, usando todos os personagens do nosso panteão“, disse DiDio.

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Dark Nights: Metal estreia no Verão dos EUA, com previsão para Agosto e sem tempo determinado para acabar.

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Novo quadrinho de Nick Fury promete muita ação ao estilo James Bond

Nick Fury ganhará um novo quadrinho mensal na Marvel. Porém, não se trata do Fury original, mas sim de seu filho Nick Fury Jr., que originalmente era conhecido  como Marcus Johnson. O personagem apareceu pela primeira vez em Battle Scars # 1, em 2012, e foi criado por Matt Fraction, Chris Yost, Scot Eaton, Cullen Bunn e Paul Neary. Ele nada mais é do que uma tentativa de criar um Nick Fury semelhante à versão do cinema, e essa decisão até dividiu opiniões, mas isso já são águas passadas.

O novo título de Nick Fury contará com o roteiro de James Robinson e a arte de ACO. A promessa é de muita ação e espionagem ao estilo James Bond.

Confira a prévia da primeira edição:

 

Nick Fury #1 está previsto para estrear dia 19 de Abril nos EUA.

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Demolidor de Mark Waid – Não há nada a se temer na luz

“Intencionalmente ou não, eu tendo a me manter nas sombras. Sempre tentei. E também tomo muitas decisões ruins. Talvez essas duas coisas não estejam totalmente desconectadas uma da outra. Posso ver isso agora. Que a luz não é algo que eu deva temer. Não mesmo. Digo, eu não posso enxergar, mas pelo amor de Deus, eu não sou CEGO.” – Daredevil vol.4 #18

Essa citação é da última edição do Demolidor do Mark Waid, e é uma síntese perfeita da passagem de Waid pelo personagem.

Em 2011, a Marvel relançou o quadrinho do Demolidor com o roteiro de Mark Waid e a arte de Paolo Rivera e Marcos Martin. Posteriormente, conta com a participação de outros artistas, como Mike Allred, Javier Rodriguez e Chris Samnee. Foi uma aposta arriscada, afinal, Waid veio com a ideia de transformar a revista do Demolidor em algo diferente do que vinha sendo feito com o personagem desde que Frank Miller reformulou o diabo de Hell’s Kitchen. E essa transformação funcionou, e muito bem. O título ainda levou alguns prêmios no Eisner Awards, que é o equivalente ao Oscar dos quadrinhos.

Antes de entender o significado do Demolidor de Waid, irei contextualizar as influências de Miller para o personagem.

O sucesso do Demolidor de Frank Miller e Klaus Janson, a minissérie Demolidor – O Homem sem medo e o famoso arco A Queda de Murdock, foi responsável por criar uma atmosfera sombria e uma zona de conforto para se escrever histórias do personagem.

A Queda de Murdock
A Queda de Murdock

Quase todo o material dos quadrinhos do Demolidor pós-Miller seguem uma fórmula de ATMOSFERA SOMBRIA + TRAGÉDIA COM ALGUMA NAMORADA DO MATT + DEMOLIDOR DEPRESSIVO (Chamarei carinhosamente de Fórmula Demolidor).

As fases mais notáveis pós-Miller são: Ann Noccenti e John Romita Jr., Kevin Smith e Joe Quesada, Brian Michael Bendis e Alex Maleev, e Ed. Brubaker e Michael Lark.

Essa Fórmula Demolidor deu certo, e no caso de Bendis e Maleev, deu MUITO certo, afinal a dupla até foi premiada e a passagem deles pelo título do Demolidor durou alguns anos (2001-2006). Um problema em seguir fórmulas é que elas só funcionam até se tornarem desgastantes, previsíveis e repetitivas. Logo que a fase de Bendis encerrou, quem assumiu o roteiro foi Ed. Brubaker, que é um roteirista competente e popular por fazer um bom uso do noir. As histórias da fase do Brubaker com o Demolidor são boas e interessantes, porém, muito previsíveis devido a persistência da fórmula já citada.

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Demolidor por Alex Maleev

 

Com a saída de Brubaker do título em 2009, foi a vez de Andy Diggle assumir o roteiro e, nessa altura, persistir na Fórmula Demolidor foi um erro, pois já estava saturada. Não que a passagem de Diggle seja ruim, só que não acrescenta grandes coisas para a mitologia do personagem. O acontecimento mais marcante da fase Diggle é a saga Terras das Sombras e, mesmo assim, é algo que divide a opinião dos fãs.

Terra das Sombras
Terra das Sombras

 

“Tudo era trevas antes de surgir a LUZ.” –  Credo Rosacruz

Devido ao desgaste da fórmula demolidor, algo precisava ser feito com o personagem, e então surgiu a Luz, Mark Waid, no caso.

Leitores mais assíduos de quadrinhos devem conhecer Mark Waid de trabalhos na DC Comics, sendo o mais popular O Reino do Amanhã, com a belíssima arte de Alex Ross.

Uma das características de Waid é trabalhar com o otimismo e a esperança em suas histórias, e é exatamente isso que ele fez em Demolidor.

O Matt Murdock de Waid ainda foi sobre um homem traumatizado com a perda do pai, o abandono da mãe, e a perda de seus muitos amores  (Karen Page, Elektra, Heather Glenn, e Milla Donovan). A grande diferença está no fato de Matt estar disposto a superar sua depressão com um sorriso e uma atitude alegre que beira a estranheza. Esse novo Matt até se permite fazer piadas e referências à cultura POP.

As contribuições de Waid para o personagem vão além de deixar o Matt alegre. Ele resgatou a atmosfera dos anos 60-70 com elementos dos primeiros dias do Demolidor de Stan Lee, lutando contra vilões buchas sem grandes motivações, um tom leve nas histórias e tramas curtas.

Aliado ao tom leve das histórias, a arte fluida e expressiva de Paolo Rivera, Marcos Martin, Javier Rodriguez, Mike Allred e Chris Samnee é uma grande contribuição para a atmosfera do título.

Demolidor e alguns monstros que fizeram sucesso nos anos 70 na Marvel
Demolidor e alguns monstros que fizeram sucesso nos anos 70 na Marvel

Waid ainda nos apresenta Kirsten McDuffie e Ikari, que foram gratas surpresas nas histórias.

Kirsten é o novo o interesse amoroso de Matt, é bem humorada e é uma Mulher Sem Medo para um Homem Sem Medo. Ela sabe que Matt é  o Demolidor e debocha disso, pois a identidade secreta dele já não era tão secreta como já foi um dia. E mesmo sabendo disso, Kirsten não tem medo de entrar em um relacionamento com um herói com um passado assombrado por mortes. E, ao contrário das outras namoradas do Demolidor, ela não tem um fim dramático, como as mortes de Elektra, Karen e Heather, ou a loucura de Milla.

Convenhamos, matar namoradas de super-heróis é um recurso extremamente datado. Isso funcionou muito bem quando Gwen Stacy morreu nos braços do Homem-Aranha, ou quando Elektra morreu nos braços de Matt. Foi chocante. Foi algo novo para época que foi lançado. Porém, isso se tornou uma fórmula batida para chocar o leitor.

Matt e Kirsten
Matt e Kirsten

Ikari é a versão reversa e com poderes melhorados do Demolidor que foi criado por Waid. As cenas de ação de Ikari contra o Demolidor com a arte de Chris Samnee são de encher os olhos e parar para admirar.

A principio, Ikari é só uma versão melhorada do Demolidor, mas também faz parte de uma trama maior, que é uma das características da  série. Tem tramas curtas, mas no final elas se interligam.

Ikari vs Demolidor por Chris Samnee
Ikari vs Demolidor por Chris Samnee

Um dos fatores que chama a atenção de muitos leitores do Demolidor é certa liberdade criativa que os roteiristas têm para mexer no universo do personagem. Mark Waid usa e abusa dessa liberdade, pois ele alterou o passado de alguns personagens, revelou que Foggy Nelson estava com câncer, criou Ikari ligando à origem do Demolidor, revelou a identidade do Demolidor publicamente, fez Matt Murdock abandonar Nova York, e ainda mudou o traje do Demolidor para um terno vermelho. O mais notável de tudo isso é que Waid desenvolveu suas premissas respeitando o que foi feito por escritores anteriores.

Novo traje do Demolidor
Novo traje do Demolidor

No final de 2015, Mark Waid concluiu a sua passagem nos quadrinhos do Demolidor para dar lugar a Charles Soule, o atual roteirista do título. Soule já retornou com uma atmosfera sombria para o personagem, e já está conquistando seu espaço ao sol.

Apesar de já ter retornado ao clima sombrio das ruas de Nova York, a fase de Waid foi a iluminação que precisava para o Demolidor ser revitalizado nos quadrinhos. Afinal, não há nada a se temer na luz.