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Aves de Rapina: Cartunesco, absurdo, enérgico e divertido

Enquanto preparava-se para viver a Arlequina em Esquadrão Suicida, Margot Robbie leu outros títulos da DC Comics. A ideia de Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa surgiu durante a San Diego Comic-Con de 2015. Robbie assim como os fãs, não esperava a aprovação do projeto, mas como foram bastante os elogios à sua performance, o estúdio concordou. Após 3 anos em desenvolvimento, o filme chega aos cinemas e o resultado é divertido e interessante.

A Arlequina e o Coringa terminaram. Como ele era a carta de imunidade dela em relação ao submundo de Gotham, ela é caçada por metade da cidade. Quando o diamante de Roman Sionis é roubado por Cassandra Cain, Harley une-se a Canário Negro, Caçadora e Renne Montoya para protegê-la. Todas as histórias individuais interconectam-se por diferentes razões, mas o objetivo é o mesmo: emancipação.

Cai pro pau, pudim fedido.

Em termos de direção, Cathy Yan faz um ótimo trabalho. Há muita precisão na coordenação dos movimentos de câmera para as cenas de ação (Extremamente bem coreografadas) e o timing cômico é quase perfeito. Além disso, a cinematografia por Matthew Libatique é responsável por planos muito bonitos. Porém, o maior esmero estético do filme é o design de produção por K. K. Barret, com cores vibrantes, estruturas bizarras e uma excelente interação com os personagens durante o ato final.

Enquanto isso, o roteiro por Christina Hodson é eficiente na transmissão da mensagem, os diálogos são engraçados, mas o último terço opta por exposição desnecessária. O aspecto mais forte da narrativa é a montagem por Jay Cassady, não linear, com transições de cena criativas e sinérgicas com a narração em primeira-pessoa.

Tem um simbolismo nesse frame e eu irei encontrá-lo. Oh meu deus, ela é tão linda <3

A forma como a história é contada é tão imperfeita, repleta de digressões, assim como a protagonista. A atmosfera é definida pela excelente trilha sonora composta por Daniel Plemberton. Apesar de todas as canções do álbum serem boas, a maioria delas não estão em alinhamento com os eventos.

 

O maior desafio de Aves de Rapina era a inserção de personagens diversos em um mesmo tom e funcionou perfeitamente. Robbie nasceu para a Arlequina e Jurnee Smollett Bell é compassiva e durona como Canário Negro. A Caçadora da Mary Elizabeth Winstead é a paródia perfeita da Beatrix Kiddo, de Kill Bill e o Ewan McGregor está divertidíssimo, fabuloso e sádico como Máscara Negra. Chris Missena, Rosie Perez também desempenham bons papeis.  Entretanto, a Cassandra Cain será um incomodo para os fãs. Apesar do distanciamento enorme do material-base, Ella Jay Basco é uma revelação.

No does it better

Aves de Rapina poderia ser mais longo, pois a conclusão é apressada. Todavia, é uma explosão de criatividade e tudo o que você espera em um filme da Arlequina. É cartunesco, absurdo, divertido e enérgico.

 

Por João Guilherme Fidelis

"Mas sabe de uma coisa ? Sentir raiva é fácil. Sentir ódio é fácil. Querer vingança e guardar rancor é fácil. Sorte sua, e minha que eu não gosto deste caminho. Eu simplesmente acredito que esse não é um caminho" - Superman (Action Comics #775)