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Breaking Bad e o episódio da mosca

Breaking Bad continua sendo para muitos uma das melhores séries já feitas, finalizada há seis anos atrás. BrBa é um exemplo de como executar uma trama, desenvolver personagens e criar um final que deixa todos os telespectadores satisfeitos – por conta disso, se tornou uma série incrível do início ao fim. Entretanto, há um episódio que divide a opinião dos fãs: 3×10 – ‘Fly‘.

O episódio em questão gira em torno de uma mosca que invade o laboratório onde Walter e Jesse produzem o famoso cristal azul, além dos métodos que eles usam para expulsar o inseto e voltar para a produção. Esse breve resumo faz parecer que é um episódio chato e massante, inclusive eu mesmo tive essa impressão quando assisti a série pela primeira vez (lá pra 2014). Porém após rever o episódio hoje e ter uma interpretação completamente diferente da que eu tive anteriormente, descobri que esse é um dos melhores episódios e um dos mais geniais de todas as temporadas. Demorou alguns anos para que eu decidisse maratonar Breaking Bad novamente, mas finalmente maratonei e entrei para o time dos que amam o episódio da mosca.

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Em 2010, durante a terceira temporada da série, a produção estava com pouco orçamento para fazer o episódio e por conta disso ‘Fly’ se passa apenas no laboratório, com os protagonistas da série e uma mosca. Se passando em apenas uma locação do início ao fim e explorando de forma excepcional a relação entre Walter White e Jesse Pinkman (que naquele momento estava, como em todo o decorrer da série, bem tensa), o décimo episódio da terceira temporada é um dos mais geniais já feitos e o mais injustiçado.

É até entendível o porque algumas pessoas não gostam dele: em uma temporada que estava bem agitada e num ponto onde faltavam apenas três episódios para sua conclusão, ‘Fly’ acaba sendo um balde de água fria jogada na cara do telespectados. Um episódio calmo, simples e sem nenhum plot twist. Entretanto, ele é fundamental para a saga de Heisenberg.

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Esse episódio é essencial no desenvolvimento de ambos os personagens, afinal, durante todo o confronto com a mosca vemos os dois conversando e interagindo, além de vermos também Walter desabafando sobre querer ter morrido antes de sua esposa descobrir a verdade e quase revelando sobre Jane para Jesse, assim como Pinkman cuidando de seu ex-professor após ter lhe dado um calmante para ele poder descansar e esquecer um pouco a obsessão de matar o inseto. Aqui, observamos que mesmo com suas brigas, ambos se preocupam verdadeiramente um com o outro.

Além do desenvolvimento, da trama e de sua execução, não podemos deixar de elogiar os detalhes técnicos da produção. A direção de Rian Johnson aqui – diferente de seu trabalho em Star Wars: The Last Jedi, que sinceramente deixou e muito a desejar – está espetacular. Sua ideia de fotografia onde a câmera segue o ponto de vista da mosca é algo único, isso em conjunto com a paleta de cores já conhecida da série.

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O fato do episódio conseguir contar uma história com tão poucos recursos, ao se passar em apenas uma locação, e conseguir desenvolver os dois personagens principais de uma forma absurda nos 50 minutos de exibição, em conjunto com a direção de Johnson, torna ‘Fly’ um dos episódios mais geniais de Breaking Bad, do início ao fim. Breaking Bad é minha série favorita, não que ela tenha algum valor sentimental pra mim ou que tenha me ensinado alguma coisa, mas foi a série que mais me prendeu para chegar ao seu desfecho, que é memorável, único e o melhor final para um seriado que eu já assisti (aprende, Game of Thrones).

Se você ainda não assistiu Breaking Bad, assista. Se você assistiu e odeia o episódio da mosca, assista 3×10 ‘Fly’ novamente, com outros olhos, e veja o quão genial esse episódio é.

 

Por José Victor

Estudante de Odontologia durante o dia, produtor de conteúdo durante a noite e redator por aqui nas horas vagas.