Categorias
Banner Quadrinhos Torre Entrevista

Conheça a Tortuga, a nova editora nacional

Cheirinho de editora nova no ar! E esse clima de final de ano, nos trouxe um presente maravilhoso, que foi a estreia da Editora Tortuga. A Editora, já chegou trazendo muitas novidades para o mundo dos quadrinhos, com um Catarse no ar, de DOIS GENERAIS, do cartunista e ilustrador canadense Scott Chantler.

A Editora Tortuga estreou aqui no Brasil, através do projeto dos idealizadores Flávio Soares e MJ Macedo, que gentilmente aceitaram nos conceder uma entrevista para nosso público conhecê-los melhor. Segue abaixo:

Monique – Como iniciou a ideia da editora e quem foram os idealizadores do projeto?

Flávio
A ideia da Tortuga nasceu a cerca de um ano. Eu tinha a ideia de montar uma editora e o MJ também pensava nisso como um “braço” para a MEMY. Como já temos uma relação de amizade e de trabalho há alguns anos, vimos que fazia mais sentido juntar esforços em uma única editora. Daí nasce a Tortuga como um selo dentro da MEMY – que produz uma pancada de conteúdo e vai anunciar nos próximos dias um calhamaço de projetos que estão sendo feitos há bastante tempo também.”

MJ
“A MEMY surgiu como um projeto pessoal meu, uns anos atrás, de criar uma empresa de entretenimento brasileira focada na criação e produção de propriedades intelectuais exclusivas, minhas e de outros artistas. E expandir essas ideias pro máximo de mídias possíveis: quadrinhos, livros, games e animações pro mercado nacional e internacional. Entre esses projetos, atualmente temos exclusividade das obras de Deodato Borges e Mike Deodato Jr, como o Flama, Ramthar, 3000 anos Depois e Quadros. Todos sendo desenvolvidos e reformulados para o mercado internacional e o público atual.

Parte do planejamento era ter outros braços e selos que dessem suporte a nossa atividade principal – de desenvolver projetos próprios – e conseguissem manter a equipe e os artistas envolvidos sem precisarmos nos tornar dependentes exclusivamente de investidores privados ou financiamento público. Minha principal preocupação sempre é ter liberdade criativa e autonomia artística, pros projetos serem desenvolvidos da melhor maneira possível. Dessa maneira surgiu, por exemplo, um estúdio de produção gráfica que atende editoras e produtoras de games/animações no exterior desde 2019, entre outras atividades e cujos lucros são revertidos para investir nas outras operações e manter toda a equipe.

Começamos a falar da Tortuga aproximadamente há um ano atrás, conforme o Flávio disse, e eu vi uma oportunidade de trabalhar também com projetos de autores nacionais que não entrariam na grade editorial da MEMY, por fugirem do escopo dela de obras mais voltadas para cultura pop. E desde então começamos a organizar a editora, fazer o planejamento e negociar com os autores.”

Monique – Adorei essa estréia no Catarse! Qual foi a motivação para esses primeiros títulos escolhidos?

Flávio
“O grande critério foi a qualidade. Independente da temática e de onde vem o quadrinho, ele precisa ter qualidade. DOIS GENERAIS se encaixa perfeitamente nisso e é um grande cartão de visitas para a Tortuga e para nossa visão editorial. Estamos falando de um quadrinho de um autor premiado lá fora, eleito um dos 40 melhores livros canadenses de não-ficção, publicado originalmente em 2010 e que nunca foi lançado aqui.

É este tipo de material que estamos de olho. DOIS GENERAIS é, na minha opinião, a melhor visão em quadrinhos para a II Guerra Mundial. E ainda tem um impacto maior não apenas por mostrar um lado que a grande indústria do entretenimento pouco mostra – a participação das tropas canadenses no front europeu – como também por se tratar de uma história real que mostra a atuação de Law Chantler, avô do autor, Scott Chantler, e seu amigo Jack Chrysler como oficiais da Infantaria Ligeira das Terras Altas Canadense.

Está tudo lá: treinamento, Dia D, avanço e conquista de territórios e todos os absurdos que uma guerra produz. Tudo isso contado de maneira brilhante por um narrador muitro habilidoso e que foi pouco visto por aqui.

Um ponto que vale ressaltar em nossa estratégia no Catarse é com relação ao preço e à entrega do livro. Independente do Catarse, DOIS GENERAIS será publicado – toda a parte de design editorial e letreiramento está pronta e o livro está, neste momento, em sua primeira revisão. Com isso em mente, muitas pessoas podem pensar “bom, se vai ser publicado, compro depois na loja ou no site”. Isto será possível, sim, mas o preço de R$ 35,00 (mais frete) que está no Catarse, vale apenas para o Catarse. É um preco especial de pré-venda. Quando o livro for para o site, custará, por baixo, R$ 50,00 (mais frete). Então, se ainda falta algum fator para o leitor decidir a compra – além da qualidade absurda de DOIS GENERAIS –, este fator é o preço: os preços de pré-venda valem apenas para a campanha do Catarse (inclusive com dois pacotes especiais para lojistas).”

Um outro ponto no qual estamos muito focados é na entrega. Como disse antes, a produção está correndo e o livro será impresso e entregue em fevereiro de 2022 ou até antes, se for possível. E este será o padrão para todos os livros da Tortuga – neste momento, já estamos trabalhando em nosso segundo título que entrará em campanha em janeiro de 2022.

Monique – Quais são os próximos passos da Tortuga para o próximo ano?

Flávio
“Conquistar o mundo, claro! (risos)

Falando sério, além de seguirmos com a publicação de material licenciado, nossos planos prevêem a produção e publicação de material inédito nacional – sempre mirando o combo qualidade + preço, porque, para nós, quadrinhos precisam ser baratos e isso não afeta a qualidade. Nossa ideia é nos próximos 12 meses estabelecermos uma régua de dois lançamentos por mês, sempre fazendo um valor muito mais atrativo na pré-venda pelo Catarse. Para o futuro, um de nossos projetos BR é, inclusive, a volta de um título clássico repaginado para o público e mercado de hoje (mas não posso adiantar mais nada além disso por enquanto).”

MJ
“Vale lembrar que nosso segundo título, Altai & Jonson, de Giorgio Cavazzano e Tiziano Sclavi, é nossa próxima publicação. A pré-venda começa em Janeiro e também será pelo Catarse.”

Monique – Muito obrigada por esse papo! Foi um prazer conhecer a Tortuga, espero ver grandes realizações para o próximo ano. Gostaria de deixar uma mensagem para os nossos leitores?

Flávio
“Nós é que agradecemos pelo espaço que vocês nos deram para falar da Tortuga.

Para os leitores, o que podemos dizer é: sigam a Tortuga nas redes sociais para ficarem por dentro de tudo que estamos planejando. Sigam também a MEMY para ver todos os outros projetos de conteúdos que estão sendo desenvolvidos e vão ganhar a luz do dia nos próximos meses – tem muita coisa, a Tortuga é só um pedacinho pequeno de tudo o que está acontecendo neste exato momento.

E usem nossos canais para mandarem sugestões. Nós queremos saber o que os leitores querem ver publicado aqui no Brasil. Como dissemos antes: não importa o mercado de onde vem o material (Europa, Ásia, Americas); o que nos importa é a qualidade. Se a sugestão fizer sentido dentro do nosso escopo editorial.”

MJ
“Muito obrigado pelo espaço! E para os leitores, só queria acrescentar que somos um grupo de artistas e profissionais, que dia a dia tem trabalhado duro para descobrir novas maneiras de financiar e produzir arte, num sistema cada vez mais auto sustentável e independente. E temos conseguido avanços incríveis, a Tortuga é só a pontinha do Iceberg. Mas ainda estamos começando. Então, vocês são peças fundamentais para que isso tudo realmente se concretize. O suporte do público é que vai fazer com que essa e muitas outras magias aconteçam.”

Entrevistados:

  • Flavio Soares | TORTUGA.MEMY.MEDIA – Editor in Chief | Editor chefe
  •  MJ Macedo | MEMY.media – Chief Executive Officer | Diretor Executivo

O lançamento de DOIS GENERAIS está com um preço promocional de R$ 35,00 + frete (Valor para aquisão apenas de Dois Generais) , valor bem especial para ninguém ficar de fora não acham? E mais! Para quem apoiar ainda vai encontrar nos pacotes de recompensas além dos papéis de parede, mais dois quadrinhos da editora Marsupial/Jupati, Desastres Ambulantes e Ruínas.

Link para o apoio do Catarse no Banner abaixo!

Categorias
Banner Música Vitrola

Katy Perry mostra seu amadurecimento mental e musical em Smile

“Tive que tomar remédios para depressão pela primeira vez na minha vida e eu estava com muita vergonha. Eu pensava: ‘Eu sou a Katy Perry. Eu escrevi Firework. Eu tomo remédios. Isso é fodido.” – Katy Perry em live para fãs.

 

Katy Perry lançou hoje (28) seu quinto álbum de estúdio, Smile. Como explicado pela própria cantora, Smile é focado em contar sua jornada em busca de seu sorriso de volta após uma das fases mais obscuras de sua vida.

Para entender o álbum enquanto obra, é necessário saber o quê houve com a vida e carreira de Perry desde o fim da produção de Witness (2017), seu quarto álbum de estúdio. No âmbito profissional, é inegável que sua carreira regrediu no que se diz respeito a desempenho comercial. Claro que vendo apenas números, a era Witness poderia ser a maior era de qualquer outro artista. Mas, para os padrões que a Californiana havia entregado até aquela época, o disco foi bem aquém do esperado. Não agradando muito a crítica, e principalmente, público.

No âmbito pessoal, a intérprete de Roar e o intérprete do Legolas decidiram terminar o então namoro no mesmo período em que Katy estava sendo obrigada a dar uns passos para trás em sua carreira. O mix do caos pessoal com o caos profissional foi suficiente para que a depressão, doença qual Katy já lidava há algum tempo, voltasse de maneira mais forte do que nunca.

Esse era o cenário que inspirou a criação do que hoje conhecemos por Smile.

Imagem

“Por que eles estão aqui para me ver? Eles não gostam de mim, só pensam que gostam. Nem eu gosto de mim”. – Katy Perry sobre seus pensamentos durante a turnê de Witness

 

Os anos foram passando e Katy começou a melhorar. Fez terapia, retomou seu relacionamento com Orlando, ficou noiva, engravidou (e agora, já teve a filha) e voltou a fazer música. Só que desta vez, sem colocar muita expectativa comercial sobre seus novos passos. 

A primeira prévia que tivemos de Smile foi o single Never Really Over, lançado no meio do ano passado. Que apesar de não ter sido um hit #1 nas paradas, acumulou e ainda acumula bons números ao redor do mundo. Até então, é o maior sucesso do disco. E merecidamente, pois não é só uma das melhores faixas do álbum, como também de toda carreira de Perry. Um acerto. Literalmente uma perfeição pop. 

Never Really Over é também a faixa de abertura do disco, e antecede os outros dois grandes destaques do álbum: Cry About It Later e Teary Eyes. A primeira, é o momento qual Katy decide se divertir um pouco, e deixar o choro para mais tarde. É um synth pop delicioso que consegue ficar melhor ainda no final, quando um solo de guitarra surpreendentemente abençoa nossos ouvidos. A segunda, Teary Eyes, Katy está surfando novamente na dance music noventista. Sub-gênero na qual ela sempre conseguiu trabalhar com maestria, vide Walking On Air, Swish Swish e Roulette. Porém, desta vez, diferente de suas irmãs mais velhas, aqui ela continua se divertindo, mas triste. Dançando enquanto seus olhos estão lacrimejando. 

Além da sonoridade das 3 primeiras canções, o destaque vale pelo posicionamento delas dentro da tracklist. Smile é, de longe, o álbum mais coeso da carreira de Katy. Em Prism (2013) tivemos um álbum quase representativo ao yin yang. De um lado, um caos e desordem, do outro, paz e tranquilidade. Em Witness, tivemos um álbum sonoramente coeso, mas liricamente um pouco confuso. E em Smile, esses erros não se repetem. Katy, não só aprendeu a recuperar seu sorriso de volta, como também a montar tracklists.

Podemos dividir Smile em 4 atos, onde cada um possui 3 faixas. – A propósito, aqui entra um erro do álbum. Interludes seriam bem vindas, era a oportunidade perfeita de Katy usá-las pela 1ª vez. – Parte de sua fanbase vem intitulando elas de: Teraphy, Recovery, Hapiness e True Love. (em tradução: Terapia, Recuperação, Felicidade e Amor Verdadeiro) Literalmente uma jornada, com começo meio e fim. Com Katheryn perdendo o controle mental no início, até o encontro com ela mesma em sua essência em What Makes A Woman.

A segunda etapa do CD, começa com o single Daisies. Katy canta sobre acreditar em quem ela é, e não mudar até estiver morta. O despertar começa a partir daqui. No entanto, por mais positiva a mensagem seja, falta algo a mais. Principalmente se tratando de um single. Se Daisies seguisse uma estrutura similar com What About Us de P!nk, talvez soasse um pouco melhor. 

Embora esse ato seja um dos mais poderosos e interessantes liricamente, o trio formado por Daisies, Resilient e Not The End Of World é o mais chato do projeto. Resilient, produzida pela dupla Stargate, a mesma por trás do smash hit Firework, é irritante e monótona. Chegar até o final da canção pode ser um pouco exaustivo. Not The End Of World, tem uma atmosfera apocalíptica bem legal, poderia facilmente estar numa trilha sonora de Game Of Thrones, ou qualquer produção épica, mas não foi explorada como deveria. A faixa grita por um momento de break. Existia aqui um bom potencial para a sucessora do hit global Dark Horse

Katy Perry lança 'Smile', canção que dá nome ao seu novo álbum; ouça

A parte da felicidade, obviamente deveria abrir com a faixa-título do álbum. Smile é uma canção inteiramente Katy Perry. Lembra a vibe de suas músicas leves e coloridas como Birthday e Last Friday Night, mesmo tendo uma letra interessante. Não é nada inovador para o currículo, mas funciona no cd e sintetiza bem o tema do álbum.

Em Champagne Problems, Katy comemora a superação dos problemas com Orlando Bloom. É uma música pop deliciosa, refrão chiclete com uma leve influência latina e sem ser clichê. Seria um bom single, assim como Tucked. Faixa na qual Katy volta para dance music no melhor estilo Kylie Minogue (Os Na Na Na parecem sample de Can’t You Get Out Of My Head). 

Todos os dias, sempre iguais
Passando por emoções que pareciam tão falsas
Não era eu mesma, não era o meu melhor
Parecia que eu tinha falhado no teste
Mas cada lágrima foi uma lição
A rejeição pode ser uma proteção de Deus
Uma longa estrada para conseguir essa redenção
Mas não há atalhos para uma benção”
 –  Katy Perry em Smile

 

Por fim, temos o Amor Verdadeiro. Abrindo com a já conhecida e superestimada, Harleys In Hawaii. Aqui, Katy continua bem mais despretensiosa e apaixonada. Harleys é sensual e fresh; uma pena ter passado despercebida pelo grande público. Only Love é a melhor composição do disco, e chega a lembrar canções do Lover de Taylor Swift. Finalmente ela está aprendendo novamente a fazer bons refrões. Perry age como se estivesse em seu último dia de vida aqui na terra e soubesse disso. Provavelmente, a inspiração veio quando a sua depressão fazia pensar no pior. 

E a última faixa, What Makes A Woman, apesar de ser bem curta, cumpre seu propósito. Katy venceu seus demônios, aprendeu a sorrir e amar de novo. Não só a si mesma, como seu parceiro, família, amigos e até mesmo carreira. É a faixa que sonoramente mais destoa do álbum, apostando em um pop-folk-county, uma área que Katy tem bastante potencial para explorar. – É válido torcer para um remix dessa faixa com Kacey Musgraves, inclusive. -.

“Oh, eu ligaria para minha mãe e diria que sinto muito
Eu nunca retorno suas ligações
Eu colocaria meu coração e minha alma em uma carta
E mandaria pro meu pai
Tipo, ai meu Deus, o tempo que eu perdi
Perdida nos meus pensamentos
Deixe-me esquecer esse mundo de ódio para trás
E levar o amor no lugar dele”
– Katy Perry em Only Love

Review: Katy Perry's 'Smile' - Rolling Stone

Smile é o álbum mais pessoal e maduro de Katy Perry. Definitivamente não é algo monumental e icônico, mas é um bom disco pop.  Não devemos ter aqui uma síndrome de Cronos e querer apontar se o álbum crescerá a longo prazo ou “envelhecerá bem”. Pode ser que sim, pode ser que não. – Honestamente, acredito que Perry ainda pode entregar muito mais do que vimos em Smile. –

Embora muitos não acreditem, Katy Perry encontrou o seu sorriso de volta, mas também se encontrou no seu próprio som e composição. E isso não vem de hoje.
A jornada que ela tem feito até aqui é de evolução e amadurecimento, e isso está se refletindo inteiramente em sua arte. E que bom que é de uma maneira feliz. 

Nota: 7.5/10

Categorias
Banner Música Vitrola

Folklore é um perfeito devaneio

O substantivo “folclore” tem como significado a reunião de de costumes e tradições de um povo que são contadas de forma oral, atravessando gerações. De origem inglesa, a palavra vem do termo “folklore”, que é também o título do oitavo álbum de estúdio de Taylor Swift.

Todos nós já tivemos contato com o folclore, histórias macabras, divertidas e cativantes. No nosso país, desde a infância ouvimos sobre o Saci Pererê, o Curupira, a Iara, a Mula Sem-Cabeça e tantos outros. Já em outros, há histórias sobre os mais diversos seres como, gnomos, duendes, fadas e fantasmas. É, de fato, algo universal. Porque boas histórias atravessam fronteiras e o tempo.

https://www.instagram.com/p/CC-9usjDzUw/

 

Taylor surgiu no mundo da música country, há mais de 13 anos atrás, chamando atenção pela sua excelência artística como compositora. Ela era tão jovem, mas sabia como poucos escrever grandes canções. Com o passar dos anos, Swift se tornou um fenômeno global. Mergulhou de cabeça na música pop, vendeu mais de 80 milhões de discos no mundo todo e virou dona da segunda maior turnê feminina da história, ficando atrás somente de Madonna. 

Porém, a música pop é cheia de regras e estruturas a serem seguidas. O que podem fazer com que muitos artistas não consigam extrapolar certos limites devido a todo mercado em jogo. E Taylor sofreu com isso. É claro que com seu talento, ela conseguia escrever grandes hinos pop como “Style” ou “New Romantics”, mas ainda não havia encontrado o caminho certo para voltar a explorar todo o seu potencial enquanto compositora. Mas felizmente, ela agora o encontrou. 

Imagem

 

folklore é nada mais do que um álbum de histórias. E boas histórias. Taylor está contando e cantando sobre personagens que surgiram em seus devaneios, principalmente durante o isolamento social nos últimos meses. São perspectivas e experiências que vão além dela. 

Passeamos por narrativas cotidianas e até históricas. Há conto de uma viúva mal vista por sua cidade inteira, há homenagem aos profissionais da saúde que estão no combate a COVID-19 e principalmente, há histórias de relacionamentos. 

Swift compõe com toda maestria e sensibilidade de que se pode esperar de um compositor. Tudo é tão detalhado que, caso não soubéssemos que as histórias são de personagens, pensaríamos que seriam experiências da própria Taylor. Os pontos altos das composições estão nas faixas “the 1″, “exile”, ”epiphany” e nas já lendárias “cardigan”, “illict affairs” e “betty”, trio de músicas interligadas que contam uma só história: Um triângulo amoroso entre adolescentes e todos os seus pontos de vistas e nuances. 

A produção está no mesmo nível de qualidade quanto às composições. A maior parte das faixas são produzidas por Aaron Dessner, membro da banda The National. Aaron faz um excelente trabalho dentro do disco. Principalmente nas faixas “epiphany” (a música dedicada aos profissionais de saúde) que tem a melhor atmosfera do disco, ela é transcendente. E “exile”, parceria com Bon Iver, favorita a receber a coroa de melhor música do projeto com o passar do tempo.

Além disso, há na jogada Jack Antonoff, parceiro musical de longa data de Taylor. Jack tem fama de Rei Midas. Absolutamente tudo que ele produz, é ouro. (Ouça Melodrama de Lorde ou Masseduction de St. Vincent para entender isso). “august”, “mirrorball” e “betty”, única faixa produzida por Antonoff e Aaron, não deixam mentir esta afirmação. 

Imagem

Entretanto, há pontos que fazem com que folklore não consiga abraçar a completa perfeição, embora toque-a. Ter um álbum longo, de 16 faixas e 1h de duração é perigoso, ainda mais em um projeto que possuiu um conjunto de faixas maravilhosas. Algumas boas, mas não tão boas, acabam se perdendo no meio da curadoria. Isso quando não fazem o álbum soar massivo e cansativo, que é o caso de faixas como “the last great american dynasty”, “mad woman” e “hoax”. Que não são de todo mal, mas não fariam diferença se não estivessem ali. 

Há algumas faixas em folklore onde Taylor levemente flerta com elementos do experimentalismo, e é uma pena que seja de maneira tão simples. Talvez a cantora esteja guardando essa ideia para álbuns futuros quando acreditar que ela e seu público terá mais maturidade musical para tal coisa. Mas que é uma pena não explorar mais as faixas com sons “esquisitos” e longas durações de instrumental, isto é. “epiphany”, como já citado anteriormente, tem a melhor atmosfera do álbum, é uma faixa que poderia facilmente passar dos 6, 7, 8 minutos. E o próprio primeiro single, cardigan tem sons muito interessantes na parte final do seu instrumental que poderiam ser mais explorados. 

Por fim, folklore já nasce se consolidando um dos melhores álbuns do ano e quiçá, o melhor da carreira de Taylor Swift. Seus pequenos defeitos não são suficiente para descredibilizar toda sua qualidade e maturidade. Taylor finalmente achou sua redenção em entregar perfeitas composições na música pop, e ter flertado com o som alternativo foi essencial para isso. folklore fica melhor a cada nova reprodução, e por isso, parece que irá envelhecer como um bom vinho. Ou melhor, será repassado de geração em geração porque é isso que acontece com boas histórias, elas viram universais. 

Nota: 9.0/10

 

 

Categorias
Banner Séries

Corpo de atriz Naya Rivera é encontrado; atriz morre aos 33 anos

CALIFÓRNIA – A polícia do condado de Ventura acaba de confirmar que o corpo encontrado hoje (13) no lago Piru, era de Naya Rivera de 33 anos. A atriz conhecida pelo seu papel na série de sucesso Glee, estava desparecida desde o último dia 9 de Julho, após um passeio de barco com seu filho de 4 anos.

A busca pelo corpo de Naya se inciaram logo após uma moradora da região encontrar seu filho, Josey dormindo sozinho dentro do barco alugado.

A dificuldade das equipes em encontrar a atriz pelo rio Piru foi dada as condições que o mesmo apresentava. O rio possui quase 10 metros de profundidade e conta com galhos e lixos em seu fundo, o que possibilita com que nadadores ficassem presos por lá.

Naya Rivera fez aborto para continuar em Glee – Beco Literário

Naya Rivera na personagem Santana Lopez, na série Glee.

 

Naya Rivera deu vida a personagem Santana Lopez, na série Glee. Além das performances conhecidas pelo público de hits como Valerie de Amy Whinehouse e Smooth Criminal de Michael Jackson, sua personagem era de fundamental importância a comunidade LGBTQIA+ por ser lésbica.

A confirmação de sua morte acompanha de uma infeliz coincidência. Neste mesmo dia em 2013, seu colega de elenco Cory Monteith, também faleceu, vítima de uma overdose.

Joey, seu único filho, está bem segundo a revista People. O menino está sobre cuidado do pai, ex-marido de Naya, Ryan Dorsey.

Corpo de Naya Rivera é encontrado no mesmo dia da morte de Cory ...

Cory Monteith e Naya Rivera

 

 

Categorias
Banner Quadrinhos

Contato Remoto #1 – Pandemia em Quadrinhos

Como estão vocês, pessoal? Estão se cuidando? Bem, nesses tempos difíceis, novas ideias também tomaram conta de nós e, dentre elas, ressuscitar nosso podcast. Agora em novo formato e equipe lançamos a primeira edição do Contato Remoto, podcast da Torre que vai falar sobre quadrinhos, games, filmes, séries, eventos e tudo que vocês e nós gostamos!

Para estrear o assunto não poderia ser outro: Pandemia em Quadrinhos. Com a escalação de Marcus (este que vos fala), Keys (Guilherme Andrade) e Roka (Ricardo Ramos) indicamos alguns títulos que têm, inclusive, uma assustadora similaridade com os tempos atuais. Selecionamos seis HQs que gostamos muito e com certeza vocês também vão curtir. Apertem o play e divirtam-se!

https://open.spotify.com/episode/7HAFP1rH3mQYgW6blA2UJi?si=PHG5qUffT4eIIa_3VFbe9Q

Comentado no podcast:

Crossed

Black Hole

Memetic

The Beauty

Emerging

Kago Shintaro
Parasyte


La Dansarina


E isso é só o começo. Sigam nossas páginas, inscrevam-se no nosso perfil no Spotify e, além do Contato Remoto, lá também vão encontrar em primeira mão nosso podcast de Games, o Game Room! Venham conosco e até a próxima!

 

Categorias
Banner Cultura Japonesa Mangá

NewPOP anuncia ‘Fireworks’, ‘Zero no Tsukaima’ e ‘My Lesbian Experience With Loneliness’ no Ressaca Friends 2018

Nos dias 15 e 16 de Dezembro, acontece em São Paulo o Ressaca Friends 2018, evento de Cultura Nerd e Otaku. Dentre diversas atrações, as palestras das editoras sempre são as mais esperadas por aqueles que querem aumentar sua coleção, por normalmente trazerem anúncios.

Em sua palestra, a Editora NewPOP anunciou cinco novos títulos. Confira:

FIREWORKS

Mangá e Novel, baseados na obra de Shunji Iwai.

Em um dia de suas férias de verão, um grupo de garotos vai até o farol da praia para ver um show de fogos de artifício, e tentar descobrir como eles se parecem quando vistos por outro ângulo. Porém, um dos garotos, Norimichi, recebe um convite da garota que ele gosta, Nazuma: Ela queria fugir dali, junto com ele.

ZERO NO TSUKAIMA

Mangá e Novel, baseados na obra de Noboru Yamaguchi.

O continente de Halkeginia é agitado – um lugar onde vários Reinos, Principados, Ducados e Feudos lutam entre si buscando expandir seus domínios. A nobreza trama internamente para ganhar influência com seus soberanos, ou até mesmo soberanos rivais. No centro de Halkeginia existe o pequeno (mas importante) Reino de Tristein. Seu maior destaque é por conta da Academia da Magia de Tristein, que recebe nobres de todo o mundo para que possam estudar magia. Embora diversas amizades, independente de nacionalidade, podem ser forjadas dentro da Academia, elas sobreviverão as tramóias políticas do mundo, depois que os estudos terminarem?

Louise é uma estudante da Academia de Magia de Tristein, e tem fama de ser uma péssima maga. Um dia, os alunos participam de uma cerimônia onde cada um deles deve evocar uma entidade para servir como seu familiar. De alguma forma, Louise acaba por evocar um garoto chamado Hiraga Saito. Logo após ser transportado de seu mundo natal para esse novo mundo mágico, ele acaba se tornando o familiar da garota.

MY LESBIAN EXPERIENCE WITH LONELINESS

Mangá, baseado na obra de Kabi Nagata.

O mangá é uma autobiografia da autora, Kabi Nagata, e conta a fundo sobre temas como sua saúde mental, a exploração de sua própria sexualidade, e as experiências que vivenciou enquanto crescia.

A própria editora tweetou sobre seus cinco anúncios algum tempo depois da palestra:

Ainda não há previsão para o lançamento de nenhum dos anúncios.