O clichê também pode ser encantador, quando alinhado com uma direção competente e um roteiro que sabe fazer o básico. Look Back, média-metragem da Amazon MGM, é a personificação dessa premissa, conquistando o público com uma narrativa simples, mas profundamente emocionante.
Este média-metragem não busca reinventar o subgênero de dramédia; ao contrário, ele abraça a simplicidade e o realismo como pilares de sua trama. Essa escolha traz uma sinceridade que permite ao espectador se conectar com a história de maneira autêntica, lembrando que, às vezes, é no básico que reside o maior impacto.
Look Back segue a história de uma aluna da quarta série, excessivamente confiante Fujino e a reclusa Kyomoto bem diferentes, mas o amor por desenhar mangás une essas duas garotas de uma cidade pequena, em uma história comovente de crescimento e progresso.
Para aqueles que conhecem a trama original do mangá, Look Back não traz grandes surpresas em sua adaptação, uma vez que não acrescenta nenhum elemento substancialmente novo. Porém, o público leigo ou aqueles que costumam consumir animes em formato de série ou filme sem acomapanhar suas versões literárias, poderão ser profundamente impactados pela conclusão apresentada, mesmo que ela tenha sido repetida incansavelmente em outras produções do gênero. A previsibilidade dessa conclusão, no entanto, não diminui o mérito do longa, que, com sua simplicidade e sinceridade, se revela um média-metragem visualmente encantador e emocionalmente envolvente, deixando o telespectador imerso em uma reflexão silenciosa sobre o que acabou de vivenciar.
A força da obra resiste justamente, em sua habilidade de conectar com a emoção do público sem recorrer a artifícios complexos. A humildade de sua narrativa permite que o conto seja vivido com mais impetuosidade, criando um espaço para que o espectador tenha nostalgia com as dores e alegrias da juventude de maneira imediata. Esse poder de ressoar, mesmo com recursos simplórios, é um dos aspectos mais admirados neste tipo de produção.
Além disso, a direção e roteiro de Look Back sabem explorar o ritmo da história de forma eficaz, equilibrando momentos suavidade emocional com complexos existênciais. Ao contrário de muitas adaptações que se perdem no desejo de inovar, a produção encontra seu charme na fidelidade à obra original, respeitando seus elementos fundamentais e, ao mesmo tempo, tornando-os acessíveis a um público mais amplo. Ao final, não é a novidade que cativa, mas a universalidade da mensagem e a habilidade do filme em comunicar sentimentos complexos de maneira simples e poderosa.
Look Back se destaca não por sua originalidade, mas pela forma como consegue transmitir uma profundidade emocional rara em uma obra de tão simples premissas. A adaptação do mangá, que poderia se perder na repetição, encontra sua força ao explorar de maneira sincera e tocante os temas universais de amar e perder.
A conclusão previsível, longe de enfraquecer a produção, confere-lhe uma melancólica elegância, reforçando a ideia de que, por vezes, o que realmente importa não é o que vem a seguir, mas o impacto do momento presente. Além disso, Look Back faz um pequeno desvio em sua abordagem do amor, ao mergulhar, ainda que de maneira sutil, no philia, o amor fraternal e a busca por entendimento mútuo, fugindo, assim, da narrativa focada apenas no eros tão comumente explorado. Ao final, o média-metragem nos deixa com mais perguntas do que respostas, não porque seja enigmático, mas porque, com sua simplicidade, nos força a refletir sobre o que de fato é essencial.
Pois é, amigos… Acaba de falecer a referência suprema dos animes e mangás, que furou a bolha do entretenimento e inspirou gerações. Akira Toriyama partiu aos 68 anos. A morte foi provocada por um hematoma subdural, que é quando acontece um acúmulo de sangue entre o cérebro e o crânio. A notícia foi confirmada através do perfil oficial da franquia no X (antigo Twitter).
“Queridos Amigos e Parceiros,
É com profundo pesar que informamos que o criador de mangá Akira Toriyama faleceu em 1º de março devido a uma hematoma subdural aguda. Ele tinha 68 anos de idade.
É com grande pesar que percebemos que ele ainda tinha várias obras em processo de criação, com grande entusiasmo. Além disso, ele teria muitas mais coisas para alcançar. No entanto, ele deixou muitos títulos de mangá e obras de arte para este mundo. Graças ao apoio de tantas pessoas ao redor do mundo, ele pôde continuar suas atividades criativas por mais de 45 anos. Esperamos que o mundo único de criação de Akira Toriyama continue a ser amado por todos por muito tempo.
Informamos esta triste notícia, agradecidos pela sua gentileza durante sua vida.
O serviço funerário foi realizado com sua família e pouquíssimos parentes. Seguindo seus desejos por tranquilidade, respeitosamente informamos que não aceitaremos flores, presentes de condolências, visitas, oferendas e outros. Além disso, pedimos que evitem conduzir entrevistas com sua família.
Planos futuros para um encontro comemorativo não foram decididos, informaremos quando estiver confirmado. Agradecemos profundamente sua compreensão e apoio, como sempre.”
Como dito no comunicado, Akira partiu no dia 1° de Março, mas somente hoje tivemos a confirmação. Seu legado vai perdurar para a eternidade.
Você pode dizer várias coisas sobre o anime de hoje (e eu vou, inclusive), mas uma coisa não dá pra falar: Que Undead Murder Farce faz propaganda enganosa. O show realmente tem mortos-vivos, assassinatos e farsas, fazendo jus ao nome. Mas, felizmente, o negócio é muito mais do que apenas isso.
Baseado em uma novel de mesmo nome, com autoria de Yugo Aosaki, “Undead Murder Farce” é um animê recém-concluído com 13 episódios. Produzido pelo estúdio Lapin Track e dirigido por Mamoru Hatakeyama (que também trabalhou, entre outros títulos, em “Kaguya-sama“). A sinopse e o trailer seguem, conforme disponibilizados pela Crunchyroll:
O século XIX. Um mundo habitado por vampiros, golems, lobisomens e outras criaturas sobrenaturais. Beleza imortal e cabeça decepada Aya Rindo, junto com o meio-humano/meio-demônio “Matador de Demônios” Tsugaru Shunichi e sua leal empregada Shizuku Hasei, viaja pela Europa como a detetive sobrenatural “A Usuária da Gaiola”, resolvendo mistérios paranormais enquanto ela procura por seu corpo perdido.
Para começar, temos que discutir o gênero “detetivesco“: O que faz com que obras de mistério sejam divertidas para o público? Isso é uma pergunta bastante pessoal e que cada um terá uma resposta diferente, mas acredito que existe um ponto em comum em todas elas, que é o fato de você “ser capaz de chegar na conclusão correta com base nas informações que foram fornecidas“.
O que faz com que livros da Agatha Christie sejam sucessos até hoje? Bem, além da fama pré-estabelecida que a impulsiona, essa fama foi criada por sua qualidade: Os mistérios em seus livros requerem muito pensamento analítico, mas eles podem ser resolvidos com o que te contaram. Não há sensação pior do que acompanhar toda a investigação, para a solução vir de alguma coisa não contada, literalmente tirada da cartola no último segundo.
E é nesse ponto que muitos mistérios “sobrenaturais” pecam. Quando saímos da realidade e entramos num mundo fantasioso, as leis que regem a lógica e o bom senso são alteradas. O espectador não pode mais usar apenas a sua linha de raciocínio, e depende ainda mais da obra te dando os detalhes necessários para chegar na verdade. E, putz, tem muita obra por aí que decepciona nesse quesito. Olhando para você, Tanmoshi.
Em “Undead Murder Farce”, porém, eles conseguem atingir o equilíbrio entre exposição e sutileza. Ao ter um “monstro especialista em monstros” como a detetive do caso, as longas e muitas vezes desnecessárias (no universo) explicações de como monstros funcionam entram de forma natural na narrativa. Explicar para um vampiro como a regeneração de um vampiro funciona parece inútil, mas é necessário para o espectador. E fazer isso através de uma dedução de detetive, que sempre parte do óbvio para chegar num novo ponto, é uma das melhores formas de fazê-lo.
Toda a investigação que leva à verdade é sempre um papo-cabeça. Hã? Entendeu?? Há! (Reprodução: Crunchyroll)
Com três grandes arcos na temporada, temos três casos tão diversos quanto o elenco da série: Um assassinato de uma vampira de família nobre; um roubo de uma jóia de dentro de uma mansão extremamente vigiada; e uma série de assassinatos misteriosos numa vila isolada. As resoluções são difíceis, mas não impossíveis, e a satisfação do final do arco é ampliada pelo uso de todos os detalhes fantasiosos que nos foram apresentados ao longo dos episódios.
Falando no elenco, o animê reúne figuras históricas e da ficção do século 19 em uma junção que eu cheguei a chamar carinhosamente de “A Liga Extraordinária, versão otaku“. Ou, se preferir um exemplo mais superficial, “Os Vingadores do século 19, versão otaku”.
Sem entregar tudo e ser xingado por spoilar demais, apenas alguns nomes: Sherlock Holmes e James Moriarty; O Fantasma da Ópera; Phileas Fogg e Passepartout… A lista segue, com referências divertidas e interessantes às obras originais, e interações que só poderiam acontecer em colaborações desse estilo.
Junto com os figurões já conhecidos, temos também alguns personagens originais. E eu queria destacar os dois protagonistas: A imortal Aya Rindo, e o “Matador de Demônios” Tsugaru Shunichi. Além de serem extremamente carismáticas e transbordarem personalidade, o jeito como eles interagem entre si é uma recompensa por si só. Mesmo estando ambos em situações precárias, numa busca por vingança que inevitavelmente os levarão à morte (ou, talvez, justamente por estarem nessa situação), eles conseguem brincar, contar piadas e fazer jogos de palavras um com o outro, sempre mantendo a atmosfera ao redor do elenco num alto astral. E esse “alívio cômico”, digamos assim, ajuda o clima da obra a se manter bem mais neutro do que os temas e acontecimentos poderiam sugerir.
O jeito como o Tsugaru é basicamente um shitpost ambulante realmente ajuda o animê (Reprodução: Crunchyroll)
E mesmo quando o animê se debruça mais na ação e se afasta dos jogos mentais e deduções detetivescas, ele ainda dá um show. A coreografia e animação das lutas é sensacional, com os golpes inusitados e manobras inesperadas de Tsugaru sempre me deixando de queixo caído (como exemplificado pela abertura, que, aliás, é um banger). Não apenas bonitas, as sequências se esforçam para parecerem maneiras, dando aquele ar de massavéio que cativa os olhos e te prende na tela.
Por fim, embora não seja uma temática que está na superfície da obra o tempo inteiro, ainda podemos fazer uma leitura interessante sobre a interação entre os humanos e os “monstros“. Claro, a ideia é mais antiga que andar pra frente, mas o conceito de humanizar os monstros e demonizar os humanos é algo que pode ser lido nas entrelinhas do animê. Eu acho essa leitura um pouco simplista demais, porém, e entendo a situação do mundo e a mensagem como algo mais primalístico: No fim das contas, seja humano ou monstro, todo ser vivo se esforça, em certos momentos quase instintivamente, para sobreviver. E numa situação onde você foi colocado com as costas contra a parede, quem poderia te julgar pelo que fez para salvar a própria pele?
Em resumo, “Undead Murder Farce” funciona como história de detetive mesmo com seus elementos sobrenaturais; funciona como animê de porradinha com lutinhas iradas; e funciona como uma “releitura nipônica” do clássico de Alan Moore e Kevin O’Neill. Um dos melhores shows do ano até agora, o redator dá uma merecidíssima nota de 4,5/5,0.
“Undead Murder Farce” está disponível na plataforma de streaming Crunchyroll, com legendas em português.
Eles estão de volta! O McDonald’s em parceria com a franquia Pokémon começou essa semana uma nova campanha com os monstrinhos mais amados da cultura pop. Desta vez, as marcas se uniram novamente para lançar cards “Batalha Suprema” da geração Scarlet & Violet de Pokémon Trading Card Game, em formato de brinde.
Os pacotes, contendo 4 cards ilustrados cada, virão acompanhados das ofertas do Mc Lanche Feliz de forma aleatória. O kit treinador também contará com uma moeda e uma caixinha, ambos de cartolina, junto com as instruções de como jogar. Ao total, serão 12 combinações de cartas diferentes. Mais informações no site oficial do restaurante.
Pokémon (ポケモン) é uma franquia criada por Satoshi Tajiri em 1995, tendo caído nas graças das crianças pelo mundo ocidental no final dos anos 90. A marca é considerada uma das mais bem-sucedidas da história, batendo de frente com outros gigantes da indústria com seus jogos e uma infinita gama de colecionáveis.
Vou começar essa postagem com um aviso: Sim, estou ciente que animê de idols não é algo que todo mundo curte. Em especial, a galera que acessa esse site provavelmente nunca nem chegou perto de um. Mas tudo bem, a mensagem pode valer para qualquer coisa que seu coração desejar, se a carapuça servir.
“Love Live!” é, sem sombra de dúvidas, uma das maiores franquias de idols do Japão. Com centenas de músicas, jogos, animações, shows e produtos, as garotas estão em todo o lugar que você olhar. Só que desde sua estréia, em 2010, a minha percepção da obra do conglomerado Kadokawa é uma de conservadorismo: Treze anos e quatro grupos depois (com um quinto já em trabalho), as coisas parecem não mudar e nunca tentar sair de sua zona de conforto.
Dizer que sou um “grande fã” da franquia seria exagero, mas eu a acompanho desde o original, “Love Live! School Idol Project“, de 2010. E confesso: Na época, odiei o que vi. Com o passar dos anos, novos grupos foram aparecendo, a tecnologia de CGi para danças e coreografias foi melhorando (devido ao enorme fluxo de caixa), e a qualidade do roteiro e da própria forma de se contar as histórias foi aumentando.
Representação fiel do blogueiro que fala sobre futuro de franquia de idols menos insano. (Reprodução: Crunchyroll)
Com “Love Live! Sunshine!!“, o segundo grupo da franquia a ser animado, tivemos um primeiro salto: Apesar de ainda se prender muito ao que foi feito no original, tanto em ambientação como em narrativa, o quadro geral foi apresentado de forma muito superior, e mostrava ao menos um pouquinho de personalidade em suas personagens.
A terceira entrada, “Love Live! Nijigasaki High School Idol Club“, foi o ponto onde eu legitimamente comecei a gostar da franquia. Ao mudar o foco da história, deixando o conceito de “grupo de idols” de lado, e lançando a ideia de “idols solo”, o animê deu muito mais espaço para que cada personagem crescesse como si mesma, ao invés de ser uma parte de um quebra-cabeça que só faz sentido ao ser completado.
E embora ainda não tenha tido tempo hábil (ou, sendo mais sincero, “coragem”) para assistir um episódio sequer, ouço excelentes coisas sobre “Love Live! Superstar!!“, o quarto grupo da franquia.
O problema disso tudo, porém, é que, mesmo com todos os avanços e melhorias que aconteceram ano após ano. Love Live nunca ousou. Por um lado, eu entendo: O ditado diz que “em time que está ganhando, não se mexe“. Por qual motivo eles deveriam ousar? Tentar fazer algo diferente? O “mais do mesmo” está rendendo dezenas de milhares de unidades monetárias para as empresas. Meu medo é simplesmente a estagnação. Falo apenas por mim (afinal, nunca falo por outrem, não tenho esse direito), mas depois de alguns anos, ver a mesma história se desenrolando mais ou menos da mesma forma, com as personagens mais ou menos parecidas, cantando músicas mais ou menos iguais… Cansa.
Foi por isso que, ao ouvir notícias de que “Yohane the Parhelion: Sunshine in the Mirror” iria acontecer, eu fiquei empolgado. Não tinha muitos detalhes ainda, mas ao que tudo indicava, seria um animê de fantasia, com as personagens de Sunshine!!, e que teria como protagonista a mais interessante delas. Eu estava animado! Essa era a chance que eles precisavam para explorar novos horizontes, para ousar e sair da zona de conforto.
Esse animê poderia ser qualquer coisa! Poderia ser um isekai; uma fantasia “pura”; um devaneio juvenil da mente da Yohane; uma fanfic online escrita por fãs…
O roteiro poderia ir para qualquer lugar! Poderia tratar de magia e mistérios; de ação e aventura; de receios da juventude e descobrimento interior; poderia até mesmo ser um simples suco de massavéio cheio de porradinha e música maneira…
Mas, após treze episódios, só o que eu posso dizer sobre a série é que ela decidiu… Não ser nenhuma dessas coisas. É decepcionante o tamanho do desperdício que o animê inteiro acabou sendo, pois toda a construção de mundo, os visuais e as caracterizações fantásticas das personagens já conhecidas são ótimos. Mas nada é feito com elas. Absolutamente nada.
Os primeiros episódios começam fortes, com uma crescente interessante do primeiro ao terceiro. Somos apresentados ao mundo e as garotas: Ambos são bem similares ao que já conhecemos, mas tem suas claras peculiaridades. Vemos o uso de um dos arcos mais interessantes da série original como um ponto pivotal desse spin-off, e tudo se conecta de forma fantasiosa, mas satisfatória. No episódio três, finalmente somos apresentados ao grande conflito: “A Calamidade”. Esse fenômeno é o mistério a ser resolvido, e ele apareceu com uma ótima sequência de ação. Até aqui, meu hype estava lá no alto.
Só que, depois disso, o animê desistiu. Ele levantou bandeira branca e balançou o lencinho da paz. Você imaginaria que, após conhecermos o conflito principal, nós iríamos… Eu sei lá, desenvolvê-lo? Explicá-lo? Buscar formas de resolvê-lo? Fazer literalmente qualquer coisa com ele?
Infelizmente, o que se segue são dois meses de episódios completamente aleatórios e desconexos, que lembram apenas vagamente que essa história se passa num mundo de fantasia e que existe uma calamidade se espalhando pela cidade de Numazu. O roteiro voltou a ser o de uma série “principal” de Love Live, com conflitos episódicos ou arcos extremamente curtos, que se desenvolvem superficialmente e se encerram com um clipe musical.
Bandeira branca, pena branca… Quase a mesma coisa. O simbolismo é o mesmo. (Reprodução: Crunchyroll)
Quando decide finalmente voltar a fazer alguma coisa com o tema proposto, lá pelo episódio 11, já é tarde demais. A essa altura do campeonato, eu já não me importava com o que acontecia. E eles não tinham mais tempo para fazer com que eu me importasse. A Calamidade se alastra, temos um clímax emocional entre a protagonista Yohane e sua cachorra-falante Lailaps, e a junção de todas as garotas numa emocionante canção acaba salvando o dia e a cidade. Mas nada disso importou. Eles gastaram tanto tempo com o famoso “nada acontece feijoada”, que não conseguiram desenvolver esses pontos. Não houve impacto nas revelações pois elas não foram trabalhadas ou sequer comentadas por grande parte da duração do animê.
Talvez o problema seja o meu ponto de vista. Já comentei várias vezes sobre como expectativas altas podem diminuir o proveito de algo, assim como expectativas baixas podem aumentar a diversão de uma coisa mediana. Será que eu que esperei demais de um spin-off de fantasia de Love Live? Eu que estava errado por assistir os três primeiros episódios, ver magia, tokusatsu e música reunidas em uma cena de combate bem coreografada e esperar algo tão bom quanto Symphogear? Talvez. Será que se eu tivesse, desde o começo, mantido minhas esperanças baixas, e esperado pelo pior, por um simples animê corriqueiro de Love Live, mas com uma “skin” medieval, eu teria aproveitado mais? Provavelmente.
Mas isso é apenas especulação. E eu não deixo de estar decepcionado.
Ainda assim, eu acredito que existe mérito em o que foi feito em “Yohane the Parhelion: Sunshine in the Mirror“. Eles podem não ter utilizado nem 1% do potencial que tinham, mas o simples fato de que isso existe, que foi aprovado e produzido, que foi ao ar semanalmente por três meses, já é um avanço. Mostra que eles estão dispostos a tentar ousar. Mostra que eles têm coragem para fazer algo diferente. Talvez não muito, mas é um começo. Como disse no título, é um minúsculo passo, sim, mas é um passo na direção certa. Acredito que o futuro da franquia está um pouquinho mais garantido.
Ironicamente, aprender com o passado para garantir um futuro melhor é uma das lições que o animê tenta passar. Meta-comentário, talvez? (Reprodução: Crunchyroll)
O animê pode ter falhado em entregar uma história de fantasia intrigante, mas teve uma qualidade técnica altíssima, com belos visuais, excelentes músicas e coreografias tão boas quanto se espera de uma franquia de idols. Não que isso compense o enorme desperdício de potencial.
Olhando de forma positiva pra situação, e dando créditos ao que foi feito, o redator dá 2,0/5,0 para esse spin-off de Love Live!, e torce para que o próximo tenha mais do que quatro episódios decentes.
Você pode assistir “Yohane the Parhelion: Sunshine in the Mirror” na plataforma de streaming Crunchyroll, completo em 13 episódios.
Uma motivação comum, em filmes de ação de Hollywood, é fazer o mocinho lutar para defender sua família. Vilões que sequestram ou ameaçam familiares do protagonista existem aos montes, e a satisfação está em saber que o Schwarzenegger, Mel Gibson ou o Bruce Willis vão descer a porrada em tudo e em todos para proteger seus entes queridos.
Acontece que, na maioria dos casos, o personagem principal desses filmes é alguém já preparado para lidar com a situação: Policiais, espiões, agentes do governo, soldados… São pessoas que possuem treinamento formal para porte de armas e combate. O que é bem menos comum é o caso onde o protagonista é apenas uma pessoa qualquer. Um homem comum, que não tem artes marciais ou um três-oitão a sua disposição. O mocinho que não passa de um homem caseiro. Um “Herói do lar“, talvez?
Ok, perdão pela forçação de barra. Baseado num mangá de mesmo nome (recentemente anunciado no Brasil pela editora JBC), com autoria de Naoki Yamakawa e Masashi Asaki, “My Home Hero” foi animado pelo estúdio Tezuka Productions e dirigido por Kamei Takashi. Com doze episódios, o anime recém-concluído teve transmissão simultânea na Crunchyroll, e também recebeu dublagem brasileira. O trailer e sinopse, conforme a plataforma de streaming, seguem:
Durante seus 47 anos de vida, Tetsuo Tosu nunca cometeu um crime sequer. Mas quando ele descobre que sua filha Reika está apanhando do namorado, ele começa a investigar o rapaz e descobre que, não só ele possui laços com a yakuza, como tem um histórico de suspeitas de feminicídio em sua ficha. Determinado a proteger sua família, Tetsuo faz o impensável e mata o homem, mergulhando de cabeça no submundo da marginalidade e colocando em risco sua pacata vida burguesa.
Uma coisa que precisa ficar bem clara logo de cara é a seguinte: “My Home Hero” não é um animê para quem é fraco de coração. Em vários sentidos.
Para começar, como a sinopse deve ter explicado, a história trata de temas um pouco pesados. Não só temos violência física, como temos abusos psicológicos, degradação mental e social, apologia ao crime e ao uso de drogas… Fora coisas piores que seriam spoiler de te contar.
Depois, tem a questão de que, meu amigo… Não existem palavrões o suficiente na língua portuguesa para descrever o sentimento que se tem ao final de cada episódio. Nem a maior das hipérboles fálicas basta. Todo episódio você pensa “ok, não tem como a situação ficar pior“. Aí ela vai e fica.
E esse último ponto foi o que acabou me prendendo na obra, o que me deixava ansioso para assistir o próximo episódio na semana seguinte. Toda vez, passávamos por uma montanha-russa de emoções, que começava com o Tetsuo tendo que lidar com um problema aparentemente irreparável, apenas para vê-lo puxar um coelho da cartola para “resolver” a situação… Até chegarmos no final do episódio e darmos de cara com mais uma coisa que me fazia xingar o céu e o mundo.
A direção também ajuda nesse quesito. O jeito como as cenas vão e voltam no tempo, pequenos detalhes são apenas mencionados, e te deixam curioso para entender como aquela aparentemente inofensiva parada na loja de conveniências pode ser útil no futuro… As coisas acontecem e parecem absurdas e sem explicação… Para então voltarmos e descobrirmos que tudo só aconteceu por causa daquela parada.
“Próxima estação: Palmeiras-Barra Funda. Acesso a linha 3-vermelha do metrô, e linha 7-Rubi da CPTM. Desembarque pelo lado direito.” (Reprodução: Crunchyroll)
Tetsuo pode não ter nenhuma forma de se defender fisicamente, como mencionado no início, mas o uso criativo da sua esperteza e seu hobby acabam salvando a sua vida (e o colocando em ainda mais perigos) várias vezes. De uma forma positiva, o animê consegue fazer com que as jogadas de xadrez 5D do protagonista pareçam mais como tentativas desesperadas que acabaram dando certo do que planos meticulosos de um mestre intelectual, e essa incerteza adiciona ainda mais tensão na história como um todo. Algumas explicações podem parecer inconsistentes, mas o show se esforça para tentar deixar claro que isso só deu certo por causa do passado e presente extremamente específicos do cinquentão.
E tudo isso acontece por uma motivação única e simples, quase primitiva e animalesca: O desejo incontrolável e até mesmo irracional de defender aquilo que é seu e que lhe faz bem. O animê demonstra, em vários momentos, que a vida que Tetsuo leva é extremamente medíocre. Ele é um homem de meia-idade, classe média, com um emprego qualquer, um casamento aparentemente desgastado, ambições impossíveis em seu hobby, e um relacionamento difícil com a filha. Mesmo assim, ao se deparar com uma situação onde o que ele tinha foi colocado em risco, ele se transforma no Hulk, vai até os limites da sua capacidade (e, muitas vezes, até passa deles!) para evitar qualquer perda.
Sabe aquele ditado, de que só damos valor para algo quando o perdemos? A reação visceral de rejeição que o Tetsu tem de perder a filha, de perder a família e a vida que tinha, mostra que ele percebeu o valor das coisas à sua volta. Onde outros shows poderiam trabalhar em cima da mediocridade e encará-la como um aspecto negativo, “My Home Hero” se apoia na busca pela continuidade dessa mediocridade. Não é muito, não é extravagante, mas é a vida e a família que Tetsuo Tosu construiu com as próprias mãos, e que ele está satisfeito em ter. É algo que ele ama, e esse amor é o que faz com que ele lute com tudo que tem para defendê-lo.
Assim como ogros e cebolas, essa imagem tem camadas. O show inteiro tem, aliás. (Reprodução: Crunchyroll)
Com uma trama cheia de suspense, adrenalina e emoção, que apesar de exagerada e fantasiosa, ainda consegue entregar uma história até que bastante pé-no-chão, “My Home Hero” existe a partir de uma única pergunta: Qual é o limite do amor? Até onde você iria para proteger aqueles que ama? E o animê mostra que a resposta pode ser muito mais assustadora do que se esperaria.
O mangá ainda está em publicação, mas o animê se encerrou em um ponto que muitos podem ver como anticlimático, mas que eu vejo como uma forma de passar uma mensagem, e a nota do redator é 4/5, ainda com o asterisco de que não é um show para todo mundo. Mas que show que é, não é?
O animê está disponível na plataforma de streaming Crunchyroll, completo em 12 episódios, com legendas e dublagem em português.
Filmes de animê são uma mídia que está crescendo no Brasil. Quem é fã de longa data dos desenhos japoneses sabe o quão frustrante costumava ser ver uma série continuar (ou terminar) em formato de filme, pela grande dificuldade de se ter acesso a esse tipo de conteúdo. Mas, nos últimos anos, os longa-metragens tem ganhado mais e mais licenças para plataformas de streaming (mesmo que com algum atraso), e até tem populado as salas de cinema do país (mesmo que apenas em cidades grandes). Filme de animê já não é mais um problema tão grande.
Por causa disso, meu sentimento de tristeza (e um pouco de ódio) com “As Quíntuplas” (No original, “Gotoubun no Hanayome”, ou pelo título internacional, “The Quintessential Quintuplets”) foi bem menor do que teria sido alguns anos atrás, quando anunciaram, após sua segunda temporada, que a comédia romântica de Negi Haruba teria seu encerramento adaptado para as telonas, ao invés das telinhas. Demorou quase um ano inteiro, mas o filme, que foi lançado no Japão em 20 de maio de 2022, finalmente chegou para o ocidente, com o licenciamento da Crunchyroll. Como um grande fã da obra, reservei um tempo para assistir as mais de duas horas do longa-metragem, e já que eu tinha escrito sobre as duas temporadas iniciais, pensei: “Por que não resenhar também o filme?“.
Minha cara de felicidade quando posso fazer propaganda descarada das minhas postagens antigas (Reprodução: Crunchyroll)
O clímax da história acontece, é claro, no festival escolar. Onde mais você acharia que uma comédia romântica escolar teria o seu ponto alto? Da mesma forma que outra RomCom que terminou em 2022, Kaguya-sama, temos o evento como centro e motivador de desenvolvimentos que nos levam ao fim da obra. O “Festival Escolar” é culturalmente visto e utilizado, especialmente no gênero romântico, como o “ápice” da juventude dos adolescentes. Especialmente quando se trata do festival para os alunos do terceiro ano do ensino médio, já que é a “última chance” que eles têm de “viverem como jovens”, antes de entrar no mundo adulto de universidade e trabalho.
O que diferencia o filme de As Quíntuplas de Kaguya-sama, porém, é o fator de descoberta: Até o último momento, você não sabe qual das irmãs o protagonista escolheu. O autor e a direção do filme fizeram um excelente trabalho de dar pistas para a revelação, fazendo com que ela não pareça arbitrária, mas sem fazer com que ela seja absurdamente escancarada antes da hora.
Aliás, já que toquei no assunto, fica dado o recado: O filme adapta até o final do mangá, então sim, o protagonista escolhe uma garota no final. Não tivemos um encerramento covarde, extremamente comum em histórias harém. Que mais autores sigam o exemplo.
A tensão de assistir RomComs sem saber se vai ter um final definido… (Reprodução: Crunchyroll)
Um dos charmes do filme é, na minha opinião, o jeito que ele é apresentado. Os três dias de evento do festival escolar são mostrados por seis pontos de vista diferentes: Do Uesugi, e de cada uma das quíntuplas. Conforme vamos indo e voltando no tempo, vendo e revendo acontecimentos marcantes, recebemos novas peças para montar o quebra-cabeça de o que aconteceu de fato, e como as coisas se conectam.
Além de dar tempo de tela e foco para todas as personagens, gerando conteúdo para fãs de todas as quíntuplas, essa ferramenta de roteiro das mudanças de ponto de vista serviu para reforçar a principal mensagem da história, que foi ainda mais central no filme: Que mesmo elas sendo idênticas, as quíntuplas não são iguais. Não há problema algum em gostar e sentir um conforto familiar nas similaridades entre elas, mas que elas também devem aprender a valorizar suas características únicas.
Dessa forma, cada “segmento” não foi idêntico. Cada quíntupla recebeu um conteúdo que é bastante condizente e respeitoso com o que ela é, e com o que foi construído ao longo da série. Talvez isso possa ser visto como “injusto”, já que a carga e o tipo de conteúdo recebido não foi equilibrado, mas acredito que seria um questionamento que apenas os mais fanáticos cruzados das guerras dewaifu fariam, e que uma pessoa sensata encararia as diferenças como um ponto de desenvolvimento das personagens.
A cara da Miku resume tudo sobre quem reclama do tratamento de cada quíntupla no filme (Reprodução: Crunchyroll)
Quando o assunto é humor, tenho que, mais uma vez, dar os parabéns para As Quíntuplas. Esse filme foi muito engraçado, com diversos momentos (alguns até não-propositais) que me fizeram rir alto. Mesmo esse sendo o final da série, com um desfecho quase que “de novela“, com muito drama e emoção envolvido, o longa conseguiu manter as piadas e o divertimento, deixando a “comédia” em “comédia romântica” brilhar. E esse é um dos maiores méritos da série como um todo, como eu comentei mais a fundo na postagem anterior.
Claro que nem tudo são flores, e o filme não é perfeito (por mais que eu quisesse que fosse). Ironicamente, o principal problema do filme de As Quíntuplas é justamente… ser um filme.
Tá bom, eu sei que eu sou hater admitido de filmes de animê, mas dessa vez eu tenho argumentos reais: Com uma duração de duas horas e dezesseis minutos, o longa tem o tempo equivalente a mais ou menos seis episódios de animê para televisão. Isso fez com que muito conteúdo precisasse ser acelerado ou totalmente cortado, e momentos que poderiam ser melhor explorados deixaram a desejar.
O começo do filme é um ótimo exemplo do que eu estou falando: Sem spoilers (se é que dá pra spoilar alguma coisa quando o conteúdo foi literalmente cortado…), mas a cena de abertura, que tem menos de dois minutos e serve apenas para tocar musiquinha enquanto passam créditos, cobriu um evento inteiro, que passou despretensiosamente como quem não deve nada a ninguém. Logo depois, um outro acontecimento, que é algo muito importante para as quíntuplas, e é diretamente relacionado com um dos principais conflitos da segunda temporada, acontece em uma transição de cena. UMA TRANSIÇÃO DE CENA! Eles falam como se fosse um “Ah, sim, uma última coisa” e saem andando.
Algumas coisas passaram voando tão rápido que deu pra ouvir a Yotsuba gritando “Já chegou o Disco Voador” (Reprodução: Crunchyroll)
Esses são apenas dois exemplos que você vai encontrar logo nos cinco primeiros minutos do filme, mas isso se repete várias vezes ao longo da duração. Personagens aparecendo sem a menor explicação, coisas acontecendo totalmente do nada, ou tendo motivações tão rasas que em alguns casos era melhor nem citar nada… Fica claro que faltou tempo para terminar o mangá.
Isso me faz questionar ainda mais a decisão de fazer um filme, quando claramente uma terceira temporada, com 12 episódios, teria tido o dobro do tempo para trabalhar nos detalhes que faltaram. Especialmente quando olhamos para a estrutura do filme, que é extremamente segmentada e poderia facilmente ser encaixada em “bloquinhos” de 20 minutos.
Não sei se foi algum esquema de lavagem de dinheiro ou visaram os lucros das salas de cinema. Talvez seja uma questão da produção semanal? Eu não sei, e é o tipo de coisa de bastidores que provavelmente nunca saberemos, mas que As Quíntuplas sofreram por essa escolha, isso é inegável.
Posso ter reclamado bastante do filme, mas eu também tava mandando ver num sanduba enquanto assistia, e essa parte foi boa (Reprodução: Crunchyroll)
Apesar dos problemas causados pelo formato escolhido, é inegável que a adaptação foi extremamente fiel a tudo que a série construiu, tanto em atmosfera quanto em conteúdo. Um final memorável e satisfatório para uma série que foi divertida do início ao fim, o filme de “As Quíntuplas” poderia ter sido melhor, mas o que foi, já foi excelente, e o redator dá a nota de 4,0/5,0 para ele.
Sendo sincero, eu já fico muito feliz de simplesmente ver um animê acabando. Ôh mídia que gosta de deixar coisas incompletas, viu.
O filme, assim como as duas primeiras temporadas que o antecedem, está disponível na plataforma de streaming Crunchyroll, sob o nome internacional, “The Quintessential Quintuplets”, e possui opção dublada em português.
No mundo das crônicas – os textos mundanos de uma página que vemos publicados em jornais e revistas – existe uma máxima (que não sei se existe de fato, mas que acredito que escritores concordariam): Todo cronista, inevitavelmente, acabará escrevendo uma crônica sobre não saber sobre o que escrever, e uma crônica sobre o ato de escrever uma crônica. Às vezes, essas duas acabam sendo a mesma crônica.
Talvez isso valha também para blogueiros, pois o que estou fazendo hoje é justamente isso: Eu literalmente não sei o quê escrever sobre o animê que quero divulgar. Mas o algoritmo ruge, então tentarei mesmo assim.
Baseado num mangá de mesmo nome, com roteiro de arte de Itaru Bonnoki, “The Vampire Dies In No Time” (Kyuuketsuki Sugu Shinu) foi adaptado em 2021 para animação, e sua segunda temporada terminou agorinha, no final de março de 2023.
A comédia acompanha as aventuras de Draluc, o vampiro mais fraco do mundo (e que morre com qualquer arranhão, mas logo se recupera), e do caçador de vampiros Ronaldo, que juntam forças enquanto combatem as mais diversas ameaças à população da cidade de Shin-Yokohama.
Existem diversos tipos de humor, e eu já falei extensivamente sobre eles em diversas postagens diferentes. Afinal, quando venho recomendar um animê de comédia para vocês, eu preciso explicar o tipo de comédia que ele possui, já que pessoas diferentes gostam de tipos diferentes de comédia. Depois da explicação, eu comento sobre o show em si, seus pontos fortes e fracos, e suas excentricidades.
Pois bem: A comédia de “The Vampire Dies In No Time” é do tipo “Dedo no c* e gritaria”. É uma junção de choque pelo absurdo; com um manzai mais clássico de uma pessoa fazendo uma piada e outra reagindo a ela de forma exagerada; e do humor pela repetição da mesma piada várias e várias vezes. É uma mistura que pode ficar densa, mas que é tão bem executada, que não passa dos limites. Bem, dos limites técnicos, pois de roteiro… Eles vivem passando dos limites. E é isso que faz a coisa ser engraçada.
Considerando onde ele enfia esse dedo, é bom manter a unha cortada mesmo (Reprodução: Crunchyroll)
E agora é o momento que eu começo a me enrolar. Para falar sobre as excentricidades de “The Vampire Dies In No Time”, eu precisaria… Bem, pra início de conversa, eu precisaria ter prestado atenção o suficiente para notar qualquer coisa. O animê me fazia rir tanto, que eu quase não conseguia notar nada além das piadas. Mas, se eu me esforçar para tentar trazer algum ponto, eu teria uma certa dificuldade em explicá-los. Sabe aquela sensação de “você precisava estar lá”? Quando você conta uma história hilária para um amigo, e recebe como resposta apenas um silêncio constrangedor? É assim que eu me sinto ao tentar descrever qualquer coisa sobre o show.
Nesse mundo, cada vampiro tem uma habilidade “especial”, que deveria ser a sua assinatura e principal forma de atacar humanos e conseguir sangue. Mas a história nunca se leva a sério, e isso faz com que as habilidades dos vampiros sejam apenas coisas absurdas, badulaques extremamente específicos e que servem apenas de mote para piadas, onde ninguém está, de fato, correndo perigo.
Inclusive, as situações de maior “risco” para qualquer pessoa na história acontecem quando não há nenhum vampiro envolvido. Você poderia até tentar dizer que é uma alegoria ao fato de que “nós somos os verdadeiros monstros”, mas… Não, o animê certamente não tenta passar nenhuma mensagem dessas, ele apenas usa o choque pelo absurdo.
A repetição da piada que dá nome ao show, o fato de Draluc sempre morrer com qualquer coisa que aconteça com ele, é o foco do humor apenas no início da história. Sabendo que repetição demais pode tornar uma coisa repetitiva, o animê utiliza o gás da piada para introduzir um elenco de apoio, e, assim que estabelecemos um bom e diverso grupo, as “mortes” de Draluc se tornam algo secundário.
Com episódios divididos em dois ou três “esquetes”, cada uma focada em uma personagem, grupo ou evento diferente, o gigantesco elenco entra em jogo para diversificar o humor e sempre te dar algo que parece “fresco”. De certo modo, temos a própria cidade de Shin-Yokohama como o palco e protagonista de “The Vampire Dies In No Time”.
[CONTEXTO NÃO ENCONTRADO] (Reprodução: Crunchyroll)
Ok, ok, sei que disse que não tinha o que falar, e já mandei 700 palavras sobre o assunto, mas veja bem… Eu só consigo falar de forma genérica. “O humor é bom”; “tem ótimas personagens”; etc. Se eu tentasse ser mais específico, eu não apenas iria parecer maluco, como acabaria dando spoiler e fazendo muitas piadas perderem a graça.
Uns tempos atrás, eu simplesmente não escreveria esse texto. “Se não tenho o que dizer, o que eu diria? Que conteúdo eu teria para colocar no papel?”, pensaria. Mas, depois de me divertir tanto, e dar tantas risadas com “The Vampire Dies In No Time”, e de ver – ao menos na minha bolha – o animê sendo completamente ignorado por todo mundo… Eu me senti na obrigação de ao menos tentar. Nem que seja um mero grito ecoando num vale completamente vazio (a maioria das minhas postagens são, né? Mas isso não é relevante no momento), eu precisava botar para fora.
“The Vampire Dies In No Time” tem um humor tão diverso quanto seu elenco, e funciona na base do grito e do berro. É uma história sem pé nem cabeça, mas surpreendentemente funcional, com uma única função: Ser absurda para te fazer rir. Um animê que sempre me deixava empolgado para assistir, o redator facilmente dá a nota de 5/5.
E, novamente, peço desculpas por não conseguir explicar o que é tão divertido sobre o animê. Você precisava estar lá pra entender.
“The Vampire Dies In No Time” está disponível na plataforma de streaming Crunchyroll, com duas temporadas que totalizam 24 episódios. Também há dublagem com áudio em português.
Em comemoração aos 20 anos de Naruto, foi anunciado que o anime ganhará quatro novos episódios com lançamento previsto para Setembro de 2023.
Demais informações seguem em sigilo, dado que não foi divulgado em qual período de tempo os capítulos se passarão.
Atualmente, a franquia continua através da animação japonesa Boruto, na qual narra as aventuras do filho de Naruto.
The Original NARUTO anime is getting Four New Episodes to celebrate its 20th anniversary in September 2023. pic.twitter.com/qEQytLBnqL
— Anime News And Facts (@AniNewsAndFacts) March 9, 2023
Naruto é um anime baseado no mangá de mesmo nome escrito por Masashi Kishimoto. A série gira em torno das aventuras vividas por Naruto Uzumaki, um jovem órfão habitante da Aldeia da Folha que sonha em se tornar o quinto Hokage, o maior guerreiro e governante da vila.
Pokémon é uma série de jogos desenvolvidos pela Game Freak e publicados pela Nintendo como parte da franquia de mesmo nome. Lançado pela primeira vez em 1996 no Japão para o console Game Boy, a principal série de jogos de RPGs, que continuou em cada geração em portáteis da Nintendo, ganhou um anime que virou sucesso no mundo todo e que encanta gerações.
Para futuras informações a respeito de Pokémon, fique ligado aqui, na Torre de Vigilância.