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Música Vitrola

Discografia Red Hot Chili Peppers

Pegue um tanto de punk, adicione umas pitadas de metal, misture com um bocado de funk rock e coloque em uma panela untada de rock psicodélico. Coloque apresentações ao vivo vestidos de lâmpadas, palhaços, cuecas ou simplesmente pelados. Jogue bastante pimenta só para dar um gosto forte e explosivo. A Torre de Vigilância traz na sua Vitrola a história dos californianos do Red Hot Chili Peppers. O embrião da banda foi fecundado em 1979, quando com apenas 15 anos Flea, Hillel Slovak e Jack Irons, eram amigos que nos intervalos das aulas da Fairfax High School em Los Angeles, tinham uma banda chamada Anthym, que tinha como um grande fã, um certo garoto magrelo chamado Anthony Kiedis. Em 1983 era formado o Tony Flow and the Miraculously Majestic Master of Mayhem (ufa!) já com Kiedis no vocal. Que mais tarde viria se tornar o Red Hot Chili Peppers.

A primeira formação do Red Hot Chili Peppers: Anthony Kiedis, Hillel Slovak, Flea e Jack Irons.

Entre mudanças de formação, drogas, morte por overdose, mais drogas, apresentações explosivas e uma saraivada de sucessos mundiais, o Red Hot Chili Peppers (que nessa matéria vamos chamar de RHCP) tem uma história bem consolidada como um dos gigantes do rock mundial.


Red Hot Chili Peppers (1984)

Com apenas seis meses de vida, a banda fechou com a EMI o seu primeiro contrato, mas surgiu um impasse envolvendo o guitarrista Hillel Slovak e o baterista Jack Irons. Ambos faziam parte de uma banda chamada What Is This? que tinha contrato com a MCA Records. E a dupla não levava muita fé que o RHCP fosse muito longe e se recusaram a gravar o álbum. Flea e Kiedis, que tinham a obrigação por contrato de gravar, recrutaram o guitarrista Jack Sherman e o baterista Cliff Martinez para o lugar dos ex-membros.

A gravação foi marcada pelas desavenças entre a banda e o produtor Andy Gill. O produtor queria que o disco tivesse um som mais propício para se tocar nas rádios. O grupo declarou na época que gostava mais das versões demo do que o disco oficial. Kiedis, em sua biografia, disse que se sentiu mal quando viu que Gill tinha escrito em um bloco de notas a palavra “merda” ao lado do título da música “Police Helicopter”. Apesar de não ter sido bem recebido pela criticam, a música “True Men Don’t Kill Coyotes” fica famosa graças ao seu clipe e se torna um sucesso.

https://www.youtube.com/watch?v=KvR86EwYNGU

Formação:

Anthony KiedisVocal e guitarra rítmica
Flea Baixo
Cliff MartinezBateria
Jack ShermanGuitarra

Nota na história: O álbum Squeezed do What Is This? também não teve uma boa repercussão com os críticos, e os Peppers começaram a aumentar a sua lista de shows, apesar de não receberem muito pela turnê. Foi quando houve o primeiro racha na banda. Kiedis, Flea e Martinez não tinham bom relacionamento com Jack Sherman e este foi demitido da banda. Para seu lugar Hillel Slovak voltou para o grupo. Foi na mesma época em que Kiedis e Slovak começaram a usar heroína com mais frequência.


Freaky Styley (1985)

freaky

O segundo álbum do RHCP já foi mais bem sucedido do que o anterior. Chegando a vender 1 milhão de cópias em todo o mundo. Com produção de George Clinton, que era considerado o “Tio do Funk”, e a volta de Slovak na guitarra, a banda se refugiou no sítio do produtor. Onde foram gravavam, usavam cocaína e pescavam. Apesar de não ser um dos melhores trabalhos da banda, a crítica na época recebeu positivamente dando um gás para a carreira dos caras.

O relativo sucesso de Freaky Styley rende uma turnê pelos Estados Unidos inteiro e levam a banda, em 1986, para seus primeiros shows na Europa. O maior sucesso desse trabalho é a música “Jungle Man”, cujo o clipe é transmitido diversas vezes pela MTV.

Formação:

Anthony KiedisVocal
FleaBaixo
Cliff MartinezBateria
Hillel SlovakGuitarra

Nota na história: Durante a turnê americana de Freaky Sytley, em um show em Grand Rapids em 1986, cidade natal de Anthony Kiedis, o vocalista faz a apresentação usando as meias (Socks on Cocks). Vocês sabem como é: pelado usando meia no órgão sexual. O que causa um escândalo e acaba taxando o cantor como “ovelha negra” da cidade. É quando acontece mais uma mudança na banda: Cliff Martinez é substituído por Jack Irons.

No mesmo ano o problema com as drogas chega a um nível mais alto, Kiedis estava abusando e perdeu a noção da realidade. Ele consumia drogas embaixo de uma ponte no centro de Los Angeles, andava em becos e tinha contato com algumas gangues. A coisa começou a afetar o desempenho da banda nos palcos, e o vocalista foi convidado a se retirar para cuidar do seu vicio. Kiedis com a ajuda do seu pai se interna em uma clinica de reabilitação.


The Uplift Mofo Party Plan (1987)

upplift

Enquanto Kiedis estava na reabilitação, o RHCP começava o processo de gravação do terceiro disco. Depois da recusa do produtor Rick Rubin de trabalhar com eles, Michael Beinhorn aceitou fazer o disco. “Me sugeriram trabalhar com o RHCP, já que ninguém na EMI sabia o que fazer com eles” disse Beinhorn uma vez. Nesse momento, Kiedis já estava ingresso na banda novamente, e depois de uma reunião com o novo produtor sobre a gravação, o vocalista falou que tinha planejado gravar em dez dias e escrever as músicas durante as sessões de gravação. A única letra que tinha pronta era “Figth Like a Brave”, escrita ainda durante a sua estadia na clinica.

Enquanto o álbum estava sendo gravado, Kiedis, que realmente estava limpo das drogas, mas sofria com a abstinência. O que afetava suas contribuições nas musicas. E depois de cinquenta dias sóbrio, desde a sua útima internação, o vocalista se rende mais uma vez ao vício. O processo de gravação se torna cada vez mais difícil, com os desaparecimentos de Kiedis para se drogar. Por mais que a banda não gostasse do retorno do vocalista para as drogas, o clima era agradável por ser o primeiro disco sendo gravado pela formação original do RHCP. Além de “Fight Like a Brave”, as músicas “Me & My Friends”, “Behind the Sun” e o cover de “Subterranean Homesick Blues” de Bob Dylan são os destaques do álbum. As criticas vieram das mais variadas formas, houve quem elogiasse muito o trabalho, mas tiveram alguns críticos que consideram o disco “impreciso”.

https://www.youtube.com/watch?v=doDBApOv2oM

Formação:

Anthony Kieds Vocal e guitarra rítmica
FleaBaixo
Hillel SlovakGuitarra Líder
Jack IronsBateria

Nota na história: A EMI se recusou a lançar o disco se o RHCP não mudasse o nome da música “Party on Your Pussy”. Então ela foi renomeada como “Secret Song Especial Inside”. O disco criou uma base de fãs considerados cults, entre eles o jovem John Frusciante, que no futuro iria se tornar guitarrista da banda.

red socks

O RHCP sai em turnê pela Europa e na Inglaterra eles tiram a roupa e usando apenas as meias cobrindo os órgãos sexuais, fazem uma paródia da famosa foto dos Beatles na Abbey Road. Logo após, a EMI lança o The Abbey Road EP, um disco com apenas cinco músicas, incluindo o cover de “Fire” de Jimmy Hendrix. Em junho, a banda volta para os EUA onde ocorre a maior tragédia da sua história.

A Morte de Hillel Slovak

Kiedis e Slovak estavam cada vez mais se afundando nas drogas e a situação ia piorando. Foi quando ambos resolveram parar de usar heroína antes da turnê europeia. E fizeram um pacto de um ajudar o outro. Slovak sofreu muito com a abstinência, o que chegou afetar o seu desempenho durante as apresentações, chegando ao ponto de Slovak ter um colapso mental e ficou incapaz de realizar um show. Então ele foi substituído por DeWayne McKnight em algumas apresentações.

Hillel Slovak

Depois de voltar para a banda, Kiedis tentou ajudar tirar Slovak das drogas, o que acabou falhando. Ao retornar para os EUA, Slovak se isola do resto da banda. Semanas depois Flea recebe um telefonema, onde ele pensa primeiro que seria a noticia de que Kiedis havia morrido, mas era Slovak que tinha partido. O guitarrista foi encontrado morto pela policia em seu apartamento no dia 27 de junho de 1988. Segundo a autópsia ele tinha morrido em 25 de junho devido uma overdose de heroína.

O fato quase acabou com a banda. Jack Irons deixou a banda, alegando que não queria fazer parte de um grupo onde seus amigos estavam morrendo. Kiedis se isolou em uma vila mexicana onde ninguém o conhecesse para tentar se livrar do vício. E Flea parte para projetos paralelos. Hillel Slovak tinha apenas 26 anos quando faleceu.


Mother’s Milk (1989)

mother

Flea tinha acabado de se tornar pai e Anthony Kiedis retorna do seu isolamento, e a dupla começa a catar os cacos do RHCP. Continuar o sonho de Hillel Slovak vivo em manter a banda na ativa era o objetivo. Mas eles precisavam encontrar novamente um guitarrista e um baterista. Depois de rodarem muitos músicos nas posições, eles finalmente encontram o jovem John Frusciante de 18 anos. Nos primeiros shows, os fãs se impressionam com a semelhança de Frusciante com o finado Slovak. Não somente musicalmente, como até nos trejeitos. Frusciante idolatrava Slovak e buscava ser o mais próximo dele possível. Logo depois de uma concorrida e cansativa busca por um baterista, Chad Smith assume as baquetas da banda. Depois de terem escolhidos os dois membros, a banda saiu em uma pequena turnê chamada Positive Mental Octopus Tour tocando em alguns concertos e lugares menores para entrosarem os novos membros.

Kiedis, Flea, Chad Smith e John Frusciante a formação que fez mais sucesso

O processo de gravação do Mother’s Milk foi longo e desgastante. Principalmente entre John Frusciante e o produtor Michael Beinhorn, que constantemente discutiam. Beinhorn queria que o álbum tivesse riffs de guitarra no estilo heavy metal, o que não agradava Frusciante que deu para o RHCP mais melodia. Mesmo assim o álbum foi um grande sucesso comercial, vendendo 5 milhões de cópias mundialmente. Mesmo a critica especializada o considerando menos interessante do que o antecessor The Uplift Mofo Party Plan.

As faixas de mais destaque são “Higher Ground” cover do Stevie Wonder, “Knock Me Down” (homenagem ao Hillel Slovak), “Taste the Pain” e a inclusão de “Fire” gravada com a formação original no Abbey Road EP.

Formação:

Anthony KiedsVocal
FleaBaixo
John FruscianteGuitarra
Chad SmithBateria

Nota na história: O que tem de história nessa época… não está no gibi. Com o Mother’s Milk se destacando mais do que os outros trabalhos, a multidão de fãs também aumentou. Houve apresentações onde não foram capazes de acomodar o publico. Pela primeira vez a banda tem um ônibus de turnê próprio para rodar os EUA. Mas voltando à época da turnê Positive Mental Octopus Tour, uma estudante acusou o Anthony Kiedis de atentado ao pudor e má conduta sexual, o vocalista foi preso e liberado sob fiança.

Amsterdã 1989

No final da turnê do Mother’s Milk, depois de um show em Atlanta, Flea convidou uma mulher para seu quarto no hotel para relações sexuais, mas se trancou no banheiro porque sentia remorso ao pensar em sua esposa e na sua filha. Kiedis terminou o relacionamento de dois anos com a atriz Ione Skye e John Frusciante estava começando a entrar no mundo das drogas. Na véspera do ano novo de 1989 eles filmaram o show que fizeram na Long Beach Arena, intitulado como Psychedelic Sexfunk Live from Heaven. Onde foram mais de dez mil expectadores. Em março de 1990, o RHCP foram convidados para realizar a cobertura da MTV de férias da primavera na Flórida. No evento Flea e Chad Smith tentaram animar o publico e a situação saiu do controle. A dupla foi acusada de terem agredido sexualmente e verbalmente uma mulher que estava na plateia. Ambos foram presos e libertados após pagar fiança de $ 2,000.

A canção “Knock Me Down” entrou para a trilha sonora de Uma Linda Mulher (1990), o que alavancou ainda mais a fama da banda.


Blood Sugar Sex Magik (1991)

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O reconhecido sucesso. O que muitos consideram como um dos melhores disco de rock já feito (inclusive esse que lhe escreve). Depois de saírem da EMI e assinarem com a Warner Bros. Records, o RHCP lança seu quinto álbum de estúdio. O trabalho tem produção de Rick Rubin. Com letras que tocam em temas que variam de insinuações sexuais passando por drogas e morte, luxuria e preconceitos. Foi o álbum que finalmente elevou a banda ao posto de conhecida mundialmente.

A banda queria gravar em um lugar não convencional. Então Rubin sugeriu The Mansion, onde tinha sido a residência o ilusionista Houdini. Todos concordaram em gravar lá e ficar direto também, apesar de Chad Smith achar o lugar assombrado. O baterista era o único que não dormia lá. O disco foi gravado no esquema ao vivo no estúdio. Rubin queria pegar a energia do RCHP e jogar no álbum. O trabalho durou 30 dias, que rendeu um documentário intitulado Funky Monks.

Documentário Funky Monks

As músicas “Suck My Kiss”, “If You Have to Ask”, “Sir Psycho Sexy”, “Breaking the Girl”, “The Power of Equality” e a explosiva “Give It Away” se tornaram sucessos nas radios. “My Lovely Man” era mais uma homenagem ao amigo Hillel Slovak e a famosa balada “Under the Bridge” é uma autobiografia de Anthony Kiedis, onde ele fala do momento mais baixo da vida, quando usava heroína e cocaína debaixo de uma ponte. A crítica especializada se derreteu ao disco.

Formação:

Anthony KiedsVocal
FleaBaixo
John FruscianteGuitarra
Chad Smith Bateria

Nota na história: Quando “Under the Bridge” estourou no mundo, as pessoas queriam saber onde era a tal ponte, e viviam perguntando para Kiedis. O vocalista respondia assim: “No centro da cidade, eu não quero falar sobre isso. Lá não é uma atração turística pelo amor de Deus. É um território de gangues, vocês estão procurando uma bala nos seus miolos?”.

Durante a turnê europeia, o RHCP foram avisados para não se comportarem de forma muito sexual no palco e não usarem as famosas meias. Mas eles fingiram concordar com as exigências e subiram no palco vestidos como damas da idade média. Foram expulsos do palco.

Cartazes dos shows na época.

A turnê do Blood Sugar Sex Magik tinham os shows abertos pelo Smashing Pumpkings. Depois de um tempo, o ex-baterista do RHCP, Jack Irons, ligou e perguntando se a sua nova banda poderia abrir os shows na próxima turnê. Essa banda era o Pearl Jam. Logo foi aceito. Mas com os shows começando a acontecer em estádios, os organizadores começaram a pedir que o Pearl Jam, que na época estava dando os primeiros passos, fossem substituídos por um grupo mais conhecido. Anthony Kiedis entrou em contato com Dave Grohl perguntando se o Nirvana poderia substituir o Pearl Jam. Grohl aceitou a proposta, mas Billy Corgan, vocalista do Smashng Pumpkins se recusou a tocar com o Nirvana, por ele ter tido um caso com a Courtney Love, que era então mulher de Kurt Cobain.

Kiedis VS Frusciante

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Com o estrondoso sucesso de Blood Sugar Sex Magik, John Frusciante começou a se sentir incomodado com o status que tinha adquirido. Ele preferia a banda no cenário underground, e acabou entrando em um estado de negação e depressão que acabavam afetando suas performances no palco. Frusciante foi lentamente se afastando do grupo e um ar de discórdia crescia. Quando o RHCP saiu em turnê na Europa, o guitarrista levou a sua namorada Toni Oswald. O que deixou Kiedis muito zangado, já que a banda tinha um pacto de nada de noivas ou namoradas na estrada. Em uma apresentação no Saturday Night Live, durante a apresentação de “Under the Bridge”, um desempenho abaixo do Frusciante irritou o vocalista. Veja a polêmica apresentação abaixo:

“Ele estava tocando como se fosse um mero ensaio. E não era. Estávamos na TV, ao vivo, para milhões de pessoas. Eu comecei a cantar o que achava que era o tom que ele estava tocando. Senti que estava sendo esfaqueado pelas costas e mostrando isso para toda a America, enquanto o cara estava em um canto, tocando algum experimento fora de sintonia,”.

Em 1992, minutos antes de subirem no palco para um show no Japão, Frusciante se recusou a tocar alegando que tinha saído da banda. Depois de muita conversa, o guitarrista concordou em fazer o show, mas afirmando que seria o seu ultimo. Um pouco antes da apresentação no Lollapalooza. O guitarrista Arik Marshall, que praticava até cinco horas por dia, assumiu para completar os compromissos. Assim Frusciante saiu da banda no auge.

Problemas ardidos como pimenta

O barco do RHCP tinha atingido o mais belo mar do sucesso mundial com o disco Blood Sugar Sex Magik, mas a tempestade que se instalou sobre eles não cessava. Em 1993 com Jesse Tobias na guitarra, a banda fez a sua primeira passagem pelo Brasil na quarta edição do extinto festival Hollywood Rock. Foi quando o Flea foi diagnosticado com fadiga crônica e teve que se afastar das atividades musicais durante um ano para se tratar. O ator e amigo particular da banda River Phoenix faleceu por insuficiência cardíaca induzida pelo uso de drogas aos 23 anos de idade. Flea era muito próximo do ator e se abateu ao ponto de piorar a sua doença.

Dave Navarro começa a sua passagem no Red Hot Chili Peppers

No meio desses turbilhões, o guitarrista Dave Navarro, que estava na época no Jane’s Addiction, foi convidado para entrar no RHCP. Seu show de estreia foi no Woodstock ’94. No clássico show em que eles estavam vestidos de lâmpadas. A banda fez uma breve turnê que incluiu abrir um show dos Rolling Stones. As declarações de Kiedis falando que abrir para os Stones era uma experiência horrível geraram uma grande polêmica da época, e para completar, o vocalista ainda teve uma recaída e voltou a usar drogas. Ao mesmo tempo aconteceu o suicido de Kurt Cobain. Flea em choque conta para o Kiedis que começa a fazer uma reflexão sobre a sua vida e escreve “Tearjeker” sobre a sua amizade com Kurt.

O RHCP recrutou mais uma vez o produtor Rick Rubin e foram para o Hawaii em busca de inspiração para o novo trabalho. O futuro álbum teve vários nomes durante o processo. Hypersensitive, Turtlehead, Black Fish Ferris Wheel, The Blight Album e The Good and The Bad Moods of The Red Hot Chili Peppers. Até escolherem o nome…


One Hot Minute (1995)

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O sexto álbum chega com uma ingrata missão: substituir o aclamado Blood Sugar Sex Magik. A inclusão de Dave Navarro na guitarra alterou consideravelmente na sonoridade dos RHCP, com riffs mais para o lado do Heavy Metal do que do Funk tradicional. E os últimos acontecimentos sombrios na banda ditam a levada das músicas. Com menos temas sexuais que os trabalhos anteriores, e explorando assuntos mais escuros como depressão, uso de drogas, angústia e luto. Kiedis havia retornado ao seu vicio em cocaína e heroína no ano anterior após permanecer sóbrio por mais de cinco anos, cantou em suas letras os temas mais sérios sobre drogas e seus efeitos mortais.

Navarro durante as gravações questionava os métodos de trabalho do RHCP. O que tornou o processo desconfortável para a banda. One Hot Minute foi um fracasso comercial, apesar de alcançar o quarto lugar na parada da Billboard e ter emplacado três sucessos radiofônicos: “Warped”, “Aeroplane” e “My Friends”. Na verdade o álbum foi incompreendido no seu lançamento. Hoje em dia muitos fãs da banda o consideram um dos melhores trabalhos do RHCP.

Formação:

Anthony KiedsVocal
FleaBaixo
Dave NavarroGuitarra
Chad SmithBateria

Nota na história: A confusa vida de Kiedis continuava a todo vapor. Agora envolvia a sua namorada Jamie de 17 anos. Os pais da menina não aprovavam o namoro com o rockstar, que na época tinha 31 anos. Dessa história nasceu a letra da música “Let’s Make Evil”. Depois de rodarem o mundo, a banda resolver tirar um período de férias enquanto planejava o novo álbum sem data de lançamento. Em 1998, Dave Navarro, anuncia a sua saída da banda para se dedicar ao seu projeto Spread.

A quase morte e retorno de John Frusciante

Desde que tinha saído da banda, John Frusciante estava envolvido com seu vicio em heroína em um grau tão alto que lhe causou falência e quase o matou. Chegou ficar internado em janeiro de 1998 e concluiu o processo em fevereiro do mesmo ano e se mudou para um pequeno apartamento em Silver Lake. Devido ao vicio ele adquiriu muitas lesões, que exigiu uma cirurgia onde ficaram cicatrizes permanentes nos braços, um nariz reestruturado e novos dentes para prevenir uma infecção fatal.

O guitarrista John Frusciante já bem debilitado pelo uso das drogas.

Por sua vez o RHCP estava mais uma vez na beira do abismo para o fim da banda. Com a saída de Navarro, Chad Smith e Flea só conseguiam ver Frusciante como o cara certo para a banda. Mas Kiedis era completamente contra ao retorno. Ele ainda guardava mágoas da época do Blood Sugar Sex Magik. Flea disse ao vocalista que o único jeito de o RHCP voltarem a dar certo seria com Frusciante na guitarra. Anthony Kiedis engoliu o seu orgulho e fez uma visita a John no hospital e pergunta se ele gostaria de voltar. Com os olhos cheios de lágrimas ele disse que sim.

Com um John Frusciante totalmente recuperado e livre do vício, o RHCP novamente estava completo e miraram no novo disco.


Californication (1999)

cali

Quando o clipe de “Scar Tissue” estreou na MTV, e nele mostra um cadillac encardido, surrado e acabado na estrada com seus quatro ocupantes com ferimentos, curativos e marcas de batalhas. Todo mundo entendeu a mensagem do RHCP. “Estamos voltando da guerra, estamos feridos mas estamos bem”. Com a produção de Rick Rubin mais uma vez e o retorno de Frusciante, o álbum entrou na lista dos 200 álbuns definitivos do Rock and Roll Hall Fame.

As letras ainda falam sobre sexo (normal na trajetória da banda) e também sobre viagens, globalização, suicídio, morte, drogas e luxúria. Uma penca de sucessos recheiam o disco. “Otherside”, “Californication”, o funkão “Around the World” e a, já citada na matéria, e vencedora do Grammy “Scar Tissue”. As letras eram basicamente inspiradas nas experiências de Anthony Kiedis. “Porcelain” surgiu depois que ele conheceu uma jovem mãe que tentava se curar do alcoolismo enquanto tinha que cuidar da sua filha bebê. O seu breve relacionamento entre Melanie Chisholm, a Mel C das Spice Girls rendeu a canção “Emit Remmus”, que é Summer Time (horário de verão em inglês) de trás pra frente.

Formação:

Anthony Kiedis Vocal
John Frusciante Guitarra
FleaBaixo
Chad SmithBateria

Nota na história: Durante a turnê do Californication, eles se apresentaram no Woodstock ’99, o show infelizmente ficou famoso pelos atos de vandalismo, onde várias pessoas colocaram fogo em barracas, várias mulheres que haviam feito crowd surfinhg (processo onde alguém é passado por cima das cabeças de várias pessoas durante um show) e Mosh (também conhecido como roda-punk) foram estupradas. E a confusão se deu início quando a banda começou a tocar “Fire” seu já clássico cover de Jimmy Hendrix. Muitos meios de comunicação apontaram a banda e a música como estopim da balburdia. Algo absurdo é claro.

Woodstock ’99. esse dia foi louco.

Em 2001, aconteceu a clássica apresentação na noite de fechamento da terceira edição Rock In Rio. Muito mais tranquilo do que no Woodstock, o show teve um publico de 250 mil pessoas, maior publico da história da banda e do festival.


By the Way (2002)

by the way

Surfando a onda do sucesso mundial de Californication, depois de quase três anos de anos de turnê e com nenhum membro mais envolvido com drogas, o RHCP lança o seu oitavo disco de estúdio. Com grande participação de John Frusciante na composição, a sonoridade musical é bem emocional e comovente, se tornando para muitos como um dos discos mais leves da banda. Apesar do tradicional funk rock não ser tão forte nele, algumas faixas ainda traziam a identidade dos Peppers nelas.

“The Zephyr Song”, “By the Way”, “Can’t Stop” e “Dosed” viraram hits, as letras falam muito sobre amor, efeitos nocivos das drogas, tem uma referência ao finado guitarrista Hillel Slovak em “This Is the Place” e uma critica a mídia na canção “Throw Away Your Television”. By the Way fazia parte da Era da Tranquilidade que reinou na banda, vendeu mais de um milhão de cópias na semana de lançamento e foi bem recebido pelos fãs e pela critica especializada.

Formação:

Anthony KiedisVocal
John FruscianteGuitarra
FleaBaixo
Chad SmithBateria

Nota na história: Durante a exaustiva turnê de By The Way, em novembro de 2003, a banda lançou o Greatest Hits, com sucessos da sua carreira e duas músicas inéditas: “Fortune Faded” e “Save the Population”. Também foi comercializado o Live at Slane Castle, gravado na Irlanda. Em 2004 é lançado o Live in Hyde Park, gravado na Inglaterra e rendeu dois CDs do show. Além de vários sucessos, faz parte do trabalho duas músicas inéditas “Rolling Sly Stone” e “Leverage os Space”.


Stadium Arcadium (2006)

Stadium-Arcadium-[Instrumental]-cover

O novo trabalho do RHCP é ambicioso. Stadium Arcadium é um álbum duplo que tem nada mais, nada menos do que 28 faixas, Anthony Kiedis disse na época do lançamento que seria na verdade uma trilogia, com cada disco lançado a cada seis meses, mas mudaram os planos e lançaram como álbum duplo (algo inédito na história da banda até então) com 28 musicas e outras 10 canções como b-sides. Os discos se chamam Mars e Júpiter.

“Dani California”, “Tell Me Baby” e “Snow ((Hey Oh))” emplacaram como sucessos logo de imediato nas rádios. Stadium Arcadium recebeu sete indicações para o Grammy de 2007, sendo vencedor em quatro categorias: Melhor Performance de Rock em Dupla ou Grupo (Dani California), Melhor Canção de Rock (Dani California), Melhor Álbum de Rock, Melhor Disco em Edição Especial (Box) e Produtor do Ano para Rick Rubin.

Formação:

Anthony KiedisVocal
John FruscianteGuitarra
FleaBaixo
Chad SmithBateria

Nota na História: Em 2008 a banda resolveu dar uma pausa em suas atividades, Anthony Kiedis disse em entrevistas que eles estavam cansados pois estavam desde o Californication (1999) trabalhando sem parar. No esquema grava-lança disco-saem em turnês-gravam disco de novo. E os membros resolveram tocar seus projetos paralelos ou simplesmente descansar. Kiedis pretendia passar mais tempo com o seu novo filho, Flea estava experimentando novas ideias musicais, Frusciante queria dar mais foco a sua carreira solo e Chad Smith estava lidando com a sua superbanda Chickenfoot, que além do baterista, faziam parte: Sammy Hagar, Joe Satriani e Michael Anthony.

John Frusciante lança seu décimo disco solo, The Empyrean, o trabalho tem participações de Flea e de Johnny Marr do The Smiths. Em dezembro de 2009 comunica ao publico que estava deixando a banda mais uma vez, sendo que dessa vez sem rancor nem brigas. Que eles apoiavam o guitarrista onde ele fosse feliz.

Com a saída de John Frusciante, Josh Klinghoffer assume a responsabilidade nas guitarras do RHCP

Anos mais tarde para a revista Billboard, o guitarrista falou que nunca tinha pensado em sair do RHCP, mas um dia no meio da turnê de Stadium Arcadium, Flea falou que queria tirar uma férias de dois anos. “Eu fiquei chocado, porque pensei que a gente estava com tudo e deveria continuar fazendo aquilo. Mas quando ele me disse aquilo pensei: ‘o que eu gostaria de fazer em dois anos se eu tivesse dois anos para fazer qualquer coisa que gostaria? ‘ então resolvi fazer aquilo que estava querendo. Correr atrás do meu som”.


I’m With You (2011)

I'm With You

O décimo álbum de estúdio mais uma vez é produzido pelo parceiro Rick Rubin e tem Josh Klinghoffer como novo guitarrista da banda. Anthony Kiedis, Flea e Chad Smith classificaram o trabalho como um novo recomeço. A escolha de Klinghoffer acabou sendo natural, ele era um colaborador musical que tinha se apresentado no final da turnê Stadium Arcadium. Logo após de oficializado, ele começou a compor as músicas do álbum. O guitarrista fez sua estreia para o publico como titular do RHCP quando tocaram “A Man Needs a Maid” do Neil Young.

O primeiro single “The Adventures of Rain Dance Maggie” foi lançado nas rádios em 15 de julho de 2011, sendo que foi lançada três dias antes do planejado, já que a música foi “vazada” na internet. “Monarchy of Roses” foi o segundo single do disco. A critica especializada ficou bem dividida em relação ao I’m With You, muitos gostaram do trabalho, enquanto outros sentiram falta de John Frusciante dizendo que foi uma perda praticamente irreparável.

E mais uma turnê mundial se seguiu…

Formação:

Anthony KiedisVocal
Josh KlinghofferGuitarra
FleaBaixo
Chad SmithBateria

Nota na história: No ano de 2011 o RHCP foi introduzido ao Museu do Rock and Roll. Anthony Kiedis disse que a parte mais emocionante foi lembrar do Hillel Slovak. E em 2012 eles entraram no Hall da Fama do Rock. Em março do mesmo ano foi lançado o 2011 Live EP, com cinco músicas ao vivo escolhidas por Chad Smith. Em primeiro de maio foi o dia do lançamento do Rock & Roll Hall of Fame Covers EP através de download digital, onde a banda tocava covers de artistas que influenciaram em sua carreira.


The Getaway (2016)

getway

Lançado no ano passado, é o primeiro trabalho, desde do Blood Sugar Sex Magik (1991) que não foi produzido por Rick Rubin. Quem assumiu a produção foi Danger Mouse. A justificativa foi que eles buscavam uma nova renovação para o seu característico som, e que uma mudança de olhar musical poderia dar certo.

Muitos falaram que o disco tem mais melodias e minimalista. Logo no começo já se sente a diferença. Sem o tradicional Funkão pesado que sempre abrem os discos dos Peppers, temos a faixa titulo bem calma e com um lindo refrão (comprovem depois). Com algumas faixas passando até pelo eletrônico e a participação de Sir Elton John em “Sick Love”, The Getaway foi classificado pela critica como um dos melhores trabalhos do RHCP.

Formação:

Anthony KiedisVocal
Josh KlinghofferGuitarra
FleaBaixo
Chad SmithBateria

Com uma história sólida no rock mundial o Red Hot Chili Peppers carregam multidões aos seus shows para verem seus vários sucessos e as performances arrebatadoras de Anthony Kiedis e Flea. As legiões de fãs se renovam cada vez mais. História essa que foi trilhada com muita autodestruição de alguns de seus membros. Drogas, sucesso, turnês, prisões, mortes e pelados com meias nesse caminho. Com um passado musical bem glorioso e um futuro renovado, ainda veremos muito as pimentas arderem nos palcos ao redor do mundo.

mulher maravilha terra um

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Música Vitrola

Ritmo, Ritual e Responsa! Toda a Discografia e Vida do Charlie Brown Jr.

A Torre de Vigilância vai contar a discografia de umas das bandas mais influentes do rock nacional na década de 90. Com peso no som e um skate nos pés, o Charlie Brown Jr. levou o Brasil a cantar sua coleção de hits e conquistou uma legião de fãs. Tendo na frente um carismático vocalista apelidado de Chorão, a banda atingiu o sucesso ao nível nacional com seus discos. Mas em uma carreira que também foi marcada com brigas, polêmicas e separações. E que foi interrompida de forma brutal pela morte de dois membros fundadores. Sem mais delongas informamos que os caras do Charlie Brown invadiram a cidade.

Transpiração Contínua Prolongada (1997)

No dia 16 de junho de 1997 chegava às lojas o primeiro CD da banda santista. Com músicas que rapidamente viraram hits nas rádios rocks e clipes que faziam sucesso na MTV, a banda chegava ao estrelato do rock nacional. Com a mistura de skate, rock, rap, um tanto de ska e reggae uma legião de fãs começou a seguir a banda. As letras diretas e desbocadas cantadas por Chorão ganharam seguidores.

Antes de chegarem nesse disco, a banda entregou uma fita cassete ao produtor Rick Bonadio por meio do amigo Tadeu Patolla (ex-Lagoa Seca). Bonadio era o presidente da Virgin Records na época e se interessou pelo grupo. Com uma demo totalmente em inglês, a banda foi convencida a fazer músicas em português pelo Planet Hemp, Tadeu e pelo próprio Bonadio. E o resultado é o que conhecemos hoje. As faixas “O coro vai Comê!”, “Proibida pra Mim (Grazon)” e “Quinta-feira” ganharam clipes que eram exibidos diretamente. E nas rádios as músicas “Sheik”, “Gimme o Anel” e “Tudo que ela Gosta de Escutar” eram tocadas diversas vezes no dia. Apesar de algumas com conteúdo duvidoso, as músicas fizeram o álbum ser um estrondoso sucesso.

Formação:

Chorão Vocal
Thiago CastanhoGuitarra
MarcãoGuitarra
ChampignonBaixo, Beat-box
Renato Pelado Bateria


Preço Curto… Prazo Longo (1999)

Depois de dois anos do seu álbum de estreia, em 6 de março de 1999, o Charlie Brown Jr. lançava o seu segundo álbum de estúdio. Era a prova de fogo para se consolidar no mercado da música após o sucesso do primeiro disco. E a proposta do trabalho era deveras interessante. Como falou o Chorão na época: “Nós fazíamos os shows, mas acabava muito rápido, porque tinham poucas músicas. Então resolvemos gravar muitas músicas para tocarmos mais tempo nos shows. Mas não queríamos que fosse um CD caro. Então é como fosse um CD duplo, mas com preço de CD simples.” E realmente era. O disco contém 25 faixas, mas era vendido como um de preço de 12 faixas (entendeu a matemática e o nome do disco?).

A crítica falou muito bem do novo trabalho, qualificando que o Charlie Brown Jr. tinha amadurecido do álbum anterior para este. Os fãs abraçaram a ideia e definitivamente a banda tinha vencido a prova de fogo. A música de trabalho “Zóio d’ Lula”, um reggae que virou marca registrada da banda e um belo clipe. o disco ainda conta com a energética “Confisco” e as autobiográficas “Não Deixe o Mar te Engolir” e “O Preço”. “Te Levar” durante os anos de 1999 até 2006, foi tema da abertura de Malhação da Rede Globo. Foi com esse trabalho que o nome Charlie Brown Jr. realmente entrou no circuito nacional, e eles fizeram sua primeira turnê pelo país que passou por todas as capitais. O disco tem participações de Rodolfo Abrantes (ex-Raimundos), DMenosCrime, Homens Crânio, Radjja Pmc e DJ Deco Murphy.

Formação:

Chorão Vocal
Thiago CastanhoGuitarra
MarcãoGuitarra
ChampignonBaixo, Beat-box
Renato Pelado Bateria

Nota na história: Antes de começarem o processo de produção do terceiro álbum, Chorão teve um baque com o falecimento do seu pai vitima de câncer. A banda então deu uma pausa para que o seu vocalista pudesse lidar com a sua perda. Nesse período ele quase acabou com a banda. Depois de alguns meses em profunda depressão, com a barba crescida e engordar 20 kg ficando em casa sem motivação. Ele decide dar a volta por cima. E começa os trabalhos para o novo disco.


Nadando com os Tubarões (2000)

A banda se reuniu em uma casa no Guarujá e lá ficaram só tocando e ensaiando, longe dos holofotes e sumidos da mídia, e em um mês no estúdio gravaram o Nadando com os Tubarões. Já rolava um burburinho que tinham problemas internos dentro do grupo, por causa do hiato. Mas que foram logo abafados. No terceiro álbum tem muito hip-hop, algumas baladas e o velho rock skatepunk de sempre. A influência do hip-hop fez com que a banda contratasse o DJ Anderson “Franja”, que fazia parte do RZO para tocar nos shows.

https://www.youtube.com/watch?v=HeC3hQXll84

O hit “Não é Sério” com participação da Negra Li tocou exaustivamente nas rádios. E a faixa “Rubão – O Dono do Mundo” estourou com um divertido videoclipe com participação da turma do Hermes e Renato. E “Ouviu-se Falar” que conta um pouco sobre o período de depressão do Chorão. O disco foi indicado ao Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Rock Brasileiro em 2001. Apesar dos sucessos radiofônicos, a critica especializada não deu boas notas para o disco. Chegando a falar que o Charlie Brown Jr. consegue fazer o que é proposto, representar bem o seu publico, da a eles o que querem, mas com pouca evolução.

Formação:

Chorão Vocal
Thiago CastanhoGuitarra
MarcãoGuitarra
ChampignonBaixo, Beat-box
Renato Pelado Bateria
DJ Anderson Franja (músico convidado)Scratches

Nota na história: Em 2001, guitarrista Thiago Castanho decide deixar a banda alegando que estava cansado da vida na estrada e que precisava dar uma atenção especial ao seu casamento. O músico então resolve tocar seus projetos particulares e abriu seu próprio estúdio o Digital Grooves. Não foi colocado ninguém no seu lugar. Foi no mesmo ano em que o Rodolfo saiu dos Raimundos, que era na época era considerada a maior e mais bem sucedida banda de rock no Brasil. Com a indefinição se os Raimundos iam continuar ou não, a banda santista acabou assumindo o posto dos Candangos como grande banda do rock nacional.


100% Charlie Brown Jr. – Abalando a Sua Fábrica (2001)

O quarto álbum da banda foi lançado pela gravadora EMI. A banda já estava consolidada como grande no rock nacional, com shows lotados, aparições em programas de TV eram comuns e a uma turnê que rodou novamente por todas as capitais brasileiras. Com produção de Carlo Bartolini, esse disco tem uma pegada mais punk. O rap e os elementos do hip hop ficaram de fora desse trabalho.

Canções como “Hoje eu Acordei Feliz”, “Lugar ao Sol” e “Como tudo Deve Ser”, que fez parte da trilha sonora do reality Show Casa dos Artistas, tocaram milhares de vezes nas rádios. As letras falam mais sobre conscientização dos problemas do Brasil, e a necessidade de informar a juventude sobre a sua força e importância. Nessa altura da carreira, Chorão já era considerado por alguns jovens como um poeta urbano. O álbum como sempre foi bem aceito pelos fãs, a crítica ficou dividida, mas considerou que era um trabalho melhor do que o último.

Formação:

ChorãoVocal e guitarra rítmica
ChampignonBaixo e beat Box
MarcãoGuitarra solo
Renato PeladoBateria e percussão


Bocas Ordinárias (2002)

Durante a turnê gringa em 2002 na divulgação do disco anterior, a banda tocou em Portugal, onde um jornal local falou que os integrantes do Charlie Brown Jr. tinham “Bocas Ordinárias”, pelo motivo da quantidade de palavrões nas letras. Foi então o nome deste novo álbum. “Papo Reto (Prazer é Sexo, o Resto é Negócio)” e “Só Por Uma Noite” foram os sucessos desse trabalho. “Baader-Meinhof Blues” do Legião Urbana, que também está no disco, foi o primeiro cover gravado por eles.

Chorão falou na época do lançamento que o disco seria uma continuação do 100% Charlie Brown Jr. – Abalando a Sua Fábrica, e as letras novamente passavam uma mensagem para a juventude. Criada sem ideais e à margem da sociedade. Estilo pessoal, violência policial e desilusão adolescente marcam as letras desse trabalho. A crítica especializada novamente achou o disco mediano. Enquanto mais uma vez a legião de fãs da banda adoraram. Chorão se consolidava ainda mais como símbolo da molecada, o cantor foi garoto propaganda da Coca-Cola, onde segundo a empresa, foi escolhido por ser representante da geração que tem 14 e 19 anos.

Formação:

ChorãoVocal e guitarra rítmica
ChampignonBaixo e beat Box
MarcãoGuitarra solo
Renato PeladoBateria e percussão


Acústico MTV – Charlie Brown Jr. (2003)

A MTV Brasil convida o Charlie Brown Jr. para gravar no seu vitorioso projeto Acústico MTV, por onde já tinham passado nomes como Paralamas do Sucesso, Titãs, Ira entre outros. O show foi gravado nos dias 5 e 6 de agosto com participações de convidados especiais. Marcelo Nova (Camisa de Vênus), Negra Li, o grupo RZO e Marcelo D2 dividiram o palco com Chorão. E quando se fala em acústico, a ideia que vem na cabeça é de violão, banquinho… mas o acústico dos caras não foi bem assim. Não chega ser uma revolução, Chorão fica em pé o show todo e as músicas tem uma levada um tanto quanto pesada.

As canções ganharam um arranjo diferente das versões originais, com destaque para “Quebra-Mar” e “A Banca”. “Não Uso Sapatos” e a excelente “Vícios e Virtudes” são as inéditas do álbum. Os covers “Samba Makossa” (Chico Science e Nação Zumbi), “Hoje” (Garotos Podres) e “Lá Vem Ela” (Jorge Ben) estão no disco. O trabalho foi muito elogiado pela crítica pelos seus arranjos e pela simpatia e energia do Chorão durante um show Acústico.

O álbum logo de cara, vendeu no Brasil mais de 250 mil cópias e foi o terceiro DVD mais vendido no ano. A turnê do show roda todo o país e passa pela Europa, Japão, EUA e toca no Rock in Rio Lisboa em Portugal na mesma noite de nomes como Evanescence e Foo Fighters. Na volta ao Brasil, o Chimera Music Festival traz a banda Linkin Park e o Charlie Brown Jr. abre o show.

Formação:

ChorãoVocal
ChampignonBaixolão e beat Box
MarcãoViolão
Renato PeladoBateria e percussão

Músicos convidados:
Tadeu Patolla Violão Base
Daniel GanjamanPiano Rhodes em Samba Makossa
Fabrício UrucaGaita em Samba Makossa

Chorão, Marcão e Pelado no Acústico MTV.

Nota na história: 2003 foi um ano de polêmicas com o vocalista Chorão. Em janeiro deste ano, um rapaz de 17 anos, prestou uma queixa de agressão contra o cantor. Segundo o jovem, Chorão teria dado um tapa no seu rosto, depois que esse falou que não gostava do Charlie Brown Jr.. Em comunicado, Chorão informou que apenas agrediu o jovem verbalmente, já que ele teria desmerecido a sua banda e seu trabalho. Ele completou falando que o rapaz queria seu “1 minuto de fama”. Meses depois, a treta foi com o vocalista Baduí do CPM22. Chorão chamou o cantor para a briga, após de ler comentários de Baduí sobre ele em uma revista. Depois desse episódio, o clima entre as duas bandas nunca mais foi o mesmo. E no ano de 2004, aconteceu o famoso desentendimento entre Chorão e o Marcelo Camelo, vocalista do grupo Los Hermanos. As duas bandas se encontraram no aeroporto de Fortaleza antes da apresentação no festival Piauí Pop. O motivo foi uma critica à participação do Charlie Brown Jr. em um comercial da Coca-Cola, feita por Camelo. Chorão foi tirar satisfações sobre as declarações e acertou um soco no Marcelo Camelo.

Esse comercial da Coca-Cola mostrava, durante um show, a banda distribuindo garrafas do refrigerante para a plateia e no final todos estavam felizes com sua bebida nas mãos. A postura do Charlie Brown Jr. provocou uma discussão acirrada entre quem gostava da banda e quem não gostava. Alegavam que para uma banda que falava da postura do jovem não se vender as coisas normais do mundo, estar em um comercial da maior bebida do mundo era meio contraditório.


Tamo Aí Na Atividade (2004)

Depois de mais de dois milhões de cópias vendidas no Acústico, o sexto álbum de estúdio chega às lojas. As músicas que mais tocaram foram “Champagnhe e Água-Benta” e “Tamo aí na Atividade”. As músicas do Tamo aí na Atividade lidam muito com as críticas que a banda sofreu por causa do comercial. A crítica falou muito sobre o álbum ser um tipo de resposta a essas insinuações contra Chorão e as letras. O álbum rendeu o primeiro Grammy Latino na Categoria Melhor Álbum de Rock.

Formação:

ChorãoVocal e guitarra rítmica
ChampignonBaixo e beat Box
MarcãoGuitarra solo
Renato PeladoBateria e percussão

Nota na história: A imprensa e os fãs costuravam muitos boatos sobre o futuro da banda, já que os singles tocavam nas rádios, mas nenhum show de lançamento do disco foi marcado. Algo que aconteceu somente 3 ou 4 meses depois o lançamento do CD. O clipe de “Champagnhe e Água-Benta” foi gravado apenas por Chorão e no encarte do disco não tem nenhuma foto dos integrantes juntos. O papo que seria um disco de despedida ficava cada vez mais forte e que o clima dentro da banda já não era o mais amistoso.

Durante o show no Planeta Atlântida em 2005, Chorão repetia a frase: “Tá acabando, eu quero mais tempo para ficar com você, cuidar melhor de você!”. E em fevereiro do mesmo ano no Rio de Janeiro, após bater uma foto com o publico ao fundo ele falou: “Vou mandar fazer um quadro. Hoje eu estou aqui, amanhã tudo isso pode acabar!” coisas assim fortaleciam os boatos sobre o fim da banda. Depois de um show em São Paulo a banda entrou em férias. Em abril, Chorão participa do programa da MTV Gordo a Go Go, onde afirmou que o Charlie Brown Jr. só ia deixar de existir quando ele anunciasse. Falou que os integrantes estariam cuidando de projetos paralelos e que ele estaria com uma banda paralela, junto com o integrante Thiago Castanho, fazendo a trilha sonora do futuro filme O Magnata que foi roteirizado pelo vocalista.

Da esquerda para a direita a nova formação da banda: Heitor Gomes, Thiago Castanho, Chorão e Pinguim.

Logo após em nota oficial no site da banda, Marcão, Champignon e Renato Pelado anunciaram suas saídas do Charlie Brown Jr. alegando divergências profissionais e que tomaram a decisão por vontade própria e que cada um seguiria para seu lado investindo em seus trabalhos pessoais. No dia seguinte, também por meio de nota, Chorão comunicou que ia continuar com a banda e pediu apoio dos fãs aos novos integrantes: Thiago Castanho na guitarra, Heitor Gomes no baixo e Pinguim na bateria.

O vício em cocaína do Chorão fica em níveis alarmantes. Em um momento de depressão pela indefinição sobre o futuro da banda, o vocalista abusa demais da droga. Ao ponto de sua esposa Graziela, pedir ajuda para Thais Lima (primeira esposa do Chorão) e o filho dele Alexandre (na época com 23 anos) e procuraram um advogado para providenciar uma internação involuntária do cantor. Algo que não foi possível fazer. Segundo Graziela, anos depois no velório do Chorão em 2013, ela disse que não o deixaram ser internado, o trabalho não deixou. Ela falou que o cantor sempre achava que tinha o controle sobre a situação.


Imunidade Musical (2005)

Então com novos integrantes e com a produção de Rick Bonadio, o Charlie Brown Jr. lança seu sétimo álbum de estúdio. E ao mesmo tempo lança um DVD com o nome de Skate Vibration. O álbum contém 23 faixas e o primeiro single tocado nas rádios, “Lutar Pelo o Que é Meu”, virou tema da Malhação. “Ela vai Voltar (Todos os Defeitos de Uma Mulher Perfeita)”, “ O Senhor do Tempo”, “Dias de Luta, Dias de Glória” viraram hits rapidamente. Ainda tem uma cover “Para Não Dizer Que Não Falei das Flores” de Geraldo Vandré que também marca o disco.

No geral tanto a crítica quanto os fãs aceitaram bem a nova formação. Falaram que deu uma repaginada na banda e que sacudiram a poeira que se abatia em cima do Charlie Brown Jr. transformando o Imunidade Musical em um divisor de águas na história da banda. Mas a maior recado que o disco deu foi que a alma e motor do Charlie Brown Jr. era mesmo o Chorão.

Nota na história: A banda desde Preço Curto… Prazo Longo em 1999, mantém a sequência de lançar um álbum por ano. Mas 2006 passou e nenhum material inédito do grupo foi feito. O motivo foi que além de uma gigantesca turnê do Imunidade Musical, Chorão terminou o roteiro do filme O Magnata que teve as gravações iniciadas no mesmo ano.

Formação:

ChorãoVocal, Beat Box
PinguimBateria, Beat Box
Thiago CastanhoGuitarra
Heitor GomesBaixo


Ritmo, Ritual e Responsa (2007)

O ano de 2007 começou com os fãs ansiosos por um novo disco do Charlie Brown Jr. mas como o trabalho era recheado de novas experiências e participações especiais para a trilha sonora de O Magnata, foram fatores que contribuíram para o atraso. Algumas músicas acabaram “vazando”na internet antes mesmo do lançamento. E no dia 09/04/2007, dia do aniversário do Chorão o single “Não Viva em Vão” é lançada oficialmente, e outras músicas foram disponibilizadas no site oficial dos caras.

Ritmo, Ritual e Responsa foi produzido pelo Chorão e pelo Thiago Castanho e tem mais de uma hora de duração. Se nos cinemas O Magnata não foi bem aceito pela critica, apesar de ter ficado entre os 10 filmes mais assistidos no Brasil em 2007, o mesmo não se pode dizer do disco. A critica gostou desse novo trabalho e os fãs nem precisa falar. “Pontes Indestrutíveis”, “Uma Criança Com Seu Olhar” e “Be Myself” foram sucessos. Forfun, MV Bill, João Gordo (Ratos de Porão) são alguns dos nomes que participam do disco.

Formação:

ChorãoVocal, Beat Box
PinguimBateria, Beat Box
Thiago CastanhoGuitarra
Heitor GomesBaixo

Nota na História: Em abril de 2008, em nota no site oficial, comunicava que o baterista Pinguim não fazia mais parte da banda, o motivo foi o fim do contrato que estava se aproximando e nenhuma das partes quiseram renovar. Tempos depois, o baterista entrou com um processo judicial contra a banda. Esse, para muitos amigos e familiares próximos ao Chorão, consideraram que foi um dos principais fatores para a depressão do vocalista. No posto de baterista, entrou o Bruno Graveto que havia tocado nas bandas Pipeline e O Surto. Logo após a banda resolve da uma parada para descansar. Durante o recesso houve a mudança de gravadora da EMI, onde estavam já há sete anos para a Sony Music.


Camisa 10 (Joga Bola Até Na Chuva) (2009)

Durante um encontro entre Chorão e Falcão (vocalista do grupo O Rappa) em um voo, eles viram uma foto de um jogador de futebol correndo atrás da bola na chuva, e Chorão viu como uma metáfora de como as pessoas encaram a vida. Mesmo com dificuldade levam na raça, e além, claro, da analogia com o número dez, eles iam lançar o décimo álbum.

Sob a batuta de Rick Bonadio, o disco foi gravado. O produtor e Chorão começaram a postar vídeos no YouTube onde mostravam ideias do trabalho. Eles apresentaram a música “O Dom, a Inteligência e a Voz” feita em 2001 para a cantora Cássia Eller, que planejava gravar a canção em 2002. Mas a cantora faleceu 15 dias depois da composição ficar pronta, e então ela foi engavetada. Até ser usada no álbum. “Me Encontra” e “Só Os Loucos Sabem” estouraram nas rádios no Brasil.

Camisa 10 (Joga Bola Até Na Chuva) recebeu o Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Rock Brasileiro. O segundo prêmio da banda, que já havia vencido na mesma categoria com o Tamo aí na Atividade. Até então, apenas Os Paralamas do Sucesso haviam sido premiados mais de uma vez nessa categoria.

Formação:

ChorãoVocal, Beat Box
Thiago CastanhoGuitarra, violão
Heitor GomesBaixo
Bruno GravetoBateria

Nota na História: Durante um show no Viradão Carioca no Rio de Janeiro, Chorão anuncia que a banda não terá mais quatro integrantes e sim cinco. Então Marcão, guitarrista da formação original, sobe ao palco e é oficialmente apresentada a sua volta ao grupo. Em julho do mesmo ano, o contrato do Heitor Gomes acabou, e ele saiu de forma amigável, e em seu lugar retornou Champignon. O que causou uma surpresa dos fãs ao comunicar a sua volta em um vídeo postado no YouTube. O Charlie Brown Jr. voltava para quase a sua formação original de novo, com exceção do baterista Pelado.


Música Popular Caiçara – Ao Vivo (2012)

 

Em 2011 surgiu o projeto de fazer um registro ao vivo quando a banda ainda era um quarteto com Heitor Gomes no baixo, mas durante a primeira tentativa de gravação do DVD em São Paulo, os muitos problemas na organização do evento fizeram os membros da banda tomarem a decisão de romperem com a Sony Music e trabalharem de forma independente. Eles foram para o selo Radar Records e o disco ao vivo foi produzido por Liminha, já com o Champignon no baixo.

O álbum foi gravado em duas partes em Curitiba e em Santos somente em 2012. Já contendo o quinteto na sua formação.  E diversos sucessos do grupo ao longo dos 15 anos de estrada fazem parte do set list. Além da inédita “Céu Azul”. Zeca Baleiro, Falcão (O Rappa), e Marcelo Nova (Camisa de Vênus) fazem participações no show.

Formação:

Chorão Vocal
ChampignonBaixo, Beat Box
Thiago CastanhoGuitarra
MarcãoGuitarra
Bruno Graveto Bateria

Nota na História: O ano de 2012 foi um ano complicado no Charlie Brown Jr. e como sempre envolvendo o vocalista Chorão. Em meados do mesmo ano, por causa do excessivo uso de drogas, após um casamento de 15 anos, houve a separação com a esposa Graziela. Durante uma apresentação no programa Caldeirão do Huck, o cantor confessou que ainda gostava da ex-mulher e que a música “Céu Azul” foi inspirada nela.

Durante um show no Paraná, Chorão fez um discurso contra o baixista Champignon no meio da apresentação. Onde falou que o músico só tinha voltado para a banda porque estava sem dinheiro, o chamando de oportunista. O baixista então abandona o palco. Para desfazer a briga, a dupla gravou um vídeo para os fãs onde Chorão disse que se descontrolou e pediu desculpa pela forma que tratou Champignon e o público.

2013 o fim do Charlie Brown Jr.

Em 06 de março de 2013, Alexandre Magno Abrão, o Chorão, com 42 anos, foi encontrado morto em seu apartamento que ocupava esporadicamente em São Paulo. A policia ao chegar ao local descartou inicialmente a hipótese de homicídio, onde encontrou garrafas de bebidas alcoólicas, energéticos, embalagens de remédios e marcas de sangue. A causa da morte foi uma overdose de cocaína.

Em setembro do mesmo ano, na noite do dia 08, o baixista Champignon, ao chegar de um restaurante com a sua esposa grávida em casa, entra em um quarto e comete suicídio dando um disparo no lado direito da cabeça com uma pistola 380. O motivo do suicídio, segundo a viúva do músico, foi o fato do estresse causado pela morte de Chorão, o julgamento do publico que o fazia ficar nervoso por acharem que ele queria ficar no lugar do finado vocalista e o medo de não dar sequência a um novo trabalho. Luiz Carlos Leão Duarte Junior, o verdadeiro nome do Champignon, tinha 35 anos.


La Família 013 (2013)

É o álbum póstumo da banda após as mortes de Chorão e Champignon. Poucos dias antes de morrer, Chorão divulgou o novo single “Meu Novo Mundo” em 28 de fevereiro de 2013. Após a morte do vocalista (06/03/2013) a música e o álbum ganharam bastante notoriedade. O lançamento que seria em setembro, foi adiado pelo motivo da morte de Champignon (08/09/2013), então o álbum só saiu um mês depois.

Foi impossível não comparar o disco com o momento que era vivido pelo Chorão antes da sua morte, tido como depressivo e utilizando muitas drogas. O trabalho é um tanto quanto  sombrio. Em várias faixas temos um Chorão com um vocal mais lento quase sussurrando como que demonstrassem um desânimo sem a energia de outrora. “Rock Star” ganhou um clipe onde o Alexandre Abrão, filho do cantor, participa. La Família 013 (que deve ser por causa do DDD de Santos), foi para muitos da crítica especializada como o álbum mais adulto e autobiográfico da banda.

Formação:

ChorãoVocal
ChampignonBaixo, beat Box
MarcãoGuitarra
Thiago CastanhoGuitarra
Bruno GravetoBateria

O Charlie Brown Jr. foi uma das bandas mais importantes da história do rock nacional nos anos 90 e um dos campeões no mercado fonográfico. Com letras que abusavam do baixo calão, mas que também passavam mensagens positivas, relatavam romances, situações da vida e a indignação que vinha das ruas, conquistaram uma legião de fãs com o seu rock, rap e skate, que os seguem até hoje. Obviamente o carisma do Chorão fazia toda diferença no palco (palavras de uma pessoa que viu shows dos caras) o que o tornou, realmente, símbolo de uma molecada. Apesar de todas as polêmicas que sempre rodearam o Charlie Brown Jr. O que só podemos lamentar a sua saída tão brutal dos holofotes.

Sugestões para mais Discografias podem nos passar pelos comentários.

 

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Playlist | 25 músicas para deixar seu Natal mais Rock ‘N’ Roll

É noite de Natal e aquela sua tia coloca o clássico da Simone para tocar. O “Então é Natal…” chega doer nos ouvidos como aquela famosa piadinha do “É pavê ou pra comer?” Mas para você amante do Rock ‘N’ Roll que quer ouvir uns riffs de guitarras enquanto come uma coxa de peru esperando o velho Noel, nós vamos te ajudar a montar seu set list para barbarizar no natal.

Pearl Jam – Don’t Believe in Christmas 

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Alice Cooper – Santa Claus is Coming To Town

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Skid Row – Jingle Bells (feat. Johnny Solinger nos vocais)

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Firehouse – Rockin’ Around the Christmas Tree

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AC/DC – Mistress for Christmas

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Sex Pistols – Jingle Bells

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My Chemical Romance – All I Want For Christmas Is You

https://www.youtube.com/watch?v=u8rjrPIGZ5U

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Garotos Podres – Papai Noel Velho Batuta

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Rod Halford (Judas Priest) – Oh Holy Night

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Red Hot Chili Peppers –  Deck The Halls

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The Killers – Don’t Shoot Me Santa

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King Diamond – No Presents For Christmas

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Twisted Sister – Heavy Metal Christmas

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Paul DiAnno – Another Rock’n’Roll Christmas

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Weezer – We Wish You A Merry Christmas

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RUN-DMC: Christmas In Hollis (Ok não é Rock, mas é legal)

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Raimundos – Infeliz Natal

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Guns N’ Roses – White Christmas

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Bad Religion – O Come, O Come Emmanuel

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Blink-182 – Won’t Be Home For Christmas

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Green Day – Xmas Time Of The Year

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Ramones – Merry Christmas (I Don’t Want To Fight Tonight)

https://www.youtube.com/watch?v=4Y5GtaTrPHM

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Lemmy Kilmister (Motorhead): Run Rudolph Run

https://www.youtube.com/watch?v=_w1gZp6Vojw

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Queen – Thank God It’s Christmas

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B.B. King- Merry Christmas Baby

https://www.youtube.com/watch?v=gDV0Y6UK0zs

 

Aqui está as músicas que poderão salvar a sua noite de Natal. Achou que ficou alguma fora da lista? Fale com a gente!

 

Feliz Natal!

 

 

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Discografia | Iron Maiden

Seja bem vindo a área de Discografias da Torre de Vigilância. Onde vamos contar sobre os discos dos artistas e a história por trás de cada trabalho. Vamos começar com a maior e mais querida banda de Heavy Metal de todos os tempos. O Iron Maiden. Todo mundo já ouviu e conhece uma música da banda. Aqui vamos focar nos álbuns de estúdio da banda, as polêmicas, as mudanças de formações ao longo dos anos e os sucessos de cada disco.

 

Iron Maiden (1980)

Intitulado simplesmente de Iron Maiden, a banda de Heavy Metal, depois de cinco anos desde a sua fundação, dava seu primeiro passo para o estrelato com seu disco de estreia lançado em 14 de abril de 1980. É o único trabalho de estúdio com o guitarrista Dennis Stratton. As mudanças de produtores marcaram esse primeiro álbum. O primeiro foi Guy Edwards, que foi demitido por causa da insatisfação com a qualidade da produção. Logo após veio Andy Scott, que entrou em atrito com Steve Harris por que queria que o músico tocasse com palhetas e não com os dedos, também foi demitido. Até que Will Malone assumiu a produção e terminou o trabalho.

O álbum foi bem recebido pela crítica musical e se tornou um marco no Heavy Metal mundial. É considerado um dos discos de estreia mais importantes da história do rock. “Running Free”, “Phantom of the Opera”, “Sanctuary” e “Iron Maiden” são as faixas que mais se destacaram no álbum. A capa do disco que mostrava o mascote Eddie empunhando uma faca inclinando sobre o corpo de Margaret Thatcher, gerou publicidade na impressa britânica na época.

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Formação:

Steve HarrisBaixo e segunda voz
Dave Murray Guitarra
Paul Di’AnnoVocal
Clive BurrBateria
Dennis StrattonGuitarra e segunda voz

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Killers (1981)

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O segundo álbum do Iron Maiden foi o Killers, lançado em janeiro de 1981. “Wrathchild” foi um sucesso e até hoje é a única música do álbum que é tocada nos shows. Já a canção “Murders in the Rue Morgue” é baseada em um conto do Edgar Allan Poe, intitulado de “Rue Morgue”. Foi um álbum de estreias na banda. Adrian Smith assumiu a guitarra e o produtor Martin Birch fez o seu primeiro trabalho com os caras. Parceria que durou até 1992.

Apesar de não ter o clamor do seu antecessor, Killers é considerado um progresso para o Iron Maiden. Pois foi graças a ele que surgiu a sua primeira turnê mundial, que começou em Las Vegas abrindo o show do Judas Priest.

Formação:

Paul Di’AnnoVocal
Steve HarrisBaixo
Dave MurrayGuitarra
Adrian SmithGuitarra
Clive BurrBateria

Nota na história: O convívio com o  vocalista Paul Di’Anno estava se tornando insuportável pelo seu uso excessivo de álcool e cocaína. Suas atitudes vinham constantemente atrapalhando a agenda da banda, que crescia cada vez mais. Então Steve Harris, secretamente, convidou o jovem vocalista Bruce Dickinson para uma audição em setembro de 1981, onde foi contratado imediatamente. No final da Killer Wolrd Tour Paul foi demitido e Dickinson assumiu o lugar. O seu primeiro show foi durante uma pequena turnê pela Itália.

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The Number of the Beast (1982)


É o clássico. Todo mundo já ouviu falar. Todo mundo já foi na casa de um amigo que curte Rock e sabe desse álbum. É o álbum mais vendido do Iron Maiden, com mais de 14 milhões de copias vendidas ao redor do mundo. Considerado como um dos melhores álbuns de heavy metal de todos os tempos, foi recebido com grande aclamação da critica. Com os sucessos que se tornaram hinos dos fãs como “The Number of the Beast” e “Run to the Hills”, o álbum configura em diversas listas de melhores discos. Nos Estados Unidos, The Number of the Beast gerou polemica pela temática religiosa de algumas letras e da arte da capa. Houve um principio de histeria, como pessoas quebrando os discos com martelos, queimando e até mesmo rolo compressores esmagando os álbuns. Mas se forem pegar mesmo as letras, a única canção que fala realmente algo do tipo é a faixa-título. Que foi uma inspiração de Steve Harris após assistir um documentário do gênero. Você querido e amado leitor, se tiver dúvidas, pegue a tradução das letras e tire suas próprias conclusões. Foi também o ultimo álbum com a participação do baterista Clive Burr e marca a estreia de Bruce Dickinson no vocal.

O produtor do álbum, Martin Birch, falou na época que a entrada de Bruce abriu um novo leque para a banda por causa da sua linha vocal. E que algumas coisas compostas por Steve Harris, não seriam possíveis sendo cantadas por Paul Di’Anno o antigo vocalista.

Formação

Steve HarrisBaixo
Dave MurrayGuitarra
Clive BurrBateria
Adrian SmithGuitarra
Bruce DickinsonVocal

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Piece of Mind (1983)

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O quarto álbum da banda foi lançado em 16 de maio de 1983. Nele acontece a estreia do baterista Nicko McBrain. Piece of Mind mantém o estilo pesado do seu antecessor, só que as músicas mais trabalhadas e com mais conceitos. Lidando com guerras, temas de filmes e livros. As músicas que mais se destacaram nesse trabalho foram “Flight of Icarus” e “The Trooper”.  E novamente com a produção de Martin Birch.

Formação:

Bruce DickinsonVocal
Dave MurrayGuitarra
Adrian SmithGuitarra
Steve HarrisBaixo
Nicko McBrainBateria

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Powerslave (1984)

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O álbum foi lançado em 03 de setembro de 1984, e é considerado como um dos mais grandiosos do Iron Maiden. Com os hinos “Aces High” e “2 Minutes To Midnight” elevou o trabalho ao mesmo patamar do The Number of Beast. Foi com ele que o Iron Maiden tomou a proporção de gigante do rock mundial. A Turnê batizada de World Slavery Tour foi a mais longa e maior do grupo, que passou por 28 países fazendo 193 shows em longos 13 meses. Foi nessa turnê que os shows passaram a ter os temas dos conceitos artísticos dos álbuns, no caso de Powerslave, tinha a temática egípcia. No Brasil, a turnê passou pelo Rock In Rio de 1985.

As turnês do Iron Maiden passaram a ter palcos temáticos com os temas dos álbuns.

Mas com a grandiosa turnê também veio grandiosos desgastes. Os integrantes tiraram férias de quatro meses, embora quisessem que fossem seis. Em meio há esse tempo, iria acontecer a turnê do “Live After Dearth” que foi gravado durante um show histórico em Long Beach na Califórnia. Mas Dickinson, alegando cansaço, não queria fazer e ameaçou a deixar a banda se não fosse interrompida. Algo que complicou ainda mais relacionamento com Steve Harris que já não andava muito bem das pernas.

Formação:

Adrian SmithGuitarra
Dave Murray Guitarra
Nicko McBrainBateria
Steve HarrisBaixo
Bruce DickinsonVocal

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Somewhere In Time (1986)

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Depois do cancelamento da turnê de divulgação do “Live After Death”, os músicos aproveitaram para criarem letras. E no fim do período de descanso reuniram-se e apresentaram seus esboços. Os de Adrian Smith foram bem aceitos, já os de Dickinson foram rejeitados e assim surgiu o novo álbum. E no dia 29 de setembro de 1986 foi lançado o Somewhere In Time. O trabalho mais experimental da banda. É a primeira vez que eles usam sintetizadores que trouxeram feitos sintéticos as músicas. O resultado cria uma atmosfera profunda, melódica e até cibernética no disco. A capa veio bem a calhar com esse momento musical. Era o Eddie em uma arte que lembra o filme Blade Runner (1982). A grande curiosidade desse disco é a faixa “Alexander The Great”, uma das músicas mais incríveis da história da banda que nunca foi executada ao vivo.

Formação:

Bruce DickinsonVocal
Adrian SmithGuitarra, sintetizador, vos de apoio e voz principal em “Reach Out”
Dave MurrayGuitarra, sintetizador
Steve HarrisBaixo, sintetizador
Nicko McBrainBateria

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Seventh Son of a Seventh Son (1988)

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Agora seguindo o intervalo de dois anos para o lançamento de discos, foi lançado em 11 de abril de 1988 o Seventh Son of a Seventh Son. Tendo como temática a lenda do sétimo filho do sétimo filho, que teria poderes sobrenaturais partindo da história de uma criança enviada para ser um representante do bem ou do mal na Terra. A ideia surgiu após Steve Harris ler o livro “Seventh Son” de Orson Scott, o baixista então passou para Bruce Dickinson a história e coincidiu com o número sete. E era o sétimo disco que o Iron Maiden ia lançar. O vocalista caiu de cabeça e foi acrescentando suas ideias e finalmente conseguiu contribuir com as composições.

Ele também tem uso de sintetizadores e teclados em suas músicas, e soa como um trabalho experimental como o Somewhere In Time. Só que os fãs o consideram melhor do que o seu antecessor. Uma mudança que se sente no disco é a abordagem vocal de Dickinson. Antes sempre mais teatral, nessas músicas ele está mais variante, carregado de drives e narrativo. Como se estivesse contando uma história e interpretando em seus atos. Daqui surgiram os hinos “Can I Play With Madness?” e a obrigatória nos shows “The Evil Dead Man Do”.

Formação:

Bruce DickinsonVocal
Adrian SmithGuitarra, sintetizador
Dave MurrayGuitarra, sintetizador
Steve HarrisBaixo, sintetizador
Nicko McBrainBateria

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No Prayer of the Dying (1990)

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Depois de um hiato de dois anos sem gravar nada inédito, e seus integrantes tocando os seus projetos solos, o Iron Maiden volta ao estúdio para seu novo trabalho. As discussões de como seria o próximo álbum foram bem acaloradas. Steve Harris considerava que a banda estava em níveis muito altos e que estava cansado daquilo. Muita produção, muita intensidade, palcos enormes com suas temáticas gigantescas e os dois últimos trabalhos com muitos sintetizadores, teclados tinha tirado a simplicidade da banda. Harris queria fazer algo mais seco, mais cru. O guitarrista Adrian Smith não concordou com o rumo que a banda poderia tomar e decidiu sair. Em seu lugar foi recrutado Janick Gers, que tocava com Bruce Dickinson em seu projeto solo.

Pois bem, o resultado não agradou aos fãs e a mudança de sonoridade com a saída de Smith transforma No Prayer For The Dying, para muitos, no mais fraco e desinteressante da carreira do Iron Maiden. Apesar de terem colocado a canção “Bring Your Daughter… to the Slaughter” em primeiro lugar nas paradas britânicas. Algo inédito na historia da banda.

Contra capa de No Prayer For The Dying.

Formação:

Bruce DickinsonVocal
Dave MurrayGuitarra
Janick GersGuitarra
Steve HarrisBaixo
Nicko McBrainBateria
Michael Kenney (músico adicional)Teclado

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Fear of The Dark (1992)

O resultado abaixo do esperado no disco anterior, a mídia e o publico entenderam que o Iron Maiden estava tendo uma queda de rendimento. Depois de um período de dois anos inativos, em 11 de maio de 1992 é lançado o Fear of The Dark. As recepções foram bem variadas. Algumas pessoas acham que é um excelente disco, mas há quem ache que não é tudo isso. Só é melhor do que o ultimo. O Heavy Metal chega a flertar com influencias do Hard Rock, que traz músicas energéticas. O guitarrista Janick Gers parece estar mais a vontade nesse disco, ele contribui nas composições e aplica mais seu estilo sonoro. E Dickinson estava no seu ponto alto nos vocais. Com uma postura mais agressiva nas músicas.

O sucesso “Fear of The Dark” também se tornou hino essencial nos shows da banda. O disco tem canções que falam da Guerra do Golfo, “Wasting Love” uma balada da banda e a “Fear Is The Key” que foi feita logo após da morte de Freddy Mercury vocalista do Queen vitimado pelo vírus da AIDS. A musica é sobre uma relação sexual coberta pelo medo da doença. Na época Dickinson comentou: “Há uma parte onde ‘Fear of the Key’ diz que ‘ninguém liga até que um famoso morre’. E isso realmente é verdade e triste. Enquanto achavam que o vírus estava confinados em homossexuais ou viciados em drogas desconhecidos, ninguém dava a mínima. Foi apenas quando celebridades começaram a morrer que as massas foram se conscientizar da gravidade.”

Formação:

Bruce Dickinson  – Vocal
Jancik GersGuitarra
Dave MurrayGuitarra
Steve HarrisBaixo
Nicko McBrainBateria

Nota na história: no ano de 1993 o vocalista Bruce Dickinson resolve sair da banda para se dedicar a sua carreira solo, na época foi um grande baque nos fãs que não viam a banda seu frontman. Bruce aceitou fazer uma turnê de despedida, mas que foi marcada por brigas com Steve Harris. O baixista argumentava que o cantor não estava se esforçando nos shows, que por sua vez se defendia falando que não é possível se apresentar sorrindo, como tudo estivesse bem quando o clima na banda não era dos melhores. A grande realidade era que o  relacionamento entre os dois já estava insustentável há tempos. A turnê rendeu dois álbuns ao vivo “A Real Live One” que tinha canções de 1986 a 1992 lançado em março de 1993 e “A Real Dead One” que saiu em outubro do mesmo ano e contém as músicas de 1980 a 1984. Logo depois ambos foram lançados no pacote intitulado de “A Real Live Dead One”. Bruce Dickinson se apresentou pela ultima vez em 28 de agosto de 1993.

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The Factor X (1995)

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Em 2 de outubro de 1995, após três anos do ultimo disco, é lançado o décimo trabalho de estúdio do Iron Maiden. E no período sem atividades de 1993 até 1995, a banda escutou diversas fitas a fim de encontrar um novo vocalista. Entre essas fitas estava a do brasileiro André Matos, vocalista do Angra. Mas foi o britânico Blaze Bayley, que ficou no lugar de Dickinson. Bayley foi escolhido por Steve Harris, que tinha se lembrado do cantor quando a sua banda Wolfsbane abriu um show do Iron.

A escolha de Bayley teve um impacto negativo entre os fãs. Criticaram, e falam até hoje, que o vocal de Bayley tem uma extensão mais baixa e menor. Não chega a notas altas, precisando usar o ar para impulsionar a voz para alcançar um volume mais baixo, além de ter um timbre mais abafado. O que as pessoas falam “canta para dentro.” Mas a ideia de Harris era um vocalista diferente do anterior, ele não queria alguém que imitasse Dickinson, queria algo original.

The Factor X é um disco mais escuro, com um clima denso e que com cadência e influência do som que habitava no momento. O Progressive Metal. Se for colocado lado a lado com os antigos trabalhos, parece que lhe falou algo, inspiração, ou até mesmo paixão. Era um perfeito reflexo de Steve Harris que passava uma fase complicada na vida devido ao divórcio. A atmosfera do álbum acabou que combinou com o estilo da voz de Bayley. “Man On The Edge” é o destaque desse disco.

Durante 1995 e 1996, a banda saiu em turnê mundial. Logo após o encerramento, foi lançada a sua primeira coletânea Best of The Beast (que todo mundo que se dizia do Heavy Metal na década de 90 tinha). Ela traz dois CDs com os maiores sucessos de todos os discos até ali.

Formação:

Blaze BayleyVocal
Steve HarrisBaixo
Dave MurrayGuitarra
Janick GersGuitarra
Nicko McBrainBateria

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Virtual XI (1998)

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O décimo primeiro álbum do Iron Maiden foi lançado em 23 de março de 1998. O nome foi escolhido por coincidir com o lançamento do jogo de computador da banda Ed Hunter (quem aí jogou?) e também pela Copa do Mundo de 1998 na França (se lembra do piripaque do Ronaldinho Fenômeno?) e um pouco antes de lançar o álbum, a banda organizou uma turnê de divulgação com marcaram jogos de futebol pela Europa com músicos convidados e jogadores profissionais da Inglaterra.

Sonoramente o Virtual XI não é escuro e melancólico como seu antecessor The Factor X, ele é mais feliz, iluminado, os arranjos são mais abertos e melódicos. As linhas vocais são mais intensas e interessantes. Mas mesmo assim os fãs não gostaram. A falta de criatividade é algo visível na banda. Músicas prolongadas e repetitivas. A critica especializada deu notas variadas, mas todos reconhecendo que não era o mesmo Iron Maiden de outrora.

Capa do game Ed Hunter

As coisas ficaram mais complicadas durante a turnê Virtual XI World Tour. Onde nos shows tinham faixas pedindo a volta de Bruce Dickinson. E o pior momento foi durante um show no Chile em que Blaze Bayley foi recebido a cusparadas. O vocalista chegou a gritar ao microfone, que estavam atrapalhando o show e que viu quem era exigindo que fossem retirados do espetáculos. Essa fase do Iron Maiden realmente é muito complicada, Bayley era chamado de “a maior farsa do da história do Metal”. Em janeiro de 1999 aconteceu o inevitável. O vocalista foi convidado a se retirar da banda. Steve Harris falou que a voz de Bayley não estava combinando com as expectativas durante a turnê. Janick Gers defendeu Bayley, falando que o motivo das baixas performances era que o vocalista era obrigado a cantar fora do seu tom. Mas na verdade Harris viu que a coisa não estava boa entre a banda e os fãs e resolveu demitir para evitar prejuízos maiores.

Formação:

Blaze BayleyVocal
Steve HarrisBaixo
Dave MurrayGuitarra
Janick GersGuitarra
Nicko McBrainBateria

Nota na história: No mesmo janeiro de 1999, por meio do produtor da banda, Rod Smallwood, Steve Harris voltou a ter contato com Bruce Dickinson. Então o convite foi feito e o vocalista concordou a retornar. E o guitarrista Adrian Smith, que recebeu um telefonema de Bruce avisando que iria voltar, retorna para a banda. Jancik Gers que tinha substituído Smith desde No Prayer For The Dying (1990) continuou na banda. Que agora era um sexteto com três guitarras. As “velhas novidades” animaram os fãs. Então a banda saiu em turnê de reunião e lançaram a coletânea Ed Hunter que vem com o jogo de computador incluso.

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Brave New World (2000)

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Nas conversas sobre o novo disco, Dickinson já tinha uma visão de ser algo novo. Não queria voltar ao passado. Queria algo moderno. Para frente. Então foi concebido o aclamado Brave New World lançado em 30 de maio de 2000. O disco é amado pelos fãs que estavam empolgados pelo retorno do vocalista e de Smith e animados com a formação com três guitarras. É certamente o trabalho mais pesado da banda. Os solos são destruidores e as distorções animais. E as músicas marcantes voltaram aos discos do Iron Maiden. Canções como “The Wicker Man”, “Brave New World”, “Dream of Mirrors” e a sentimental “Bood Brothers” viraram hinos rapidamente. E o mais incrível é que Brave New World tem semelhanças com os trabalhos anteriores (que foram muito criticados). Tem o som progressivo, mas ao mesmo tempo, o metal tradicional da banda faz presente. É uma perfeita junção dos estilos.

Uma longa turnê mundial começou logo após o lançamento do álbum. Um dos shows, se não for o melhor de toda turnê, aconteceu aqui no Brasil novamente durante o Rock in Rio III em 2001. A banda considera o nosso país como um segundo lar do Iron Maiden, e eles classificam essa apresentação como uma das melhores da história do grupo. O que rendeu um CD e um DVD ao vivo implacável e obrigatório para os fãs.

Formação:

Bruce DickinsonVocal
Dave MurrayGuitarra
Janick GersGuitarra
Adrian SmithGuitarra
Steve HarrisBaixo, teclado
Nicko McBrainBateria

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Dance of Death (2003)

Em 8 de setembro de 2003 chega as lojas o décimo terceiro álbum de estúdio do Iron Maiden. O segundo trabalho do sexteto segue de perto o estilo do seu antecessor, mas de uma forma mais densa. A musicalidade da a impressão de que existem várias coisas ao mesmo tempo, dando a sensação de dramaticidade nas canções. Dance of Death não foi bem recebido como o Brave New World, muito se deve a produção abafada e desleixada de Kevin Shirley. “Wildest Dreams”, “Rainmaker”, “No More Lies”, “Dance of Death” e “Face In The Sand” são os destaques do disco.

Essa época é recheada por polêmicas, a primeira foi logo na capa do disco. A arte foi criada pelo artista gráfico David Patchett. A polêmica foi por que o artista não quis ter seu nome creditado a arte. A dita cuja que está na capa não era uma versão final, só que a banda gostou tanto que utilizou assim mesmo. O artista não gostou nada de saber que estariam divulgando um trabalho inacabado que muitos encarariam como a versão final e o julgariam como um péssimo artista.

A outra polemica ocorreu já no fim da turnê. Quando a banda ia dividir o posto de principal atração com o Black Sabbath no Ozzfest. Acontece que o Iron teve o show sabotado pela Sharon Osbourne, na época esposa de Ozzy. Sharon não tinha gostado e se sentiu ofendida com uma declaração de Bruce Dickinson criticando reality shows na TV. E quem se lembra do sucesso da MTV, The Osbournes?

Formação:

Bruce DickinsonVocal
Dave MurrayGuitarra
Janick GersGuitarra
Adrian SmithGuitarra
Steve HarrisBaixo, teclado
Nicko McBrainBateria

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A Matter of Life and Death (2006)

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Um disco mais melódico que flerta com o Hard Rock e Alternative Rock. Foi assim que muitas pessoas classificaram o décimo quarto álbum do Iron Maiden lançado em 28 de agosto de 2006. Apesar de não ser um álbum que não foi valorizado pelos fãs, o disco foi bem comercialmente. Sendo considerado “Álbum do Ano” pela Classic Rock Roll of Honour Awards.

A turnê foi marcada pela polêmica de que a banda decidiu tocar o set list inteiro de A Matter of Life and Death. O que acabou deixando alguns clássicos de fora. Alguns fãs torceram o nariz e pediam certas músicas durante os shows.

Formação:

Bruce DickinsonVocal
Dave MurrayGuitarra
Janick GersGuitarra
Adrian SmithGuitarra
Steve HarrisBaixo, teclado
Nicko McBrainBateria

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The Final Frontier (2010)

Surgiu sobre a sombra da informação que seria o último álbum da carreira da banda, segundo o baixista Steve Harris. Em 13 de agosto de 2010 era lançado o décimo quinto trabalho do Iron Maiden. Dickinson disse na época: “tivemos provavelmente o menor tempo de preparação até agora, o que é bizarro, porque é o registro mais longo e mais complicado de todos eles.”

O confuso é a receptividade do disco. A critica especializada não pouparam elogios e o álbum chegou a primeira colocação de vendas em 28 países (maior marca da história da banda). Já os fãs detestaram! Ele foi classificado como chato e sem sal. A turnê percorreu lugares como Indonésia, Coreia do Sul, Singapura e Transilvânia.  Então ao final da turnê, o grupo divulgou que ia continuar excursionando, mais sem previsão de gravar material inédito. Rodaram mais uma vez o mundo e tocaram mais uma vez no Rock In Rio em 2014, quando encerraram o festival naquele ano.

Nota na história: Era ano de 2014 e Bruce Dickinson revelou que estava nos planos um novo disco com músicas inéditas. Os fãs viveram expectativa no lançamento do décimo sexto álbum. Então na noite de Natal daquele ano, um cartão comemorativo da data foi publicado no site oficial, prometendo presentes para o ano seguinte. Mas no primeiro semestre de 2015 uma noticia abateu sobre a banda, foi descoberto que o vocalista estava com câncer no fundo da língua. Como foi descoberto ainda cedo, o músico passou por uma cirurgia e quimioterapia. Esse infeliz contratempo atrasou os planos do lançamento do novo álbum.

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The Book of Souls (2015)

Em 4 de setembro de 2015 chega as lojas o primeiro álbum de estúdio do Iron Maiden em formato de duplo. Com produção Kevin Shirley e Steve Harris, ele conta com pontos positivos e negativos. Ele dividiu alguns fãs por acharem ele meio cansativo com músicas que repetem os refrões diversas vezes, mas há quem considere um grande trabalho com solos matadores que lembravam a antiga forma do Iron Maiden. O álbum foi um sucesso nas vendas chegando ao topo de vários países. Faixas como “Speed of Light” e a épica “Empire of the Clouds” que tem 18 minutos de duração, são os destaques do álbum duplo.

Formação:

Bruce DickinsonVocal, piano em “Empire of the Clouds”
Dave MurrayGuitarra
Janick GersGuitarra
Adrian SmithGuitarra
Steve HarrisBaixo, teclado, co-produção
Nicko McBrainBateria

O Iron Maiden é uma banda que sempre renova a sua base de fãs, ela está naquele nível de que se passa de pai para filho. E seus fãs os mantém na ativa no posto de maior banda de Heavy Metal do mundo com sua saraivada de sucessos que até quem não gosta do estilo conhece. E isso é reconhecimento de uma carreira que na verdade houve poucos momentos baixos.

Se você gostou da discografia, pode pedir seu artista favorito nos comentários, e nos vamos contar a histórias dos seus discos aqui.

lobo

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Playlist | Músicas Para Beber e Endoidar

Música e cerveja. Duas coisas que sempre andaram juntas, desde que o mundo descobriu o poder da cevada, do lúpulo e do malte juntos. Lógico que, no início, não existiam guitarras elétricas distorcidas nem bandas que falavam desse amargo néctar dos deuses(perdem apenas para o vinho). Mas a humanidade evoluiu, assim como a boa música e a arte de fazer cerveja. Desde as tão conhecidas pielsen industrializadas em larga escala, passando pela escuras stout e, por fim, as artesanais mais conhecidas como as ale. Mas, o foco desse post não é cerveja, mas a música que acompanhará essa cerveja. Tá bom, um pouco  de cerveja também.

Enfim, deixo abaixo uma sugestão de playlist para cada tipo de cerveja que você deseja consumir. Mas não esqueça, se for menor de 18, pode curtir a música com uma coca-cola, um guaraná ou um toddynho mesmo…

Em primeiro lugar, vem a minha preferida: IRISH RED ALE. A típica cerveja irlandesa, como o nome diz. E nada melhor que a velha música céltica de pub misturada com o bom e velho rock’n’roll, em uma pegada punk, para poder fazer companhia com essa cerveja encorpada e de sabor peculiar.

Músicas:

Em seguida, a minha segunda preferida: STOUT. As cervejas Stouts são facilmente identificadas pelo sabor forte da cevada torrada e sua coloração escura, além de serem uma variação mais “encorpada” das Porters. Por ser a mais forte dos quatro tipos de cervejas que vou abordar nessa postagem, nada melhor que um heavy metal para acompanhar essa cerveja.

Músicas:

Para quebrar um pouco o peso, mas sem perder o sabor, seguimos com a Lager. As cervejas Lager são conhecidas por um gosto um pouco mais amargo, além de seu processo de fermentação ser diferenciado das Ale, iniciando o processo em temperaturas mais baixas, o que as tornam um pouco mais leves também. Existem vários tipos de Lager, mas as mais conhecidas são: as American Lagers, que são a maioria das produzidas no Brasil e as Pilsen. Como são mais leves, colocarei nessa sessão um pouco do tradicional rock’n’roll.

Músicas:

Vou parar por aqui, porque também ninguém quer ficar muito bêbado, não é verdade? Diferente do rock’n’roll, que não precisa de moderação, o álcool deve ser consumido moderadamente. Espero que tenham gostado dessa playlist e fique ligado porque em breve farei uma playlist para acompanhar aquele vinho, acompanhado ou sozinho.

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The Killers | Análise discográfica

As músicas têm muitas funções, além de alegrar uma certa plateia, ou tornar ambientes mais animados, elas conseguem mudar suas emoções ou até gravar e trazer momentos à tona (seja lembrar do que jogou na infância, o primeiro beijo que já deu, ou uma fase difícil da sua vida). Todas as obras que serão mostradas nesta análise, são capazes de acordar essas sensações, então prepare o seu leite quente, ligue a playlist e venha se deliciar!

Da esquerda para direita vemos: Mark Stoermer, Brandon Flowers, Dave Keuning e Ronnie Vannucci
Da esquerda para direita vemos: Mark Stoermer, Brandon Flowers, Dave Keuning e Ronnie Vannucci

Com Brandon Flowers no vocal, Dave Keuning na guitarra, Ronnie Vannucci na bateria e Mark Stoermer no baixo, a banda The Killers, que começou oficialmente em 2002, possui até hoje 13 anos de carreira e 4 álbuns (também algumas compilações) lançados em estúdio e é considerada pelo público uma das melhores bandas do gênero Indie Rock.

Capa do CD Hot Fuss (2004)
Capa do CD Hot Fuss (Limited Edition) (2004)

Faixas:

01 – Jenny Was a Friend of Mine

02 – Mr. Brightside

03 – Smile Like You Mean It

04 – Somebody Told Me

05 – All These Things That I’ve Done

06 – Andy, You’re a Star

07 – On Top

08 – Change Your Mind

09 – Believe Me Natalie

10 – Midnight Show

11 – Everything Will Be Allright

Apesar da banda ter sido criada em 2002 e já ter concertos e shows marcados pouco tempo depois, seu primeiro CD só foi lançado no ano de 2004.

Trazendo músicas sensacionais, incluindo a famosa faixa Mr Brightside (primeira composição de Brandon e Dave), Hot Fuss é um disco que te deixa com a cabeça um pouco pesada até a última música (não pesado no sentido de reviver problemas, e sim de não conseguir concentrar muito bem em atividades psicológicas).

Contendo músicas mais animadas e devido à grande presença de sintetizadores, a obra foi comparada a grupos dos anos 80 como U2, The Cure , Depeche Mode e New Order, o que levou os críticos a definirem o grupo como New Wave, synthpop, pop alternativo, dance rock dentre outros gêneros musicais. Somebody Told Me, outra faixa presente no CD também foi um dos maiores sucessos da banda, sendo tocada em inúmeras rádios.

Apesar de ter uma diferença enorme em relação as outras criações da banda, o Hot Fuss alavancou a carreira deles completamente, levando-os a abrir Shows de artistas muito grandes, como Morrissey.

[Nota] Na versão original desse CD vieram 11 faixas, porém na Limited Edition (a da imagem acima) podemos contar com mais 3.

Capa do CD Sam's Town (2006)
Capa do CD Sam’s Town (2006)

Faixas:

01 – Sam’s Town

02 – Enterlude

03 – When You Were Young

04 – Bling (confession Of A King)

05 – For Reasons Unknown 

06 – Read My Mind

07 – Uncle Jonny

08 – Bones

09 – My List

10 – This River Is Wild

11 – Why Do I Keep Counting?

12 – Exitlude

Com uma tremenda responsabilidade de produzir um disco de tanto sucesso quanto o primeiro, 2 anos depois é lançado o Sam’s Town, que atraiu uma grande quantidade de público novo. É importante citar a mudança de sonoridade de um álbum para o outro, os sintetizadores (elementos muito presentes na primeira obra) foram quase deixados de lado, já as guitarras, por sua vez, foram foram muito bem valorizadas.

Comparado a Born in the USA (famoso álbum da banda Springsteen) , por ter um tom muito mais americano e mais violento, de certa forma. As críticas para o Sam’s Town ou eram muito boas, ou muito ruins. Nem todos gostaram da mudança de estilo de um disco para o outro, os fãs antigos, por exemplo, criticaram muito a mais  criação do grupo.

Com o sucesso das faixas Bones, Read My Mind e When You Were Young, os Killers entraram no jogo Guitar Hero III: Legends of Rock, e tiveram dois clipes feitos pelo diretor Tim Burton. Várias músicas inclusas na obra são também partes da vida de integrantes da banda, por exemplo, My list foi uma homenagem à esposa de Brandon, Tana.

Em uma entrevista, graças à grande repercussão do disco, o vocalista Brandon Flowers, disse o seguinte sobre o Sam’s Town: “Eu tenho de confessar que as pessoas não vão gostar de nós. Nós apenas temos de fazer o melhor álbum que nós pudermos. E nós estamos fazendo isto. Este é um dos melhores álbuns dos últimos 20 anos. Nada pode abalar este álbum.

Capa do CD Day & Age (2008)
Capa do CD Day & Age (2008)

Faixas:

01 – Losing Touch

02 – Human

03 – Spaceman

04 – Joyride

05 – A Dustland Fairytale

06 – This Is Your Life

07 – I Can’t Stay

08 – Neon Tiger

09 – The World We Live In

10 – Goodnight, Travel Well

Considerado, para mim, o álbum mais marcante da banda, Day & Age contém traços tanto do Hot Fuss, quanto do Sam’s Town, além de características únicas.

Ouvindo toda a obra, é possível ficar de encontro com inúmeras sensações e sentimentos. trazendo músicas lentas como A Dustland Fairytale, um pouco, digamos, “desesperadoras” como Goodnight, Travel Well , e animadas como Spaceman, percebe-se claramente a diversidade contida no disco.

A primeira single Human, liberada em 22 de setembro de 2008, foi um enorme sucesso, ganhando uma certificação de platina da Recording Industry Association of America (RIAA) e após o lançamento do álbum, eles receberam mais 4 certificações, dessa vez da British Phonography Industry (BPI).

Após muito mais prêmios ganhos e um DVD gravado na capital inglesa (Live from the Royal Albert Hall), o grupo entrou em uma turnê de shows que durou de 2008 até 2010.

Capa do CD Battle Born (2012)
Capa do CD Battle Born (2012)

Faixas:

01 – Flesh and Bone

02 – Runaways

03 – The Way It Was

04 – Here With Me

05 – A Matter of Time

06 – Deadlines and Commitments

07 – Miss Atomic Bomb

08 – The Rising Tide

09 – Heart Of A Girl

10 – From Here on Out

11 – Be Still

12 – Battle Born

13 – Carry Me Home (Deluxe Edition Bonus)

14 – Flesh and Bone (Jacques Lu Cont Remix) (Deluxe Edition Bonus)

15 – Prize Fighter (Deluxe Edition Bonus)

Após uma pausa enorme e uma turnê cansativa, eis que surge o último disco (de estúdio) lançado até hoje pela banda, o battle Born. Um disco mais uma vez um pouco diferente, mas como sempre a qualidade é sensacional, trazendo desde músicas emocionantes como Here With Me  até músicas épicas como Flesh and Bone  ou Battle Born (música com o mesmo nome do CD).

Uma das dificuldades maiores enfrentadas durante a criação do disco foi a morte do saxofonista, e também produtor de algumas músicas, Thomas Marth, ele teria se suicidado com um tiro. Apesar dos pesares, Battle Born também foi um sucesso, e graças a obra, a banda ganhou o prêmio de “melhor artista internacional” no NME Awards.

Em 2013, foi lançado uma compilação dos maiores sucessos da banda em apenas um álbum, intitulado: Direct hits e foi a última criação da banda até o momento.


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Playlist | Deep Purple – 30: The Very Best Of

Capa do CD Deep Purple 30: Very Best OfQuem nunca ouviu falar de “Smoke On The Water”? Talvez pelo nome você não consiga identificar mas se escutar os primeiros 5 segundos da música, vai matar na hora. Composta por uma das bandas mais influentes da história do hard rock/progressive rock, o Deep Purple, esse é somente um dos vários hits da banda que fazem parte desta coletânea especial. Entre outras, neste álbum fulguram: “Hush”, “Burn”, “Black Night”, “Speed King”, “Highway Star” (que fez parte da trilha sonora do jogo Rock’n’Roll Racing para SNes) e “Perfect Stranger”. Fica aí uma excelente dica de trilha sonora para o resto da semana.

História da Banda:

Pra quem não conhece, o Purple é uma banda inglesa formada em 68, quando o ex-baterista da banda Searchers, Chris Curtis, entrou em contato com o empresário Tony Edwards, perguntando se ele poderia agenciar uma banda que o primeiro estava montando, chamada inicialmente de Roundabout. O primeiro músico chamado para integrar o grupo foi o gênio Jon Lord, organista clássico, que foi seguido de um dos maiores guitarristas da história do rock’n’roll, Ritchie Blackmore. Logo depois, devido a alguns problemas, Curtis deixou a banda, mas Ritchie e Jon mantiveram o projeto, mantendo Tony como seu empresário.

Lord indicou, para o baixo, um amigo seu, Nick Simper, com quem já tinha tocado em outro projeto. Logo depois, abriram audições para cantor e baterista. A primeira opção para a bateria seria Bobby Woodman, mas quando Rod Evans veio para as audições de cantor, trouxe consigo o jovem baterista Ian Paice, que tocava ao seu lado na banda Maze. Blackmore já o havia visto tocar antes, em turnês pela Alemanha, e ficou impressionado com a maneira que ele tocava, à época com apenas 18 anos. Enquanto Woodman estava fumando, do lado de fora do estúdio, Blackmore conseguiu uma rápida audição para Paice, o que convenceu os outros integrantes a mantê-lo no grupo.  Pronto, estava formado o primeiro line-up da banda que se tornaria uma lenda do rock britânico. Porém, no início da década de 70, a banda decide fazer uma mudança no estilo de som mas Simper e Rod não concordaram muito com a idéia. Deixando a banda, foram substituídos pelo grante vocalista Ian Gillan e o excelente baixista Roger Glover, que foi mantido no grupo por insistência de Paice. Pronto, o segundo e mais explosivo line-up (na minha opinião, a melhor fase da banda) estava formado. Foi com essa formação que lançaram o fenomenal ‘In Rock’ e explodiram. Porém (sempre tem um porém), em 73, após uma forte tensão entre Blackmore, Gillan e Glover; Gillan e Glover deixam a banda.

Diante disso, os três membros restantes começaram a procurar por novos integrantes quando se deparam com o baixista/vocalista Glenn Hughes, ex-Trapeze. Com Hughes contratado, a banda continuou em um debate se mantinham-se como um quarteto, com Hughes como baixista/vocalista, enquanto deixavam abertas as audiências para um co-vocalista. Foi quando Blackmore se depara com David Coverdale. Este line-up continuou durante o ano de 74 e gravou o disco “Burn”, um sucesso estrondoso. Logo depois, no fim de 74, lançaram o álbum “Stormbringer”, o qual Ritchie Blackmore não gostou muito. Como conseqüência disto, deixou a banda para formar a sua própria, junto com Ronnie James Dio: o Rainbow.

Deep Purple Guitar: Ritchie Blackmore
Ritchie Blackmore, na época do Deep Purple

Com a saída de Blackmore, se abriu uma lacuna imensa dentro do grupo que eles teriam que preencher, o que levou a vários experimentos com outros guitarristas. Durante essa fase passaram pelo Purple: Clem Clempson, Zal Cleminson, Mick Ronson, Rory Gallagher e por fim Tommy Bolin, que permaneceu por um tempo. Essa formação não durou muito, com um episódio curioso: em um show os fãs vaiaram Tommy por sua incapacidade de realizar solos com a destreza de Ritchie Blackmore. Em 76, a banda se desfaria e manteria um longo tempo sem se reunir novamente, pois cada um dos integrantes foram cuidar de projetos solos como o Whitesnake e Rainbow.

Em abril de 1984, após um intervalo de oito anos sem se apresentarem, uma “reunion” com a formação clássica (Gillan, Lord, Blackmore, Paice e Glover) estourou e assinaram com a PolyGram para a gravação de “Perfect Stranger”. O álbum, como era de se esperar, foi um sucesso. Mas as rusgas entre Gillan e Blackmore começaram novamente, e Gillan sai novamente. Devido a contratos e a agenda já cheia, eles correm para substituí-lo e abrem novamente mais audições e, após vários testes, econtram Joe Lyn Turner, ex-Rainbow. Com essa formação, gravaram um disco, “Slaves & Masters” e saíram em turnê.

Não alcançando o sucesso esperado, e o aniversário da banda se aproximando, após receberem várias críticas negativas dos fãs, a gravadora e os outros membros exigem a volta de Gillan para o aniversário da banda. A princípio, Blackmore se opõe, mas após receber em sua conta a quantia de 250,000 dólares(rumor não comprovado), ele aceita e a formação clássica retorna para a gravação especial de “The Battle Rages On…”. Gillan refaz muito do material que havia sido escrito em conjunto com Turner, o que não agrada muito a Blackmore(de novo), que alega não fazer sentido harmônico as mudanças propostas por Gillan, o que reacende as “chamas da discórdia” e, durante uma bem sucedida turnê européia, em 1993, Ritchie Blackmore abandona a banda durante um show em Helsinki, na Finlândia. Para substituí-lo pelo resto da turnê, o Purple chama Joe Satriani. Ao fim da turnê, tentaram contratá-lo, mas o contrato de Joe Satriani com a Epic Records já prevenia isso. Sem outra saída, eles procuram outro guitarrista e encontram Steve Morse, ex-Kansas, que está no line-up até hoje. Em 2010 sai Jon Lord, e entra Don Airey. O line-up está hoje da seguinte forma:

Steve Morse – guitarra

Ian Paice – bateria, percussão

Ian Gillan – vocais, harmônica, percussão

Roger Glover – baixo

Don Airey – órgão, teclados.

Bem esta é uma breve história sobre uma das bandas mais conceituadas da história do rock, e está bastante resumida. A banda ainda está na ativa e em 2013 lançaram um novo álbum intitulado “Now What?!”.

Músicas:

Edição Single

1. “Hush (30th anniversary remaster)” Joe South 1968 – Shades of Deep Purple 4:28
2. “Black Night” (single version remaster) 1970 – Black Night single 3:29
3. “Speed King” (single version) 1970 – Deep Purple in Rock 4:27
4. “Child in Time” (single edit) 1970 – Deep Purple in Rock 4:15
5. “Strange Kind of Woman” (single version) 1971 – Fireball 3:53
6. “Fireball” 1971 – Fireball 3:26
7. “Demon’s Eye” 1971 – Fireball 5:19
8. “Smoke on The Water” (25th anniversary remaster) 1972 – Machine Head 5:43
9. “Highway Star” (’97 remix) 1972 – Machine Head 6:32
10. “When a Blind Man Cries” (’97 remix) 1972 – Never Before single 3:31
11. “Never Before” (single edit) 1972 – Machine Head 3:30
12. “Woman from Tokyo” (single edit) 1973 – Who Do We Think We Are 2:47
13. “Burn” (single edit) David Coverdale, Blackmore, Lord, Paice 1974 – Burn 4:33
14. “Stormbringer” Blackmore, Coverdale 1974 – Stormbringer 4:07
15. “You Keep on Moving” (single edit) Coverdale, Glenn Hughes 1975 – Come Taste The Band 4:30
16. “Perfect Strangers” (single edit) Blackmore, Gillan, Glover 1984 – Perfect Strangers 4:16
17. “Vavoom: Ted the Mechanic” Gillan, Steve Morse, Glover, Lord, Paice 1996 – Purpendicular 4:19
18. “Any Fule Kno That” Gillan, Morse, Glover, Lord, Paice 1998 – Abandon 4:27

Edição CD Duplo

Disco 1

Title Writer(s) Original Album Length
1. “Hush” Joe South 1968 – Shades of Deep Purple 4:28
2. “Mandrake Root” Rod Evans, Blackmore, Lord 1968 – Shades of Deep Purple 6:11
3. “Kentucky Woman” Neil Diamond 1968 – The Book of Taliesyn 4:43
4. “Wring That Neck” Blackmore, Nick Simper, Lord, Paice 1968 – The Book of Taliesyn 5:14
5. “The Bird Has Flown” Evans, Blackmore, Lord single b-side version 2:54
6. “Emmaretta” Evans, Blackmore, Lord single 3:00
7. “Hallelujah” Roger Greenaway, Roger Cook single 3:43
8. “Black Night” single 3:29
9. “Speed King” 1970 – Deep Purple in Rock 5:53
10. “Bloodsucker” 1970 – Deep Purple in Rock 4:13
11. “Child in Time” 1970 – Deep Purple in Rock 10:17
12. “Strange Kind of Woman” single (UK) and 1971 – Fireball (USA) 3:53
13. “Fireball” 1971 – Fireball 3:26
14. “Demon’s Eye” 1971 – Fireball 5:19
15. “When a Blind Man Cries” single b-side 3:31

Disco 2

1. “Highway Star” 1972 – Machine Head 6:32
2. “Smoke on The Water” 1972 – Machine Head 5:43
3. “Never Before” 1972 – Machine Head 4:01
4. “Woman from Tokyo” 1973 – Who Do We Think We Are 5:51
5. “Burn” David Coverdale, Blackmore, Lord, Paice 1974 – Burn 6:03
6. “Might Just Take Your Life” Blackmore, Coverdale, Lord, Paice 1974 – Burn 4:39
7. “Stormbringer” Blackmore, Coverdale 1974 – Stormbringer 4:07
8. “You Keep on Moving” Coverdale, Glenn Hughes 1975 – Come Taste the Band 5:19
9. “Perfect Strangers” Blackmore, Gillan, Glover 1984 – Perfect Strangers 5:21
10. “Knockin at Your Back Door” Gillan, Blackmore, Glover 1984 – Perfect Strangers 7:03
11. “King of Dreams” Joe Lynn Turner, Blackmore, Glover 1990 – Slaves & Masters 5:29
12. “Ted the Mechanic” Gillan, Steve Morse, Glover, Lord, Paice 1996 – Purpendicular 4:19
13. “Any Fule Kno That” Gillan, Morse, Glover, Lord, Paice 1998 – Abandon 4:27