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Com Polar, Mads Mikkelsen e violência se tornam excelentes sinônimos

Aposto que após assistir ao filme, você que aqui se encontra não conseguiu tirar da mente de como seria a parceria mortal entre John Wick e Duncan Vizla, certo? Pois então, saiba que não está sozinho neste desejo. A violência em Polar se faz presente, porém não foi o único chamariz atrativo.

Estrelado pelo excelente Mads Mikkelsen, a história mostra os preparativos de seu personagem, Duncan, prestes a se aposentar e seguir com uma vida de paz absoluta. Quem não quer se aposentar um dia, não é mesmo? O diferencial aqui é o trabalho no qual exercia. Assassinato.

Só que esta paz entrou em conflito quando precisou retomar suas atividades para evitar que seja morto. Daí em diante veio uma enxurrada de adrenalina para deixar o telespectador se contorcendo no sofá com os golpes, mutilações e muitas fraturas.

O grupo de antagonistas impõe a sensação de perigo que o protagonista enfrenta e mostra completa sintonia em seus atos ao longo de toda a trama, porém não o suficiente para representar um elemento preciso para derrotá-lo. Já Matt Lucas como Blut entrega um vilão bem caricato e cheio de trejeitos, o que torna esta caçada ainda mais divertida de acompanhar.

Vanessa Hudgens foi uma boa adição ao elenco, onde conseguiu transmitir através dos olhares, o medo e por consequência, o trauma sofrido no passado. É com ela que somos apresentados ao plot twist da história, que apesar de ser uma revelação frequentemente usada em alguns filmes de ação, ainda sim é mostrado aqui de forma suave e sem pressa. O longa não dependia deste fator, pelo contrário, foi se sustentando bem e a informação nova trouxe um sabor a mais.  A interação entre Mads e Vanessa é muito boa, tendo ambos os atores bem equilibrados em demonstrar suas emoções. O sisudo de Duncan se complementa com o reservado de Camille.

Katheryn Winnick apresenta de forma dividida sua personagem Vivian, uma vez que trabalha contra Vizla e ao mesmo tempo, mostra preocupação em atiçar a onça com vara curta.

Polar possui uma salada bem agradável de elementos que permite um excelente entretenimento em sua duração de quase duas horas. A chance de uma sequência é bastante real e o gancho mostrado só corrobora por este caminho. Há potencial para até encerrar numa trilogia, se isso for possível. Quem iria reclamar? Até porque, queremos ver mais de Duncan Vizla dando uma boa surra em que se meter no seu caminho.

Polar é uma adaptação cinematográfica da Netflix do gibi de mesmo nome da Dark Horse escrita e ilustrado pelo espanhol Victor Santos.

Por Tassio Luan

Biólogo. Explorador do horror cósmico e de universos desconhecidos.