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Crítica | Annabelle 2: A Criação do Mal

O universo de terror criado por James Wan em 2013 estreou uma nova obra, intitulada Annabelle 2: A Criação do Mal. Dirigido por David F. Sandberg, o segundo filme conta a origem da boneca demoníaca apresentada em Invocação do Mal (2013) em uma dose acertada de terror e suspense.

Depois do péssimo filme em 2014, Sandberg ficou responsável por contar a origem de Annabelle, que se tornou uma imagem famosa relacionada ao gênero desde sua aparição. A decisão foi contar uma história simplória, que segue traços  característicos da franquia de Invocação do Mal, focando em apenas um cenário, criando uma atmosfera aterrorizante que fica em primeiro plano, deixando o desenvolvimento de personagens e da própria história esquecido.

Em relação ao gênero, a continuação entrega um trabalho decente. A história da menina Annabelle que foi morta em um atropelamento e que acaba possuindo sua boneca preferida é o início de toda a construção da atmosfera. Se passam doze anos e descobrimos que a casa de seu pai Samuel, um artesão de bonecas, se torna um abrigo para garotas órfãs. Todo o cenário é apresentado detalhadamente, há uma escuridão eminente, além de cômodos proibidos, corredores longos e estreitos, paredes mal acabadas e móveis com aparência desgastada.

Sandberg demonstra talento em sua direção . Cria planos que acabam enganando o espectador na hora que vai provocar o susto, usa a iluminação e todos os objetos na casa ao seu favor. A trilha sonora o acompanha e também ajuda na criação da expectativa. Há muita inspiração em James Wan, utilizando poucos cortes e mais planos longos em algumas cenas.

As personagens que merecem ser citadas são as interpretadas por Talitha Bateman e Lulu Wilson. Dito anteriormente, o filme não se preocupa com os personagens e a história, mas as duas garotas são boas, aparecem bastante em tela e têm um futuro promissor em suas carreiras. Atores e atrizes mais experientes como Stephanie Sigman e Anthony LaPaglia servem apenas como um elenco de apoio.

O roteiro de Gary Dauberman não impressiona. História nada original e não traz nenhuma inovação, porém funciona como uma peça desse universo. Há muitas referências relacionadas aos outros longas já lançados e aos que ainda serão. Annabelle 2 parece ser a obra que mais está inserida no contexto de universo compartilhado e tem um final que surpreende por estar relacionado.

Annabelle 2: A Criação do Mal entrega uma história de origem nada inovadora. Porém, é um ótimo entretenimento para os fãs de terror e não se torna facilmente esquecível, nos deixando ansiosos para os próximos lançamentos.

Por Thiago Pinto

‘’E quando acabar de ler a matéria, terá minha permissão para sair’’

-Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012)