Conexão Escobar está em um patamar diferente dos outros filmes. Enquanto alguns apostam nas cenas explosivas e exageradas, o novo filme de Brad Furman aposta na simplicidade, no roteiro e no elenco. Uma aposta que dá certo, resultando em uma película que nos faz apreciar a verdadeira sétima arte.
O processo de marketing para promover o longa foi bem fraco. Pouco se sabia sobre a trama, e todas as imagens e notícias que saiam direcionavam os holofotes para um só homem: Bryan Cranston. Este que está em seu ápice, tanto na televisão, quanto no cinema. Cranston carrega a trama nas mãos, conseguindo interpretar Robert Mazur da maneira mais fiel possível. Ele já passou por experiências parecidas como essa no filme Trumbo: Lista Negra, onde interpretou Dalton Trumbo com excelência. Conseguiu até uma indicação no Oscar, mas Leonardo DiCaprio já merecia faz tempo.
Infelizmente, com os holofotes direcionados a Cranston, os outros atores ficaram um pouco apagados, mas fizeram a diferença. John Leguizamo traz seu personagem de Chef (2014) de volta, mudando a profissão de cozinheiro para policial, e a atriz Diane Kruger se mostra inocente, mas muito perspicaz.
Vendo o título e a sinopse, a história é muito semelhante com um thriller de ação policial. Máfia, drogas, espionagem; todos esses elementos trazem consigo uma carga de violência, mas que não foram explorados para darem espaço ao elemento consagrado: a dramaticidade. Os personagens são introduzidos em contextos pesados, que envolvem família e confiança. Furman coloca os traficantes e mafiosos como bons e que todos tem um lado diferente envolvendo amizade e família, mas ao final, com uma cena que remete aos thrillers de ação e à filmes como Poderoso Chefão (1972) e Bons Companheiros (1990), Furman deixa claro que o ruim sempre pesa mais.
Apesar de ser um ótimo Robert Mazur, Cranston não tem grandes pretensões de fazer seu melhor trabalho, ou tão pouco de deixá-lo na memória do espectador. Tecnicamente, nem o filme tem essas pretensões de ser grandioso. E isso é que deveria ser o fundamental sempre, pois se a pretensão for deixada de lado, a qualidade se coloca na frente.