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Crítica | Dois Caras Legais

Dois Caras Legais, dirigido pelo ‘’iniciante’’ Shane Black, tem uma premissa bem simplória. A todo momento tenta sair do óbvio com um humor afiado, boas cenas de ação e uma reviravolta inesperada.

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A história se passa nos anos 70, quando a filha da Chefe do Departamento de Justiça desaparece. O desaparecimento está relacionado com mafiosos e criminosos de Hollywood. Inesperadamente, Jackson Healy (Russell Crowe) e Holland March (Ryan Gosling) percebem que estavam trabalhando no mesmo caso há algum tempo. A dupla veterana no cinema, Crowe e Gosling, é excelente. A dinâmica entre eles é boa, as cenas cômicas funcionam quase toda vez, e ambos tem tempo suficiente na telona. A filha de Holland, interpretada por Angourie Rice, é bem razoável, já que o filme tenta explorar muito a fundo a personagem, e não funciona…

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Quando digo que Shane Black é ‘’iniciante’’, estou com o pensamento direcionado a direção, onde Black não está muito habituado. Este que dirigiu apenas um filme em sua carreira, que foi Beijos e Tiros, de 2005. Contudo, parecia que ele já tivera dirigido uns 10 filmes, pois a direção é primorosa. Além dos planos de câmera utilizados de forma inteligente, a adaptação para os anos 70 é a melhor coisa do longa. Referências a Earth, Wind & Fire, grupo musical que estava fazendo grande sucesso na época, e famosos de 70. Todo o figurino, os carros e até mesmo as armas se adequam ao período.

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Roteiro simples, mas que em nenhum momento passou a ser bobo, pois toda a justificativa é coerente. A questão é que do 1º ato ao 2º, estava faltando alguma coisa, nada  convencia o público. É aí que a obra sai do óbvio e cria uma reviravolta. Tendo um 3º ato fantástico com cenas de ação, que remetem a séries e filmes policiais antigos, e um humor inocente, mas muito bem feito.

Surpreendente, frenético, simples, divertido e engraçado, Dois Caras Legais é a comédia que o público estava precisando há um bom tempo. Chega de comédias escrachadas e sem graças.

Por Thiago Pinto

‘’E quando acabar de ler a matéria, terá minha permissão para sair’’

-Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012)