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Crítica | Dunkirk

Dunkirk é um dos grandes filmes do ano. Uma história dividida em três  partes (terra, mar e céu) conta com um espetáculo visual e sonoro inacreditável. O famoso diretor Christopher Nolan prova mais uma vez suas qualidades cinematográficas e coloca toda a sua experiência e conhecimento nesse conto de guerra.

Antes de tudo, Dunkirk é uma jornada cinematográfica agradável que deve ser assistido nos cinemas. As câmeras IMAX usadas por Nolan dão um charme para a guerra nunca visto antes, a mixagem e a edição dos sons são perfeitas. O fiel parceiro Hans Zimmer não fica de fora e faz, como sempre, um espetacular trabalho na trilha sonora que compõe grande parte das cenas, somando tensão ao criar um clima de ansiedade e desespero acumulado.

Os sobreviventes nas praias de Dunkirk são o principal foco narrativo, mas os marinheiros e os pilotos de avião não são esquecidos. Ao decorrer da trama, todas as histórias acontecem em um tempo diferente (Terra – 1 semana, Mar – 1 dia, Céu – 1 hora) , mas simultaneamente na tela. Um grande acerto de Nolan ao conseguir mesclar todas e manter uma linha cronológica coerente e que não confunda o espectador. A montagem é impecável.

Em todos esses ambientes, nós temos personagens interpretados por bons atores; Cillian Murphy, Mark Rylance, Tom Hardy, Fionn Whitehead, entre outros. Há poucas falas e diálogos dos personagens. A música, os planos de câmera e a situação tomam o primeiro plano, sendo uma decisão arriscada do diretor. Arriscada por não dar profundidade aos personagens e demonstrar algumas consequências do ocorrido, frequentes nos filmes de guerra.

É uma ideia original de Nolan, mas não imposta até o fim. O desfecho tenta trazer algum sentimentalismo e Hans Zimmer capta um pouco isso, mas não consegue por definitivo pela falta de desenvolvimento psicológico dos personagens. Falta mais emoção dentro do roteiro, não há conexão com os atores e o desfecho não condiz muito com o ritmo proposto, apesar da excelente cena final.

Uma fotografia magnífica, uma trilha vibrante e uma pós-produção digna de Oscar fazem este um dos melhores do ano. Dunkirk carece de dramaticidade, mas todo o esforço  de Christopher Nolan em nos entregar algo bom nos faz ficar satisfeitos com o resultado final. Isso é sétima arte e merece ser visto no cinema, o lugar mais insubstituível do mundo.

Por Thiago Pinto

‘’E quando acabar de ler a matéria, terá minha permissão para sair’’

-Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012)