Mulher-Maravilha, dirigido por Patty Jenkins, é o filme solo que a heroína deveria e merecia ter. Bem conduzido com ótimas atuações, cenas de ação magníficas e um roteiro simples e eficiente em que se propõe. Se para alguns faltava otimismo e esperança para o universo cinematográfico da DC nos cinemas, esse é o caminho que deve ser seguido.
Gal Gadot foi uma escolha polêmica dentre várias outras no elenco de Batman v Superman: A Origem da Justiça (2016). Passado mais de um ano, percebe-se uma mudança drástica na opinião da crítica e do público. Além de ser um dos destaques do filme de 2016, ela consegue se superar em seu filme solo. A atriz tinha uma missão muito importante em mãos: demonstrar a força feminina nos cinemas como nunca visto antes. E ela conseguiu. Uma atuação impecável com momentos de brilharem os olhos fazem Gal Gadot ser a Mulher-Maravilha que a nossa geração necessitava.
O roteiro é eficiente em trazer uma mensagem sobre paz, fraternidade e conflitos. Uma história que se passa na Primeira Guerra Mundial, mas que parece ser muito contemporânea. A delicadeza em que a heroína é colocada vai sendo moldada no desenvolvimento do longa até o resultado final: amadurecimento da personagem. Tendo sua visão própria de si mesma e das questões humanitárias.
Mas não é só de guerra que Mulher-Maravilha se sustenta. O primeiro ato, focado totalmente em contar a origem da personagem, se passa em Temiscira. Um espetáculo estético, tanto na fotografia quanto nas coreografias. Robin Wright (Antiope) e Connie Nielsen (Hipólita) praticamente conduzem sozinhas o roteiro nessa primeira parte. Os holofotes são alternados com a chegada de Steve Trevor, interpretado por Chris Pine.
Pine é um ótimo ator. Sabe equilibrar as emoções do seu personagem, que é muito relevante nas histórias em quadrinhos. Steve Trevor é bastante requisitado como alívio cômico, mas tem os momentos mais emocionantes e decisivos na narrativa.
Em toda história de super-herói, precisamos de um vilão. E aqui nós temos três. Ludendorff, Dr. Maru e Ares. Os dois primeiros são bastante dispensáveis, mal desenvolvidos e que acabam mais servindo como ponte para Ares do que outra coisa. Ares só participa do ato final e visualmente ficou incrível, seus diálogos com a Mulher-Maravilha são interessantes e necessários para o seu estabelecimento como antagonista principal. Porém, a batalha final poderia ser um pouco mais contida e não sair explodindo qualquer coisa para preencher a telona. São detalhes que poderiam ser evitados, mas que não prejudicam em nada.
Finalmente tivemos um filme solo de uma heroína. Mulher-Maravilha demonstra a força feminina, o otimismo e o carisma que tem o universo DC no cinema. Uma obra que nunca será esquecida, não só pela sua qualidade cinematográfica, mas também por suas mensagens e lições deixadas para nós. Só nos basta aceitá-las.