Categorias
Cinema Tela Quente

Crítica | Quarteto Fantástico

Durante seus trailers e seus primeiros minutos, Quarteto Fantástico nos promete uma história repleta de elementos de ficção-científica para recontar a origem dos heróis da década de 60, mas na realidade, ele acaba nos apresentando um filme tão complicado quanto a sua produção.

O ‘’destino’’ do novo filme da Fox já estava sendo escrito: o desastre. É muito duro você chegar no cinema e imaginar por tudo que ele passou para estar lá. A falta de planejamento, as brigas entre elenco, direção e estúdio e também a necessidade de seu roteiro ser reescrito. Portanto, devemos analisar a obra como um todo.

quarteto-fantastico-640x360

No começo vemos um Reed Richards mais novo, que tem como sonho construir uma máquina onde o ser humano possa ser transportado para diversos lugares, desde um outro país até uma outra dimensão, inclusive nos é apresentado o início da relação entre Reed e Ben Grimm. Anos se passam, quando Ben (Jamie Bell) e Reed (Miles Teller) conhecem Sue Storm (Kate Mara) e o Professor Franklin Storm (Reg E. Cathey) em uma feira de ciências. Logo, por seu trabalho ter chamado a atenção do professor, Reed é convocado para trabalhar em um grande projeto no edifício Baxter.

Reed conhece alguns outros colegas: Victor von Doom (Toby Kebbell) e John Storm (Michael B. Jordan), duas controvérsias do longa, mas que não são grandes problemas do filme tendo ambos uma boa introdução. Reed e sua equipe começam a trabalhar em uma máquina onde iria tornar possível a viagem do homem para outra dimensão. Em certo momento, com o projeto finalizado e os testes aprovados, escondidos, a equipe decide ir até a outra dimensão, onde são expostos a uma energia que lhes concede poderes.

4PNG

Falando desta forma parece algo que ocorre em poucos minutos, mas não. Até a equipe conquistar seus poderes foram longos 50 minutos, mas até que aproveitáveis. O começo nos agrada de uma certa forma, o filme nos deixa bem claro que seu foco não é o relacionamento de Sue e Reed tampouco o relacionamento entre os personagens mas sim apresentar o contexto do filme, a criação da máquina e a discórdia entre a empresa e a equipe. Contudo o elemento da ficção-científica é muito pouco aproveitado e somado com diálogos irritantes e piadinhas sem graças e fora de hora,  resultam no descontentamento do público.

cena-do-filme-quarteto-fantastico-2015-1422371401341_956x500

A partir do momento em que eles ganham os poderes, até eles aceitarem esse fardo, o filme sobe um pouco de nível. Ao invés de fazer várias piadas sobre seus poderes, como seu antecessor, o filme retrata os poderes adquiridos como problemas genéticos, e a culpa de Reed por ter transformado sua equipe em “monstros” é algo muito bem mostrado e como eles administram esses poderes é outra coisa bem exemplificada. Estes são bem mais aproveitados na telona, deixando o fã ansioso para o seu desfecho.

quartetofantastico210402-750x380

Não… Não, não e não. Essas quatro palavras soam na sua cabeça vendo o final da obra. Ao invés de seguir um raciocínio lógico que estava tendo desde o início, com a intromissão do estúdio no processo de filmagem, em uma tentativa desesperada de ganhar dinheiro, vender o filme e manter seus direitos, ele acaba deixando o espectador decepcionado e consequentemente, fazendo seu filme se tornar um dos piores do gênero… E não para por aí! Quando se produz um blockbuster como Quarteto Fantástico em um estúdio como a FOX, é de se esperar efeitos visuais que surpreendam, mas outra vez o filme decepciona apresentando efeitos visuais medíocres.

1438935027_8f561d3f91ff0facc493a11c9ffcc828

Quarteto Fantástico ignorou tudo ao seu redor, com um elenco incrível que poderia ajudar e fazer a diferença, mas não os usou como deveria. Temos também os quadrinhos, com muito conteúdo para ser explorado, algo que não foi feito em nenhuma parte do filme. Seu vilão, o Dr. Destino (não, é o vilão mesmo, não apenas da equipe, mas do filme), o personagem mais criticado, não teve um visual nem um pouco fiel aos quadrinhos sendo pouco aceito pelo público, apesar de seus poderes e seu visual serem justificáveis. Quanto a sua motivação é algo que nem deveria ser discutido, sendo uma grande falha do roteiro. Já a equipe só teve um destaque realmente, que foi o Coisa, sendo bem melhor na questão visual e bem mais aproveitado nesse novo filme, tornando os outros personagens da equipe “esquecíveis”.

Np1lcQt

Com a má administração da direção, a interferência do estúdio e o desaproveitamento de vários setores já era de se esperar um fracasso nas bilheterias juntamente com uma péssima avaliação da crítica. E com tudo isso acontecendo, os estúdios Fox discutem se haverá uma continuação.20150127-fantastic-four-poster-reboot-615x911

Concluímos então que o novo filme tem uma premissa ótima e um elenco incrível, mas no final acaba decepcionando o fã por sua história falha, não conseguindo ser mais do que um simples filme cheio de promessas não cumpridas e um ritmo péssimo.

Por Thiago Pinto

‘’E quando acabar de ler a matéria, terá minha permissão para sair’’

-Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012)