Star Trek sempre explorou a relação entre o Capitão Kirk e sua tripulação, colocando em pauta a fidelidade e a convivência dentro da U.S.S Enterprise. O roteiro do nerd Simon Pegg coloca toda essa essência novamente nas telonas, e transforma Star Trek: Sem Fronteiras em um dos melhores blockbusters do ano. Justin Lin se tornou o responsável pela saga, após a transição de J.J. Abrams de diretor para produtor, já que estava dirigindo Star Wars. Lin consegue captar o que é e como deveria ser um filme de ficção e sci-fi, e junto com Simon Pegg traz uma aventura trekker de verdade.
A ideia de separar e desenvolver os personagens em dupla é aproveitada da melhor forma. Scott (Simon Pegg) fica com a estreante Jaylah (Sofia Boutella), Kirk (Chris Pine) fica com o navegador, Chekov (Anton Yelchin). Spock (Zachary Quinto) se junta com Leonard McCoy (Karl Urban), que é um alívio cômico decente. Os personagens de Zoë Saldaña e John Chon, Uhura e Sulu, respectivamente, são menos aproveitados, mas não são esquecidos no meio da trama. O ambiente espacial, as naves e a federação são agradáveis de se ver quando, juntos com a trilha sonora, fazem o coração de qualquer nerd bater forte.
No segundo filme, Além da Escuridão (2013), o vilão interpretado por Benedict Cumberbatch, Khan, se tornou uma grande polêmica. Idris Elba tinha uma grande missão nas mãos. Este que demora para se provar, sendo moldado por frases e ações previsíveis e clichês. Porém, depois de muitos acontecimentos, Krall se mostra um verdadeiro vilão. Há alguns obstáculos na história, coisas um pouco mal acabadas e concluídas, só que não comprometem nem um pouco. O roteiro é fechadinho, mas deixa pontas soltas que podem e devem ser aproveitadas em um futuro não tão distante.
Além de um grande filme que é, Sem Fronteiras é uma homenagem para o falecido Leonard Nimoy, que interpretava Spock nas séries de TV e que nos deixou há pouco tempo. Referências e easter-eggs não são poucos e alguns se tornarão memoráveis para os fãs.
Bonito, competente e extraordinário, Star Trek: Sem Fronteiras mostra o potencial que a franquia tem. Ela merece.