Qual o elemento que mais chama atenção quando estamos assistindo alguma produção de ação? Porradeira do começo ao fim? Reviravoltas inesperadas e/ou clichês? Personagem principal carismático/a? Personagens que não fogem de uma briga? Mesmo que o roteiro não seja lá essas coisas, tendo um desses elementos fica fácil chegar até o final do filme com uma pequena parcela de satisfação sanada. E quando tem tudo isso? Entretenimento puro, meus amigos! Kate, o recente filme da Netflix, juntou esses ingredientes e trouxe para nós um excelente filme de ação. Quer mais? Continue lendo este texto.
Habilidosa assassina, Kate é envenenada e tem menos de 24 horas para viver. Ela embarca numa vingança desenfreada contra seu algoz antes de morrer.
A sinopse é exatamente dessa forma: curta e direta. Nada além disso. O filme não tenta crescer e insultar a inteligência do telespectador. Assim como a sinopse, ele é direto com sua trama. Não cria-se tramas complexas com um monte de subtramas para desenvolver em quase 120 minutos. Ele possui um foco do início ao fim e não acontece nenhum desvio que comprometa o seu desempenho. Quando a personagem principal ajuda também nesse quesito, não temos do que reclamar. Estamos falando da nossa eterna Ramona (Scott Pilgrim contra o Mundo) e mais recentemente, a Caçadora (Aves de Rapina).
Mary Elizabeth Winstead está bastante confortável no papel da personagem-título e isso facilita em transmitir toda o carisma para o público. Conseguimos nos importar com cada passo cambaleante dela para achar a pessoa responsável pelo seu envenenamento, ao mesmo tempo que começamos a aceitar o seu derradeiro destino. As sequências de lutas estão bem coreografadas e é divertido que mesmo no bico do corvo de tanto apanhar, a Kate continua ali de pé pronta para devolver cada golpe. A direção é competente em explorar vários ângulos nas lutas, causando puro desconforto e empolgação.
A atriz Miku Martineau merece menção, pois trouxe uma química boa com Mary em todas as cenas que contracenaram. Apesar de ser clichê, é bacana acompanhar a evolução entre Ani e Kate durante o filme. Da antipatia a pura simpatia conforme os eventos vão se desdobrando. O lado cômico ficou principalmente entre as duas também.
As luzes neon ficaram responsáveis por criarem um visual bem bacana para o longa, além de detalhes arquitetônicos do Japão. Mesmo sendo algo recorrente em inúmeras produções, o choque entre as culturas do Ocidente e Oriente cumpre bem o seu papel. O plot twist pode ser considerado previsível e quem prestar atenção, pode até matar a charada antes mesmo da revelação (como aconteceu comigo).
Resumo da ópera: Kate é um excelente filme de ação que reúne os principais elementos que o tornam bem gostoso de assistir e de acompanhar a saga violenta da personagem antes de morrer. Vale muito a pena dar uma conferida.
Nota: 4/5
Kate está disponível na Netflix desde o dia 10 deste mês.