Uma sequência de qualquer desenho clássico traz duas linhas de pensamento na mente do telespectador: Ou respeitará o que veio antes ou não se importará com a mitologia, mexendo de forma desordenada e aleatória para determinado fim. Time que está ganhando, não se mexe. Sabe essa expressão? Mas nem sempre esse termo se encaixa aqui e o motivo claro disso é que deve-se mexer sempre que for necessário. Trazer uma nova atmosfera e testar táticas até então não vistas anteriormente. Foi assim que a Netflix entrou em campo com a primeira parte de Mestres do Universo: Salvando Eternia. E será que a partida foi boa, povo de Eternia?
A composição ágil dos cinco episódios dessa primeira parte é uma boa pedida para quem gosta de tramas sem enrolação. O fluxo de informação vai acontecendo na velocidade de um bater de asas de um beija-flor, porém não é um demérito. A execução foi feita da melhor forma possível e a conclusão dessa parte justifica totalmente essa tentativa de correr com o plot principal. Foi uma sacada do streaming vermelho para prender a nossa atenção e pedir por mais. E conseguiu!
Desculpem saudosistas, mas He-Man não é o protagonista aqui. Lembra do que eu disse no início do texto sobre mudar o time quando necessário? Netflix mudou e deu muito certo. Ao trazer o protagonismo para a carismática Teela, criou-se uma atmosfera confortável e gostosa de assistir. Sua jornada é coerente na história e suas motivações para mudar seu status quo são pertinentes. A personagem não está ali apenas por estar. Ela tem seu propósito e executa maravilhosamente. Era o momento que estávamos esperando.
Outros personagens merecem menção como Andra, Roboto, Duncan, Maligna e os nossos queridos Pacato e Gorpo. Ninguém é deixado de lado e cada um possui o seu momento ao sol, trazendo apelo emocional para conectarmos ainda mais com eles. A sensação de perigo é crescente, então não existe medo de eliminar personagens em prol da missão. O vilão Esqueleto também ganha destaque e mostra que ainda está em pleno auge de sua vilania.
Essa primeira parte trouxe uma parcela de nostalgia para quem não consome nenhum material de He-Man e os Mestres do Universo desde sua passagem meteórica em 1983 até 1985 com 130 episódios no total (duas temporadas). Se o seu coração não ficou quentinho na abertura do primeiro episódio, você está morto(a) por dentro. Sinto-lhes informar, habitantes da SubEternia!
Mestres do Universo: Salvando Eternia respeita o antigo e abraça o moderno numa combinação ótima. O episódio 5 deixou um gancho irresistível e se a segunda parte mantiver esse nível, é melhor a Netflix renovar por mais temporadas. Caso contrário, vão sentir a ira de Grayskull.
Nota: Ouro.
Os episódios restantes de Mestres do Universo ainda não possuem data oficial de retorno, mas deixo uma esperança sobre o futuro da saga: Kevin Smith (showrunner e produtor) disse que planeja mais temporadas para a série. Vamos aguardar!