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Monster Hunter: Monstruoso, de fato

Mais um longa lançado este ano nos cinemas brasileiros por conta da pandemia de COVID-19, Monster Hunter chegou em sessões especiais desde o dia 18 deste mês e terá sua estreia no dia 25. Mais uma vez, Paul W.S. Anderson  – responsável não somente pela direção, mas também pelo roteiro e pela produção do título – e sua esposa conseguem estragar uma adaptação live-action de uma franquia de jogos da Capcom.

E, sinceramente, não é muito difícil fazer um filme de Monster Hunter: respeitando a caracterização, era apenas trazer uma trama base e colocar humanos lutando contra monstros gigantes, sabendo dirigir uma cena de ação tal como Guillermo del Toro fez em Círculo de Fogo. Entretanto, Anderson se superou e conseguiu entregar um longa preguiçoso, pior que seus outros filmes. Mas, sendo bem sincero, alguém tinha alguma expectativa para este longa depois dos estragos em Resident Evil?

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O roteiro do filme é bem simples: um grupo de militares liderados por Artemis (interpretada por Milla Jovovich), sofre um acidente em meio a uma tempestade no deserto e se transporta por meio de um portal para o mundo de Monster Hunter. Com isso eles precisam sobreviver aos monstros da nova dimensão e, ao encontrar um caçador experiente, aprendem como fazer isso. O trailer do filme acaba contando toda a história do título e reúne as melhores cenas do mesmo, pois o restante é algo monstruoso e torturante de se assistir.

Caso tivesse uma boa direção e um bom elenco, a história poderia ser desenvolvida da forma correta. Mas não é isso que acontece, nos primeiros dez minutos de filme somos introduzidos a personagens que não apresentam nenhum carisma e nenhum desenvolvimento em tela. Depois disso, só se observa cenas de ação sem nexo com a Milla Jovovich correndo dos monstros até encontrar um aliado. Após isso, mais cenas de ação picotadas e sem nexo como se fosse um videoclipe de rock dos anos 2000.

A montagem do filme é horrível, as cenas de ação são extremamente cortadas e o uso do slow motion é feito da forma errada e preguiçosa. Junto a isso, grande parte do filme é apenas Milla Jovovich correndo, com a mesma expressão de sempre, dos monstros e estranhando tudo ao seu redor. Ou seja, uma trama de uma hora e quarenta minutos se torna extremamente arrastada e monótona. A maior decepção não é o longa, mas sim o final aberto que indica uma continuação – ou seja, mais filmes ruins da franquia a caminho com a desculpa de que o próximo será melhor tal como foi com a sua franquia anterior.

Monster Hunter, Pulled In China, Tops Box Office In 5 Other Markets – DeadlineFora isso, a trilha sonora é péssima e os efeitos especiais são dignos de dar risada. Há diversos momentos onde é notável o fundo de Chroma Key e de cgi, em somatória, o diretor utiliza apenas três monstros em um universo que deveria ser, na teoria, dominado por diversas espécies de monstros. Entende-se que isso ocorre pelo baixo orçamento do longa, mas diversas outras produções com o mesmo valor de orçamento ou até menos fizeram algo melhor.

Por último os único pontos positivos do filme são o figurino e a sua ambientação. As armas, armaduras e até mesmo os monstros, mesmo que estes tenham um cgi de baixa qualidade, apresentam uma certa fidelidade aos jogos (o que era o mínimo também, convenhamos). O destaque mesmo de fidelidade vai para a aparição do Amigato, sendo esta idêntica a sua cutscene no último jogo da franquia Monster Hunter: World.

Com esse filme, é comprovado oficialmente que Paul W.S. Anderson é um diretor extremamente preguiçoso que não procura evoluir com seus filmes – tal como sua esposa, Milla Jovovich, que se contenta com a mesma atuação medíocre de sempre. É inegável que o diretor teve diversas chances de provar que sabe dirigir e lançar um filme que tenha uma qualidade minimamente positiva; enfim, todas estas chances foram desperdiçadas pelo visto, não somente em sua franquia anterior como também nos seus últimos títulos como sua adaptação de Os Três Mosqueteiros e Pompeii.

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Então, é bom?

Sendo bem sincero, Monster Hunter é um dos piores filmes que já assisti em toda a minha vida. Todo o longa parece um amontoado de cenas de ação sem nexo graças à sua montagem mal feita e ao desenvolvimento porco dos personagens em tela. O roteiro é fraco e apresenta sequências extremamente vergonhosas, com cenas de ação e frases toscas – entretanto, caso o título fosse dirigido por alguém competente, poderia ser melhor do que esta bomba monstruosa. Nem os efeitos visuais se salvam, tendo em vista que até uma série com baixo orçamento para a televisão apresenta efeitos melhores, sendo assim um filme vergonhoso de se assistir no cinema.

O único elogio que tenho a fazer é ao figurino e ao visual dos monstros no longa. Estes, de fato, se apresentam semelhantes ao que é visto nos jogos sendo a única parte da adaptação digna de aplausos. Infelizmente o diretor já confirmou que a sequência está sendo escrita e é nítido pelo final extremamente aberto que teremos mais longas por aí, tal como a franquia de filmes baseada nos jogos de Resident Evil, estamos prestes a ver outro desastre cinematográfico no mundo das adaptações de videogames por um bom tempo. Infelizmente Paul W.S. AndersonMilla Jovovich não aprenderam com seus erros, e nem devem aprender tão cedo.

Apenas uma palavra pode definir esse filme: horroroso.

Nota: 0.5/5

 

Por José Victor

Estudante de Odontologia durante o dia, produtor de conteúdo durante a noite e redator por aqui nas horas vagas.