Fui apresentado (por mim mesmo) ao Cavaleiro da Lua no final de 2018. Na época, estava procurando por algo diferente dentro do nicho Marvel e DC para distrair minha cabeça, uma vez que não estava muito bem. Depois de uma não tão breve e também não tão extensa pesquisa, me deparei com as ”fases” Cavaleiro da Lua: Lunático e Cavaleiro da Lua: Reencarnação, ambas escritas por Jeff Lemire e Greg Smallwood. Foi paixão a primeira vista com o personagem, tornando-se imediatamente o meu segundo herói favorito da vida, ficando atrás somente do Homem-Aranha, e à frente do Flash e Batman.
”Por que nunca fui atrás deste personagem antes?’‘ me questionei ao terminar Lunático e Reencarnação. Com uma mitologia fantástica e vasta, as ”habilidades” incomuns de Marc Spector que acabam se espelhando na vida real, tornam este Cavaleiro um herói único (não confunda com os demais Avatares de Khonshu, afinal, estamos falando de Marc), se distanciando das demais personas heroicas da Marvel Comics.
Um ano depois, várias notícias a respeito do seriado começaram a vir à tona, fatores que me deixavam ainda mais ansioso; como por exemplo, a escalação do excelentíssimo Oscar Isaac no papel central. O tempo passou, e finalmente, Cavaleiro da Lua estreou no Disney+, entregando nada menos que um resultado de qualidade e uma aventura solo audiovisual que o vigilante sempre mereceu.
Cavaleiro da Lua foge do tradicional da Marvel Studios, centrando-se em uma história isolada ambientada em um vasto universo cinematográfico sem se prender em fatores externos já estabelecidos pelo MCU; provando para a própria Marvel, que é possível apresentar novos contos situados em sua realidade, mas desconexos de tudo que já foi mostrado anteriormente.
Apesar de ampla, sua trama é completamente centrada nas vidas de Marc Spector e Steven Grant, narrando uma história de autodescobrimento ao invés de focar-se em um relato de origem. Todavia, o roteiro é ágil e sagaz ao salientar as subtramas dos personagens secundários, como por exemplo, ao pincelar o drama de Layla (May Calamawy) sem transformar a cônjuge de Marc Spector em uma mocinha indefesa, mas sim, em uma aventureira que sabe se proteger e atuar diretamente com seu marido servindo como um ”braço direito” de Marc.
A construção feita em volta das necessidades dos protagonistas é realizada de forma minuciosa e perspicaz, para que o telespectador tenha uma imersão profunda nas vidas e mentes Spector e Grant.
Toda vez que uma produção da Marvel Studios é lançada, uma pequena parcela dos ”fãs” da produtora sempre fazem as mesmas reclamações saturadas: ”achei desnecessário o excesso de humor”. Em Cavaleiro da Lua, as piadas não são só essenciais, como contribuem na narrativa do show.
Boa parte das anedotas são contadas por Steven Grant, um homem que nasceu a partir de uma grande tragédia que utiliza do seu bom humor para aliviar a tensão de sua própria vida, ao mesmo tempo que demonstra seu fascínio por tudo que está acontecendo, uma vez que é um apreciador da cultura egípcia. O bom humor de Steven também serve para que ele e Marc não fiquem muito parecidos, onde uma personalidade é meiga e a outra série.
Mesmo homenageando o material fonte e trazendo dezenas de elementos bizarramente pontuais com os quadrinhos, Cavaleiro da Lua é um seriado produzido para introduzir este maravilhoso herói ao público leigo, que acompanha a Marvel apenas através do MCU. Por este motivo, todo o mistério por trás da trajetória de Marc torna-se imprevisível para quem não conhece o Cavaleiro da Lua. Entretanto, para os fãs do Punho de Khonsu que já acompanham seu trajeto nas HQ’s, muitas conclusões tornam-se previsíveis, quebrando um pouco do clima do momento.
Não há elogios cabíveis para a performance de Oscar Isaac em todos os papéis que ele desencadeia em Cavaleiro da Lua. É perceptível que o ator se divertiu ao interpretar o a dupla de personagens centrais, onde todas as suas ideias foram bem aceitas e contribuíram com o desenvolvimento de Marc e Steven. Quiçá, Oscar é uma das melhores e mais grandiosas escolhas da Marvel Studios para integrar o elenco de seu amplo universo cinematográfico.
Arthur Harrow (Ethan Hawke) consagra-se como um antagonista filosófico, inteligente e estrategista em suas palavras. Chega a ser impressionante como o roteiro favoreceu Harrow em suas tomadas de decisões, estando dez passos a frente de Marc Spector e utilizando apenas dizeres para suas tomadas de decisões. Contudo, o seu desfecho apesar de surpreendente, deixa um pouco a desejar, afinal, Arthur demonstrou ser um dos melhores vilões do MCU e poderia ser aproveitado em futuras obras.
Cavaleiro da Lua é a prova que a Marvel é capaz de produzir uma obra adulta mas mantendo sua classificação indicativa padrão.
Cavaleiro da Lua é uma série autoral que respeita as tradições egípcias e que permitiu que todos os seus idealizadores tivessem o máximo de liberdade criativa possível.
Por se tratar de um herói que ”mudou” minha vida, não pude ficar mais satisfeito com sua abordagem no Universo Cinematográfico da Marvel, e torço que, assim como Chris Evans e Robert Downey Jr., Oscar Isaac interprete o Avatar de Khonsu por vários e vários anos, transformando o Cavaleiro da Lua em uma das novas e principais caras do MCU.
Nota: 4,5/5
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