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Os 10 anos de Transformers e sua trajetória nas telonas

Odiando ou amando, Transformers é uma das maiores franquias cinematográficas de todos os tempos. Apesar dos filmes receberem duras críticas, eles já arrecadaram mais de 3 bilhões de dólares. Em julho, o primeiro longa live-action da saga completa 10 anos. Para comemorar, preparei um especial sobre a trajetória do primeiro filme live-action dos robôs disfarçados nas telonas. Liguem a Ponte Espacial e vamos rodar!

1 – Antes do tempo começar, havia o cubo.

Tudo começa no ano 2000 quando o diretor Joseph Kahn mostra o seu argumento para uma versão live action de Transformers para a Sony, mas eles perderam o interesse. Em 2003, o produtor Don Murphy tem intenções de fazer um filme de outra marca da Hasbro: G.I Joe. No entanto, devido aos ataques dos EUA ao Iraque, um filme dos Comandos em Ação não parecia uma ideia viável no momento. Carol Monroe, que estava no comando do departamento de filmes da Hasbro, sugeriu fazer um filme de Transformers. Tony DeSanto se junta ao projeto como segundo produtor e escreve um argumento cujo ele e Murphy tentaram comprar por algum tempo. O argumento acabou não sendo inteiramente utilizado, mas DeSanto tentou obter um crédito por sua escrita, mesmo que nenhum dos roteiristas tivessem visto o seu argumento. O filme foi anunciado oficialmente em junho de 2003.

Em 2004, depois da Dreamworks vencer a luta contra a New Line pelos direitos da franquia, Steven Spielberg assinou como produtor executivo enquanto John Rogers foi confirmado com roteirista. Em fevereiro de 2005, Rogers foi substituído por Alex Kurtzman e Roberto Orci que alteraram drasticamente o roteiro de Rogers. Spielberg tentou convencer, em julho de 2005, o diretor Michael Bay a dirigir o filme. Inicialmente, Bay recusou por ser um filme de brinquedos. Ele mudou de ideia mais tarde depois de participar da “escola Transformers” na Hasbro, mas decidiu fazer um filme mais realista e acessível para espectadores adultos.

Alguns dias após a lista de personagens humanos do filme cair na Internet, Shia LaBeouf, foi o primeiro nome do elenco a ser confirmado. Don Murphy, Hasbro e os roteiristas concordaram em ter Peter Cullen e Frank Welker como as vozes de Optimus Prime e Megatron, respectivamente. Bay fez as duas audições, mas apenas Cullen foi escolhido, ele preferiu Hugo Weaving como o líder dos Decepticons.

2 – O papel da Hasbro

Além de atuar como licenciante, a Hasbro também participou ativamente no desenvolvimento do filme, começando com uma introdução ao mundo dos Transformers, a Escola dos Transformers, para todos os envolvidos, incluindo Michael Bay. Ela também opinou sobre como os robôs seriam representados, a seleção de vozes, a nomeação de personagens, trabalhando no design dos robôs e a inclusão de easter-eggs, mas nenhum direito de veto. De acordo com Roberto Orci, a empresa estava mais interessada em uma adaptação adequada dos conceitos da franquia do que na divulgação da linha de brinquedos. Mesmo assim, Hasbro argumentou com Michael Bay bem cedo para decidir quais personagens seriam usados no filme e suas formas de veículo devido a longa produção dos brinquedos, mesmo que o roteiro ainda não estivesse pronto. Hasbro e Takara criaram os brinquedos baseados nos visuais da Industrial Light & Magic. A Takara não estava envolvida com a criação do filme.

3 – Os veículos

Diferentes de outras linhas de brinquedos da franquia, Hasbro e Takara não compartilhavam todos os direitos para os brinquedos do filme: Paramount e ILM se mantiveram com os direitos dos designs dos robôs, enquanto os veículos foram licenciados por empresas como a General Motors (Bumblebee, Jazz, Ironhide e Ratchet), Saleen (Barricade), a Indústria Force Protection (Bonecrusher), a Corporação Sikorsky de Aviação (Blackout) e a Corporação Lockheed Martin (Starscream). Apenas Optimus Prime não conseguiu licença, seu veículo no filme era genérico e todos os logos de manufatura foram removidos. Takara Tomy até identificou na figura Leader Class que o líder dos Autobots era um Kenworth W900 ao invés de um Peterbilt 379.

4 – A venda dos brinquedos

Apesar da Hasbro não ter lucrado diretamente com a bilheteria, possuir a marca Transformers permitiu que eles lucrassem muito mais com os brinquedos do que com marcas licenciadas, como Homem-Aranha e Star Wars. Além do mais, Hasbro estava disposta a dar 240 licenças para as empresas terceirizadas. Só nos Estados Unidos a Hasbro vendeu mais de 3 milhões de brinquedos em julho de 2007, enquanto o Walmart vendeu mais de 5 milhões com o filme simultaneamente. Eles foram vendidos frequentemente em lojas devido a popularidade, essa referida popularidade foi subestimada, logo não encomendaram tantos brinquedos. Houve problemas de transporte na China também.

5 – O papel do Exército Militar dos Estados Unidos

O Exército Militar dos Estados Unidos ajudou o filme providenciando veículos e soldados. Os veículos incluem um helicóptero MH-53 Pave Low (Blackout), inúmeros caças F-22 (um deles servindo como modo alternativo de Starscream), dois jatos de combate A-10 Thunderbolt, um avião E-3 Sentry AWACS, uma artilharia AC-130 Spectre e dois Ospreys V-22. Muitos outros aviões são vistos de fundo como alguns helicópteros UH-60 Blackhawk, vários Nighthawks F-117 e aviões de carga como o C-17 Globemaster e o C-130 Hercules. Soldados de verdade treinaram com os atores que interpretaram militares. O diretor Michael Bay permitiu que os soldados improvisassem seus diálogos para que tudo mais verossímil possível, Bay deu voz a eles. Os militares enxergaram o filme como uma nova forma de recrutamento.

6 – Patrocinadores

Além de promover a linha de brinquedos, o filme também apresentou aplicação de produtos de outras empresas, como a Apple, Yahoo, Burger King, Nokia, Panasonic, EBay e Hewlett Packard. As máquinas que ganharam vida pelo Allspark incluem um X-Box 360 e uma máquina de vender refrigerante da Mountain Dew. Ele também tem a participação de outras marcas da Hasbro, como My Little Poney e Furby. Além disso, os Autobots, com exceção do Optimus Prime, todos os veículos foram providenciados por subsidiárias da General Motors como seus modos alternativos, o que fez Bay economizar 3 milhões de seu orçamento.

Muitas dessas cooperações foram mútuas: Burger King ofereceu os obrigatórios lanches para crianças com brinquedos para o lançamento do filme, e os comerciais da General Motors e Mountain Dew têm debaixo dos títulos as frases: “Transforme o seu passeio.” e “Transforme o seu verão.”, respectivamente. De acordo com os produtores Lorenzo di Bonaventura e Ian Bryce, de alguma forma alguns desses produtos, como o EBay, não estavam originalmente incluídos no acordo patrocinador, mas fazia parte do roteiro desde o início.

7 – Efeitos Especiais

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Três quartos dos efeitos especiais foram feitos pela Industrial Light & Magic. O resto foi feito pela Digital Domain, uma companhia comprada por Michael Bay antes dele assinar o contrato para o filme. Alguns dos designers da ILM são fãs da franquia. Suportes e peças físicas foram construídas para a maioria dos Transformers no modo robô. Suportes de corpo inteiro para o Bumblebee (Camaro 2009) e o Decepticon Frenzy foram usados para cenas que envolviam interação com o elenco humano. O suporte do Bumblebee (Com a perna destacada) também foi utilizado para a cena em que ele é arrastado por um caminhão-guincho dirigido por Mikaela Banes (Megan Fox). A parte inferior do corpo congelado de Megatron também foi construída. O resto foram pedaços e peças sortidos, como a cauda e a cabeça do Scorponok, uma parte da perna do Optimus Prime incluindo as rodas, a cabeça azul dele junto com uma pequena parte do peitoral, e vários pedaços para representar o resto dos Decepticons destruídos jogados no oceano.

8 – Recepção

O filme foi recebido de forma mista pela crítica, é difícil dizer quantas das críticas negativas estavam interessadas em falar mal de Michael Bay ao invés do próprio filme. De outra forma, as críticas negativas mais comuns envolviam o fato do filme ser um espetáculo descerebrado, até quem avaliou o filme positivamente o viu como um filme pipoca puro com o objetivo de impressionar o público com os efeitos especiais e explosões ao invés de fazê-lo pensar, se isso é algo bom ou ruim para o filme, é totalmente discutível. Outro aspecto bastante criticado foi a duração, em particular, na sequência de ação final que é considerada expandida, caótica e difícil de acompanhar. 

Já com o público em geral e os fãs, Transformers foi muito favorecido. Entretanto, houve uma divisão de opiniões sobre o grande foco nos personagens humanos. Seu status com o maior fandom da franquia tem influenciado ao longo do tempo. Inicialmente, as opiniões foram mistas, mas favoráveis com o público. Quando A Vingança dos Derrotados estreou e se tornou infame por ter arrecado muito dinheiro na bilheteria e ser considerado uma das piores sequências de todos os tempos, o hype e a empolgação dos fãs caiu e a maioria deles começou a olhar para o primeiro filme de forma mais positiva. 

O filme bateu vários recordes de bilheteria como: Maior abertura da semana para uma não-sequência ($155,4 milhões), maior bilheteria no feriado de 4 de Julho ($29 milhões) e maior abertura na China continental ($3 milhões). Ainda falando na China, o filme terminou sua jornada arrecadando por lá $37 milhões. Este é o filme que mudou a cara da indústria e fez Hollywood se sentar e cortejar a China

Transformers foi indicado à três Oscars: Edição de som, Mixagem de som e Efeitos especiais. O filme ganhou um: O de efeitos especiais. De acordo com uma pesquisa feita em 2011, é o terceiro maior filme pirateado de todos os tempos. 

4 sequências foram produzidas: A Vingança dos Derrotados que estreou em 24 de julho de 2009, O Lado Oculto da Lua que estreou em 01 de julho de 2011, A Era da Extinção que estreou em 17 de julho de 2014 e O Último Cavaleiro que estreará no dia 20 de julho, e iniciará o Universo Cinematográfico da franquia, e expandirá a mitologia dos robôs disfarçados.

 

Por João Guilherme Fidelis

"Mas sabe de uma coisa ? Sentir raiva é fácil. Sentir ódio é fácil. Querer vingança e guardar rancor é fácil. Sorte sua, e minha que eu não gosto deste caminho. Eu simplesmente acredito que esse não é um caminho" - Superman (Action Comics #775)