Chegamos em fevereiro, o mês da maior premiação do cinema conhecido como o Oscar. A 89.ª cerimônia acontecerá em 26 de fevereiro e será apresentada pelo comediante e apresentador Jimmy Kimmel, que comanda o late-night Jimmy Kimmel Live!.
A estatueta será distribuída em 24 indicações, sendo que quatro delas: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator e Melhor Atriz são as mais esperadas e cobiçadas da noite. Há uma fragmentação nos indicados, os filmes divergem muito nas propostas e em seus respectivos gêneros. Temos desde um drama familiar até uma ficção explorando nossa comunicação e nosso jeito de lidar com diferenças. E se em 2016 o Oscar foi condenado a sofrer severas críticas pela a falta de diversidade, 2017 parece suprir esta falta.
Próximo a premiação, a Torre de Vigilância decidiu fazer uma matéria falando um pouco sobre os filmes indicados a principal categoria: Melhor Filme. Há muitas obras que merecem ser vistas. Confira;
A Chegada
A primeira ficção do canadense Dennis Villeneuve conseguiu uma indicação para MELHOR FILME no Oscar 2017. Principalmente devido a qualidade cinematográfica que o projeto estava envolvido. A fotografia, a palheta de cores e a trilha sonora carregam um ar de suspense e melancolia no filme inteiro, desde o primeira contato com os extraterrestres até o último.
A Chegada foca no discurso de entender, compreender e aceitar nossas diferenças. Aprender a deixá-las de lado e nos comunicar como um só ser. Além de conseguir explorar e fundamentar uma comunicação com os extraterrestres, já explorada em Contatos Imediatos do Terceiro Grau (1977). Villeneuve continua fazendo bons filmes e já é considerado como um dos melhores cineastas atuais. Em relação ao Oscar, A Chegada deve ficar apenas na lista de indicados, sem grandes prêmios na noite.
Moonlight: Sob a Luz do Luar
Moonlight, do diretor Barry Jenkins, foca na história do garoto Black com uma narrativa crua e real. Jenkins não se preocupa em colocar trilhas sonoras sentimentais ou uma dramaticidade desacerbada. A real preocupação é com os personagens e suas respectivas construções. Temas como preconceito, desigualdade, criminalidade e homossexualidade são conectados ao protagonista. Assim fazendo uma história intrigante ao nos apresentar a complexidade da situação de algumas pessoas que merecem nossa atenção.
Um dos favoritos na categoria de Melhor Filme e Melhor Diretor.
Um Limite Entre Nós
A dupla formada por Viola Davis e Denzel Washigton provam o porquê de serem um dos atores mais cobiçados em Hollywood. Ambos veteranos, demonstram experiência e química em tela. Quase levam o filme todo nas costas, tendo mais de duas horas de cenas juntos em um único ambiente. Denzel também está responsável pela direção e desenvolve uma história familiar e paterna em um único cenário: a casa da família, o centro principal da vida de muitas pessoas. Onde mulheres e homens se tornam independentes e descobrem seu lugar no mundo.
Um Limite Entre Nós é outro longa que faz um discurso sobre desigualdade, falta de oportunidade, trabalho e dificuldades. No final, deixa uma mensagem para você assumir suas responsabilidades diante dos seus amigos e sua família, mesmo que a situação esteja desfavorável.
Estrelas Além do Tempo
Um das surpresas mais agradáveis do Oscar. Não se esperava muito de Estrelas Além do Tempo, que provavelmente faria o mesmo discurso do que vários outros de Hollywood. Porém, a atuação das atrizes Taraji P. Henson, Octavia Spencer e Janelle Monáe são de tirar o chapéu por representaram tão bem a vida real de três mulheres que batalharam para conseguirem o que queriam e lutarem para não se tornarem ultrapassadas.
Estrelas Além do Tempo foca na história da física Katherine Janson, mas está fragmentado em mais duas histórias que se cruzam em alguns momentos. A ambientação da década de 70 e 80 nos carros, nas vestimentas e nos conceitos sociais são fielmente adaptados por Theodore Melfi.
Levou poucas indicações e não deve levar nenhuma estatueta pra casa, mas é uma obra que merece ser vista e reconhecida pelo público.
A Qualquer Custo
Um dos indicados mais elogiados pela crítica, A Qualquer Custo é um faroeste dirigido por David Mackenzie que demonstra sabedoria para se fazer um faroeste. Chris Pine e Jeff Bridges protagonizam uma narrativa inversa à muitas outras. Enquanto algumas são sobre a vingança de personagens e as consequência desta, A Qualquer Custo apresenta o nascimento do sentimento da vingança que nunca terá seu desfecho mostrado nas telas.
Mackenzie cria várias camadas para se construir uma trama de perseguição e impressiona o público ao fazê-la. Funciona quando se sai da zona de conforto dos outros e inova na construção do seu próprio enredo.
Até o Último Homem
Se não é um dos favoritos ao Oscar 2017, certamente é um dos favoritos do público. Mel Gibson retorna ao gênero de ação e guerra para trazer a história do médico Desmond T. Doss com muita brutalidade, sangue e a violência exagerada que esteve presente na Segunda Guerra Mundial. Gibson dá um tom muito próprio ao filme na hora de abordar a guerra e a chacina como coisas naturais e pode-se dizer, essenciais naquela época.
Fora Gibson, Andrew Garfield brilha ao interpretar Doss. Ele consegue passar bastante da frustração, da insegurança e da determinação que Doss tinha quando conseguiu salvar mais de 75 homens na Batalha de Okinawa. Doss era religioso e não aceitava empunhar uma arma ou matar alguém, se tornando socorrista e tendo que lidar com os problemas no território inimigo.
Gibson entrega um filme de guerra que deveria ser visto por todos os cineastas modernos para verem a necessidade de manter a identidade do gênero.
La La Land: Cantando Estações
O favorito ao oscar 2016, La La Land é o musical de Damien Chazelle que dá brilhos aos olhos e encanta o coração ao assisti-lo. Não é a toa que o musical está faturando tantos prêmios. O glamour de hollywood junto da elegância do jazz traz prazer ao espectador por estar assistindo ao romântico espetáculo protagonizado por Ryan Gosling e Emma Stone.
Gosling e Stone são um dos favoritos em suas próprias indicações e devem levar a estatueta pra casa. Principalmente Emma Stone, que deu vida ao papel de Mia e faz um trabalho emocionante.
Para saber mais sobre La La Land, clique aqui e confira a nossa crítica.
Manchester À Beira-Mar
Manchester À Beira-Mar é um dos melhores dramas psicológicos da década. Alguns consideram o desenvolvimento lento, tornando o filme cansativo e arrastado. Só que para quem tem filhos e irmãos, Manchester pode se conectar com esse tipo de público, se tornando uma obra-prima.
Manchester não é inovadora ou esteticamente excelente, mas traz personagens e atores tão bons em suas interpretações. Estes fazem você chorar apenas pelos diálogos duros, repletos de lágrimas e arrependimentos. Casey Affleck (pode roubar o Oscar de Gosling) quase não se expressa no personagem, é o homem difícil de se entrosar e de se relacionar, mas que sempre arruma confusão. Um personagem confuso e melancólico, sendo um dos melhores trabalhos de Affleck. Os flashback’s no meio da película ajudam na construção do personagem para você entender seus conflitos pessoais.
Dirigido por Kenneth Lonergan, junto de La La Land e Moonlight, Manchester entra na briga para ver quem consegue levar o maior prêmio do cinema americano.
Lion: Uma Jornada Para Casa
Lion é profundo e emocionante. Contando uma história real sobre a jornada de um jovem garoto chamado Saroo, Lion tem um discurso profundo sobre abandono e reconhecimento de si próprio. É um filme simples com ótimos atores (inclusive Nicole Kidman, que ganhou uma indicação para Melhor Atriz Coadjuvante) e um roteiro bem adaptado à verdadeira história. Porém, é o mais “esquecível” dos indicados por não ter grandes pretensões como os seus outros concorrentes…
Então agora é só se preparar para a noite que promete ser especial. O Oscar 2017 será transmitido pela TNT às 20h30.