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Os seis melhores Retcons da Marvel e da DC

O que é um Retcon? Esse termo é bastante conhecido pelos fãs de quadrinhos. Nada mais que é que um termo derivado de Continuidade Retroativa, que significa inserir elementos novos em uma continuidade já existente para trazer novas possibilidades de narrativa.

Existe uma certa confusão com os termos Retcon e Reboot. Porém, a diferença está no fato do reboot se tratar de algo mais radical, que acarreta o reset total de uma história, enquanto o retcon só insere novos elementos em uma história já existente.

Muitos fãs se queixam dos retcons quando são mal elaborados, mas quando bem feitos, acrescentam novas camadas de profundidade e possibilidades de narrativas que enriquecem uma história.

Confira os seis melhores retcons já feitos na Marvel e na DC:

Damian Wayne – O Filho do Batman

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Damian Wayne é um personagem polêmico, odiado por muitos, e amado na mesma proporção. É o Robin mais agressivo e o mais prodigioso entre os sidekicks do Batman.  Ele é filho de nada mais nada menos que Bruce Wayne e Talia Al Ghul. A sua primeira aparição foi em Batman: O Filho do Demônio(1987), uma história que até então não era canônica, e a partir daí foi retratado com diversos nomes em realidade alternativas. Em 2006, o personagem se tornou Damian Wayne nas mãos de Grant Morrison e foi introduzido na continuidade das histórias do Batman em Batman #665, no arco “Batman e Filho”.

Damian está presente nas histórias do Batman até hoje e cada vez ganha mais espaço, é considerado o melhor Robin por muitos fãs.

A primeira aparição de Damian foi adaptada para um filme animado chamado O Filho do Batman, lançado em 2014.

Capuz Vermelho – Jason Todd não está morto 

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Jason Todd foi o segundo Robin e um dos mais agressivos e teimosos (depois do Damian). A sua personalidade foi a causa de muitos conflitos com o Batman. No famoso arco “Morte em Família”, pulicado em Batman #426-429 e escrito por Jim Starlin, o personagem foi torturado com um pé de cabra pelas mãos do Coringa e deixado para morrer com um bomba. A culpa pesou no Batman, pois apesar de estarem constantemente em conflito, existia uma relação de pai e filho entre eles. Só mais tarde que Tim Drake, o terceiro Robin e um dos favoritos dos fãs, conseguiu amenizar a culpa do morcegão.

Em Batman – Silêncio, publicado entre 2002-2003, um figura vestida de Capuz Vermelho surge. Batman descobre que se trata de uma versão adulta do Jason Todd, porém, é revelado que era o Cara de Barro se passando por ele.

Mais tarde, nas histórias do Batman escritas por Judd Winick, é revelado que Jason realmente foi morto pelo Coringa, mas reviveu quando o Superboy Primordial provocou alterações na realidade durante os eventos de Crise Infinita. Ele passa um tempo hospitalizado em coma e com amnésia, até ser encontrado por Talia Al Ghul, que o mergulha no Poço de Lazarus e traz de volta a sua memória e seu vigor físico. Eles se juntam e planejam uma vingança contra o Batman. O encontro dramático entre Bruce e Jason acontece, eles se resolvem, mas as magoas ainda continuam. Capuz Vermelho se torna um anti-herói, pois não acredita nos métodos do Batman e atua até hoje, sozinho ou em parceria com outros personagens.

A história de vida e morte de Jason Todd foi adaptada em formato de filme animado em 2010 com o titulo de Batman Contra Capuz Vermelho.

 

Barbara Gordon – De Batgirl para Oráculo 

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Barbara Gordon é considerada uma das melhores heroínas dos quadrinhos por muitos fãs. É uma personagem que oscilou entre abordagens leves e sombrias durante toda a sua trajetória. As suas duas faces de heroína, Batgirl e Oráculo, são de grande importância.

O Batman não queria uma parceira para lutar contra o crime, mas ela não precisava da autorização dele, foi assim que a filha do Comissário Gordon começou a sua trajetória como vigilante de Gotham. Durante um tempo, o Batman foi contra a ideia de uma garota lutar contra o crime, porém, ela conseguiu provar o seu valor a ele.

A sua carreira como Batgirl não durou muito. Na graphic novel Batman – A Piada Mortal de Alan Moore, Barbara  já está aposentada do manto e leva uma vida normal. Até que um dia o Coringa arruína sua vida, decidindo provar que até a pessoa mais sã de Gotham (Comissário Gordon) pode enlouquecer. O palhaço atira na coluna de Barbara e a deixa paraplégica, e não contente com isso, ele tira fotos dela nua e manda para o Gordon. Esse evento foi muito importante para a história da nona arte. Mais tarde foi parcialmente canonizado na continuidade da DC.

Barbara ficou paraplégica, mas isso não tirou a sua vontade de fazer o bem e lutar contra o crime. Adotou o codinome Oráculo e passou a ser um das heroínas mais inclusivas dos quadrinhos, lutando pelo acredita mesmo estando de cadeiras de rodas.

Atualmente, Barbara retornou como Batgirl, pois voltou a ter uma abordagem mais leve e jovem.

A Piada Mortal foi  adaptada recentemente com censura +18 em um filme animado.

Elektra – O Complexo de Matt Murdock

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Elektra Natchios foi criada nas história do Demolidor durante a fase que Frank Miller escreveu o personagem. Ela é intensa e complexa como o seu nome, que é derivado do Complexo de Electra, que basicamente pode ser resumido em uma paixão de uma filha pelo pai. Quando era criança, foi abusada por seu pai e desde então passou a acreditar em uma estranha relação entre abuso e amor.

Foi inserida em Demolidor #168 como vilã, mas Matt Murdock a reconhece como seu primeiro amor (história contada em Demolidor – O Homem sem Medo). Na época em que eles namoravam na faculdade, faziam juras de amor e pareciam almas gêmeas. O romance durou pouco, pois a universidade em que eles estudavam foi atacada por nacionalistas gregos que queriam matar o pai de Elektra. Ela fica traumatizada e retorna para a sua terra de origem, a Grécia. Anos depois, eles se reencontram, Matt já é o Demolidor, e Elektra é uma assassina.  A relação entre eles se torna complicada, devido a natureza violenta e mercenária de Elektra, o que acaba por dividir-los em extremos completamente diferentes.

Elektra é contratada para ser a assassina particular do Rei do Crime, cargo que era ocupado pelo Mercenário, mas ele foi  preso pelo Demolidor e quase foi morto por um tumor. Quando o vilão decide retornar ao seu cargo, ele assassina Elektra com as próprias armas dela (sais). O assassinato da personagem foi um dos momentos mais memoráveis nos anos 80 da Marvel. Ela se arrasta até o apartamento do Demolidor e morre em seus braços, o que causou um grande trauma em Matt Murdock e se tornou um momento muito importante para os quadrinhos de super-heróis.

Mais tarde, Elektra é ressuscitada por Stick e os Virtuosos. Ela ganhou muitos fãs e trouxe uma intensidade enorme para as histórias do Demolidor, mas depois de ressuscitada (a contra gosto do seu criador), a personalidade da personagem foi alterada várias vezes. Ela se tornou apenas um zumbi que vagou por diversas histórias na sombra do que já foi um dia.

Elektra Natchios já teve duas versões adaptadas em Live Action. Na primeira versão, ela foi interpretada por Jennifer Garner no filme do Demolidor em 2003, que mais tarde resultou em um filme solo da Elektra em 2005 . A segunda adaptação da personagem é interpretada Elodie Yung na segunda temporada da série do Demolidor na Netflix, lançada recentemente

Jessica Jones – Uma (ex)heroína que sempre existiu

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Jessica Jones é protagonista de ALIAS, um quadrinho que foge do padrão da maioria dos quadrinhos de super heróis. Criada por Brian Michael Bendis e Michael Gaydos em 2001, Jessica é uma ex-heroína que adotava o codinome de Jewel e que já atuou como membro dos Vingadores. Algo traumatizante aconteceu a ela, o que a fez abandonar a vida de super-heroína e passar a dedicar seu tempo em lidar com os seus problemas psicológicos e tentar a ganhar a vida sendo investigadora particular.

A história de ALIAS  é bem diferente do que costuma acontecer nas histórias de heróis. A protagonista da trama não começa aprendendo a ser uma heroína, é o processo contrário. Jessica já tentou ser uma heroína e isso deu muito errado. A trama se desenvolve em cima disso e vai inserindo ela como uma personagem que sempre existiu no Universo Marvel, mas que nunca participou de eventos relevantes e teve uma participação muita breve como heroína. Um dos momentos que ficam mais claro que ela é um retcon inserido em um universo já estabelecido, é no flashback que mostra que ela estudou na mesma escola do Peter Parker e foi apaixonada por ele.

ALIAS foi muito importante para a criação do selo adulto Marvel MAX, uma fase muita aclamada por muitos fãs de quadrinhos. A história de Jessica Jones tem uma temática adulta e contém mais diálogos do que ação, fugia do padrão dos materiais da Marvel que eram publicados na época (2001), e por isso foi necessário a criação de um selo adulto.

ALIAS foi adaptado como Jessica Jones para uma série live-stream no Netflix em 2015. A segunda temporada está prevista para 2017.

 

Bucky Barnes – O Soldado Invernal 

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Bucky Barnes foi o parceiro mirim do Capitão América, criado por Joe Simon e Jack Kirby. Sua primeira aparição foi em Capitão América #1(1941), quando a Marvel ainda se chamava Timely Comics.

Bucky é um órfão, filho de um soldado morto no campo de treinamento. Depois desse acontecimento, ele foi adotado pela  tropa do campo como seu mascote, que foi onde ele conheceu Steve Rogers, o Capitão América. Bucky e Steve lutaram juntos, e também ao lado do Tocha Humana original e do Namor. Em uma missão contra o Barão Zemo,  Capitão América e Bucky tentam desarmar uma bomba, mas ela detona, fazendo o Capitão América cair e ser congelado no Atlântico Norte, onde mais tarde foi encontrado pelos Vingadores, que o recrutaram como membro da equipe.

O corpo de Bucky nunca foi encontrado pelos americanos, e portanto foi dado como morto. Durante muito tempo ele não foi visto nos quadrinhos. Até que em 2005, em Capitão América v5 #1, escrito por Ed Brubaker, o Soldado Invernal surgiu. Existia uma mistério a cerca do personagem, que foi retratado como um assassino frio que não deixava rastros e atuou principalmente durante a Guerra Fria. No decorrer da trama é revelada a identidade e o motivo por trás da transformação de Bucky Barnes no Soldado Invernal.

Quando Bucky foi dado como morto no período do fim da Segunda Guerra Mundial, ele na verdade havia sido encontrado e revivido pelo russo General Vasily Karpov, que alterou suas memórias e o transformou em um assassino de primeira linha. Ele foi enviado por todo Globo para assassinar políticos da Guerra Fria.  O implante que o fazia ter a memória corrompida causou instabilidade mental nele, e por isso foi mantido imobilizado de tempos em tempos, para que a sua consciência não voltasse e ele se rebelasse. No século 21, ele havia envelhecido apenas 5 anos, foi quando os fatos sobre o Soldado Invernal começaram a vir a tona. Steve Rogers descobriu a identidade dele. O embate dramático entre parceiros aconteceu e mais tarde Bucky teve a sua consciência de volta.

Para muitos leitores de quadrinhos, o Soldado Invernal é considerado o melhor retcon da Marvel, e também um dos melhores das histórias em quadrinhos em geral.

O arco do Soldado Invernal foi adaptado para o cinema em 2014 na Marvel Studios.

 

 

Por Guilherme Chaves

Administrador Público de dia, Projeto de Cheff de noite e redator da Torre nas horas vagas.