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Pinguim gigante!

Escrito por Daniel Estorari

Gigante não é o sobrenome de Oswald Cobb, mas é isso o que a sua série representa: grandeza! Minuciosamente elaborada e executada com impressionante maestria, Pinguim se destaca como uma das melhores séries do ano, oferecendo muito mais do que o público poderia esperar. Com um enrredo beirando ao manipulável e detalhadamente bem trabalhado, a série não apenas amplia o universo de Batman, como o enriquece, mergulhando-o em uma atmosfera densa e realista que revela o submundo de Gotham com profundidade e autenticidade perante à uma jornada que está sendo cuidadosamente construída por Matt Reeves

Através de uma abordagem deligente e um desenvolvimento centrado em personagens ricos e multifacetados, Pinguim transporta o espectador para uma história sem glamour, onde as forças do crime e da corrupção têm um brilho particular e perturbador. Com a dedicação de Reeves em consolidar essa narrativa, a série não apenas entretém, mas constrói uma base sólida para um universo que não se limita ao mito de Batman, mas celebra a complexidade de cada personagem que o habita.

bear 122 stan blog — Oswald "Oz" Cobblepot | The Penguin
Pinguim é a série derivada de Batman do Universo Expandido da DC que sobre um dos vilões mais clássicos dos quadrinhos, o mafioso de Gothan City Pinguim. A produção acompanha a ascenção de Oswald Cobblepot (Colin Ferrell), o Pinguim, um grande magnata de Gothan City envolvido no submundo de crime e corrupção. A trama irá focar na vida de Oswald antes de se tornar o grande vilão Pinguin enquanto ainda era um “ninguém desfigurado” que ajudava o mafioso Carmine Falcone a realizar seus trabalhos sujos. Embora ainda não seja levado a sério como criminoso, Pinguin já demonstra um lado violento e impulsivo, atacando quem entre no seu caminho e atrapalhe seus planos.
A escolha em transformar Ozz em um mafioso humanizado (aparência), em vez de se limitar ao estereótipo de uma “criatura” que vive no esgoto, resulta na representação mais autêntica e marcante do personagem já vista. Colin Farrell entrega uma interpretação excepcional, dando ao Pinguim uma complexidade inédita, onde a humanidade não é sinônimo de redenção, mas de uma vilania oportunista e calculista. O roteiro colabora brilhantemente com essa construção, apresentando Oswald como um ambicioso sem qualquer ética, que age puramente em benefício próprio, sem qualquer traço de vitimização ou romantização. Ele é mau por natureza, e não há tragédia ou trauma redentor que justifique suas ações, apenas a frieza e o desejo incessante pelo poder.
Esse tratamento cuidadoso ao mafioso é uma das muitas qualidades que destacam Pinguim. O roteiro é sólido e audacioso, com momentos verdadeiramente imprevisíveis e um desenvolvimento de personagens que abraça os pecados de de Gotham.
A direção, por sua vez, adiciona uma atmosfera imersiva à série, combinando perfeitamente com a atuação de Farrell, que domina cada cena com intensidade e presença narcisista. Sob essa visão criativa e rigorosa, Pinguim brilha como uma série que entende seu material de origem, mas também não tem medo de modernizar, consolidando-se como uma peça fundamental no universo que Matt Reeves está construindo.
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Ainda que Oswald seja o protagonista de Pinguim, ele não brilha sozinho. A série apresenta Sofia Falcone (ou Gigante, para os mais íntimos) como uma oponente à altura, e Cristin Milioti traz uma interpretação poderosa e multifacetada ao papel. Conhecida por sua delicadeza e doçura, Milioti surpreende ao subverter essas características, entregando uma performance carregada de nuances que refletem a dualidade de Sofia , uma figura envolta em tragédia e privilégios da alta sociedade. Ela incorpora a personagem de forma magistral, transitando entre a fragilidade e o poder com uma habilidade que só os grandes atores possuem. Seu desempenho é tão imersivo e marcante quanto o de Farrell, e certamente mereceria uma indicação a um Emmy pelo trabalho camaleônico que realiza aqui.

O único ponto fraco de Pinguim está na ausência de Batman , não em termos de presença física, que realmente não é essencial, mas pela falta de referência a ele entre os habitantes de Gotham. Em seu filme, o Cavaleiro das Trevas é estabelecido como uma ameaça constante, um símbolo de medo e vigilância para o submundo criminoso. Contudo, aqui, sua figura se perde quase por completo, sendo mencionada brevemente apenas no primeiro episódio, através das palavras de um jornalista. 

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Pinguimé uma verdadeira joia dentro do universo de heróis e vilões dos quadrinhos, mas o que a torna realmente única é sua audácia em transcender as convenções do gênero. Em vez de se prender ao arquétipo aventuresco de histórias tradicionais, a obra assume uma identidade própria, rica em nuances e maturidade. Com uma narrativa ancorada em personagens complexos e interpretações memoráveis, como as de Colin Farrell e Cristin Milioti, Pinguimrevela a profundidade e o lado sombrio de Gotham com um realismo brutal e um toque de elegância que desafia as expectativas de uma adaptação de hq’s. Em mãos hábeis, desde o roteiro à direção, a série constrói uma trama visceral e viciante que se apoia na complexidade dos personagens e não nas habituais explosões e efeitos. É uma produção que se destaca pela autenticidade e excelência, marcando-se como uma adição rara e valiosa ao legado de Matt Reeves, uma verdadeira obra de ouro no gênero.
NOTA: 4,5/10
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Sobre o Autor

Daniel Estorari

With great powers...

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