Imagine que você é um cara normal na casa dos 30 anos de idade que herda o antigo restaurante de seu falecido pai. Sem grandes promessas para seu próprio futuro, você visita o local com o objetivo de limpá-lo para vender e acaba encontrando um garotinho de rua, aparentando ter no máximo cinco anos de idade. Parece o sonho de um pedófilo, mas é só Udon no Kuni no Kiniro Kemari, anime recém-estreado (e ouso dizer, mais fofo) da atual temporada!
Produzido pelo estúdio LIDENFILMS (Terra Formars, Aiura), Udon no Kuni é a adaptação de um mangá criado por Nodoka Shinomaru. Dirigido por Ibata Yoshihide (Haikyuu!!), o anime contará com 12 episódios e narra a história de Souta Tawara, um designer que morava em Tóquio e herdou o restaurante de udon (tipo de macarrão japonês grosso feito de farinha, servido comumente como sopa) de sua família em Kagawa. Lá ele encontra um garotinho de rua escondido e com fome, e sem sinal de seus pais, acaba o adotando. Contudo, o garoto não é somente um perdido, mas sim um cão-guaxinim folclórico que se disfarça de criança!
O primeiro episódio de Udon no Kuni foi uma grata surpresa sendo bastante introdutório e singelo. Seja por conta de sua belíssima animação bem detalhada e limpa ou por sua trilha sonora calma e tocante dirigida por Tsuruoka Yota (insira aqui uma infinidade de animes famosos), a obra entregue é de fazer qualquer um sorrir bastante. A premissa é simples e a simplicidade é bela. E fofa. Kawaii. Já falei que isso é muito fofo?
Em poucas cenas o anime situa bem o espectador sem parecer um panfleto de introdução, característica típica de obras seinen/josei slice of life. Utilizando flashbacks e detalhes simples nos cenários, aos poucos a história vai sendo contada e alguns personagens (que aparentemente serão parte do elenco fixo) são apresentados. E se não bastasse a ótima e relaxante construção de episódio (de verdade, assistir isso é muito desestressante), o elenco de dublagem também fez um ótimo trabalho, especialmente o responsável pela voz de Souta, Nakamura Yuuichi (Haikyuu!!, 91 Days da temporada passada, Drifters da atual temporada, Fairy Tail, Durarara!!, Fullmetal Alchemist: Brotherhood e outros).
Para os mais conhecedores de animes a premissa deve lembrar bastante Barakamon, com um quê de Usagi Drop e Amaama to Inazuma. A diferença, além do restaurante da família de Souta ser de udon, é o lado místico/folclórico, já que o garotinho chamado Poko é um tanuki (cão-guaxinim) mágico descrito pelo monge do templo como “uma criatura que se disfarça de humano e vive assim durante anos e anos“. E Souta acaba descobrindo isso no final do episódio de forma hilária.
Souta, o protagonista, é o típico esteriótipo de personagem que não se importa com o legado da família. Ao demonstrar zero interesse em reabrir o restaurante, fica óbvia a construção de plot onde Souta reabrirá o negócio e tentará tocá-lo à sua maneira com a ajuda dos amigos e familiares (como sua irmã), motivado por sua convivência com Poko e aprendendo com as recém descobertas receitas de seu pai. A relação perturbada de pai e filho entre Souta e seu progenitor também deve servir como inspiração, especialmente para o seu convívio com Poko. É tudo muito bonito nessa belezinha. Até a música de abertura é uma belezinha.
Udon no Kuni no Kiniro Kemari tem potencial. Julgando somente pelo primeiro episódio e comparando com outros “primeiros episódios” da temporada assistidos até o momento, este foi de longe meu favorito, recebendo todo o apoio possível e a torcida para que o bom nível se mantenha.
A série é exibida aos sábados no Japão e pode ser assistida simultaneamente através do serviço de streaming Crunchyroll.