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Quarentena em Raccoon City! Jogamos Resident Evil 3 Remake

Meus amigos, que Nostalgia! Com certeza relembrar momentos da infância e os seus primeiros medos e sustos, assim como fizemos quando foi lançado Resident Evil 2 no ano passado, é algo completamente sem preço. Mas será que Resident Evil 3 Remake conseguiu agradar tanto quanto o seu antecessor? Vem comigo e vamos descobrir!

Nos primeiros momentos de jogo nos deparamos com uma Jill Valentine que corre e apanha tanto, que até lembra a aquela Lara Croft lá de 2013 no início do primeiro Tomb Raider, mas afinal, quem não faria isso com um Nemesis de 3 metros correndo atrás de você né!?

Sobre o desenvolvimento da Jill, fizeram algo maravilhoso, as diferenças de experiência dela com a Claire e com o próprio Leon do Remake anterior são absolutamente visíveis. Neles conseguíamos enxergar aquelas características de novatos bem explícitas e que dava até uma imersão maior no jogo. Já na Jill, e também no Carlos, conseguimos ver em seus movimentos e no decorrer da história, toda a carga e experiência de uma carreira mais longa, sem dúvidas isso foi um ponto e tanto da Capcom.

No quesito jogabilidade seguimos aqui a mesma fórmula proposta pelo Resident Evil 2 Remake, afinal, não se mexe em time que está ganhando. Alguns exemplos são o fim do uso de câmeras fixas, a personagem em terceira pessoa com mira, inimigos difíceis de matar, e outras características que não são mais inéditas para nós, mas que já mostraram que funcionam muito bem dentro da franquia.

Correr do Nemesis nunca foi tão desesperador, sempre que estava jogando eu tinha saudades do Mr. X que se tornou uma criança perto do nosso “carecão de bazuca”. Acrescente o desespero de correr de um grandalhão + tentáculos que agarram suas pernas + capacidade de desviar de balas + armas de fogo e uma resistência maior ainda do que aquela que a gente enfrentava no remake do segundo jogo. É com certeza, motivo de muito desespero.

Uma diferença entre os dois jogos remake bastante visível são as facas que não se quebram mais, o que eu particularmente achei melhor, até pra matar os zumbis que caem no chão, mas como nem tudo são flores, elas não são mais uma opção para se defender de investidas surpresas como era no segundo Resident Evil. Foi uma decisão que ajuda e dificulta as coisas novamente.

Para ajudar um pouco nessa carência de um modo para se defender das agarradas dos zumbis, o jogo incluiu um novo comando, em que jogando com a Jill temos a esquiva (vista também na Demo do próprio jogo), e com o Carlos temos um golpe que afasta os zumbis. Esse comando facilita bastante a jogabilidade, porém precisa ser usado no momento exato, assim como o famoso ato de “parear” ataques dentro de outros gêneros. Acertar o timing é algo bastante difícil, mas ao mesmo tempo muito recompensador.

Falando um pouco sobre os gráficos e visuais do jogo, são sem dúvidas de tirar o fôlego, essa geração de consoles, mesmo em seu final consegue nos surpreender sempre que achamos que não tem mais pra onde ir.

O Background é completamente imersivo e surpreendente, assim como no jogo anterior. Por meio de pistas, bilhetes, jornais, revistas e outros documentos encontrados, conseguimos descobrir muito sobre a história, desenvolvimento de personagens e até mesmo achar dicas de como matar alguns monstros específicos.

Por falar em monstros, tivemos novos monstros bem legais presentes nessa versão, com diferentes formas e dificuldades, talvez como uma tentativa de compensar alguns que foram retirados da narrativa. Algo bastante legal sobre eles, é que conseguimos, por meio dos documentos ditos acima, entender a origem de alguns desses monstros e seu desenvolvimento desde que eram cobaias.

O link feito entre o Resident Evil 2 e 3 presente no jogo também é sensacional, dá pra perceber claramente o tempo e a continuidade dos eventos de um jogo para o outro, principalmente em cenários que os dois jogos possuem em comum. Como não posso falar muito disso por aqui, deixo as surpresas e comparações para vocês, quando forem jogar.

Apesar de todos essas características que deixam o jogo maravilhoso, precisamos também falar de alguns pontos negativos:

Seu percurso é bastante linear, não necessitando voltar muito em alguns lugares caso você não queira, o que foge um pouco do clássico. Posso dizer que isso tenha deixado minha experiência ruim? Não! Isso acabou fazendo falta mas não é nenhum ponto decisivo que tenha deixado o jogo muito diferente de antes.

Nessa versão, o que mais me incomodou com certeza foi a quantidade super limitada de puzzles. Para um bom jogador de RE, principalmente em sua fase de survival horror ( do 1 ao 4, podemos dizer), sabemos que de tempos em tempos você precisa realizar puzzles que te levam a pensar bastante em meio a todo medo que está sentindo durante a jogatina. Essa característica para alguns pode até ser chata, mas é uma marca da franquia, e que eu particularmente gostava bastante.

Não quer dizer que não exista por exemplo, chaves que você precisa pegar para abrir portas específicas, itens que precisam ser usados em situações peculiares, e afins… isso existe sim no jogo, mas o desafio e a dificuldade de conseguir tudo isso, acabam sendo quase inexistentes. Infelizmente, no decorrer da história, o jogo fica devendo muito a presença dessa característica.

Senti falta de alguns itens específicos como as ervas azuis, e até da necessidade do seu uso também, por falta da variedade de inimigos.

Além disso tudo, para o desprazer dos saudosistas, acabaram tomando a decisão de retirarem lugares e bosses icônicos do jogo clássico, sobre os quais não posso falar muito agora, mas confesso que não esperava por essas decisões. Se você é um jogador novo, fique tranquilo que não sentirá falta do que não viu, mas se você é daqueles que passava pasta de dentes no CD quando não funcionava ou botava o Playstation de ponta a cabeça para o jogo rodar, isso vai acabar tirando um pouquinho da sua expectativa.

Apesar de todos os pontos negativos citados acima, o conjunto do jogo não decepciona, por mais que algumas áreas foram retiradas, outras foram adicionadas de forma bastante precisa e útil para a experiência de quem joga. A história então, ficou uma verdadeira obra de arte.

Nela conseguimos observar todos os detalhes precisos e sem nenhuma ponta solta no que se refere à franquia em geral, foi algo refeito, gerando uma nova experiência mesmo para quem jogou o jogo clássico mas não fugindo em nenhum momento das suas raízes.

O jogo realmente vale a pena, matar a saudade de jogar com a Jill em um atmosfera digna e ter a oportunidade de poder explorar mais o Carlos dentro da franquia com certeza era o que eu estava esperando. Mesmo com os defeitos apresentados o jogo flui e aterroriza quem joga de uma forma muito competente.

NOTA: OURO

Teve contato com o jogo clássico? Jogue! Como um bom fã, você gostará do produto final. Não jogou o clássico mas está a fim de um excelente jogo de terror? Jogue também, vai ser uma excelente experiência.

Agradecimentos à Capcom pela cópia digital, o jogo foi testado em um Playstation 4.

O Game estará disponível a partir do dia 03/04/2020 para Playstation 4, Xbox One e PC, mas você já pode compra-lo pelo link abaixo.

 

Por Guilherme Chaves

Administrador Público de dia, Projeto de Cheff de noite e redator da Torre nas horas vagas.