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Rebirth no Brasil | O que ler antes do Renascimento?

Escrito por Gabriel Faria

Em maio de 2016 a DC Comics deu início à sua mais recente e bem sucedida fase editorial, intitulada DC Rebirth. Sucesso de crítica e vendas, o objetivo deste relaunch foi aproximar a editora às suas antigas características, que envolvem o legado dos heróis, otimismo e mais amor. Esse novo momento da Editora das Lendas começou com uma edição especial lançada no mesmo mês, escrita por Geoff Johns e intitulada DC Universe: Rebirth Special #1, onde as primeiras sementes do que viria a seguir foram plantadas.

Esta edição especial está chegando agora ao Brasil, publicada pela Panini com o título Universo DC: Renascimento. Mas o que deve ser conferido antes para que haja total compreensão da cronologia? Confira abaixo as leituras essenciais que deixam o Renascimento ainda melhor!


 Lois & Clark

O Superman é o personagem que sofreu as maiores mudanças no Renascimento. Há algum tempo publicamos um enorme artigo explicativo sobre toda a cronologia do Superman desde os Novos 52 até a revista Convergência: Superman, consequentemente culminando em sua nova série mensal, escrita por Peter Tomasi, um dos maiores nomes da editora. Contudo, antes de aproveitar a nova fase do herói, a minissérie Lois & Clark de Dan Jurgens e Lee Weeks é uma das leituras obrigatórias. Publicada nos EUA logo após a saga Convergência, esta série estabeleceu o Superman antigo no universo atual da DC, trazendo de volta não somente o herói clássico como também sua família, composta pela Lois Lane e seu filho Jon Kent. Esta minissérie foi publicada no Brasil em um encadernado, e além de narrar as aventuras e adaptação do Superman mais velho neste mundo, também planta algumas ideias que serão reaproveitadas ao longo do Renascimento, tanto em Action Comics quanto em Superman e Super Sons.


Guerra de Darkseid

Uma das últimas sagas da Liga da Justiça, a Guerra de Darkseid teve grandes consequências para o Universo DC. Durando cerca de um ano, o épico foi escrito por Geoff Johns e ilustrado por Jason Fabok, e também plantou diversas ideias que serão aproveitadas ao longo do Renascimento. Uma nova Lanterna Verde, um misterioso parentesco da Mulher-Maravilha, um destino trágico para o maior herói de todos os tempos, além de outras grandes mudanças relacionadas a vilões como Lex Luthor, o Sindicato do Crime e ao próprio Darkseid foram alguns dos choques desta batalha. Sobrou até para o Coringa. No Brasil, a saga foi publicada na revista mensal da Liga da Justiça ao longo das edições #42 e #51. Além disso, a editora Panini também compilou as revistas especiais dos Novos Deuses no encadernado Liga da Justiça Especial: A Guerra de Darkseid.


Caça aos Titãs

A Caça aos Titãs de Dan Abnett, Paulo Siqueira e Stephen Segovia também é parte vital para a compreensão do Renascimento como um todo. Além de conectar-se diretamente com o início da revista Universo DC: Renascimento, esta minissérie em oito edições, compilada no Brasil em um único encadernado da Panini, explora toda a relação entre os Titãs originais, grupo composto por Dick Grayson, Donna Troy, Ricardito e outros. A trama lida com o passado supostamente apagado da memória destes heróis, e une toda uma cronologia referente aos personagens para que haja uma conexão e um retorno do grupo, que deixou de existir durante os Novos 52. O roteiro se esforça para unir todas as pontas e a revista dos Titãs na fase seguinte é uma das mais importantes para a DC atualmente, graças ao retorno de um herói esquecido.


Superman: Fim dos Dias

O arco final do Maior Herói de Todos os Tempos englobou as revistas Action Comics, Superman, Batman/Superman e Superman/Wonder Woman no exterior. Os últimos momentos do herói nesta continuidade foram narrados por Peter Tomasi, que posteriormente assumiu a revista principal já na fase Renascimento, e a arte de grandes nomes como Mikel Janín e Doug Mahnke fizeram parte das revistas. No Brasil o arco foi compilado em um único encadernado chamado Superman: Fim dos Dias, e a obra é vital para a compreensão do Renascimento, linkando diretamente com o fim da Guerra de Darkseid, com os acontecimentos de Lois & Clark e dando o gancho para revistas como Superwoman. Toda a fase do herói desde sua origem recontada em meados de 2011 se encerra aqui, mas alguns detalhes serão retomados em outro momento, no futuro…


O que mais?

Por mais que o Renascimento seja uma nova fase e um ponto de partida ideal para novos leitores, a cronologia foi mantida, e basicamente todas as séries desde o início dos Novos 52 possuem importância para este novo universo DC. Como toda reformulação, algumas questões de origens e ausência ou presença de personagens estão sendo alteradas pelas equipes criativas, como já vinha acontecendo anteriormente (o caso da já citada Caça aos Titãs), e ao mesmo tempo diversos detalhes são mantidos.

Abaixo, confira alguns tópicos importantes com relação a algumas das séries e heróis específicos, com pequenas explicações:

  • We Are Robin: publicada no Brasil na revista mensal A Sombra do Batman, a série de Lee Bermejo desenvolveu o atual companheiro do Batman, Duke Thomas. O personagem já havia sido utilizado ao longo da fase de Scott Snyder na revista mensal do Morcego, porém, em We Are Robin ele passou a ser um dos protagonistas. Toda esta fase é essencial para conhecer o personagem, e toda a Batfamília manteve-se.
  • A Mulher-Maravilha de Brian Azzarello é um caso diferente. Tida por muitos como a melhor revista dos Novos 52, na fase Renascimento o roteirista Greg Rucka, responsável por elogiadas histórias da personagem, está recontando não somente sua origem, mas lidando com todo o passado da heroína. É importante conhecer não somente a “fase guerreira” de Azzarello, mas também tudo o que veio antes, desde a fase de George Pérez após a Crise nas Infinitas Terras, caso você deseje saber o que está sendo alterado.
  • O Wally West dos Novos 52 foi mantido na cronologia do Renascimento, então tudo relacionado ao Flash e aos Jovens Titãs também permanece vivo, quando se trata do velocista.
  • Batgirl mantém-se com o mesmo estilo da fase Burnside, de Brenden Fletcher, Cameron Stewart e Babs Tarr. As séries relacionadas como Aves de Rapina e a Canário Negro também são correlacionadas.
  • O Arqueiro Verde de Jeff Lemire deve ser lido para que haja compreensão tanto da fase Renascimento quanto da fase prévia, já escrita por Ben Percy (roteirista que se manteve na reformulação), encerrando a fase dos Novos 52.
  • Heróis como o Lanterna Verde, Shazam, Aquaman, Supergirl, Caçador de Marte e Cyborg também mantiveram-se, com algumas pequenas alterações, caso da Supergirl e do Cyborg. A edição Universo DC: Renascimento mostrou acontecimentos específicos para alguns heróis e sidekicks, como o que houve entre Aquaman e Mera ou com relação ao Besouro Azul.

Bastante coisa, não é mesmo? É sempre importante lembrar que o Renascimento visa os leitores novatos, então nada é tão complicado quanto aparenta. É possível que alguns detalhes não tenham sido mencionados acima, porém é fatalmente impossível descrever com detalhes todos os acontecimentos da vida destes heróis nos últimos anos. Caso opte por ler somente as séries indicadas e a edição especial, a compreensão como um todo não será tão comprometida.

O Renascimento da DC Comics é um dos grandes sucessos dos últimos tempos, e uma das fases mais elogiadas pelos fãs. Veremos se a aceitação entre o público brasileiro será tão positiva, justificando o hype em torno desta bela empreitada da Editora das Lendas. Empolgado? Acha que faltou algo? Comente abaixo!

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Sobre o Autor

Gabriel Faria

Assistente Editorial, apaixonado por quadrinhos, redator da Torre de Vigilância, criador do blog 2000 AD Brasil e otaku mangazeiro nas horas vagas.