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Star Ocean: First Departure R não é tão brilhante assim

Escrito por Pedro Ladino

Um dos jogos que eu mais estava esperando para esse final de 2019 era Star Ocean: First Departure R. Não só porque seria algo novo para mim, mas também por contar com a arte de um dos meus characters designers favoritos: Katsumi Enami. Para aqueles que não estão familiarizados com ele, ele foi responsável pelos designs de personagens de Baccano, um dos meus animes favoritos e pelos personagens do arco de Crossbell, da série de jogos Trails. E no fim de tudo, isso acabou sendo a melhor coisa do jogo…

Logo nas minhas primeiras horas de jogatina, um outro jogo veio em minha mente: Tales of Phantasia. E não era para menos, o jogo é desenvolvido pela tri-Ace, que tinha em seu time, desenvolvedores que trabalharam no primeiro jogo da franquia Tales of, então para mim ficou a sensação de que o jogo era apenas um “primo pobre” da série da Bandai Namco.

Star Ocean: First Departure R se trata da remasterização do jogo de PSP lançado em 2007, que por sua vez é o remake do primeiro Star Ocean de 1996. O jogo começa após o planeta de Roddick e seus companheiros serem vitimas de um ataque extraterrestre que petrifica todas os habitantes daquele planeta. Ao tentar procurar a cura, Roddick recebe a visita de dois membros da Terran Alliance, que oferece ajuda. Para conseguir produzir a vacina, eles precisam voltar 300 anos no tempo e encontrar Asmodeus, fonte original da doença, enquanto ainda estava vivo.

O jogo traz consigo uma temática espacial, que na época foi escolhida com o propósito de contar uma “história grandiosa”. Porém, ao chega no jogo, isso acaba sendo apenas uma desculpa para os jogadores irem para diversos planetas a partir de uma nave espacial. A maioria dos cenários são de um mundo medieval, sem grande tecnologias, o que faz novamente cair na comparação com Tales of Phantasia. No entanto, apesar disso, a ambientação do mundo de Star Ocean, é ótima. As cidades possuem bons designs, o mundo funciona.

O game possui uma mecânica chamada Private Action, que é ativada quando estamos prestes a sair da cidade. Com ela, os personagens da sua party se separam e vão para caminhos diferentes daquela cidade, deixando Roddick sozinho, e então vamos procura-los pela cidade. Isso serve para desenvolver e aprofundar a relação entre aqueles personagens, já que o roteiro do jogo em si, quase não faz isso. É algo opcional dentro do jogo, mas que agrega bastante ao conteúdo e riqueza do mesmo.

Agora sobre a história do game, ele é bem qualquer coisa. Não chega a ser ruim, mas é bastante simples, não apresenta nada de novo ou traz um enredo profundo. E em certos momentos, ela é bastante chata. A trilha-sonora não me chamou muito a atenção. Ela é bem honesta, mas não tem nada marcante.

Mas o ponto mais negativo do jogo é o seu balanceamento. O jogo obriga grind, e isso é uma das coisas que eu mais abomino em um RPG. Mas não só isso, os inimigos do jogo foram buffados desde a versão de PSP, eles tem mais ataque e defesa, e dão menos XP. Então, ao mesmo tempo em que ele obriga o grind, ele dificulta isso. Diversas vezes, eu me obriguei a voltar para o continente anterior para não ter que morrer em 3 hits. Eu passei mais tempo grindando do que na história principal.

O jogo traz sistemas de skills e habilidades específicas. Mas em nenhum momento ele explica direito para o que eles servem. Tem apenas um resumo nas guildas das cidades, mas suas funcionalidades só serão descobertas durante no combate. O menu do jogo é uma bagunça. A catalogação de itens e skills não funcionam. É algo que faria sentido em uma tela menor como a do PSP, porém, no PlayStation 4, não funcionou

Sobre o remaster em si. O jogo é basicamente o mesmo lançado em 2007 para PSP, porém em HD, com novas opções de dublagens, sendo elas: a dublagem japonesa original de PSP, que nunca foi disponibilizada aqui, a versão em inglês e uma nova versão em japonês, com novos dubladores. Além dos novos designs de personagens feitos por Katsumi Enami. Não há novas opções como desativar encontros aleatórios ou aumentar a velocidade do jogo.

Um outro problema, que aconteceu comigo, foi que muito da qualidade foi sacrificada ao esticar a imagem do jogo para televisões atuais. Os cenários e personagens em certos momentos acabaram ficando somente pixels estourados na tela, e alguns diálogos ficaram ilegíveis por conta desses pixels.

Com história mediana e gameplay simples,  Star Ocean: First Departure R é um jogo medíocre, que deveria ter se mantido no PSP.

Essa review foi feita a partir de uma cópia cedida pela Square Enix. O jogo foi testado em um PlayStation 4 e também está disponível para Nintendo Switch.

Bronze – Jogável

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Sobre o Autor

Pedro Ladino

"Just when I thought I was out...they pull me back in."