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Série do Dredd será “macabra, insana e descompromissada”, diz produtor

Há cerca de um mês a EW anunciou com exclusividade que a produtora independente IM Global, ao lado da Rebellion, está produzindo uma série de TV do Juiz Dredd intitulada Judge Dredd: Mega-City One. Em entrevista a SFX Magazine o CEO e produtor Jason Kingsley falou um pouco sobre o tom e principais aspectos da produção:

Elementos de dark fantasy fazem parte de um gênero que seria ótimo de se explorar“, diz Kingsley. “A série combinará o macabro com o insano, sendo também descompromissada. É um grande lugar, afinal de contas, com 400 milhões de histórias para se contar.

Se você gosta dos dois filmes live-action do Dredd, também poderá gostar da série. “Longas narrativas fazem com que mostrar Mega-City Um e seus habitantes seja algo fácil,” continua o produtor. “Tentar encaixar tudo isso em um filme de duas horas é muito difícil.

Para saber tudo sobre a série de TV do Juiz Dredd, clique aqui.

Com relação a estreia do seriado, Kingsley revela que a espera pode durar mais tempo que o previsto: “Meu palpite é de que estamos a cerca de dois anos de distância. Mas estamos tão no início do processo que as coisas podem acontecer de forma rápida, ou muito mais devagar.

Sobre o retorno de Karl Urban ao papel principal, Kingsley evitou respostas diretas, dizendo somente que conhece Urban “o suficiente para ter uma conversa com ele.

Situada na cidade apocalíptica da costa leste dos EUA, Mega-City Um, a série será focada em um grupo de Juízes, policias futuristas do século 22 que possuem o poder de juízes, júris e executores, enquanto eles lidam com as dificuldades e loucuras desta época. Dredd, o incorruptível e mais temido Juiz de Mega-City Um, surgiu nos quadrinhos em 1977, criado por John Wagner e Carlos Ezquerra. No Brasil suas histórias são publicadas pela Mythos Editora.

Quer conhecer mais sobre o personagem? Confira o Guia de Leitura do Juiz Dredd clicando aqui!

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O Monstro de Alan Moore, John Wagner e Alan Grant

Uma saga que soma elementos de clássicos monstruosos da ficção, Monstro narra a história de Terry, o monstro, e Kenny Corman, sobrinho do monstro, enquanto eles embarcam numa espécie de road trip de sobrevivência buscando ajuda. A série foi criada pelo gênio dos quadrinhos Alan Moore e continuada por John Wagner e Alan Grant, uma verdadeira santíssima trindade dos quadrinhos ingleses, e chegou ao Brasil em 2017 com uma edição de luxo publicada pela Mythos Editora!

Em março de 1984 a revista semanal britânica Scream!, uma antologia de horror, estreava para os ingleses. Com ela algumas séries em quadrinhos como The Dracula File, Library of Death e The Thirteen Floor, essa última o provável maior sucesso da época, alcançaram o inconsciente popular ao longo das pouquíssimas 15 edições do título. O catálogo da revista também continha o trabalho criado por Alan Moore, em um período marcante da carreira do autor, e Heinzl, que foi assumido posteriormente por Wagner e Grant sob pseudônimo Rick Clark, com arte de Jesus Redondo. O já citado Monstro, assim como Thirteen Floor, foi continuado após o cancelamento da Scream! (devido a uma disputa interna com a IPC Magazines) na revista Eagle, casa do clássico personagem Dan Dare. E anos depois, seguindo o costume das suscetivas mudanças, a 2000 AD obteve os direitos deste clássico obscuro, republicando-o numa luxuosa compilação que serviu como base para o encadernado nacional.

Ao enterrar seu pai abusivo no quintal de sua velha casa, Kenny Corman decide investigar a causa da morte, dirigindo-se ao sótão da mansão. As primeiras quatro páginas desta história foram escritas por Moore, que deu somente o pontapé inicial para a série. Ao ser substituído pela dupla Wagner e Grant, o leitor descobre que o monstro vivendo no sótão é Terry, tio de Kenny, que possui uma deformidade física e a mentalidade de uma criança de no máximo três anos. Criado a vida toda em situação precária e sem sair do sótão, Terry torna-se um fardo para Kenny, após os cuidados do tio serem passados ao garoto de 12 anos por sua falecida mãe. Com um detalhe preocupante: seu temperamento explosivo o faz matar com facilidade qualquer pessoa que venha a incomodá-lo.

Monstro é uma aventura que soma elementos de Frankenstein com os quadrinhos de horror dos anos 50 publicados pela EC Comics, como Tales from the Crypt, The Vault of Horror e The Haunt of Fear. A descrição perfeita para esta aventura seria “um monstro gentil em fuga.” A dupla de roteiristas brinca com a dualidade entre a criação e a falta de conhecimento e contato social de Terry, que o tornam um monstro a ser temido pela sociedade, constantemente perseguido pelas entidades governamentais. O “Monstro de Bricester” é realmente uma criatura malvada, ou apenas mais uma vítima inocente? E a atitude de Kenny, que decidiu fugir para buscar ajuda por estar com medo da reação das pessoas, foi a mais correta a se tomar? Essas questões permeiam a história do início ao fim, enquanto o leitor analisa cada um dos acontecimentos.

Se Dr. Jekyll e Sr. Hyde receberam o pseudônimo de “o Médico e o Monstro“, Kenny Corman e Terry, apesar de serem entidades separadas, podem ser descritos como “o Garoto e o Monstro.” As viagens da dupla, deixando um rastro de destruição por onde passam e sendo constantemente perseguidos pelos oficiais do governo, é um tipo de road trip do desastre. Na época, Moore estava iniciando sua fantástica Saga do Monstro do Pântano, e a dupla sucessora assumiu com maestria as rédeas do título, rumando para um estilo de narrativa diferente do início, onde há uma transformação de horror para uma espécie de horror reflexivo e algumas vezes até bem humorado.

A busca por ajuda médica em que Kenneth e Terry estão submetidos é magistralmente ilustrada pelo espanhol Jesus Redondo, que substituiu o artista italiano Heinzl. Com um traço “sujo” que brinca muito com o claro e escuro, Redondo é dono de uma arte que passa profundidade, dramaticidade e possui semelhanças nas expressões e movimentos com outros grandes mestres da nona arte, que também seguem a apelidada linha latina.

O texto também faz questão de deixar clara a consciência infantil de Terry, deficiente não somente física como também mentalmente. As situações em que os protagonistas se metem (por vezes, convenientes ou até cômicas) criam um desenrolar para a história que traz um ar de algo inesperado, visto que a cada virada de página um plot twist pode explodir na face do leitor. E no desenrolar das desventuras, as proporções dos problemas crescem exponencialmente.

A ideia do horror das primeiras páginas de Moore é mantida ao longo da trama. Mas seria o horror, a impressão de repulsa, que choca o leitor ou o faz refletir sobre todos os acontecimentos? A perspectiva dos policiais também é mostrada, com destaque para o Inspetor Halley, criando mais uma camada de entendimento dos civis comuns, que é expandida com a introdução de outros personagens “normais“, como médicos, famílias viajantes ou velhinhas viúvas.

Com capítulos de apenas quatro páginas, a leitura flui de maneira ágil e com uma sucessão prazerosa de reviravoltas. Na reta final a aventura chega a tomar proporções mundiais, rumando para um desfecho totalmente inesperado e apesar de tanta dificuldade, extremamente comum, fechando um ciclo para a vida de Terry. Porém, mesmo após o término, diversos questionamentos ficam em aberto, com a incessante busca por um culpado na mente do leitor.

Seria o inconsequente garoto, que negligencia diversos acontecimentos e piora todas as situações? Os pais de Terry, que o criaram como uma aberração? O pai de Kenny, que judiava do pobre cunhado preso no sótão? Ou um conjunto de pessoas desinformadas, que elevaram uma deficiência para algo extremamente caótico? Encarar o Monstro como uma vítima é o correto a se fazer, ou a forma conscientemente violenta como ele age é algo naturalmente ruim? Um diagnóstico poderia provar que a agressividade é originária da deficiência mental de Terry ou de seu temperamento? Como seria sua análise psicológica?

Algumas interpretações, no final, variam na mente de cada um. Um dos atrativos da história é poder ser analisada por diferentes perspectivas, algo que torna bastante especial e muito relevante o Monstro de Moore, Wagner e Grant. Uma história que merece ser conhecida.

Monstro possui 176 páginas encadernadas em capa dura no formato 25,9 x 18,7 cm, com preço de capa R$ 64,90.

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Search/Destroy | Lançado o fan film de Strontium Dog

Produzido pelos mesmos fãs responsáveis pelo excelente curta metragem em live-action Judge Minty, de 2013, o fan film Search/Destroy, baseado na série Strontium Dog da revista semanal britânica 2000 AD, finalmente foi lançado. Assista abaixo!

Strontium Dog é uma série de quadrinhos criada por John Wagner e Carlos Ezquerra, os mesmos criadores do Juiz Dredd. Ainda inédita no Brasil, narra a história de Johnny Alpha, um mutante caçador de recompensas que possui diversas armas e apetrechos. A série foi criada por Wagner (sob o pseudônimo T.B Grover) e Ezquerra para a antiga revista semanal Starlord, em 1978, e quando a Starlord foi cancelada, transferiram a série para a 2000 AD. Anos depois, Alan Grant assumiu o título, e esteve nele até 1990, quando Wagner recuperou-o.

A base desta série são as guerras nucleares futurísticas, que criaram uma enorme população mutante. Johnny é um destes mutantes, e possui alguns ‘poderes’ como telecinese limitada e olhos mutantes com uma espécie de visão de raio-x, entre outras técnicas. A profissão de caçador de recompensas é considerada algo nojento para os humanos normais do ano 2180, e os mutantes mais fortes trabalham para a agência Search/Destroy, que possui o distintivo presente no uniforme do personagem, e os membros recebem o título Strontium Dog (daí também as inicias SD). Porém, o trabalho deste posto não é algo muito simples: caçar e matar criminosos pela galáxia.

A produção do curta começou em 2014, quando as primeiras imagens conceituais e testes de efeitos foram liberadas.

Os quadrinhos da 2000 AD são lançados no Brasil pela Mythos Editora, porém a quantidade de arcos muito longos torna Strontium Dog uma publicação inviável no momento.

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Quadrinhos

Mythos lança conclusão de Zenith inédita no Brasil

Encerrando a saga do super-herói criado por Grant Morrison e Steve Yeowell, a Mythos Editora está lançando o segundo volume de Zenith, com as duas Fases finais da série, sendo a última inédita no Brasil e totalmente colorida. Confira os detalhes abaixo!

Os Lloigor estão de volta e dessa vez eles pretendem tomar o controle de tudo. Para fazer isso, precisam alinhar universos alternativos e formar um cristal conhecido como “Omniedro”. Um Maximan de uma realidade alternativa reúne um exército de super-heróis de múltiplas Terras para enfrentar os deuses sombrios. Será que Zenith vai ser maduro o suficiente para levar a sério essa guerra pelo destino de todas as coisas?

Além disso, superseres do passado voltam para punir os Estados Unidos por atentarem contra suas vidas. Incubando-se no Sol, eles também querem ascender a um novo nível de existência mesmo que isso resulte na destruição da Terra. Zenith e St. John se veem enfrentando antigos conhecidos… e precisam escolher entre eles e o futuro da humanidade! Os criadores de Zenith, Grant Morrison (Homem-Animal) e Steve Yeowell (Os Invisíveis) apresentam uma história super-heroica épica, que atravessa o tempo e o espaço!

O final da saga rendeu ao título a alcunha de “Crise nas Infinitas Terras dos quadrinhos britânicos“, onde Morrison reúne todos os conceitos apresentados nas Fases anteriores e fecha as pontas soltas, com viagens dimensionais e conceitos que só o roteirista escocês é capaz de criar.

O Volume Um, compilando as Fases Um e Dois da série original, foi lançado há cerca de um mês.

Zenith – Volume Dois possui 252 páginas encadernadas em capa dura, formato 25,9 x 18,7 cm, com histórias em preto e branco e coloridas, e preço de capa R$ 84,90. Encontra-se em pré-venda no site da editora e na Amazon.

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Batman & Juiz Dredd | As duas faces da Justiça

O Juiz Dredd da revista semanal britânica 2000 AD encontra-se com o Batman da DC Comics. O Bom Juiz e o Cruzado Encapuzado já dividiram páginas de quadrinhos em quatro histórias, sendo uma das poucas séries de crossovers com senso de cronologia. Quer saber mais sobre essas histórias? Confira abaixo um dossiê completo, explicando os detalhes de cada uma delas!

Introdução

O Juiz Dredd foi criado em 1977 por John Wagner e Carlos Ezquerra. Sua popularidade cresceu rapidamente e hoje ele é o personagem mais reconhecido dos quadrinhos britânicos ao redor do mundo. Vivendo na cidade futurista de Mega-City Um, onde o sistema judicial é chefiado pelos Juízes (detentores dos direitos de juiz, júri e executor), o policial do futuro lida com marginais, mutantes, alienígenas e até mesmo seres sobrenaturais em suas histórias. Já o Batman, que dispensa longas apresentações, surgiu em 1939 pelas mãos de Bill Finger e Bob Kane, sendo hoje a marca mais rentável da DC Comics.

Apesar de ter sido criado por Wagner, que escreve as principais histórias até hoje, uma série de roteiristas de qualidade já criaram aventuras do Juiz Dredd. Entre diversos nomes destaca-se Alan Grant, que por muitos anos foi parceiro de trabalho de John Wagner, chegando até a morarem juntos por um tempo. Grant é reconhecido no mercado norte-americano por sua passagem no Lobo e no Batman, este segundo onde os dois amigos desenvolviam aventuras juntos, inclusive criando um dos vilões do herói de Gotham, o Ventríloquo. Com os parceiros de trabalho atuando juntos para os americanos e ingleses, surgiu a ideia do primeiro crossover entre Batman e Juiz Dredd, chamado Julgamento em Gotham.

Batman/Juiz Dredd: Julgamento em Gotham

Publicado originalmente em 1991, o primeiro encontro dos personagens foi escrito pelos já citados Wagner e Grant, com a arte do pop star Simon Bisley. O artista já havia trabalhado com o Juiz Dredd em publicações britânicas, especialmente em uma revista de heavy metal chamada Rock Power. Essas histórias foram compiladas no encadernado Juiz Dredd – Heavy Metal. Neste crossover o Juiz Dredd e o Batman se encontram pela primeira vez após uma série de eventos. O Juiz Morte, ser de uma dimensão onde a vida é um crime, vai para Gotham City após conseguir um Teletransportador Dimensional com o Máquina Malvada da Gangue Angel. Em Gotham, após alguns assassinatos, o monstro dá de cara com Batman, que vai parar em Mega-City Um, onde o Juiz Dredd o prende e inicia um interrogatório. Batman é salvo pela Juíza Anderson, e juntos eles voltam à Gotham com o objetivo de parar o Juiz Morte que está trabalhando em parceria com o Espantalho, matando diversas pessoas em um show de heavy metal. Juiz Dredd se teletransporta para Gotham com o objetivo de ajudar Anderson, prender o Máquina Malvada (que foi atrás de Morte querendo seu pagamento pelo Teletransportador), e levar o Batman em cana.

Algo interessante sobre este crossover é que, apesar de ser bem dividido em cada uma das cidades, Batman é o personagem que mais sofre por ter ido parar na cidade futurista onde quase tudo é um crime, principalmente vigilantismo. Ao longo da história o herói é sentenciado a algumas décadas de prisão, e somente no final o Juiz Dredd reconhece algum valor no Cruzado Encapuzado. O sucesso deste crossover foi estrondoso, fazendo até com que o dono de uma grande loja em Londres declarasse que as filas de autógrafos no lançamento da graphic novel se igualaram a uma sessão de assinaturas do cantor David Bowie, realizada um mês antes no mesmo local.

Contém cerca de 60 páginas e foi publicado no Brasil em 1992 pela editora Abril em uma minissérie dividida em duas partes.

Batman/Juiz Dredd: Vingança em Gotham

Em 1993 a dupla de roteiristas publicou o segundo encontro entre os personagens, motivados pelo sucesso da primeira história. Ilustrada por Cam Kennedy com arte de capa por Mike Mignola, esta aventura é tratada o tempo todo com a ideia de que Batman e Juiz Dredd já trabalharam juntos, e apesar das discordâncias com relação aos métodos um do outro, ambos de alguma forma se respeitam.

Dredd encontrou um jornal antigo que noticiava a morte de Batman, e o Juiz vai para Gotham com o objetivo de impedir que o Morcego morra, e a única forma de fazer isso é espancando-o por 45 minutos. Em paralelo, o Ventríloquo e seu chefe Scarface planejam o assassinato do filho de um senador. Ao final da pancadaria Dredd revela que os Juízes Psi de Mega-City Um, categoria que a citada Juíza Anderson faz parte, formada por detentores de fortes habilidades psíquicas, previram que Batman ajudaria a salvar a cidade futurista de uma grande catástrofe, e essa foi a única razão que levou o Juiz a impedir que o herói morresse, dando o gancho para uma futura continuação.

Contém 52 páginas e foi publicado no Brasil pela editora Abril em 1995.

Batman/Juiz Dredd: A Charada Definitiva

O terceiro crossover é também o mais desconexo dos quatro. Publicado originalmente em 1995, Wagner e Grant se unem aos artistas Carl Critchlow e Dermot Power para inserir os personagens em um Campo Mortal organizado pelo misterioso Imperador Xero e composto pelos oito maiores guerreiros de diversos mundos, que devem se enfrentar em busca da liberdade. Obviamente, entre os guerreiros estão Batman (teletransportado enquanto perseguia o Charada em Gotham) e o Juiz Dredd (transportado enquanto prendia um criminoso nas ruas).

Batman é sorteado como a presa e os sete guerreiros restantes deverão caçá-lo. Entre os competidores da arena está um khúndio, raça conhecida na mitologia da DC Comics como os maiores belicistas do universo. Juntos, os protagonistas enfrentam os inimigos e desvendam o mistério por trás da arena, que é revelada como uma ilusão criada por um artefato futurista trazido a esta era pela crise no tempo Zero Hora, principal saga da DC na época em que a história foi publicada.

Contém 52 páginas e foi publicado no Brasil pela editora Abril em 1998.

Batman/Juiz Dredd: Morra Sorrindo

Encerrando a saga, Morra Sorrindo foi publicado originalmente em 1998 em duas partes, contendo a arte Glenn Fabry na primeira e Jim Murray na segunda. Fabry, reconhecido capista de Preacher e outras séries, levou alguns anos para ilustrar sua história e a demora fez com que ele fosse substituído por Murray na continuação. Grant e Wagner, obviamente, retornaram como roteiristas para fechar o épico que levou sete anos para ser concluído, após o Julgamento em Gotham ter sido lançado em 1991.

Nesta história o Coringa se apodera de um transportador dimensional e vai para Mega-City Um com o objetivo de libertar os quatro Juízes do Apocalipse. Com um tom de urgência constante, este crossover lida com muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo, que vão desde a destruição completa de um domo fechado com milhares de pessoas inocentes até o assassinato do Juiz-Chefe, possuído por um dos Juízes Negros. O Coringa visa a imortalidade, e os quatro seres malditos querem somente acabar com toda a vida, e a Juíza Anderson retorna a Gotham para alertar o Batman, que deve trabalhar ao lado do Juiz Dredd uma vez mais e dar um fim à profecia proclamada na aventura Vingança em Gotham. Tendo se encontrado tantas vezes anteriormente, os dois já conhecem o modus operandi um do outro e o respeitoaumentou. Aqui eles trabalham juntos, como verdadeiros iguais, para impedir os quatro demônios e seu novo companheiro, o inimigo do Homem-Morcego.

Contém cerca de 100 páginas e foi publicado no Brasil pela Mythos Editora em 2002, em formato minissérie dividida em duas partes.

Após tantos anos, Wagner e Grant conseguiram criar uma saga composta somente por crossovers, um feito verdadeiramente incrível que conseguiu dar uma popularidade para o Juiz Dredd fora do Reino Unido que até então era inimaginável. Muitas pessoas conheceram o personagem através destes encontros, e apesar de nunca terem sido republicadas no Brasil, as histórias foram compiladas no exterior pela DC Comics em um único volume, tornando possível que a editora Panini relance a série na íntegra, em novo formato e acabamento gráfico. Esperamos que isso aconteça.

E você, já conhecia os crossovers do Batman com o Juiz Dredd? Qual é o seu favorito? Podemos falar também sobre os confrontos do Juiz Dredd com o Predador e os Aliens, além da história maluca onde ele encontrou o Lobo, o Maioral. Comente abaixo!

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Alan Moore | D.R. & Quinch e Skizz serão relançados no Brasil

Duas séries de Alan Moore em início de carreira, publicadas na revista semanal britânica 2000 AD, verão a luz do dia do mercado brasileiro de quadrinhos mais uma vez. Skizz e D.R. & Quinch retornarão em uma edição de luxo pela Mythos Editora. Confira os detalhes abaixo.

O encadernado será chamado de Choques Alienígenas, fazendo referência ao lançamento do ano passado, os Choques Futuristas. Todas as histórias são em preto e branco, e a compilação terá uma média de 200 páginas, com previsão de lançamento para julho.

D. R. & Quinch é uma famosa série escrita por Alan Moore, contendo a arte de Alan Davis, com aventuras focadas em dois delinquentes alienígenas. A saga estreou na prog 317 da 2000 AD, e conta com sete arcos publicados entre 1983 e 1987, tendo sido muito bem recebida graças ao seu humor anárquico, destoando de outros trabalhos do roteirista na época.

Além desta, Skizz, a “versão adulta do E.T. de Steven Spielberg”, série co-criada por Moore e Jim Baikie, estará na mesma edição de luxo, finalizando as republicações de séries do autor. Ambas estas obras já foram lançadas por aqui no início dos anos 2000 de forma ilegal. Skizz possui três arcos escritos por Alan, tendo estreado na prog 308 da 2000 AD.

Ao lançar as duas séries, quase tudo que contém o nome Alan Moore na 2000 AD terá sido publicado em edições definitivas oficiais no Brasil. O lançamento mais recente da editora é o encadernado Monstro, uma história de terror criada por Alan Moore e escrita por John Wagner, publicada nas páginas da revista Scream! britânica. Fique ligado na Torre de Vigilância para acompanhar as novidades da 2000 AD no Brasil!

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Confira a capa nacional de Zenith, de Grant Morrison

Como foi noticiado há uma semana, a Mythos Editora estará republicando Zenith, obra de Grant Morrison e Steve Yeowell, previsto para ser lançado em maio de 2017. Agora, foram divulgadas as informações técnicas sobre o primeiro volume, incluindo a sinopse e sua capa. Confira abaixo.

Zenith – Volume 1
– Edição de luxo em capa dura
212 páginas em preto e branco
– Formato álbum (18,7 x 25,9 cm)
– Desaconselhável para menores de 13 anos
– Distribuição setorizada e venda permanente na loja virtual da Mythos
– Preço sugerido: R$ 74,90

Roteiro: Grant Morrison
Arte: Steve Yeowell

Sinopse: CONHEÇA O MIRACLEMAN DE GRANT MORRISON! Zenith, um popstar egoísta e escroto, é o único herói em atividade depois da morte dos combatentes da segunda guerra e da dissolução da superequipe Nuvem 9, dos anos 1960. Infelizmente para o mundo, deuses sombrios de outra dimensão querem tomar o planeta… e somente Zenith, com um punhado de heróis aposentados da geração paz e amor, têm condições de derrotá-los! E não é só isso: o geneticista responsável pela criação dos superbritânicos e um milionário megalomaníaco se aliam num plano nefasto. Zenith vai precisar impedir a destruição de Londres e, ao mesmo tempo, confrontar seu passado! Tudo pela cabeça brilhante de GRANT MORRISON!

Clique aqui para ler o preview do encadernado.

Serão lançados dois volumes compilando as quatro fases originais. No exterior foram quatro volumes com cerca de 100 páginas cada, enquanto aqui o número foi reduzido para dois volumes, com cerca de 200 páginas cada e tradução de Érico Assis, responsável pela adaptação de outras obras de Morrison como Os Invisíveis, Patrulha do Destino e Superdeuses.

Fique ligado na Torre de Vigilância para acompanhar as novidades!

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Juiz Dredd | A introdução de Origens

O Juiz Dredd vem sendo publicado no Brasil através de uma série de encadernados. É uma prática comum a presença de textos introdutórios ou extras, feitos para melhorar a experiência do leitor, nos quadrinhos em capa dura lançados por aqui e no exterior. Os compilados da Mythos Editora, casa nacional do personagem, não fogem desta prática.

Porém, muitas vezes a falta de espaço (ou páginas) impede que alguns materiais extras componham os quadrinhos, como é o caso do texto de introdução que não esteve presente no encadernado Juiz Dredd: Origens, de 2013. Apesar desse empecilho, você pode conferir este texto – que também serve como uma introdução ao universo do Dredd – com exclusividade abaixo! As imagens não ilustravam o texto original, cedido pelo tradutor e editor-assistente Pedro Bouça.

“Quando foi criado, em 1977, ninguém imaginava que o Juiz Dredd duraria muito tempo. Naquela época, os quadrinhos tradicionais britânicos enfrentavam uma profunda crise, que praticamente os destruiria. Dredd, porém, era um sobrevivente e tanto a série quanto a revista em que é publicada, a famosa 2000 AD, existem até hoje.

No entanto, isto significa que nos seus primeiros anos a série não se deu ao trabalho de estabelecer detalhadamente o personagem e o seu universo. O Juiz Dredd era um superpolicial com autoridade de juiz, júri e executor, impondo a lei em uma gigantesca metrópole futurista que era por sua vez cercada por um meio ambiente desolado, a Terra Maldita, consequência de um confronto nuclear que muitos viam como inevitável naqueles tempos de Guerra Fria. Mas pouco mais foi estabelecido e quando os autores (tanto o criador do personagem John Wagner quanto o editor – e principal escritor da série nos seus primórdios – Pat Mills) se referiam ao passado era geralmente de forma vaga e inconsistente. Um quebra-cabeça em que muitas peças faltavam e as poucas que existiam não se encaixavam muito bem.

Trinta anos depois, John Wagner decidiu botar ordem na história do seu personagem e finalmente detalhar o passado de Dredd e seu mundo, juntando os elementos apresentados anteriormente para criar uma história consistente. Ao seu lado estava o outro criador da série, o desenhista Carlos Ezquerra, para quem o passar dos anos apenas refinou o talento e a disciplina de trabalho. Nesse ponto, pode se dizer que foi um mérito que esta história tenha levado 30 anos para ser contada, já que a dupla Wagner/Ezquerra de 2007 é bem mais talentosa do que era em 1977.

Outro fator importante diz respeito à situação política em 2007. Ao criar o “último presidente americano” Robert L. Booth em 1978 e responsabilizá-lo pela guerra atômica que devastou o mundo de Dredd, Pat Mills parecia apenas demonstrar o seu lado iconoclasta. O presidente americano na altura, Jimmy Carter, era (e é) um conhecido pacifista e os seus equivalentes soviéticos pareciam muito mais propensos a iniciar um conflito nuclear. Em 2007, porém, o então presidente americano George W. Bush era um modelo muito melhor para a mistura de corrupção, beligerância e incompetência que caracteriza Booth nesta história. Claramente Mills estava à frente do seu tempo…

Mas Origens não se limita apenas a contar o passado do personagem. Nela Wagner lança também as bases de boa parte das tramas futuras da série, cujas ramificações são visíveis nas histórias publicadas até hoje em dia no Reino Unido. Por isso ela foi escolhida para iniciar o que esperamos que seja uma duradoura história de publicação do Juiz Dredd no Brasil.

E é essa a história que a Mythos Editora tem a honra de apresentar ao público brasileiro. Esperamos que vocês gostem e não deixem de acompanhar a revista mensal do personagem, que estará em breve em uma banca perto de vocês. Boa leitura!

E aí? Se você não estava certo de que este material é excelente, foi convencido agora? Juiz Dredd: Origens chegou às livrarias em 2013, contendo 196 páginas em capa dura, e foi o primeiro encadernado do Bom Juiz lançado pela Mythos, marcando o início de uma duradoura série de publicações que continuam a proporcionar experiências de leitura fascinantes aos seus fãs. E que siga dessa forma até o fim dos tempos, trazendo a Lei para os Sem-Lei.

Caso você tenha se interessado, acompanhe os encadernados do Juiz Dredd, com histórias clássicas e modernas, comprando através da Amazon:

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Os comerciais da 2000 AD para televisão

Algumas editoras americanas – como a DC e a Marvel – vez ou outra apostam em comerciais para a divulgação de seus respectivos materiais (principalmente em época de filmes no cinema). Mas você sabia que a 2000 AD, maior revista em quadrinhos britânica, também já teve alguns comerciais exibidos na TV? Confira algumas curiosidades abaixo!

Querendo ou não, a televisão é o meio de comunicação mais popular e utilizado no mundo, enquanto a internet ocupa a 2ª posição. Segundo pesquisas feitas pelo próprio governo, no Brasil cerca de 26% das pessoas utilizam mais a internet, enquanto mais de 65% assistem mais televisão.

Isso garante um mercado de divulgação na TV (que não é exclusivo do nosso país), com centenas de comerciais em diversos horários, dos mais aos menos “nobres”. E a 2000 AD já teve alguns comerciais durante sua existência, exibidos lá fora! Vale lembrar que estes são os comerciais que podem ser encontrados no YouTube, e não há informações suficientes para dizer se existiram outros.

O primeiro deles, de 1977:

Este comercial é apresentado pelo Editor Alienígena Tharg, e divulga a primeira edição da 2000 AD, fazendo propaganda do novo e invencível Dan Dare. É engraçado reparar que a nave do editor pousa na Terra e está recheada de 2000 AD’s, a nova revista em quadrinhos da galáxia, com um spinner grátis! Muito divertido.

Esta versão da 2000 AD já foi publicada no Brasil com poucas alterações (basicamente alterações de capa), pela extinta editora EBAL, e durou dez edições. Confira mais informações clicando aqui.

Outro comercial, de 1994:

Um fator curioso é que este comercial é muito bem feito visualmente, e custou muito caro para que se obtivesse este resultado. Com isso, ele se tornou muito mal sucedido, pois os gastos na produção impediram que ele fosse exibido em horários bons! Uma pena…

Os personagens mencionados são: Gideon, Rogue Trooper, Mambo, Sláine e Judge Dredd (este último, é claro, responsável pela frase de efeito para divulgação). Também vale ressaltar que Sláine e Juiz Dredd foram publicados mensalmente na Juiz Dredd Megazine, da Mythos Editora, e a partir da edição 13, Rogue Trooper (com o título Renegado) foi incluído no mix. Infelizmente a revista foi descontinuada na edição 24, porém a editora segue publicando diversos encadernados das mais variadas obras.

E por último, o comercial da “versão infantil” da 2000 AD:

A revista divulgada chamava-se Judge Dredd: Lawman of the Future, e foi publicada na época do lançamento do desastroso filme protagonizado por Sylvester Stallone. Esta revista durou 23 edições, sendo lançada entre Julho de 1995 e Maio de 1996.

Nos EUA uma revista do Juiz Dredd também foi comercializada (material produzido pelos americanos) nesta época graças ao filme protagonizado pelo garanhão italiano, e dizem que o longa foi responsável por uma brusca queda nas vendas das revistas relacionadas ao personagem (incluindo a revista britânica). Uma verdadeira catástrofe.

Capa da primeira edição de Lawman of the Future, que possuía um pôster do filme em seu interior.

Todos os comerciais produzidos pela 2000 AD tiveram algum impacto nas vendas da revista, seja para melhor ou pior. Há algum tempo a empresa não investe na mídia, focando todo seu esforço de produção para as redes sociais, como por exemplo, o canal no YouTube, onde são comentados os lançamentos, fazem dossiês e divulgam novidades.

Contudo, os comerciais ainda existem graças às gravações dos fãs, e servem como um valor histórico importante para retratar épocas do passado. Gostou das curiosidades? Comente abaixo!

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Juiz Dredd Apresenta | Missionário: Lua de Sangue

O Missionário habita a Terra Maldita, uma vastidão radioativa que engloba a maior parte do que já foram os Estados Unidos. Série spin-off do Juiz Dredd, Lua de Sangue é o primeiro lançamento da Mythos Editora que está correlacionado com o universo do Bom Juiz, entregando muita ação e histórias curtas, porém extremamente divertidas.

Missionário (Missionary Man, no original) surgiu em 1993 na revista inglesa Judge Dredd Megazine. Criada por Gordon Rennie e Frank Quitely, a série narra as aventuras do Pastor Cain, um homem enigmático e durão que traz a ordem e a palavra de Deus para a terra sem lei dominada pelos mutantes e criaturas perversas. Vagueando por estes territórios sem crença, como uma personificação física do anjo da morte, Cain pune os ímpios e perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem, proporcionando o descanso eterno para suas almas.

Com uma premissa simples, as aventuras do Missionário são tão simples quanto aparentam, e a simplicidade as torna extremamente proveitosas. Ao unir elementos de western com ficção-científica, o quadrinho cria um apego instantâneo para os leitores ávidos de Dredd, e funciona bem como stand alone, podendo ser consumido por leitores casuais.

As histórias são curtas, formato típico das publicações britânicas da 2000 AD, onde em poucas páginas os autores demonstram um poder de síntese absurdo. Gordon Rennie teve em Missionary Man a sua estreia escrevendo uma série longeva, e apesar do pouco reconhecimento entre os leitores brasileiros, Rennie veio a se tornar um dos nomes mais respeitáveis e sinônimo de boas histórias dentro da revista. Este início da série do Pastor Cain (que durou quase dez anos de publicação, e foi escrita por Rennie até o fim) já demonstra o bom nível do texto do autor, que entrega sequências de ação com versículos bíblicos extremamente divertidas, casando sempre com o contexto em que as cenas estão inseridas.

Não bastasse o carisma de “personagem durão” do Pastor Cain, alguns dos coadjuvantes também recebem destaque. É o caso de Joe, parceiro mutante do Missionário, condenado à forca por ser feio, e salvo pelo enigmático protagonista. Joe (coincidentemente, o mesmo nome do Juiz Dredd) funciona como uma ponte mais humana para o leitor, sendo o personagem que faz as perguntas ao quase divino (que ironia) e inflexível guerreiro que o auxiliou. E desde as primeiras páginas, o passado de Cain é um mistério que cria uma aura de incerteza ao redor dele, tornando a leitura ainda mais prazerosa.

O time de artistas reunidos nesta compilação encadernada também é de ponta. Frank Quitely, o grande destaque, estava em início de carreira na época em que a série começou a ser publicada, e seu belíssimo traço já era reconhecível como uma marca, sinônimo de qualidade artística em todos os trabalhos posteriores feitos por ele. Para a época em que este quadrinho saiu, a perspectiva de Quitely foi um sopro de ar fresco aos britânicos, visto que todos possuíam um estilo parecido. Todas as aventuras ilustradas por ele estão neste encadernado, e outros dois ilustradores, Garry Marshall e Sean Longcroft, completam o time e entregam belos desenhos em alguns dos sermões do Missionário.

Os problemas com os quais o herói desta série deve lidar são tão bizarros quanto quaisquer outros deste universo. Alienígenas, criaturas selvagens, mutantes, humanos perversos e até mesmo aparições fantasmagóricas são alguns dos que se opõem à palavra do Senhor. Entre estes inimigos, encaixam-se referências diretas ao (mais uma vez) universo dos Juízes, com citações a Texas City, aos acontecimentos de sagas anteriores e a participação ativa dos Gila-Munja, criaturas assassinas e mutantes que se assemelham a animais selvagens, mortais e extremamente violentos.

O encadernado compila seis arcos de Missionary Man, que ao todo possui vinte e quatro aventuras, tendo sido publicado até o ano de 2002. Entre os artistas que assumiram a série após a saída de Quitely estão grandes nomes dos quadrinhos, tais como Simon Davis, Henry Flint e Jesus Redondo.

A pregação do Missionário entrega o que há de melhor nos gibis da 2000 AD: ação, cenas memoráveis, boa ficção-científica, personagens carismáticos e artistas de primeiro escalão. Apesar do lançamento inesperado por parte da Mythos Editora, é importante lembrar que não existem outras compilações da série publicadas no exterior, e caso lancem uma sequência (que com certeza depende do sucesso deste volume), serão materiais exclusivos do mercado brasileiro. E esperamos que estas sequências apareçam por aqui, para que haja alguma chance de redenção para nós pecadores.

Juiz Dredd Apresenta: Missionário – Lua de Sangue é um encadernado de 108 páginas coloridas em formato 18,7 cm x 25,9 cm, contendo lombada quadrada, capa dura e preço de capa sugerido de R$ 59,90.