Acaba de ser divulgado pela Warner Bros Animation o segundo trailer de Watchmen Chapter I, novo filme em animação da produtora.
A obra, que adapta em animação a primeira metade da aclamada série em quadrinhos criada por Alan Moore e Dave Gibbons, terá Adam Driver (Star Wars, Um Infiltrado na Klan) no elenco de vozes. Confira:
Ainda sem título oficial em português, Watchmen Chapter I tem previsão de lançamento para 13 de agosto de 2024 nas plataformas digitais e dia 27 do mesmo mês em Blu-ray.
A Mythos Editora está relançando no Brasil a série Lost Girls, de Alan Moore e Melinda Gebbie, completa em um único volume. Confira detalhes abaixo!
Em um luxuoso e luxurioso hotel austríaco nos anos 1910, três mulheres encontram-se e passam a contar suas aventuras sexuais enquanto experimentam novas formas de amor. Elas são Wendy, Dorothy e Alice. Quando garotas, elas nos guiaram por mundos de fantasia e, agora, adultas, nos levam a novas terras fantásticas da exploração sexual. Do premiadíssimo mestre dos quadrinhos Alan Moore e da artista Melinda Gebbie, a Mythos relança em formato único a erótica obra-prima Lost Girls! Uma edição de luxo para figurar na coleção dos aficionados pelo Rouxinol de Northampton, como uma de suas criações mais exóticas.
A série Lost Girls já havia sido publicada no Brasil pela editora Devir em 2007, dividida em três volumes. A nova edição da Mythos compila os três álbuns originais, publicados no exterior por Steve Bissette (com os seis primeiros capítulos lançados na antologia Taboo) e Tundra e, posteriormente, pela Top Shelf Productions.
As histórias são baseadas nos contos de fadas da infância das três mulheres. A publicação original, completa, data de 2006, com letras do famoso Todd Klein. A obra foi envolta em polêmicas quando lançada, com alguns lojistas se recusando a vendê-la por conta do conteúdo sexual explícito.
E a Liga Extraordinária de Alan Moore está de volta! A Devir Brasil anunciou o relançamento de as edições A Liga Extraordinária 1898 e A Liga Extraordinária Século: Integral. A série foi criada por Moore e pelo desenhista Kevin O’Neill e teve o seu início em 1999. Nela conhecemos a mais nova força da Inteligência Britânica que reúne nomes notáveis da literatura e cultura mundial.
A Liga Extraordinária Século: Integral
O século XIX, findando com um floreio de Moriarty e marcianos, deixou a divisão da Inteligência Militar sob o comando de Mina Murray em estado de petição de miséria. Embora ela e seu amante Allan Quatermain tivessem alcançado a juventude eterna, e recrutado novos talentos como o transexual imortal Orlando, o caçador de fantasmas Thomas Carnacki e o ladrão de casaca A. J. Raffles para substituírem seus colegas desaparecidos ou mortos, seu antigo aliado Capitão Nemo retirou-se para degradar-se num brutal isolamento em sua ilha pirata no Pacífico.
Agora estamos nos primórdios de um novo e insólito século, e surgem forças com o intuito de destruir o grupo Murray, a nação e, com certeza, o mundo, mesmo demorando cem anos para essa ameaça apocalíptica desastrosamente se concretizar. Dos salões misteriosos e cais assombrados por atrocidades do ano 1910, passando pelos submundos psicodélicos, místicos e criminosos de 1969 até chegar às ruas financeira e culturalmente desoladas de 2009, os restos esfacelados da srta. Murray e sua Liga têm de enfrentar não só a mão oculta do seu adversário imortal, como também o colapso psicológico e ético correspondente a essa nova era. E, claro, uma porção de coisas pode acontecer em um SÉCULO!
A edição reúne as graphic novels: A Liga Extraordinária Século: 1910, A Liga Extraordinária Século: 1969 e A Liga Extraordinária Século: 2009. Tem formato 19 x 26 cm, 304 páginas e tradução de Marquito Maia.
A Liga Extraordinária: 1889
Londres, 1898. A Era Vitoriana chega ao fim e o século XX se aproxima. É uma época de grandes mudanças e de estagnação, um tempo de completa ordem e caos total. Uma era em busca de campeões. Allan Quatermain, Capitão Nemo, Hawley Griffin, Dr. Henry Jekyll, Sr. Edward Hyde e a Srta. Mina Murray são esses campeões e, juntos, formam a inusitada Liga Extraordinária. Recrutados pelo enigmático Campion Bond, sob ordens do nebuloso “M”, estes seis aventureiros agem a serviço do Império Britânico na sua hora de maior necessidade.
Agora, eles enfrentarão o nefasto “Doutor” e seu maligno plano de dominação mundial. E logo em seguida há uma ameaça ainda mais perigosa caindo do firmamento dentro de gigantescos cilindros de metal vindos da escuridão de um mundo distante. Mas nem tudo é o que parece. Outros fatores misteriosos e muito além do controle estão em ação. E uma trama sem igual tem início…
Reúne The League of Extraordinary Gentlemen volume 1, edições 1-6 e volume 2 e edições 1-6. E tem formato 19 x 26 cm, 528 páginas, capa dura e a tradução de Leandro Luigi e Marquito Maia.
A edição brasileira fez muito sucesso com os colecionadores por causa de seus extras exclusivos: Sobrecapa que se transforma num inusitado e divertido “jogo de tabuleiro”; Os principais personagens da Liga para recortar e jogar; Coleção de 06 cartões-postais e Coleção de 09 cards.
Além dessas edições, a Devir Brasil já publicou as outras edições A Liga Extraordinária: Dossiê Negro, A Tempestade e 1969.
Em uma entrevista para o Deadline, o ex-quadrinista e agora cineasta Alan Moore, revelou que não assiste a nenhum filme (e série) de super-heróis desde Batman de 1989.
”Eu não tenho nenhum interesse em heróis, seja da autoria de quem for. Eles inventaram essas coisas no final da década de 30 para as crianças. Essas produções de heróis, estão arruinando o cinema e a cultura. Oh, Cristo, não, eu não assisto a nenhum deles. Todos esses personagens foram roubados de seus criadores originais, todos eles. Me preocupo quando vejo filas enormes de homens e mulheres adultos para assistir algo do gênero nos cinemas”.
Atualmente, Moore está trabalhando em The Show, filme de fantasia escrito e produzido por ele. O bruxo terá um papel de coadjuvante da trama do longa.
Alan Moore é conhecido pelos seus trabalhos em Monstro do Pântano, Watchmen, V de Vingança, Do Inferno, Batman: A Piada Mortal, Miracleman e Capitão Britânia.
Para futuras informações a respeito de Alan Moore, fique ligado aqui, na Torre de Vigilância.
Foi liberado o primeiro trailer de The Show, filme roteirizado e estrelado por Alan Moore, ex-quadrinista de renome responsável por Watchmen, O Monstro do Pântano e entre outros.
A direção é de Mitch Jenkins.
Na trama, um homem é contratado para buscar um artefato místico, que está há muito tempo perdido. No meio de sua jornada, o protagonista enfrentará dezenas de perigos da cidade de Northampton, na Inglaterra.
Um compilado de histórias inéditas do mago Alan Moore está chegando às lojas especializadas e livrarias de todo o Brasil em lançamento da Mythos Editora. Conheça Histórias Brilhantes, um dos quadrinhos mais importantes do ano!
MAIS BRILHANTE DO QUE VOCÊ IMAGINA… Uma coleção de histórias em quadrinhos curtas de Alan Moore (Watchmen, Do Inferno). De experimentos ousados, passando por tentativas iniciais de seus tópicos favoritos, até autocríticas de seus trabalhos mais antigos, esta coletânea de grande alcance é um vislumbre essencial das reluzentes histórias curtas de Moore.
Cada história é desenhada por alguns dos melhores artistas dos quadrinhos, indo de feras do mainstream, como Stephen Bissette (Monstro do Pântano, Tyrant), Rick Veitch (Monstro do Pântano, Bratpack) e John Totleben (Miracleman) até os iconoclastas do underground, como Mark Beyer (RAW) e Peter Bagge (Hate, Woman Rebel: The Margaret Sanger Story).
Um dos principais elementos de destaque de Histórias Brilhantes é a ativa participação do crítico de HQs Marc Sobel, que provê comentários perspicazes e contexto para cada uma das histórias. Ao final de cada capítulo o leitor irá se deparar com análises profundas e enriquecedoras das páginas lidas anteriormente.
A edição original inglesa é da editora Uncivilized Books. Marc Sobel é o coeditor de The Love And Rockets Companion e autor da Love and Rockets Reader, ambos da Fantagraphics Books.
De acordo com o site Comic Book, Alan Moore não está nem um pouco contente e empolgado com Watchmen, seriado da HBO que dará continuidade ao quadrinho do autor.
O veículo de informação relata que Moore considera a série uma deturpação de sua obra, uma vez que nunca imaginou uma ”sequência” para a HQ. Alan tem um histórico de não gostar muito das adaptações audiovisuais feitas com inspirações de suas histórias.
Entretanto, o showrunnerDamon Lindelof ficou sabendo da reação do bruxo e mandou um recado.
”Ele deixou bem claro que não tem nenhuma afiliação com a série. “Ele mandaria ir se foder e diria que faria a série de qualquer forma. Então no espírito de Alan Moore, eu digo para ele: ‘Vá se foder, eu vou fazer de qualquer forma’”. Disse Damon durante o TCA 2019.
O ano é 1985. Os Estados Unidos são uma nação totalitária e fechada, isolada do resto do mundo. A presença de arsenais nucleares e dos chamados super-heróis mantém um certo equilíbrio entre as forças do planeta… até que o relógio do fim do mundo começa a marchar para a meia-noite e a raça humana para um abismo sem-fim. Diz a sinopse da HQ.
A HBO soltou o primeiro trailer de Watchmen, novo seriado original da produtora que dará continuidade a clássica história em quadrinhos do renomado autor Alan Moore.
O ano é 1985. Os Estados Unidos são uma nação totalitária e fechada, isolada do resto do mundo. A presença de arsenais nucleares e dos chamados super-heróis mantém um certo equilíbrio entre as forças do planeta… até que o relógio do fim do mundo começa a marchar para a meia-noite e a raça humana para um abismo sem-fim. Diz a sinopse da HQ.
Em 2015 a editora Devir lançou o primeiro volume da trilogia Nemo, série derivada da Liga Extraordinária, de Alan Moore e Kevin O’Neill. Agora, já está em pré-venda o segundo volume da coleção, que se encerrará na terceira edição. Confira detalhes abaixo!
Dezesseis anos atrás, a famosa pirata científica Janni Nemo se aventurou nos recônditos gelados da Antártida para resolver um importante legado de seu pai em meio à uma tempestade de loucura e quase perdeu seu Nautilus e a própria vida.
Agora é 1941 e, com sua filha Hira casada com Armand Robur, o filho do famoso terrorista aeronauta, Janni criou uma aliança estratégica muito vantajosa, mas ainda tem contato restrito com o poderio militar do insano ditador germano-tomaniano Adenoid Hynkel. Porém, ao descobrir que seus entes queridos tornaram-se reféns numa assustadora Berlim, a rainha-pirata não tem outra escolha senão intervir diretamente, viajando até o coração da metrópole bestial. Contudo, dentro daquela alienada cidade estão à sua espera monstros, criminosos e lendas, incluindo os remanescentes dos notórios “Heróis do Crepúsculo”, a contraparte teutônica da Liga Extraordinária de Mina Murray. No entanto, está à espreita um perigo muito, muito maior.
Alan Moore e Kevin O’Neill causam um sonoro alvoroço no século XX com esta nova aventura passada num lugar assombrado por um totalitarismo sombrio e pesadelos mecânicos. Culturas entram em conflito e vidas são perdidas nos becos negros e sangrentos onde florescem AS ROSAS DE BERLIM!
A trilogia Nemo é composta pelas histórias Coração de Gelo, As Rosas de Berlim e O Rio dos Fantasmas, totalizando 216 páginas separadas em três capítulos com histórias autocontidas.
“Who Watches The Watchmen?” Muito já se falou sobre a maxissérie escrita por Alan Moore e desenhada por Dave Gibbons. Ganhadora de uma honraria especial do prêmio Hugo e do Eisner Award de melhor roteirista, ambas em 1988; marco definitivo e pedra fundamental da cultura pop; obra-prima da carreira de Moore, considerada a história definitiva do gênero de super-heróis e eleita um dos 100 melhores romances do século 20 pela revista Time.
É interessante analisar a gênese de Watchmen e o período em que ela foi escrita, suas referências e escolhas artísticas envolvidas. Alan e Dave foram muito além de criar uma hq realista e sombria. Eles encararam o desafio de criar todo um novo universo para ambientar suas idéias.
Publicada pela DC Comics em doze capítulos entre setembro de 1986 e outubro de 1987, Watchmen foi publicada num período extremamente fértil para os quadrinhos americanos. De uma só tacada, os leitores foram presenteados ainda com O Cavaleiro das Trevas, Batman – Ano Um, Elektra Assassina e A Queda de Murdock, todos de Frank Miller; e ainda o primeiro volume de Maus, de Art Spiegelman, Love & Rockets, de Jaime e Gilbert Hernandez, entre outras obras menores, mas que exploravam o potencial dos quadrinhos, com experimentações inéditas até então. Watchmen fez parte de uma tendência nos quadrinhos americanos de teor mais adulto e realista, que desaguaria anos mais tarde na criação do selo Vertigo.
Alan e Dave, durante uma turnê de divulgação, na loja Sheffield Space Center, Sheffield, Inglaterra.
As mentes por trás de Watchmen se conheceram numa convenção de histórias em quadrinhos promovida pela Marvel Comics em 1980, no centro de Londres, por intermédio do editor Steve Moore. Anos após esse encontro, e já tendo trabalhado juntos em projetos menores, a dupla se encontrava em caminhos distintos: Moore vinha de uma bem-sucedida carreira nas revistas britânicas 2000AD e Warrior, e já havia escrito obras importantes como Halo Jones, Miracleman, V de Vingança e estava no meio de seu fenomenal run na revista do Monstro do Pântano. Gibbons já tinha experiència na 2000AD e na Doctor Who Magazine para a Marvel UK e havia ilustrado a Tropa dos Lanternas Verdes.
Superduperman, a sátira de Harvey Kurtzman e Wally Wood, publicada na MAD em 1953.
Miracleman era uma releitura de um popular personagem inglês dos anos 50 (uma clara cópia do Capitão Marvel da DC). Esse run, publicado na revista Warrior, foi a gênese do que viria a ser Watchmen, que já contava com uma visão pessimista e realista dos super-heróis. Moore conhecia a paródia do Superman, Superduperman, de Harvey Kurtzman e Wally Wood, publicada na Mad nos anos 50, e achava impossível fazer algo realmente interessante com personagens de hqs. Aos poucos, ele percebeu que, se jogasse o mundo real em seus mundos de cores primárias, as coisas podiam se tornar interessantes.
Da esquerda para a direita: Capitão Átomo, Besouro Azul, Questão, Pacificador, Thunderbolt e Sombra da Noite.
Em 1983 a DC Comics adquiriu os direitos de vários personagens da editora Charlton Comics, que estava em processo de falência, e Moore foi escolhido para produzir algo com eles. Inicialmente, ele os usaria em Watchmen, mas a editora achou que eram personagens bons demais para serem usados em apenas uma hq, e Moore e Gibbons acabaram por usá-los apenas como inspiração, criando assim o Dr.Manhattan (inspirado no Capitão Átomo); Coruja (Besouro Azul); Rorschach (Questão); Comediante (Pacificador); Ozymandias (Thunderbolt); e Espectral (Sombra da Noite). O Coruja, aliás, é baseado em um personagem que Gibbons criou na adolescência e tirou da gaveta especialmente para o projeto. Os personagens da Charlton acabaram estreando no mega-evento Crise nasInfinitas Terras (1985) e sendo definitivamente incorporados ao universo da editora.
Artes de divulgação da série.
Foram dois anos (1984-1986) de intenso trabalho para Moore e Gibbons. Mais de 400 páginas de quadrinhos foram produzidas, conceitos e idéias ficaram pelo caminho e outras surgiram. Nesse meio tempo, Moore ainda produziria o arco Gótico Americano, para o Monstro doPântano, e ainda as histórias Para o Homem Que Tem Tudo (novamente ao lado de Gibbons) para a Superman Annual #11, e o arco O Que Aconteceu Com o Homem de Aço? para as edições Superman #423 e Action Comics #583.
Watchmen se passa numa realidade alternativa, onde os vigilantes encapuzados realmente existiram, na mesma época que surgiram os primeiros super-heróis dos quadrinhos. Mas neste universo, Superman, Batman e os demais heróis caíram no esquecimento pouco tempo depois de estrearem. Já que seus leitores podiam acompanhar heróis de verdade nas manchetes dos jornais, os gibis se focaram em contar histórias de outros gêneros, como os contos sobre piratas, que se tornaram febre nas décadas seguintes.
Da esquerda para a direita: Homem-Mariposa, Dollar Bill, Capitão Metrópole, Comediante, Espectral I, Justiceiro Encapuzado, Coruja e Silhouette.
Os primeiros super-heróis (Coruja, Espectral, Comediante, Capitão Metrópole, Homem-Mariposa, Silhouette, Dollar Bill e JusticeiroEncapuzado) formaram os Minutemen, primeiro grupo de vigilantes mascarados, que foram sucedidos nos anos 60 com os sucessores de Coruja e Espectral e novos heróis como Dr. Manhattan, Rorschach e Ozymandias. Eles atuaram no combate ao crime até 1977, ano em que, para conter os tumultos e protestos da polícia e da população contra os heróis mascarados, o governo aprovou a Lei Keene, que os baniu das ruas. Os únicos que permaneceram na ativa foram o Comediante e Manhattan. Mas essa não é a única diferença entre esse universo e os demais universos dos quadrinhos: Moore segurou o rojão de mostrar como seria se surgisse um super-herói com poderes, e como ele desequilibraria a balança de poder no planeta.
O Dr. Manhattan é o único ser com poderes de Watchmen, mas nada tão simples como capacidade de voo e superforça: além de ser invulnerável, ele simplesmente pode manipular a energia e a matéria em nível subatômico; pode se teletransportar e teletransportar objetos e pessoas; visão microscópica; alteração de escala, entre outros poderes. Além de mudar a economia mundial, com a fabricação em massa de carros elétricos, Manhattan se tornou o dissuasivo nuclear dos EUA, tornando a guerra com os russos muito mais perto do colapso nuclear do que foi em nossa realidade. Moore mostrou como seria impossível que nos universos tradicionais de quadrinhos houvessem tantos superseres e a ciência, tecnologia, sociedade e política permanecem inalteradas.
À Meia-noite, Todos os Agentes…
12 de outubro de 1985. Edward Morgan Blake é espancado e arremessado janela afora de seu apartamento. A investigação da polícia chama a atenção do vigilante mascarado Rorschach, que invade furtivamente a cena do crime e descobre que Blake era o vigilante Comediante.
Convencido de que Blake fora o primeiro de uma lista de super-heróis marcados para morrer, ele visita seus ex-colegas de combate ao crime, sendo considerado paranóico por todos. Ficamos conhecendo Daniel Dreiberg, o segundo Coruja; Adrian Veitd, o Ozymandias, conhecido como o homem mais inteligente do mundo; e Laurie Júpiter, ex-Espectral II, e Dr. Manhattan, que vivem no centro de pesquisas Rockfeller.
Amigos Ausentes
Durante o funeral de Blake, seus ex-colegas relembram momentos que passaram com ele. Sally Júpiter, mãe de Laurie e primeira Espectral, relembra quando Blake tentou estuprá-la, quando ambos faziam parte dos Minutemen; Veidt recaptula a reunião da nova geração de super-heróis, nos anos 60, onde o Comediante zombou da idéia de que a sociedade poderia ser salva; Manhattan relembrou quando os EUA ganharam a guerra do Vietnã, momento em que Blake matou a sangue-frio uma vietnamita que ele havia engravidado, logo depois dela cortar o rosto dele. E Dreiberg lembrou de quando o Coruja e o Comediante abafaram uma manifestação civil em Nova York, dois anos antes da Lei Keene. Esses flashbacks demonstram a personalidade completamente amoral do personagem, seu desprezo pelas pessoas e sua falta de fé na humanidade.
Esses flashbacks reforçam o contraste do relato do ex-vilão Moloch, que conta a Rorschach que Blake invadiu seu apartamento dias antes de ser assassinado, completamente arrependido de seus atos e em total desespero.
O Juiz de Toda a Terra
Se a narrativa de Watchmen já era diferente e ousada nos primeiros capítulos, em O Juiz de Toda a Terra as experimentações de Moore chegam a outro patamar. Intercalando habilmente um garoto lendo um gibi de piratas (uma idéia de Gibbons que se tornou uma trama paralela dentro da trama principal) e os comentários do dono da banca de jornal, Moore faz um excelente uso de metáforas e rimas visuais.
Várias passagens da trama se assemelham a aterradora saga do capitão de um navio naufragado pelo Cargueiro Negro, e sua jornada infernal para retornar a sua cidade natal, Davidstown, que ele acredita, será atacada pelo navio amaldiçoado. A hq, chamada Ilhado, é um paralelo da história de Adrian Veidt e as atrocidades que ele cometeu para atingir um bem maior, como na frase citada pelo náufrago em uma das páginas do gibi: “intenções nobres me levaram a cometer atrocidades”.
Manhattan tem uma discussão com Laurie, que o abandona. Ela se reaproxima de Dreiberg, e nessa mesma noite, Manhattan comparece a uma entrevista numa emissora de TV, onde é encurralado com acusações de ter provocado câncer em seus ex-colegas e amigos, inclusive de sua ex-namorada, Jenny Slater. Isso provoca seus afastamento e consequente abandono do planeta.
Relojoeiro
Em Marte, a mente de Manhattan viaja através das décadas. Presenciamos sua adolescência, quando Jon Osterman ainda seguia os passos do pai, que era relojoeiro, até seu ingresso na base de Gila Flats, em 1959, já como cientista; seu primeiro encontro com JennySlater; e o fatídico acidente na câmara de testes do campo intrínseco, que o desintegrou totalmente. Em pouco tempo, Osterman retornaria completamente diferente, como um ser com habilidades super-humanas e que provocaria as mudanças mais drásticas no mundo. É interessante ver sua visão sobre sua condição e as reações que sua existência provoca no planeta.
Rebatizado pelo governo como o Dr. Manhattan, ele filosofa sobre seu estado psicológico e o enorme poder que agora tem em mãos, o que prejudica seu relacionamento com Slater e com o resto da humanidade. Indo e voltando no tempo, Moore encarou o desafio de entrar na mente de um ser superpoderoso e revelar suas angústias. Com textos poéticos e carregados de filosofia, como no trecho “Eu vou contemplar as estrelas. Elas estão distantes e sua luz leva muito tempo para nos alcançar. Tudo que vemos das estrelas são suas velhas fotografias”, Relojoeiro é, sem dúvida, um dos mais belos capítulos de Watchmen.
Temível Simetria
Em Temível Simetria, a teoria do matador de mascarados se confirma quando Adrian Veidt sofre uma tentativa de assassinato em seu próprio edifício. Rorschach é capturado numa armadilha no apartamento de Moloch e levado para a prisão.
Moore usou um recurso interessante, o espelhamento dos quadros das páginas, as da primeira com a última, e assim por diante, culminando no miolo, onde Veidt desarma o assassino. A elaboração das páginas desse capítulo demonstra o controle que o personagemtem sobre toda a trama de Watchmen.
O Abismo Também Contempla
Em O Abismo Também Contempla, é revelada toda a história de Walter Kovacks, o Rorschach, durante várias sessões com o psicanalista Malcolm Long. Através do teste de Rorschach (o famoso teste com manchas de tintas em cartões e que inspirou o nome do personagem), testemunhamos o passado do personagem. Filho de uma mãe que lhe infligia abusos psicológicos e físicos e usava o próprio apartamento para receber clientes, Walter cresceu acreditando que a violência era inerente ao ser humano, e se torna cada vez mais brutal e insensível, o que o leva a se afastar das pessoas.
Seu comportamento lembra o do personagem de Robert DeNiro em Taxi Driver, clássico dos anos 70 que possui algumas semelhanças com a trajetória de Rorschach, principalmente a sua visão do mundo. Aliás, na minissérie Antes de Watchmen dedicada a Rorschach, o roteirista Brian Azzarello promove um curioso crossover com o personagem do filme de Martin Scorsese.
O mais chocante entre os relatos contados por Rorschach é o do sequestro da garota Blaire Roache, que derrubou os últimos pilares de sanidade da mente de Kovacks e que abala profundamente o psicanalista, a ponto de perturbar sua vida pessoal. De longe o capítulo mais sombrio da maxissérie, é nele também onde há uma das frases mais famosas da hq, proferida por Rorschach aos seus colegas de prisão: “ninguém entendeu. Eu não estou preso aqui com vocês. Vocês é que estão presos comigo“.
Irmão dos Dragões
O relacionamento de Dan Dreiberg e Laurie Jupiter se intensifica em Irmão dos Dragões, onde Dreiberg conta suas aspirações quando foi o segundo Coruja. Através de um tour pelo seu laboratório secreto, ele conta a Laurie os motivos que o levaram a se tornar um vigilante mascarado e as razões de porquê ele abandonou o capuz. Daniel é um homem quebrado, cujo passado heróico o assombra e também o deprime. Isso fica evidente em sua primeira tentativa de relação sexual com Laurie, e sua subsequente escolha em vestir novamente o uniforme e sair pela cidade a bordo de sua nave, o Arqui.
Laurie o acompanha como Espectral, e depois de quase uma década, o primeiro ato heróico de ambos é salvar os moradores de um prédio em chamas. A noite termina com a consumação do amor do casal e com Daniel enfim se convencendo da teoria de Rorschach, e sua decisão de soltá-lo da prisão.
Velhos Fantasmas
É noite de halloween. Hollis Mason e Sally Júpiter relembram do passado durante uma ligação telefônica. Rorschach reencontra velhos desafetos na prisão, como o criminoso Grande Figura e seus comparsas, que o ameaçam de morte. Coruja e Espectral voam até a penitenciária a bordo do Arqui, no momento em que uma rebelião se instaura logo após a morte de um detento que Rorschach agrediu usando óleo quente. Em sua cela, ele se liberta e segue no encalço de Grande Figura, dando-lhe uma lição definitiva. Após o trio chegar ao apartamento de Dreiberg, Manhattan está a espera de Laurie, e lhe diz que os dois terão uma conversa em Marte, para onde vão em seguida.
A noite termina com membros da gangue dos coques invadindo o apartamento de Hollis Mason e dando fim a sua vida de modo violento.
As Trevas do Mero Ser
Em Marte, acompanhamos uma longa discussão entre Laurie e Manhattan, no relógio flutuante que ele construiu. Ela procura convencê-lo a interceder nas tensões entre EUA e Rússia, enquanto penetra em suas próprias memórias. Em flashbacks, ela se lembra de quando ouviu uma discussão entre sua mãe e seu padrasto e de uma reunião em sua casa de sua mãe e seus antigos colegas dos Minutemen, HollisMason, Nelson Gardner, o Capitão Metrópolis e um já mentalmente abalado Byron Lewis, o Homem-Mariposa. Durante um tour pela vastidão do planeta vermelho, Laurie revive o dia em que conheceu o Comediante, e a reação de sua mãe, um misto de raiva e ressentimento. É então que ela descobre a terrível verdade: Blake era seu verdadeiro pai, e sua raiva e tristeza lhe fazem despedaçar o relógio de Manhattan.
Para consolá-la, Manhattan inicia um monólogo brilhante e emocionante, dizendo o quanto estava errado em achar que a vida era sem sentido ou algo extremamente valorizado: sobre o fato de cada pessoa ser única em sua existência, como um milagre termodinâmico, exemplificado no trecho onde ele diz “Mas o mundo é tão cheio de pessoas, tão repleto desses milagres, que eles se tornam lugar-comum e nós os esquecemos”. Esse é certamente um dos trechos mais poéticos não só do capítulo em si, mas de toda a hq.
Dois Cavaleiros Se Aproximavam
De volta à Nova York, Coruja e Rorschach retornam aos velhos tempos ao pressionar a bandidagem no submundo. Eles descobrem que a empresa Entregas Pirâmide está envolvida com o homem que tentou assassinar Veidt. Coruja descobre que Hollis Mason foi assassinado. A dupla decide avisar Adrian, invadindo seu prédio na calada da noite.
Para surpresa deles, descobrem que Veidt não apenas é o dono da Entregas Pirâmide, mas que também ele é o homem por trás de tudo que vem acontecendo. Partem então para Karnak, o retiro dele no ártico. Após um pouso forçado na neve com sua nave, Coruja e Rorschach são observados por Ozymandias e sua lince alterada geneticamente, Bubastis, assim que se aproximam de sua base.
Contemplai Minhas Obras, Ó Poderosos…
Em uma estufa verdejante encravada no meio do gelo ártico, Adrian Veidt relata a seus empregados toda sua trajetória até aquele momento. Seus pais morreram quando ele era adolescente e ele iniciou uma jornada seguindo os passos de Alexandre, o Grande, seu maior ídolo. Estudando durante anos pelas mais diversas filosofias, Adrian moldou o que viria a ser sua persona heróica e seu sucesso no mundo dos negócios. Após eliminar as últimas testemunhas de seu grande plano, ele se retira para jantar, quando Coruja e Rorschach lhe atacam mas acabam derrotados.
Adrian lhes explica todo seu plano, desde a reunião frustrada dos novos vigilantes mascarados, nos anos 60, onde o Comediante lhe abriu os olhos para o terrível futuro da humanidade, coberta sobre as cinzas da devastação nuclear, caso ele não agisse para impedir; sua aposentadoria dois anos antes da lei Keene e suas pesquisas para neutralizar Manhattan, causando câncer em seus amigos e conhecidos afim de abalá-lo psicologicamente; como sequestrou e usou dos talentos de artistas e cientistas, eliminando-os logo depois, em uma explosão num navio que os tirava da ilha onde ficaram isolados durante a criação de uma nova forma de vida; de como se livrou do Comediante, que havia descoberto o plano de Veidt quando pôs os pés na ilha quando voltava de uma missão para o governo; e por fim como contratou o assassino que tentou lhe matar, e como o calou usando uma cápsula de cianureto.
Achando tudo aquilo uma enorme insanidade, Coruja tenta convencer Adrian a desistir de seu plano, mas é tarde: Adrian o colocou em prática meia hora antes. Todos os personagens secundários que perambulavam nas esquinas onde ficavam a banca do jornaleiro e do garoto do gibi de piratas, como a taxista e sua namorada, o vendedor de relógios e o dr. Malcolm, são cobertos pela mais completa luz branca, concretizando assim o plano do homem mais inteligente do mundo.
Um Mundo de Amor Mais Forte
Meia-noite. Em painéis gigantes, vemos a destruição causada pela chegada do monstro criado por Veidt. Manhattan e Laurie chegam ao local logo depois, e Manhattan sente um forte pulso de partículas táquion vindo do Pólo Sul, e eles se teleporta para lá. Ao chegarem, Veidt é seguido por Manhattan, que usa um subtrator de campo intrínseco para desintegrar o herói. Convencido de que havia triunfado, Adrian não contava que o herói pudesse se reestruturar e retornar para impedí-lo.
É nesse momento que ele mostra a todos os frutos de seu plano: o cessar do conflito nuclear e os esforços do mundo em ajudar os EUA após a chegada do falso alien. A paz criada através de uma grande mentira deixa os heróis desestabilizados.
O único que decide não cooperar numa farsa é Rorschach, que parte de Karnak determinado a revelar toda a verdade. Mas é impedido por Manhattan, que o desintegra. O herói entende, sem julgar ou condenar, que os atos de Adrian de fato pararam o relógio do juízo final. Depois de todos esses acontecimentos, ele decide deixar a Terra, em busca de outra galáxia menos complicada. Veidt é deixado com o peso de seus atos sobre os ombros.
No fim, Dreiberg e Laurie visitam Sally, onde a ex-Espectral fica sabendo que a filha sabe sobre sua paternidade. Vemos que Sally, apesar de tudo que aconteceu no passado, amava a filha e tentou fazer de tudo para que ela fosse diferente do homem que a gerou.
A conclusão de Watchmen merece um capítulo a parte. Len Wein, que era amigo de Alan e editou os sete primeiros números da hq, teve uma discussão com o roteirista, pois achava que o capítulo final era uma cópia de um episódio da primeira temporada da série de TV QuintaDimensão, exibida em 1963. No epísódio Os Arquitetos do Medo, da primeira temporada, um grupo secreto de cientistas criam em laboratório um falso alien e convencem a humanidade de que ele é parte de uma invasão alienígena, com o intuito de forçar um acordo de paz entre os governos á beira da guerra nuclear. Confrontado pelo editor, Moore admitiu o plágio, mas manteve sua versão. “Eu detestava na época e continuo detestando”, disse Len anos depois. Em 2013, para a minissérie Antes de Watchmen do personagem Ozymandias, Wein se referiu ao episódio, numa clara alfinetada a Moore.
Cena de “Os Arquitetos do Medo” (30 de setembro de 1963).
Aliás é do falecido cocriador do Monstro do Pântano uma das melhores sacadas da maxissérie: inicialmente planejadas para uma sessão de cartas, as últimas páginas ganharam seu excelente material extra porque Wein achava injusto com os leitores que escrevessem para as últimas edições, pois nunca teriam suas cartas publicadas, devido ao fato da publicação ser uma série limitada. Moore expandiu a idéia do amigo para uma série de complementos (capítulos do livro fictício Sob o Capuz, de Hollis Mason; anotações; prontuário do dr. MalcolmLang sobre Rorschach; entrevista com Ozymandias, etc), que acabaram se tornando informações preciosas sobre a trama principal.
Imagem do primeiro capítulo do livro fictício Sob o Capuz, de Hollis Mason.
Alan e Dave, desde o início, queriam que Watchmen fosse visualmente diferente de qualquer hq daquele período. Em sua primeira edição, a capa trazia o título na vertical, sem uma cena de ação nem nenhum personagem em uma pose de ação clichê, apenas com o bótomdo smile sobre um rio de sangue; as cores de John Higgins, um amigo de Gibbons que já havia trabalhado na 2000AD, que adotou uma paleta de cores secundárias perfeitamente casada com o clima da hq; e a ausência de balões de pensamento e onomatopéias.
As capas das doze edições originais americanas.
Em O Juiz de Toda a Terra, Moore percebeu que estava lidando com uma nova forma narrativa. A maneira como os quadros rimam, espelhando posturas de personagens, enquadramentos e ângulos de câmera inusitados, são um dos pontos altos da série.
O garoto Bernie em uma de suas leituras de “Ilhado”.
Falando em inovações, Gibbons sugeriu a Moore usarem o painel de 9 quadros clássico para ditar o ritmo de Watchmen. Esse esquema já era usado no Homem-Aranha de Steve Ditko e nas histórias de Harvey Kurtzman, da EC Comics. Isso deu a Moore um controle mais preciso sobre o ritmo e a justaposição dos elementos da história, e é interessante como qualquer alteração nesse ritmo causa um efeito impactante, exemplo disso é revelar o perfil psicológico de vários personagens da trama. As páginas em que Rorschach aparecem usam o recurso da grade de nove quadros, que demonstra como ele é incapaz de expressar sentimentos. Em Relojoeiro, os quadros apresentam uma variação intensa de painéis, devido a forma que Manhattan viaja entre passado, presente e futuro.
Página do Aranha do Ditko; página de Kurtzman; e Watchmen.
Apesar do clima pesado e violento que permeia cada página de Watchmen, Moore adora os super-heróis, suas tradições e sua cultura. Um exemplo disso é o cachorro de estimação de Hollis Mason, o primeiro Coruja: batizado de Fantasma e usando uma máscara assim como o dono, ele é uma homenagem a Ace, o Cão-Morcego, presença constante nas hqs do Batman nos anos 50.
Fantasma e Ace, o Cão Morcego.
Mais de 30 anos após sua publicação original, Watchmen vem sendo reimpressa desde então. No Brasil, foram seis vezes: três pela editoraAbril (minissérie em seis edições e encadernado entre 1988-1989 e minissérie em 12 edições em 1999; minissérie pela Via Lettera em 2005-2006; e encadernado em duas partes em 2009 e em capa dura de 2011 em diante). Fora as minisséries prequels Antes de Watchmen, em 2012, e a atual Doomsday Clock, que integra os personagens da hq no mesmo universo da DC.
As 12 edições da versão da Abril, 1999.
Watchmen teve várias tentativas de transformá-la em filme. No final dos anos 80, Terry Gilliam tinha um projeto baseado na hq, que contava com Arnold Schwarzenegger como Dr. Manhattan. Anos depois, Paul Greengrass queria adaptar a história aos anos 2000. E finalmente, Zack Snyder encarou a empreitada num filme cuja versão estendida possui mais de três horas e meia de metragem, numa versão mais fiel possível ao material original. A rede HBO está preparando a sua versão, em formato minissérie e apenas inspirada na obra.
“Quem Vigia os Vigilantes?” Todos nós, leitores, quando abrimos a hq e acompanhamos a odisséia de ficção científica criada por AlanMoore e Dave Gibbons.