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O Quentinho no Coração de Só Mais Uma história de uma Banda

“Ah, que vontade de escrever bobagens bem meigas, bobagens para todo mundo me achar ridículo…”

Como a própria Germana Viana definiu em Só Mais Uma história de uma Banda é realmente sobre isso que fala esse quadrinho. Bobagem. Coisas meigas. Amor. Romance juvenil. Amigos da juventude. desencontros. Mágoas passadas. Mas veja bem, a HQ é uma lição de amor em todas as esferas em diversas escalas e notas musicais. E aquele tipo de história que causa aquele quentinho no coração, como se fosse aquele filme que você adora assistir, cheio de clichês e que cada vez que você assiste você se sente bem. Sente-se revigorado.

A história de Só Mais Uma história de uma Banda narra a carreira meteórica da banda Cecília Não Sabe Cantar, que era amada pelos alternativos e também pelo público mais pop. As pessoas mais próximas da banda dizem que o rompimento não foi bonito, embora nunca souberam o real motivo. Agora, mais de vinte anos depois, Gramophone Plugado, um grupo de influencers convida Marcelo Carvalho, Roberta Bueno, Raul Vieira e os irmãos Mariana e Robson Mendes para um show de reunião do Cecília Não Sabe Cantar. Mas a questão é: Eles vão conseguir recuperar o que perderam naquele verão de 1998?

Essa é a questão de Só Mais Uma história de uma Banda. Olhar para o passado e entender o que passou, as palavras ditas em momentos de raiva e os amores que se abre mão. Mas sempre que você perdeu, ou deixou de viver, uma história no seu passado o motivo pode ter sido diversos, mas na maioria está envolvido pelo ego de alguém. O não saber querer ouvir a outra parte, traz uma destruição de momentos que poderiam ser lindos. Quantas vezes engolimos o nosso orgulho quando jovens (e às vezes depois de velhos) e deixamos um momento importante escapar?

Germana Viana pegou esses sentimentos e em uma história leve apresenta uma lição de vida. E ainda fez isso se visto e criou empatia na vida de quem ler a HQ com um romance homossexual. Seria fácil a autora pegar e jogar para a galera uma história de amor que se perde pelos anos usando um homem e uma mulher. Como vemos aos montes por aí. Mas ao usar pessoas do mesmo sexo, ela faz o leitor se sentir dentro da pele tanto do Marcelo e/ou do Raul e relembrar que todos já agiram do mesmo jeito que eles.

Em um mundo que as pessoas estampam seus preconceitos com motivo de orgulho e bradam imbecilidades para que todos saibam, ter uma história que soa simples e clichê como Só Mais Uma história de uma Banda é fantástico. Pois ela espelha sentimentos e ações que todos, e digo todos sem exceção, alguma vez na vida (muitas vezes mais de uma vez) já realizaram, e no futuro ficamos pensando: “e se eu tivesse feito assim…”.

Só Mais Uma história de uma Banda é sobre isso. É sobre amor, arrependimento e recuperação. E entrega de forma incrível e formidável aquela história que esquenta o coração e te faz sorrir e ficar feliz no final. Uma bela história nesses tempos nebulosos.

A Germana Viana disponibilizou gratuitamente em PDF a HQ Só Mais uma História de uma Banda, em homenagem ao mês do Orgulho LGBTQIA+, para poder ler é só clicar AQUI.

 

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Talvez Não Fosse Amor & Outras Histórias de Edson Botolotte está no Catarse

O quadrinista Edson Bortolotte iniciou a campanha de financiamento coletivo no Catarse para a sua próxima HQ, intitulada Talvez Não Fosse Amor & Outras Histórias. Onde veremos dez contos sobre romances e relacionamentos em que os personagens tentam entender as felicidades e dores de dividir a vida com outro alguém.

Talvez não Fosse Amor & Outras Histórias nasceu em plena pandemia, com a estranheza de Edson Bortolotte, ao pensar que seria uma utopia poder falar sobre amor em um momento tão delicado… Mas, que momento seria mais apropriado que esse para revelar aos sonhadores que esse sentimento tão idealizado, muitas vezes não é a solução dos seus problemas, muito menos as respostas para todas as suas mazelas?

O autor ainda mistura com trabalhos seus antigos, como a personagem Giulia que é protagonista de Até que o Mar nos Separe. Como de costume em seus projetos, os personagens muitas vezes são reflexos do próprio autor e suas vivências, tornando-os mais palpáveis e criveis.

Talvez Não Fosse Amor & Outras Histórias tem formato 21 x 14 cm, 80 páginas coloridas e para saber mais sobre a campanha, valores, recompensas e apoiar, clique AQUI.

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A Casa, de Paco Roca, tem em sua moradia saudades e lições de vida

– Pai, agora você vai ficar aqui e a enfermeira vai cuidar do senhor. Vai ficar tudo bem.
– Obrigado por cuidar de mim.
– Sempre vou cuidar do senhor, pai.

Esse foi o meu último dialogo com meu pai antes dele falecer em setembro de 2020, depois de passar uma madrugada com ele no hospital. Ele teve um câncer que em um mês e meio o levou. Fui o último filho a vê-lo com vida. E ainda não é fácil.

No posfácio de A Casa, Fernando Marías diz que a morte do pai é um dos grandes desafios da literatura. Por um lado é complicado para o autor não seguir somente os instintos e sentimentos, à mercê de dúvidas racionais que chegam de todos os lados. Por outro lado, a escrita meio que flui mais tranquila, parecendo que o pai morto está passeando com o filho. E realmente a obra de Paco Roca você sente a presença do pai dos personagens vivendo e pulsando pela casa em questão.

“As mesmas histórias tristes que se ouve dizer. Dessa vez o escolhido fui eu.” (Honrar teu Nome – CPM #22)

A história gira em torno de três irmãos que perderam o pai e agora precisam decidir o que fazer com a casa, que antes era de veraneio quando eram crianças, e veio se tornar a moradia definitiva dos pais. Assim como é o normal da vida, todos os filhos seguiram seus destinos, saindo das tutelas familiares, mas chegou o momento de encontrar novamente com o passado e o pior, ter que decidir o que fazer com esse passado.

Em meio a lembranças, que na maioria dos casos são boas, os três filhos se apegam a casa que o pai deixou em uma viagem no tempo com essas lembranças. E como eu disse são lembranças boas, porque é do ser humano lembrar somente das coisas boas de pessoas recém falecidas. Isso me remete ao pequeno dialogo que está no inicio desse texto, por mais que seja uma lembrança dolorosa é uma boa lembrança. Pois ali eu vi que pela primeira vez em um mês em meio, o meu pai estava em paz. Ele estava se sentindo bem. Por isso guardo esse momento com tanto carinho. Obviamente existem momentos melhores.

Com uma leveza pura e uma arte que descansa os seus olhos, A Casa de Paco Rosa é uma delícia de leitura, todo detalhe dela parece ter sido feita com amor e cuidado de não forçar um sentimento no leitor, mas sim de fazer a gente adentrar na casa e se sentir membro da família e se sentir apegado e amado pela casa. É como o leitor fosse um “quarto irmão”. Não é uma história de manter legados e sim de cultuar e celebrar o que foi construído. Não somente em bens materiais, mas também com sentimentos, ensinamentos e lembranças.

“Naquela mesa ‘tá’ faltando ele. E a saudade dele ‘tá’ doendo em mim” (Naquela Mesa – Nelson Gonçalves)

A Casa também fala de elos quebrados e “desquebrados”. A família tinha um elo de união que era a casa onde passavam as férias, quando cada um segue a sua vida, esse ela é partido. E o elo se refaz, e esse elo é o pai recém-falecido, ela já não se encontra mais unida há tempos (o que é normal também), a obra apresenta como o único elo que era a união da família depois de quebrado, pode vir a unir todos depois. Pois isso também é da natureza humana, sofrer um machucado e lamberem as feridas juntos. Mas se essa união irá continuar… quem sabe?

A Casa atinge em cheio quem já perdeu um ente querido, seja qual membro familiar for ou até mesmo aquela amizade. Mas a obra também atinge quem não perdeu ninguém. Pois faz aflorar a ideia que temos que celebrar enquanto estamos vivos, criar boas lembranças, pois um dia tudo vai passar. No meu caso não foi uma obra fácil de ler, mas também não me levou às lágrimas. Ela me passou uma coisa boa, e um tanto clichê, de que a vida é assim. Tudo passa e que devemos continuar sempre em frente.

A Casa foi publicada aqui no Brasil pela Devir, tem formato 24,7 x 17,9 cm, capa dura, 136 páginas coloridas e a tradução da Jana Bianchi.

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Remake de Amor, Sublime Amor ganha novas imagens, veja

Foi revelado pelo Rotten Tomatoes, novas imagens do remake de Amor, Sublime Amor, que conta com Steven Spielberg na direção.

Maddie Ziegler, Ansel Elgort, Rachel Zegler, Mike Faist, Rita Moreno, Ben Cook, Ariana DeBose, Brian d’Arcy James, Kyle Allen, David Alvarez, Corey Stoll e Ana Isabelle fazem parte do elenco do filme.

No lado oeste de Nova York, à sombra dos arranha-céus, ficam os guetos de imigrantes e classes menos favorecidas. Duas gangues, os Sharks, de porto-riquenhos, e os Jets, de brancos de origem anglo-saxônica, disputam a área, seguindo um código próprio de guerra e honra. Tony, antigo líder dos Jets, se apaixona por Maria, irmã do líder dos Sharks, e tem seu amor correspondido. A paixão dos dois fere princípios em ambos os lados, acirrando ainda mais a disputa.

Amor, Sublime Amor  chega em 2020.