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Wolfenstein: Youngblood | Vamos acabar com os nazistas?!

Wolfenstein: Youngblood é o resultado de uma colaboração entre a Arkane Studios, responsáveis pelo envolvente Dishonored, e a MachineGames, estúdio que desenvolve Wolfenstein desde meados de 2014.

Wolfenstein: Youngblood volta a suas raízes, porém não de maneira satisfatória, ao utilizar o que já foi refeito e aprovado em jogos anteriores, mas, pega-los e encaixar em uma estrutura de gameplay fatigado, não é cativante. Entretanto, aqui não encontra-se a obsessão de impulsionar algo “novo”, como fizeram incrivelmente bem em seus jogos anteriores. É uma aventura que sacrifica pormenores em favor de um design mais arrojado, onde a ação e sua relevância mal conseguem entrar em concordância.

Mas isto não diminui o excelente trabalho que as equipes de desenvolvimento tentaram fazer com a franquia. Expandir os horizontes de Wolfenstein e fazê-lo ser algo totalmente diferente e atrativo, com muitas adições ao jogo, foi de fato algo positivo. Este jogo é o objeto perfeito de testes para novas mecânicas e propostas para o futuro da série, a questão é que todas essas “novidades” não se encaixam com as mecânicas e sistemas dentro do jogo.

Falando em jogabilidade, Wolfenstein: Youngblood dá um show de qualidade, e se destaca junto a outros grandes FPS modernos, a desenvoltura em desenvolver um sistema retilíneo e consistente relacionada as armas e outros apetrechos que encontramos dentro do jogo é clara, um ponto muito positivo para validar o status de um excelente jogo para a franquia Wolfenstein, a MachineGames e Arkane demonstraram o domínio e capacidade em apresentar um ciclo de ação frenética do início ao fim de seu produto final. Infelizmente, alguns problemas de construção, acabam diminuindo sua experiência, que teria tudo para ser uma das melhores nos últimos tempos.

Como dito anteriormente, o que de fato diminui em muito a qualidade geral de Wolfenstein: Youngblood é relacionada à estrutura do jogo. Desocupar a cidade-luz de Paris dos nazista, é uma tarefa bastante divertida quando colocada no papel, entretanto, realizar algumas tarefas para auxiliar a resistência francesa é um tanto quanto cansativa e as vezes “sem sentido”.

Há pouquíssimos momentos marcantes dentro destas missões, até mesmo os diálogos das missões tanto principais quanto secundárias são facilmente esquecíveis. O que não deveria fazer qualquer diferença, já que seus antecessores, nunca tiveram de fato uma apresentação narrativa considerável, entretanto a questão aqui em Youngblood é que desde o começo, o jogo nos mostra um caminho novo para a franquia, nos apresenta uma série de novidades que ao decorrer da gameplay, acabam não tendo o peso que eles provavelmente teria, se a sua estrutura narrativa fosse aquilo que se propunha a ser.

Falar do modo cooperativo é quase que dar um prêmio de consolação. Por que de fato é um ponto positivo, assim como sua jogabilidade, a cooperação online que Youngblood oferece é muito elegante, um diferencial em relação aos jogos de tiro contemporâneos que utilizam o modo cooperativo apenas para preencher lacunas. Em Youngblood não temos esta modalidade como preenchedora, mas como uma referência para o decorrer do desenvolvimento do game. Já que tudo parece ter sido feito a partir deste ponto de partida. Infelizmente a IA, é um tanto quanto ineficaz, e incompetente, o que te faz querer uma companhia consciente para te auxiliar e para diminuir um pouco a repetitividade das missões, já que cada um tem uma maneira própria de realizar suas ações.

Durante o jogo, você percorre cenários incrivelmente bem detalhados, cuidadosamente planejados, infelizmente desprovidos de quaisquer pontos interessantes para a gameplay de fato. Nenhum cenário auxilia o jogador, apenas servem como cúpula de nazistas. De fato, os ambientes são de tirar o fôlego, cheios de passagens escondidas e verticalidade que encontramos em FPS como os da série Tom Clancy´s e Call of Duty, verticalidade esta que permite aos jogadores apresentar diferentes tipos de abordagem, e surpreender os inimigos. Outro ponto da verticalidade é implicar uma não-linearidade, apresentando flexibilidade para resolver seus problemas e terminar o jogo com táticas inovadoras, que outros jogos não poderiam oferecer.

Mas falando do que realmente deve ser falado. Os nazistas que você irá matar. Seus adversários aqui são facilmente reconhecíveis, o único defeito é que não existem balanceamento de nível dentro do jogo, dois nazista de mesma categoria podem ser altamente letais para a finalização de sua missão, ou podem ser facilmente derrotados de uma maneira nada gloriosa. A adição de alguns sistemas de RPG, como a barra de vida e nível, auxiliam na progressão assim como para mantê-lo em linha constante de evolução evidente. Alguns recursos, novas habilidades e upgrades em armas, acabam por não conversarem com a maneira que Wolfenstein tende a progredir.

VEREDITO: RECOMENDADO

Wolfenstein: Youngblood não é apenas uma experiência, é uma aventura, entretanto sem profundidade. Toda a jogabilidade, desde os tiroteios, os movimentos disponibilizados graças à verticalidade, são uma verdadeira obra de arte, o que faz Wolfenstein ser um jogo agradável, mas que não possui uma complexidade necessária para aquilo que o jogo se propunha a ser. Jogar Youngblood sozinho, não é uma tarefa difícil, mas o modo cooperativo traz uma abordagem nova, que é muito bem-vinda. Infelizmente com o decorrer da gameplay, e as missões repetitivas e vazias, acabam afastando o jogador de toda a atmosfera criada para o jogo. Youngblood não oferece o mesmo que seus antecessores, ele oferece mais, entretanto nem sempre, o “mais” é melhor, o que poderia vim a ser um novo ponto de partida para a série Wolfenstein ficou preso em um spin-off autônomo.

Agradecimentos à Bethesda pelo envio do código. O jogo foi revisado no PC.

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Review | Gato Roboto

Mesmo não sendo o primeiro do gênero, Metroid (1986) e Castlevania (1986) são um dos jogos mais reconhecidos quando falamos no sistema de mapa interconectado, com exploração, podendo ser de plataforma ou não. Conhecido como gênero metroidvania, inspirou vários outros jogos como, a sequência Castlevania: Symphony of the Night (1997), e alguns mais recentes como Ori and the Blind Forest (2015), Hollow Knight (2017) e Dead Cells (2018).

E Gato Roboto busca unir este gênero tão conhecido, com uma história um tanto quanto for a do convencional para jogos semelhantes, utilizando algumas concepções conhecidas e buscando inovar com a ajuda da tecnologia contemporânea.

“O cão é o melhor amigo do ser humano”, isso quando não estão em um planeta alienígena, cheio de perigos escondidos e ação frenética, nesse aspecto o gato vem para salvar o dia. A história é encantadora, e aborda o relacionamento entre ser humano e animal de uma maneira simples e convincente. Como todo bom animal de estimação o gatinho tem um nome, na verdade a gatinha, ela se chama Kiki, e é a protagonista em Gato Roboto. Assim que a nave em que Kiki e Gary cai em um planeta desconhecido, onde está localizada uma base de estudos tecnológicos, a gatinha tem a missão de completar toda a aventura que seria destinada a seu dono humano que ficou preso dentro da nave espacial. Quando Kiki passeia pelo novo mundo, e encontra um traje robótico, a felina ganha acesso a armas high tech e com poder de fogo capaz de ajuda-la na tarefa. Você aprende sobre o planeta alienígena no decorrer da gameplay, encontrando algumas gravações dos que ali trabalhavam anteriormente, e descobrindo novas localidades dentro do game.

Uma característica dos jogos metroidvanias é o fato de focarem no aspecto exploratório, algumas vezes nos deixando perdido entre uma cena e outra do mapa em busca de objetos e equipamentos, o que pode demandar um pouco de tempo e paciência para o jogador. Gato Roboto utiliza de uma fórmula conhecida, ele é linear com alguns pontos fora da curva, como Uncharted (2007), com pitadas frenéticas de ação, o jogo apresenta durante toda sua gameplay, uma energia própria, sem descanso. A todo momento você é apresentado a novos conceitos e novas informações que te levarão ao sucesso da missão, e na alternância entre gato e robô, que te faz criar novas estratégias a todo minuto para conseguir superar todas as adversidades que aparecem no caminho de Kiki. Por outro lado essa mesma velocidade que acabou se tornando o sinônimo de Gato Roboto, acaba tirando o brilho de outras mecânicas, que não conseguem aparecer devido ao frenesi de pulos e tiros. 

Gato Roboto é um jogo da atualidade que não se encaixa muito bem no presente, e isto é maravilhoso. Estamos cercados de jogos com volumes inacreditáveis de conteúdo, onde o jogo pretende te apresentar “n” propostas em um curto espaço de tempo, que no final não irá acrescentar em nada. Ele é um jogo para relaxar, sem nenhuma pretensão de ser o melhor do mundo ele encanta pela simplicidade e sua trilha sonora clássica de jogos do SNES, e seus mapas preto e branco básicos, mas bem elaborados. Cada espaço é único, muito bem explorado pelos desenvolvedores, que não tiveram a má fé de encher o cenário com objetos idênticos, apenas para acrescentar algo na tela, cada cena te instiga a explorar os espaços e buscar novos caminhos. 

VEREDITO:

Gato Roboto, melhora o jeito de jogar metroidvanias, além de apresentar uma gameplay limpa, e bem explorada. O segredo do jogo é realmente ser simples. Um passatempo divertido e satisfatório, que ousa na medida certa, mas se sustenta em aspectos já consagrados. Algumas explorações de fato não tem uma recompensa a altura, mas o “pulo do gato” é justamente o caminho que você faz, encontrado adversários e atirando ainda mais com seu traje mecânico. Qualquer um que esteja seja fã de Metroid certamente se sentirá em casa.

PONTOS POSITIVOS:

  • Gameplay simples e divertida.
  • Trilha sonora.
  • Mecânica.
  • Desing das cenas.

PONTOS NEGATIVOS:

  • Inimigos genéricos.
  • Gameplay curta.

RECOMENDADO!

 

 

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Review | Rage 2

Autoridade é uma força de guerra, que atua em um deserto apocalíptico, no ano de 2165, você é um(a) sobrevivente de nome Walker, e tem como missão, além de sobreviver neste mundo pesteado, formar alianças com outros sobreviventes para que juntos consigam mudar o rumo de suas vidas, neste período de pouca esperança.

O jogo é um acerto da id Software e da Avalanche Studio, as duas empresas conhecidas por jogos frenéticos e de ação desenfreada, nos entrega mais uma vez uma aventura com frenesi desencadeado, uma história anárquica e caótica. Tudo o que há de bom em séries famosas como Doom, Just Cause, e a adaptação de Mad Max para videogames, está presente em Rage 2.

A ambientação da história é um clássico dos filmes dos anos 80 e 90, a clássica vingança por aqueles que destruíram sua antiga vida, e te fizeram estar nas piores situações possíveis, se já não fosse suficiente estar em um ambiente hostil 24 horas por dia, normalmente. Os responsáveis por transformar cada segundo da existência de civis, no verdadeiro inferno são, nada mais que uma milícia denominada Autoridade que possui um exército de mutantes/robôs equipados com armas e equipamentos cyberpunks. Você então, está encarregado de se aventurar e espalhar as palavras da vingança por todos os cantos, e reunir aliados para a batalha.

O que há para ser adiantado aqui é que no geral esta história é curta, o que significa que, se você estiver esperando em Rage 2, uma história envolvente, você não encontrará isso aqui. O jogo está sustentado em momentos de ação, e de exploração. Ter uma história assim, não necessariamente é um ponto negativo, desde o início o jogo deixa claro seu propósito de divertir sem se importar como enredo, porém, mesmo a todo momento você recendo esta informação, o que te deixará nas mãos apenas das missões adicionais ou objetivos de exploração em grandes torres da Autoridade, fica uma sensação de dever cumprido, mas uma insatisfação imensa, por que sabemos que Rage 2 poderia ter nos oferecido algo melhor. Há muito o que explorar no mundo, mas nada realmente desafiador, nada que te faça pensar duas vezes antes de enfrentar qualquer coisa que se mova a sua frente, é uma oportunidade perdida, que o jogo tenta validar, mas infelizmente não consegue.

Basicamente os locais que você explorará serão praticamente os mesmos. Os acampamentos dos mutantes, servem apenas para dar um pouco de ação ao jogo, jogados de maneira aleatória, algumas possuem inimigos um pouco mais fortes, mas nada que você não derrote facilmente. Quando você aprende a desviar dos ataques a distância tudo se torna muito mais fácil. Alguns destes acampamentos por sua vez, possuem objetivos a mais do que simplesmente derrotar todos os que ali estão, algumas possuem objetivos a serem conquistados, ou destruídos. Em todo o percusso por terra, você pode dar de cara com alguns bandidos realizando emboscadas para viajantes desprevenidos.

De fato o mapa de Rage 2 é grande, e alguns pontos estão bem distantes um do outro, mesmo com seu veículo terrestre chegará um ponto em que você simplesmente já explorou tudo, e não precisa mais andar pelos mesmos caminhos, neste ponto aparece o girocóptero. Os fast travels são uma adição bacana, você pode facilmente revisitar áreas para recolher coisas que ficaram para trás no frenesi das batalhas, mas recebendo a liberdade de ignorar todos os lugares sem interesse e ir direto para o ponto principal da missão. Isso foi algo bem facilitador, já que a proposta do jogo é a ação, e com este gadget, você pode pular de momentos de ação direto para outros momentos de ação, sem ter que esperar alguns minutos para encontrá-los.

Rage 2 não é um jogo linear, mas bem que poderia ser, se pararmos para analisar que no decorrer da gameplay você pode se desvincilhar da história, e começar a explorar tudo, já que durante a Campanha Principal, o jogo não leva você a grande parte do mapa, a sensação do mundo aberto ser utilizado apenas para preencher o vazio da Campanha vem a tona em alguns momentos.

A mecânica de combate encontrada aqui é rápida, fluida, todos os armamentos são incríveis, poderíamos estar falando aqui de algum jogo focado no FPS, mas não, Rage 2 trabalha muito bem quando o assunto é ação e combate. Mesmo que o jogo te ofereça uma série de habilidades para serem usadas em combates, elas raramente precisam ser usadas de fato, tudo pode ser resolvido com o leque de armas disponíveis no inventário, e se você obtê-las antes de finalizar com a história, elas te darão uma vantagem gigantesca, é uma forma do jogo te premiar por explorar seu terreno de maneira arbitrária.

VEREDITO:

Rage 2, no final das contas não parece uma sequência, mas sim um reboot do jogo anterior, melhora tudo que foi apresentado no passado e oferece muito mais para o jogador. Infelizmente isto, não é suficiente fazer o jogo se destacar entre vários outros lançamentos. Seu mundo aberto por muitas vezes não vale o tempo investido, sua história pouco aproveitada para focar no mundo aberto, a imersão no cenário apocalíptico, é uma das coisas mais bem desenvolvidas além do seu combate bem estruturado.

O jogo funciona como um passa tempo, sentar e simplesmente jogar, sem querer ser surpreendido, o foco na diversão aqui foi alcançado com sucesso, o problema é quando o jogo quer ser algo mais.

PONTOS POSITIVOS:

  • Ambientação imersiva.
  • Atividades Secundárias.
  • Combate Fluido.

PONTOS NEGATIVOS:

  • Mundo aberto sem sentido.
  • História curta.
  • Curva de aprendizado da batalha é alta.

Revisado no PC. Agradecimentos à Bethesda pelo envio do código para análise.

 

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Review | Weedcraft Inc.

Weedcraft Inc. é um jogo desenvolvido pela Vile Monarch que explora os negócios, a produção, e a venda de ervas nos Estados Unidos, mas não qualquer erva. Aqui temos vários aspectos para serem aprofundados sobre tudo que está por trás do financeiro, da política e cultura que envolvem o complexo relacionamento dos EUA com essa planta problemática e promissora.

Weedcraft Inc. traz uma abordagem um tanto quanto colorida do mercado da maconha, entretanto  não deixa de lado suas questões éticas e moral, mesmo que tudo isso esteja um pouco fantasioso na ideia geral do game.  No jogo, somos Jhonny, que por ocasionalidade do destino, acaba se envolvendo no mercado da maconha, logo após abandonar a faculdade. Ou seja, temos um grande simulador mercadológico, com várias informações e processos legais e ilegais que podem ser utilizadas em sua gameplay a bel-prazer, o que o faz brilhar, por outro lado Weedcraft Inc. tropeça, quando tenta se aprofundar no relacionamento dos personagens, mas felizmente não atrapalha em nada a experiencia quando você já está dominando por completo toda a papelada e gestão de seu novo ramo.

É óbvio que a maconha  é o personagem principal aqui, você é apenas um intermediário que a fará mais conhecida do que nunca. Ela pode ser vista de várias formas no jogo, digo isso por que tratando de negócios você precisa adequar seu produto à clientela, dessa maneira a maconha que é comercializado por seu avatar possui várias formas e sabores. A medida que for entrando dinheiro em seu caixa, novas variedades podem ser desbloquear com nomes bem criativos – Fiquei em dúvida entre Granddaddy Purple e Space Queen sobre qual seria o melhor rótulo do produto – Cada um destes novos rótulos possuem seus próprios sabores e efeitos, que o tornam popular entre grupos sociais distintos, desde turistas até pacientes que precisam da erva para tratamento, todos eles são potenciais clientes, e para isso é preciso ter uma mentalidade muito bem estruturada sobre negócios, principalmente entre preço e qualidade.

O início de seu cultivo é bem simples, mas ao decorrer da gameplay começa a ganhar status de business, e uma cara um tanto quanto mais séria. A mecânica do jogo ganha complexidade a medida que você evolui junto a seu negócio. A parte divertida do game é tentar melhorar a qualidade da sua erva. Testar as combinações de nutrientes, encontrar o equilíbrio certo de nitrogênio, fósforo e potássio te faz parecer o Walter White da maconha. Temperatura e umidade são um ponto importante que não podem ser deixados de lado. Outro aspecto já citado é a identificação de um nicho de mercado, estabelecer um crescimento visando apenas um público, ou expandir desenfreadamente ocupando várias camadas sociais, é uma dúvida constante. As inúmeras possibilidades presentes em Weedcraft Inc. é o que te fará parar e refletir por algum tempo.

Depois que você consegue compreender toda a mecânica de Weedcraft Inc., suas necessidades são outras, ao invés de se preocupar com suas vendas, você precisa aperfeiçoar seu produto, fazendo com que a clientela continue fiel, e a contratação de funcionários se faz necessária, é a partir daqui que o jogo ganha um novo visual, e tudo parece andar um pouco devagar.

Um pequeno detalhe que para muitos pode passar despercebido, a trilha sonora. Desde o início de Weedcraft Inc., você é bombardeado por uma trilha sonora muito bem escolhida, desde músicas a sons in game, hip-hop e vocais instrumentais irão te acompanhar nessa jornada por um mercado marginalizado mesmo em locais onde seu uso é autorizado.

VEREDITO:

Weedcraft Inc. é um simulador de gerenciamento bem desenvolvido com uma arte elegante e sofisticada, recada a uma trilha sonora cativante. De forma geral, entrega o que propõe e um pouco mais que isso. Se seu estilo não combina com administrar coisas e a agitação que envolve este tipo de negócio, este jogo não é para você, sua inabilidade pode te mandar para a prisão. Porém o jogo te dá uma porta aberta caso você queira aprender um pouco mais sobre o ramo de negócios, mesmo que você não seja um expert. No entanto, seus personagens são claramente segurados pela mecânica envolvente do jogo, seus diálogos chegam a ser cansativos, além de tratarem certos aspectos da sociedade de forma não muito agradável. Suas discussões socio-culturais são de extrema importância para o cenário atual que vivemos, mas infelizmente sua tentativa de caricaturar a realidade acaba afastando um pouco o que seria proveitoso para a vida real.

PONTOS POSITIVOS:

  • Simulação desafiadora.
  • Gráficos condizentes com a proposta do jogo.
  • Trilha sonora.
  • Gameplay com curva de aprendizagem justa.

PONTOS NEGATIVOS:

  • Missões pouco instrutivas.
  • Erros na localização pt-br.
  • Diálogos cansativos e repetitivos.

Agradecimentos à Devolver Digital pelo envio do código.

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Review | The Division 2

The Division 2 se passa no mesmo universo do seu antecessor. O Veneno Verde acabou com o Natal em Nova York, e agora Washington D.C é o próximo alvo. A sua missão como membro da Divisão é gerenciar a cidade para que ela não entre em colapso total.

Podemos dizer que The Division 2 é um exemplo a ser seguido. Depois de uma campanha um pouco fraca do jogo anterior, que sofreu muito inclusive com suas missões de preenchimento e conteúdo extra que nunca conseguiu a atenção que gostaria. Foi preciso uma série de erros para que aqui tivéssemos tudo para fazer com que essa sequência fosse digna, e poder ser um jogo superior. É claro que não é totalmente perfeito, mas poder contribuir de forma positiva para se destacar, depois de uma série de problemas, é muito bom jogar algo incrivelmente divertido.

Se olharmos o que The Division 2 nós traz, vemos que é mais do que veio antes, porém entendendo sua proposta e seus limites. É um shooter convincente, na terceira pessoa, focado no cooperativismo com quatro facções diferentes e desenvolvendo habilidades, e uma série de equipamentos que complementa sua gameplay. Mas é o fato de você se sentir parte de tudo o tempo todo, de você enxergar suas ações refletindo no que acontece na cidade, em vez de simplesmente deixar as coisas abertas sem profundidade que torna o mais recente mundo aberto da Ubisoft uma delícia para explorar e lutar. O mundo reage à sua ação e se desenvolve de acordo com tudo que você realiza. Há muito o que fazer aqui.

Seu objetivo é tecnicamente simples, recuperar o controle de Washington D.C., de três facções e ajudar os cidadãos que restaram a terem um pouco de paz nesse momento sombrio da sociedade, mas isso envolve recuperar os Pontos de Controle, acabar com as fortalezas inimigas e lentamente acumular armas e equipamentos. As habilidades são particularmente gratificantes, o que na verdade são gadgets para usar em combate. Eles variam de uma minas explosivas, drones, a escudos balísticos.

Quanto mais você se sente cercado pela ambientação de The Division 2, mais você percebe o quão longe você pode chegar aprimorando seu estilo de jogo, através de suas habilidades, assim como a maneira que você trabalha em equipe, dentro de um esquadrão. Sua gameplay solo pode funcionar, mas em questão de esquadrão misturar as habilidades para fazer mais com o time é a premissa do jogo. Algo como aconteceu em Ghost Recon; Widlands. O jogo faz com que você queira jogar como uma equipe nas maiorias das missões.

The Division 2 lida incrivelmente bem com o ritmo de suas missões principais, com momentos de ação e combates que constantemente fluem a história de uma forma que é surpreendentemente incrível. Suas missões principais se desenrolam através do mundo aberto, que está espetacular, com um design de nível que consegue transmitir toda a atmosfera mórbida e conceber um espetáculo visual. O fato de que o The Division 2 consegue fazer esse tipo de enredo linear dentro de uma estrutura de mundo aberto, se assemelha ao clássico Assassin’s Creed, um mundo aberto atraente é seriamente aplaudível, mesmo que a repetição de missões seja ainda um problema quando falamos de jogos com essa característica linear.

Se você considerar que uma cidade baldia pós-pandêmica pode ser considerada bonita, através de um trabalho incrível da equipe de design, é um pouco vergonhoso que isso tente se conectar com um enredo fraco. As várias interações com alguns personagens secundários, que deveriam dar mais profundidade ao caos instaurado na cidade, parece não se encaixar no contexto do jogo, não há realmente muita história para se falar, uma cidade que foi devastada tanto por doenças quanto por tumultos e combates, nenhum de seus bastidores é explorado de maneira apropriada.

A questão da interação dos personagens e a falta de profundidade emotiva com o que acontece na cidade, é praticamente a única coisa que impede que o The Division 2 seja um jogo completo, porque tudo o que ele tem para oferecer, está acontecendo desde o primeiro segundo de gameplay, do início ao fim do jogo. Você pode não estar preparado para as mudanças que acontecem no decorrer do jogo, mas acredite, vale a pena. Os inimigos não se importam com isso e vão tentar destruir tudo que você luta para proteger. E óbvio que aqui também há a Dark Zone do PvP para explorar, com vimos no original, mas desta vez são três. Entretanto um pouco diferente do que conhecemos antes. Ainda é extremo, é claro, mas é uma grande mudança de ritmo na área principal de Washington D.C..

VEREDITO:

As equipes da Ubisoft realmente conseguiram fazer de The Division 2 um shooter impressionante, e satisfatório. Porém devido ao seu imenso universo co-op, pode ser que Washington D.C. acabe para a maioria dos players, mas aproveitar e se divertir com tudo que a cidade tem para oferecer vai mante-lo ocupado por um bom tempo.

PONTOS POSITIVOS

  • As progressões dão resultados na cidade
  • Jogabilidade
  • Design de produção de alta qualidade

PONTOS NEGATIVOS

  • História pouco desenvolvida, assim como a interação com os NPC´s
  • Funciona melhor em co-op

SELO: OURO – RECOMENDÁVEL

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Review | Assassin’s Creed Odyssey

Se você está cansado de jogos de mundo abeto, definitivamente Assassin’s Creed Odyssey não é um jogo pra você. A Ubisoft realmente não estava brincando quando falou que seu mais novo jogo seria uma verdadeira Odisseia (desculpem o trocadilho). Não só a história inspirada na tragédia grega, mas no vasto mapa e na jornada de destrinchar todos as pequenas lacunas que se encontram no grande mundo aberto.

Em Assassin’s Creed Odyssey, você escolherá entre dois personagens, Alexios e Kassandra. Decidir com qual desses dois assassinos jogar é basicamente sua primeira missão no jogo, além de ter que adaptar-se ao uso do novo modo de exploração. Fazer escolhas, reagir a acontecimentos, tudo isso te fará mergulhar no conteúdo da história principal, e até mesmo nas missões secundárias e eventos que aparecerão durante toda sua gameplay.

Não se preocupe porque os diálogos são padronizados, ou seja, independente de qual personagem você escolha os diálogos serão sempre os mesmos, o que interferirá na história como já mencionado são suas ações. E acredite, este jogo tem mais reviravoltas que uma montanha-russa da Disney, cada escolha pode ter uma consequência, que pode chegar mais longe do que você imagina.

Há uma riqueza nos diálogos, que eu ouso dizer que só vimos igual na trilogia de Ezio. Embora todos os jogos sejam cheios de adrenalina e missões, em Assassin’s Creed Origins, as missões secundárias pareciam um pouco com “preenchedor de espaço”, missões que não acrescentavam em nada na história, mas aqui eles acertaram. Foi uma subida de degraus muito importante para a saga Assassin’s Creed.

O jogo te confunde em relação ao que é a linha de missões principais e missões secundárias, isso por conta de todas as suas missões são entregues com o mesmo peso de consequências. Às vezes é realmente difícil descobrir se você se deparou com uma conquista lateral particularmente longa ou seguiu um arco de história principal.

As grandes peregrinações de uma ilha grega para outra, estão longe de serem monótonas. Você viajará entre paisagens deslumbrantes, desde florestas, até edifícios de mármore branco na costa grega, com golfinhos e baleias coroando as ondas ao lado de seu barco. Por esses motivos, é fácil se apaixonar pela história e por esse par de assassinos.

Nessa beleza de Odyssey, é muito fácil se distrair com cada pequeno detalhe encontrado no mapa durante suas missões. A maneira como você criará sua jornada é uma experiência inteiramente única, o fato de suas escolhas serem tão abundantes, as consequências podem ser drásticas, e o mundo tão vasto, que ao participar de tudo isso você já se sente parte de uma comunidade.

E agora, o combate, precisamos conversar sobre o combate. Origins marcou um grande passo em direção a uma maneira mais RPG de fazer as coisas, nivelar seu personagem, trocar armas para adicionar nuances ao combate, e uma infinidade de outros novos recursos, mas Odyssey leva a décima potência. É resolvido algumas das peculiaridades do sistema de Origins, e outros são simplificados. Há algumas habilidades que foram trazidas e mantidas de Origins, outras melhoradas, e uma infinidade de habilidades novas implantadas, que podem ser niveladas e ativadas. E o que é ainda melhor é que você pode redefinir suas habilidades a qualquer momento por algumas centenas de dracmas, a moeda grega do jogo, ou seja, se as coisas não estão funcionando para você, você pode tentar de novo.

É esse tipo de refinamento que está presente em todo o Odyssey, mas é particularmente óbvio no combate. Falando em melhorias, podemos cravar que o desenvolvimento de Origins e Odyssey funcionou, já foi divulgado que as equipes responsáveis por ambos os jogos trabalharam em paralelo, com a equipe Odyssey aprendendo tudo o que a equipe Origins criou e depois aprimorando-a. E isso não resultou apenas no jogo sendo vendido apenas um ano após o lançamento do Origins, mas também significava que as equipes não estavam apenas jogando o sistema de combate no lixo e começando de novo, ou pensando em melhorias apenas para “rebootar” tudo. Odyssey parece uma evolução em todos os sentidos sobre Origins, mas ele usa como uma base central para se tornar um verdadeiro RPG.

Você precisará manter ajustes e trocar seus itens, porque o combate vai continuar testando você constantemente. Você não só terá que lutar contra espartanos e atenienses, mas também contra caçadores de recompensas, e mercenários que virão atrás de você, se você começar a roubar, saquear ou você sabe, assassinar. O sistema de salvamento é um tanto quando inconsistente, não ajuda muito, há momentos que é necessário um autosave, mas ele não é incorporado no momento, e a depender de seu resultado na missão, você pode perder um bom progresso no game. E por ser um jogo bem detalhado e muito “recheado”, seus tempos de carregamento são muito longos.

Levando em consideração que essas são as únicas coisas que chamaram atenção de forma negativa em toda a gameplay, realmente Assassin’s Creed Odyssey clama por elogios.

VEREDITO:

No final das contas toda sua jornada é sobre escolhas. As pessoas que você decide deixar que sigam suas vidas normais, os relacionamentos com outros personagens, as linhas de história que você segue. É um mundo e uma história extremamente “abertos”, bem feitos, com cenas extremamente bem feitas. Depois de quase 60 horas, ainda tenho muito para ver na Grécia da Odyssey, e é bem gratificante continuar explorando esse mundo. Além de aperfeiçoar tudo o que Origins fez e aprimorar de uma forma que você nunca imaginou Assassin’s Creed Odyssey pode ser muito bem o jogo definitivo da saga.

PONTOS NEGATIVOS:

  • Carregamentos lentos.
  • Sistema de salvamentos.

PONTOS POSITIVOS:

  • História Envolvente
  • Personagens
  • Aprimoramento de tudo que funcionou, e melhoramento do que não funcionou em Origins.
  • Mundo aberto bem detalhado.

NOTA FINAL: 9,5

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Review | Monster Hunter: World

Monster Hunter: World foi idealizado com grande dedicação da Capcom. Tentando tornar o jogo mais acolhedor para novos jogadores, inclusive no Ocidente, enquanto deveria manter o padrão de qualidade para a base de fãs já vasta e dedicada. Um jogo cheio de variedade, profundidade, e desafios.

Desde muito tempo, romances e filmes retratam a descoberta do desconhecido, como Jurassic Park, Viagem Ao Centro da Terra. E essa mesma ânsia é o que te move em Monster Hunter: World. Explorar um continente esquecido, com megafauna selvagem e não classificada, detectar, capturar ou matar seres desconhecidos. É também, indiscutivelmente, uma oportunidade única de sobreviver em um local completamente inexplorável anteriormente.

Para os fãs de Dark Souls, Nioh e de outros jogos que desafiam suas habilidades, o cartão de visita é sua gameplay complexa. Para ser o caçador mais eficaz da Quinta Frota, você deve compreender todas as minúcias, cada arma, item, peça de armadura, ataque e habilidade, enquanto você pesquisa este Novo Mundo, esperando aprender sobre tudo que o cerca e entender por que os monstros dentro dele se comportam da maneira um tanto quanto curiosa.

E não se engane, achando que essas são as únicas coisas com que se preocupar em aprender em Monster Hunter: World. Há centenas de coisas para aprender, cada uma com diferentes estatísticas anexadas que você pode apreciar e comparar. Isso pode parecer intimidador no começo, mas o jogo faz um trabalho brilhante de flexibilizar os jogadores em seus sistemas de gameplay. Grande parte dessa complexidade não está nas primeiras horas do jogo, deixando-o livre para caçar os incríveis monstros do mundo em seus belos ambientes, sem se preocupar com os detalhes.

Os jogadores do PS4 Pro e Xbox One X tem um motivo a mais pra embarcarem nessa jornada pelo desconhecido. Ambos possuem opções gráficas adicionais. Você pode escolher priorizar imagens, taxa de quadros ou resolução, dependendo da sua preferência. Você pode escolher entre ter um ambiente mais exuberante, um desempenho mais estável ou os visuais mais nítidos.

A abertura de poucas horas de Monster Hunter: World, trás pequenos tutoriais que introduzem a área e a mecânica do jogo. A entrega de informação durante a primeira hora de gameplay é tão estimulante que quase se aprende por osmose. Obvio que muitas informações passarão despercebidas, dado a quantidade de coisas a compreender, mas você aprenderá ao longo do caminho, sem nenhuma dificuldade extrema.

É uma ótima oportunidade para os recém-chegados aprenderem por si mesmos. Para os especialistas, as informação ainda está disponível, mas só se torna essencial mais tarde, quando os monstros se tornam uma verdadeira ameaça e você deve se tornar mais estratégico em suas caças. Nesse momento, você ficará tão imerso no mundo de Monster Hunter, que utilizará de todo o conhecimento adquirido sem pensar, independentemente do seu nível de habilidade.

O combate é tão divertido e gratificante, que vai ser um dos pontos mais bem comentados daqui a alguns anos, dificilmente envelhecerá. O combate com cada monstro é variado, e cada batalha será diferente da última. Graças aos vibrantes ecossistemas do mundo, você nunca sabe exatamente o que está por vir. O combate é a jóia de toda a gameplay. Ao contrário de muitos outros RPG, o rank e nivelamento não está vinculado ao seu personagem. Em vez disso, você melhora matando mais monstros, saqueando suas carcaças. Isso, por sua vez, permite que você construa armas e armaduras mais fortes, melhorando a defesa e o ataque contra os animais maiores.

Ou seja, haverá momentos em que você encontrará monstros tão formidáveis, tão gigantescos que será impossível vencê-los. Então o mais sensato a se fazer é retornar para locais já explorados, continuar a caça contra inimigos menores para adquirir mais materiais e melhorar seu arsenal. E caso, mesmo com um inventário vasto, você sinta dificuldade em desafiar os tais monstros grandiosos, você pode se unir com outros três jogadores e trabalhar juntos, embora executar essa ação de união seja um pouco complicada às vezes.

VEREDITO:

Monster Hunter: World não segue um caminho diferente, ele mantém a fórmula que funcionou por muito tempo. O que ele faz é tornar a série mais convidativa. Uma integração quase perfeita entre sistemas de combate que antes eram incompreensíveis para os amadores. Desde que o título foi anunciado pela primeira vez no ano passado, ficou claro que a Capcom estava tentando algo mais elaborado que seu antecessor. E foi o que conseguiu.

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Análise | South Park: A Fenda que Abunda Força

O jogo lançado em 2014, South Park: The Stick of Truth foi o primeiro vislumbre de esperança para os fãs da série que clamavam por um conteúdo extra série, reunindo os criadores Trey Parker e Matt Stone que se associaram com os desenvolvedores de Fallout: New Vegas. Stick of Truth foi extremamente agradável, tanto em críticas quanto em vendas. Como um RPG, alguns acreditam que ele foi um pouco curto. Mas como experiência extra-série foi bem prazeroso.

Agora, três anos após o Stick of Truth, a Ubisoft finalmente consolidou suas estruturas em um jogo de South Park que é tão divertido como a série, South Park: The Fractured But Whole, em pt/br South Park: A Fenda que Abunda Força. A jogabilidade e o humor são misturados em igual medida, e o resultado é a mais verdadeira adaptação da série de comédia juvenil já produzida.

South Park: A Fenda que Abunda Força se distingue de seu antecessor de forma positiva, tudo que vimos antes agora é melhorado em quase todos os sentidos. Para iniciantes, é uma experiência mais polida, e aprender com os erros faz parte da gameplay, durante cutscene você tem que realizar quick time events, para avançar, mas nada que atrapalhasse seu progresso, caso não consiga realizar a ação rápida, você será redirecionado para o ponto de salvamento mais próximo.

A história também é melhorada desta vez. Enquanto as coisas começam devagar, o jogo aumenta e se torna um mistério intrigante com o retorno de um dos melhores vilões da série. Também é mais coerente e fundamentado do que Stick of Truth. O nivelamento é agora mais espontâneo, permitindo misturar e combinar poderes de várias classes de heróis. E, uma vez que todos esses poderes estão ligados ao DNA do seu personagem, você pode se vestir como preferir.

O Combate também foi expandido a partir de um simples sistema parecido com Paper Mario (2000), e os clássicos Final Fantasy  baseado em turnos mais robustos, onde o posicionamento e o tempo são importantes, e uma maior variedade de inimigos traz um pouco mais de desafios. Um inimigo do tipo suporte pode proteger seus inimigos de danos físicos, deixando você confiar na sua capacidade de machucá-los e adicionar efeitos de status como Sangrar e Queimar. É muito mais dinâmico e agradável, já que você não pode simplesmente aguardar uma ação para contra-atacar e vencer, mesmo quando você se tornar poderoso.

Você ainda pode convocar aliados poderosos como no jogo anterior, e suas apresentações são ainda mais absurdas do que antes. Um stripper pode ser usado para dirigir um carro, ou Moisés pode ser chamado para curar todos os aliados feridos. Ou Gerald, que se espalha no mijo de gato em uma referência ao episódio de South ParkMajor Boobage“.

As brigas contra os Boss são uma alegria particular, com cada um focando em um clímax para um grande ponto da trama enquanto joga fora algumas coisas chatas do combate habitual. Você não pode contornar ou evitar o Boss, isso significa que é um “jogo nos trilhos” onde você deve lidar efetivamente com os adversários, os jogadores precisam se concentrar no Boss, enquanto os minions adicionais são constantemente gerados, enquanto o sistema de timer é usado para introduzir riscos ambientais e restringir o movimento. O combate padrão é igualmente divertido e variado do que os de Stick of Truth à foco no posicionamento, mas as batalhas contra Boss mostram o quão versáteis e criativas foram as equipes de desenvolvimento desta vez. Enquanto isso, pouco mudou na cidade de South Park.

Apesar do mapa relativamente pequeno em South Park: A Fenda que Abunda Força, há momentos em que sentimos que há muito para fazer ou acompanhar em qualquer lugar do mapa. Por exemplo, as corporações não são apenas uma referência em si mesmas para a temporada 20, mas também dizem coisas relacionadas aos episódios passados, ao jogo anterior e à cultura em geral.

Como isto é um South Park, deve ser óbvio que… teremos cenas e diálogos não muito aceitos por alguns, devemos dizer que a marca de humor “único” é obrigada a enrolar algumas partes. De política à identidade de gênero, a cultura da retórica de direita, aparentemente todos são batidos de frente por Matt Stone e Trey Parker em diferentes graus. Em seu momento mais desconfortável, uma luta de chefe apresenta um pedófilo atacando as crianças de uma maneira que alude ao sexo oral forçado. Clássica quebra de conceitos morais que quem assiste a série já está acostumado.

Dito isto, parece que há menos ênfase no humor grosseiro, mas não deixando de ser ofensivo ao máximo possível, e mais brincadeiras para servir a história ou para fazer um ponto de ligação entre série e jogo.

PC Principal ensina você a reconhecer micro agressões e, literalmente, o chama de “guerreiro da justiça social”, mas não há como negar que suas dicas sejam acessíveis – sempre que um inimigo diz algo degradante ou menosprezado para um determinado grupo demográfico, você tem uma chance de ataque. Estes não são o tipo de piadas para fazer você realmente dar a sua vida, mas eles são muitas vezes mais profundos e inteligentes do que você pensa.

VEREDITO:

South Park: A Fenda que Abunda Força equilibra um amplo grupo de fãs com jogabilidade que está em seus próprios méritos e uma história atraente. Entretanto, caso você não seja um fã, o jogo não fará você se tornar um, mas é difícil imaginar uma adaptação melhor realizada do esta. Um incrível extra para a série, e uma boa adição ao universo de South Park.

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Análise | Marvel vs. Capcom: Infinite

Marvel vs. Capcom: Infinite foi escolhido para dar o ponta pé inicial a franquia de luta mais caótica, na geração atual dos consoles e PCs.

Seria compreensível que depois do sucesso de Street Fighter V, a Capcom trazer uma novidade e uma melhoria na franquia Marvel vs. Capcom. A companhia japonesa tentou capitalizar seus investimentos apoiados no enorme sucesso que os filmes da Marvel (MCU) estão tendo nos cinemas, mas acabou deixando de lado pontos cruciais que todos admiravam nos jogos anteriores da série.

Marvel vs. Capcom: Infinite é visivelmente mais lento e menos frenético do que seus antecessores. Durante o combate você nota claramente um andar pouco ágil que se contrapõe com os movimentos de ataques e combos ultravelozes. Você não vai arremessar inimigos no ar, persegui-los, bater neles enquanto estão no chão, ao mesmo tempo que troca de personagem para em seguida, continua a investida, como você fazia em Marvel vs Capcom 3. Você poderá chamar seus aliados para dar assistenciais em ataques, mas as lutas em Infinite são mais fundamentadas, e o jogo se caracteriza como um clássico 1×1 em alguns momentos, se diferenciando muito das batalhas caóticas dos antigos jogos da franquia. Isso não é necessariamente uma coisa ruim, mas também não é o que os fãs esperaram.

As Jóias do Infinito são a grande novidade da jogabilidade. Antes de cada combate você tem a opção de escolher uma das seis Jóias do Infinito. Cada uma delas possui dois efeitos diferentes, o Infinity Surge e o Infinity Storm. O Infinity Surge pode ser usado a qualquer momento, enquanto o Infinity Storm está dependente da barra de ativação e só pode ser usado quando essa barra estiver com a carga em 50%. As Pedras têm vários efeitos, como aumentar o carregamento do super ataque, ressuscitar companheiros, aumentar a velocidade de deslocação ou até prender o adversário numa área restrita. Tudo isso ajuda na mecânica da batalha, já que com essas variantes mesmo com uma equipe formada pelos mesmos personagens, o jogador não ficará preso aos mesmos combos e poderá minar o adversário.

Além dessa nova variante na jogabilidade, Marvel vs Capcom: Infinite também apresenta uma série de movimentos básicos de combate escaláveis, aqui a depender da sua estratégia de luta, você pode optar por Soco Fraco, Soco Moderado, e Soco Forte, além de Chute Fraco, Chute Médio e Chute Forte, todas essas variações para auxiliar em seus combos. Na verdade, vários combos são universais em toda a lista de personagens, justamente pelo fato de que não é tão fácil no Infinite tirar os movimentos legais e específicos do personagem no meio da batalha, como era nos jogos anteriores, e isso faz com que os lutadores, infelizmente, não demonstrem tanta emoção ao realizar certas ações in game.

Embora os botões de golpes não variem muito de lutador para lutador, a tática varia bastante. Não há dois personagens “iguais”. Se você está jogando como o pequeno Rocket Raccoon ou com Hulk, você sentirá a diferença imediatamente. E, claro, isso vai mudar a maneira como você joga. Você não pode apenas apressar um oponente e tentar derruba-lo com um personagem lento e pesado como Thanos, e optar por uma Jóias do Infinito para compensar o seu curto alcance, ou utilizar um personagem ágil como o Strider que não tem ataques tão efetivos.

O problema que incomoda em Marvel vs Capcom: Infinite é exatamente o que ele propõe. O jogo com um título que mistura dois universos acaba deixando o crossover extremamente raso. O que acaba influenciando no modo história.

A história é útil, mas falta um senso de drama ou gravidade. Ele também dá aos personagens da Marvel um tratamento da estrela enquanto rejeitam os heróis da Capcom deixando-os como simples sidekicks; ajudantes. Quase todas as ações são conduzidas ou decididas por um personagem da Marvel, como o Capitão América ou o Homem de Ferro, enquanto alguem da Capcom fará pouco mais do que animar seus companheiros de equipe. Jedah da franquia Darkstalkers é uma das exceções agradáveis, pois ele interpreta um dos principais antagonistas do jogo.

A escolha de personagens é outro aspecto criticável. É compreensível o fato de não haver nenhum X-Men por aqui, é uma disputa por popularidade que está além dos games, nos cinemas, a Marvel muito mais interessada em promover os personagens do seu estúdio, do que os X-Men, o Quarteto Fantástico e Deadpool que estão com os direitos de produção nas mãos da FOX. Do lado a Capcom decidiu excluir personagens como Wesker, Akuma, Trish e Viewtiful Joe, e optar por incluir Arthur e Spencer parece um pouco sem sentido.

O visual dos personagens não são atraentes, se assemelham ao que vimos na demo que foi lançado no início deste ano, apenas Chun Li recebeu uma atualização no visual. Aqueles que usam armaduras ou roupas de corpo inteiro parecem mais os robôs de Ultron do que humanos, enquanto os que possuem a pele a mostra se parecem com cascas sem alma. As texturas e sombras realistas, combinadas com cores e ambientes altamente saturados, acaba deixando a visão um pouco desconfortável. É menos incômodo no meio de uma briga, uma vez que os lutadores contrastam bem com os estágios do jogo, mas a introdução e as cenas de vitória acabam dando pesadelos em vez de euforia pela conquista.

Marvel vs Capcom: Infinite é um jogo bem construído, mecanicamente incrível. Em nenhum momento ele é desleixado quando falamos de jogabilidade nem se quer impreciso, mas é só isso. Nada de um jogo de outro mundo, pouco emocionante. Há uma falta de delicadeza com a apresentação dos personagens, e em relação a direção artística por trás do cel-shaded e o tom supersaturado do game.

Em seu gênero, Infinite é perfeitamente adequado, mesmo divergindo significativamente da fórmula estabelecida pela franquia. Tem núcleo sólido de ideias, e as Jóias do Infinito fazem as lutas serem bem mais técnicas, do que simplesmente apertar botões freneticamente. Se ao menos não precisasse atender às expectativas estabelecidas por seus excelentes antecessores Marvel vs Capcom: Infinite seria o melhor.

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Análise | Destiny 2

Se você espera que Destiny 2 seja um jogo parecido com o primeiro, você está redondamente enganado, mas é quase impossível afirmar isso sem jogar. Em um olhar superficial, tudo parece ser o mesmo, embora com um detalhe e uma vitalidade um pouco melhores. Missões de campanha, combate, planetas de mundo aberto, eventos, e PvP.

A filosofia e individualidade radicalmente novas de Destiny 2 são apresentadas para o jogador pela primeira vez durante a campanha principal. Onde, no primeiro jogo, tivemos as melhores cenas e combates, dentro de um sistema organizado lindamente e deliciosamente maleável, porém aqui, esse material é apenas o núcleo de algo muito maior. O que temos na campanha de Destiny 2 é quase incomparável, as sequências de lutas, os rastreamentos, tudo ligado de maneira espetacular a narrativa. O jogo ainda faz uso de cutscenes, é claro, à medida que corta um caminho através do mundo aberto multi-planeta de Destiny 2. Mas o que temos aqui também é uma campanha FPS digna de grandes jogos do estilo.

A campanha de Destiny 2 pode ser comparada como um grande jogo de Halo, basicamente. Enquanto esperávamos uma nova remessa de armas, com qualidades de armas de fogo dinâmicas, emergentes, exemplificadas no primeiro Destiny para tocar o verdadeiro terror, temos em Destiny 2, na verdade, uma sequela. Trazida para a vida vibrante através de muitas evoluções agressivas e atualizadas para tipos de inimigos, comportamentos de AI e design de armas cada vez mais imaginativo e de forma mais livre, o combate central de Destiny 2 é uma experiência constantemente surpreendente, exigente e emocionante, mesmo se você gastou mais de 800 horas com o primeiro jogo. Agora a campanha tem uma ambição muito maior, em todas as áreas, uma experiência fascinante e às vezes vertiginosa.

As últimas horas da campanha em particular revelam uma gloriosa antecipação do perigo.. Se você precisa de uma lembrança de pôr que a Bungie é um estúdio tão importante, a campanha do Destiny 2 lhe traz a resposta. Infelizmente não do jeito que gostaríamos, com as vantagens narrativas que o estúdio acumulou ao longo de três anos, Destiny 2, entrega uma história de imediatismo total com um fundo dramático momentâneo, capaz de eletrificar os fãs de longo prazo sem deixarem os recém-chegados fora da festa. Poderíamos ter uma melhor elaboração, mas o que temos em mãos não decepciona.

Mas, para deixar bem claro, este jogo é o caminho para um mundo mais amplo de Destiny. Temos aqui um mundo completamente mais humano, direto, confiável e imersivo do que nunca antes. Isto é Destiny evoluindo para algo novo, através de uma combinação de foco e dedicação, com uma expansão e construção consistentemente e simples.

O Universo Destiny é algo fora do comum, como se agora todas as locações fossem um lugar real, que vive, respira e importa. Novos jogadores encontrarão um universo fantástico para explorar. Para os Guardiões mais velhos, a evolução será uma experiência inicialmente estranha, mas uma aventura digna de Destiny.

Destiny 2 é um jogo tão vasto que seus componentes individuais deveriam ser uma pequena bagunça, entretanto, o triunfo do Destiny 2 vem do fato de serem muito bem organizadas. Enquanto a campanha é focalizada em apresentar a realidade do jogo com admiração, ele rapidamente derrete e dissemina sua influência em todo o mundo aberto. Densa com uma série não linear de missões e histórias spin-off e, posteriormente, quests de vários estágios, o mundo que Destiny 2 constrói em torno de sua campanha realmente oferece o sonho de um projeto desenvolvido, como um híbrido de RPG / FPS.

Apesar de se espalhar por quatro planetas menores e autônomos, em vez de um mapa vasto, a riqueza do mundo de Destiny 2 combina as opções e a liberdade de exploração de um Far Cry com a estrutura de sidequests, de forma livre junto a uma narrativa no estilo Witcher . Mas tão bom quanto a amplitude e a profundidade do mundo é o seu espírito, o que garante que suas experiências venham sem hierarquia. Destiny 2 tem um mundo de experiências muito diferentes, organicamente ligadas, e assegura que todas elas sejam recebidas pelo jogador de forma a agregar na gameplay, tanto em momentos imediatos como em jornadas de longo prazo.

A maneira como Destiny 2 revela seu propósito, é o produto de uma repensação transformadora. Construindo firmemente o mundo em torno de sua campanha, ele introduz em silêncio sua maior escala e possibilidades para novos jogadores e antigos, enquanto mantém indicações sérias de um jogo RPG de longo prazo até o final da campanha. Todas as coisas de grande imagem e as muitas formas diferentes de abordá-lo, Destiny 2 se sai bem, colocando cada elemento em uma narrativa lógica fora de disparar e garantindo que ele só aparece no momento exato em que o jogador está pronto para abraçá-lo.

VEREDITO:

O que temos em mãos não é Destiny. É algo novo. Algo maior, mais inteligente, mais rico e muito, muito melhor. É a ideia de Destiny evoluida e elevada em algo que nunca foi antes. Destiny está livre. É o destino realmente permitido viver. Como sempre afirmando que o priemiro jogo tinha potencial para crescer e melhorar. Desta vez, não há necessidade. Destiny 2 já é muito mais do que imaginamos que seria. Destiny 2 é o sonho do FPS-RPG com uma riqueza, um calor e uma benevolência mental que apenas sendo jogada poderá ser verdadeiramente entendida.

Destiny 2 está disponível para PlayStation 4, Xbox One, e Microsoft Windows.