Em live em sua página no Facebook na noite de hoje (03), o editor-chefe Júnior Fonseca anunciou o lançamento do NewPOP Club, o clube de vantagens da editora.
A campanha inicial será um teste com duração de três meses, e foi estruturada com base nos resultados de uma pesquisa com os leitores, realizada mais cedo este ano. Ela já está disponível no Catarse, e possui nove níveis de apoio, a partir de cinco reais (R$ 5,00) por mês.
Além de chances para ganhar brindes e vale-compras em um sorteio que ocorrerá em janeiro, os apoiadores poderão receber cupons de desconto mensais para a loja virtual da editora; chance de ter seu nome na lista de apoiadores da Editora; newsletters exclusivos e com antecedência; edições físicas de mangás e Light Novels; vantagens na loja parceira “Anime Hunter” (que fica na Liberdade, em São Paulo); acesso a um grupo fechado no Facebook, onde ocorrerão lives exclusivas para apoiadores; e até mesmo ingressos para o Ressaca Friends, evento que ocorre no final do ano, em São Paulo.
A editora lembra que todo o dinheiro arrecadado no NewPOP Club, após cobrir os custos dos brindes, será usado para reimpressões de volumes esgotados e compra de licenças de novos títulos.
Após os três meses de teste, os apoiadores irão receber uma nova pesquisa, com o intuito de melhorar o clube de vantagens, quando for lançado em definitivo.
Caso esteja interessado em fazer parte do NewPOP Club, ou queira saber mais detalhes, você pode acessar o Catarse da Editora AQUI.
O mercado de quadrinhos brasileiro vem se consolidando cada vez mais nos últimos anos, principalmente quando pegamos a área independente do nicho, vemos que novos escritores e desenhistas surgiram com ótimos trabalhos. E suas publicações têm ido de vento e popa. O que é o caso do Daniel Sousa.
O Daniel Sousa é morador de Campinas/SP, é designer gráfico e ilustrador, e encarou o desafio de publicar suas HQS em 2018, quando lançou a hqs Entrespaço e O Bar do Pântano. Como um verdadeiro Homem-Polvo, ele fica em diversas frentes com os mais variados projetos: é o artista das webcomics Niilismo Apologético e Rascunho do Inferno, capista do zine do podcast Benzina, está em campanha no Catarse com Histórias para (NÃO) Dormir, esse ano ainda começam mais duas campanhas: Antologia VHS e Tachyon (que você pode conferir uma prévia no site Tapas), é presença confirmada no Artist Alley da CCXP 2019, fica de frente à loja virtual do Cavernna e ainda encontra tempo para ser paizão de quatro crianças. O homem não para, mesmo assim conseguimos trocar uma ideia com ele para o Dá o Papo Comics:
1 – A campanha no Catarse de Histórias para (NÃO) Dormir é um sucesso (até aqui já estava com 98%). Como surgiu a ideia e o convite para participar dessa antologia?
Daniel:O bacana desse projeto é justamente a vontade de quadrinistas iniciantes de enfiar as caras na produção de quadrinhos. A ideia veio de uma conversa entre o Lucas e o Rafael em um grupo de discussão, e em pouco tempo eles já tinham organizado tudo. A inspiração na obra do Lovecraft foi o ponto em comum entre os autores, e daí o projeto caminhou. Além disso, foram feitos alguns convites para pessoas que já tem um nome estabelecido nas hqs, como o Eric Peleias, Edson Bortolotte, Ede Galileu, e isso foi muito importante não só para ajudar a chamar a atenção do público, mas também para estimular os novos artistas. Essa vontade de colaborar só reforça o que costumo afirmar: Que a comunidade de quadrinistas independentes aqui no Brasil é muito unida. Eu fui convidado meio que em cima da hora para participar do projeto. O artista que inicialmente ilustraria o roteiro do Eric precisou se afastar do projeto, e foi nesse momento que eu fui convidado. Eu já conhecia o Lucas, e ele já havia me convidado anteriormente, mas eu não pude aceitar por estar envolvido em outros projetos, mas o segundo convite bateu certo com o meu cronograma, e eu fiquei feliz em conseguir colaborar.
Tenho ajudado também com a experiência que tive com minhas hqs no Catarse para ir arredondando as pontas da campanha, mas o mérito é todo deles, eu só faço o spam. Mas sim, alcançar praticamente os 100% da meta antes da metade da campanha é um feito bem bacana, e a intenção é continuar arrecadando para oferecer aos leitores ideias que ficaram inicialmente de fora por motivos de orçamento. Então quem está acompanhando o projeto pode esperar metas estendidas com algumas novidades, incluindo uma hq extra com um roteirista experiente e um quadrinista novo, mas espetacular! E pra quem ainda não apoiou, sugiro que dê uma passada na página da campanha no Catarse. Muita recompensa bacana, inclusive um pacotão de hqs anteriores dos artistas envolvidos e arte original.
2 – A história O Chamado de Deus é sua com o roteiro do Eric Peleias. Como foi essa dobradinha e o que pode adiantar da história?
Daniel: O roteiro do Eric é – e não podia ser diferente – excelente. Por se tratar de histórias curtas (7 páginas), espera-se pouco espaço de manobra para se contar uma boa história, e o Eric contornou isso com maestria. Sem abrir mão do horror e suspense, a trama é bem costurada e tem uma carga dramática que dificilmente alguém conseguiria desenvolver em uma narrativa curta como esta.
Tanto o Eric quanto eu estamos em cronogramas individuais apertados, e eu ataquei o roteiro já finalizado. Mas justamente pela qualidade das direções do Eric no roteiro, pude ilustrar as páginas de uma vez só. Mantivemos nossa comunicação mas tudo foi resolvido sem muitas intervenções de um lado ou de outro, e fiquei contente com o resultado. E mais importante para mim, o Eric também.
Sobre a história em si, sem entregar os spoilers, se passa em um hospital psiquiátrico e tem como ponto central os limites entre a loucura e a sanidade – tema sempre presente na produção de Lovecraft. Dizer mais do que isso já é entregar a história.
3 – A gente vê uma galera seguindo muito na vibe de H.P. Lovecraft. O quadrinho nacional bebe muito dessa fonte, o que é natural, pois Lovecraft foi um gênio sem sombra de dúvidas. Quando surgiu a ideia de Histórias para (NÃO) Dormir, rolou algum receio do tipo: “ah mais uma HQ sobre isso” ou se tornou um desafio de fazer algo diferente do que já tinha sido apresentado?
Daniel: Sem dúvidas, a obra do Lovecraft é um tema que sempre foi muito explorado pelos autores de horror e suspense. Com a maioria de suas obras passando para domínio público essa produção só aumentou, e isso tem seus lados bons e ruins. Se por um lado pode parecer um atalho rápido para se produzir material de horror, por outro é um bom ponto de partida e sempre um porto seguro. O fato é que a produção de ficção costuma passar por fases: vampiros, zumbis, worldbuilding medieval, cyberpunk… Acho que o que vale é o mérito do autor em desenvolver uma boa história e tentar se destacar no meio de tantas publicações.
Além disso, é um conteúdo que tem seu público cativo. Se não houvesse saída para esse tipo de material, certamente não veríamos tantas publicações do gênero. Então a questão não é se perguntar “ok, vou fazer mais uma hq sobre esse tema?”, e sim “ok, como posso contar uma história bacana sem cair no lugar comum?”. E sob essa ótica, eu acredito que tivemos sucesso.
4 – O Catarse é uma baita plataforma para artistas independentes e até editoras. E ultimamente temos visto muitas campanhas, principalmente de julho para cá. Como agir para uma campanha não “canibalizar” outra?
Daniel: Antes de mais nada é preciso ressaltar que eu sou cria justamente dessa geração do crowdfunding, hahaha. Da publicação de Entrespaço no ano passado até o final deste ano terei participado de pelo menos 6 campanhas, então esse é o único caminho que utilizei para conseguir publicar minhas hqs.
Eu vejo o financiamento coletivo como um grande marketplace para quadrinistas independentes. Conheci o trabalho de muita gente ao navegar pelas campanhas em andamento, da mesma maneira que há 20 ou 30 anos eu folheava títulos em bancas em busca de algo para ler, e sei que muitos dos meus apoiadores chegaram até meus títulos dessa mesma maneira. Então eu simplesmente não tenho como achar ruim que haja cada vez mais títulos disputando apoio. Isso é sinal que há cada vez mais gente com possibilidade real de ter seu trabalho publicado. O aumento no número de projetos no segundo semestre é algo natural. A CCXP acontece em Dezembro, e é o evento mais visado pelos quadrinistas, então uma concentração de novos projetos nesse período é inevitável já que o processo de seleção prioriza artistas que tenham algo de novo para o evento. Este ano, especificamente, não tivemos o FIQ ou a Bienal de Curitiba para dar vazão a lançamentos ainda no primeiro semestre, então isso influenciou ainda mais. Talvez não seja o ideal, mas estamos longe de estar em uma situação complicada. Ano passado financiei a publicação de duas hqs, uma no primeiro e outra no segundo semestre. A quantidade de apoiadores foi praticamente a mesma. Então eu não quero apresentar uma solução definitiva para essa situação, mas talvez a questão não seja a do autor disputar um possível apoiador com outros autores, e sim pensar em como trazer novos leitores para esse mercado, independente se a campanha acontece em Maio ou em Setembro.
Mas claro, existem outras soluções. O apoio recorrente é uma delas, e nos últimos meses tenho estudado e me preparado para utilizar essa variação de financiamento coletivo como maneira de disponibilizar meus títulos. Gostaria de já estar com isso no ar, mas ficará para o ano que vem.
Mas esse é um daqueles problemas que eu fico feliz em ter para resolver, hahaha. Pior seria se não houvesse esse tipo de plataforma e a produção precisasse ser bancada inteiramente do próprio bolso. Aí sim estaríamos ferrados, pois a quantidade de gente publicando de maneira independente é cada vez maior, e o alcance seria infinitamente menor. O crowdfunding é mais do que uma vaquinha para você bancar sua publicação. É uma ferramenta que cria todo um mercado de leitores. Vale a máxima: em tempos de crise, tem gente que chora e tem gente que vende lenço.
5 – Entrespaço foi a sua estreia nos quadrinhos. Ela tem um peso particular de um momento de sua vida. Já foi lançada até em inglês, sendo bem elogiada por várias pessoas. Como você vê Entrespaço ainda? Ela chegou onde você queria ou ainda pode alcançar voos maiores?
Daniel: Eu tento não olhar muito para ela hahaha. Sim, tive um retorno muito legal por parte do público com essa hq, e isso me deixa feliz porque o texto é bem pessoal, a metáfora do astronauta é meio que o meu manifesto em forma de quadrinhos.
Artisticamente falando? Foi meu primeiro trabalho em arte sequencial, e se por um lado eu gostei do resultado estético, do outro a narrativa visual me incomoda. E o meu traço estava bem cru nesse trabalho. Tenho consciência que evoluí de lá para cá, mas ainda preciso melhorar bastante alguns aspectos do meu desenho.
Para um primeiro trabalho, acho que ela chegou inclusive mais longe do que eu imaginava. O lançamento no FIQ 2018 foi excelente – foi meu primeiro evento, lançando minha primeira hq – e até hoje encontro leitores que me puxam de lado para contar o quanto se identificaram com a publicação.
Hoje estou com a tiragem dessa hq quase esgotada (espero que sobrem algumas edições para a CCXP19), mas ela está disponível em formato digital na Comixology em inglês (como Interspatial) e português.
6 – Você está presente na Antologia VHS, que reúne uma galera muito boa e está sendo bem aguardada. O que poderia adiantar sobre VHS e sobre a sua história?
Daniel: Cara, poder participar da VHS com esse tanto de gente boa é uma honra pra mim. Para quem não conhece o projeto, é uma coletânea com quase 300 páginas de quadrinhos, organizada pelo Rodrigo Ramos e pelo Fernando Barone e a ideia é homenagear a trasheira dos filmes de terror da década de 80.
A dupla conseguiu juntar uma equipe de primeira pra essa publicação, e eu fiquei chocado quando soube que iria ilustrar um roteiro do demente Victor Freundt, do qual sou fã incondicional. Aliás, eu estou verdadeiramente preocupado com o resultado dessa hq. O roteiro do Victor pega não em só uma, mas em pelo menos uma dúzia de feridas diferentes, e tem um desfecho monstruoso. Estou seriamente considerando contratar um guarda-costas com o resultado das vendas hahaha.
Falando sério, tem sido uma experiência muito boa trabalhar com o Victor nesse projeto. Em Entrespaço eu escrevi e desenhei uma hq. Com O Bar do Pântano e Histórias para Não Dormir, tive a oportunidade de trabalhar com roteiristas, o Tazzo e o Peleias, e foi um aprendizado pela dinâmica nova. Com o Victor, a diferença é que ele também é um ilustrador, e a dinâmica muda novamente no vai e vem das páginas. O aprendizado tem sido incrível.
7 – No final do ano passado, você e o Felipe Tazzo lançaram o Bar do Pântano. Quando voltaremos a visitar o bar no inferno?
Daniel: Este ano o Bar do Pântano foi indicado, para nossa surpresa, como um dos melhores lançamentos independentes de 2018 do Troféu Angelo Agostini, e não dá pra deixar isso passar em branco. Não levamos o prêmio, e esperamos novamente não levar em 2021, mas para isso precisamos publicar o próximo volume em 2020. Então SIM, veremos mais material. Os compromissos com as duas coletâneas e os dois títulos solo que eu me comprometi a lançar este ano acabaram adiando um pouco os planos, mas não confirmo e não nego que 2020 possa trazer uma surpresa ou outra. Desde que começamos a pensar nessa hq o Tazzo aproveitou para elaborar todo um universo que pudéssemos ter de base para futuras histórias, e foi nesse vai e vem de conversas pelo WhatsApp e um ou outro encontro movido à base de cerveja que a segunda história presente na revista surgiu.
Então o que temos é um monte de regras, situações, personagens e possíveis acontecimentos que estão fermentando em algum lugar obscuro de nossas mentes, e que em breve serão organizados para um próximo volume do Rascunho do Inferno, que é como carinhosamente decidimos chamar esse universo que criamos.
8 – E aquele papo de animação do Bar do Pântano que surgiu no Twitter?
Daniel: Pois é, temos uma animação em andamento! O Tazzo é um cara ambicioso e eu sou um mosca morta. Pense em Pinky e Cérebro. Os planos para esse universo não estão limitados unicamente às hqs, e isso é algo que o Tazzo tem em mente desde que começamos a conversar sobre esse projeto. A ideia sempre foi expandir isso para webcomics, podcasts, animação, literatura e qualquer outra mídia que a gente puder perverter o suficiente.
No caso específico da animação, no momento não estou tão envolvido com o processo quanto gostaria de estar. O roteiro gira em torno da primeira história da revista, e o Tazzo tem contado com a ajuda do incrível Daniel Ete, também conhecido como baixista do Muzzarelas, para desenvolver a parte visual da coisa. Mas é um processo demorado, e assim que os compromissos com essa pilha de quadrinhos que estou envolvido terminar, volto para dar uma força na animação (e nas outras frentes desse plano). Mas o que tenho visto de todo o processo já está deixando bem claro que vai ser algo insano.
9 – Recentemente, você publicou no Tapas, Tachyon – prologo. Com a descrição de ser uma “hq semi-biográfica que pode ou não conter elementos de verdade”. A HQ ainda vai entrar em campanha no Catarse, mas poderia adiantar alguma coisa sobre Tachyon?
Daniel: Tachyon é uma mistureba de autobiografia, misticismo, vidas passadas, referências artísticas que eu preciso colocar para fora do meu sistema e mais um monte de ideias malucas. Eu passo boa parte do meu tempo acordado absorvendo informações, seja através de notícias, conversa, terapia, twitter, o meu vizinho maluco que insiste em bater boca com o meu cachorro (spoiler: ele ainda não conseguiu ganhar uma discussão)… tem muita merda acontecendo nesse mundo e é um desperdício isso não ser aproveitado em uma boa história. A trama, no final das contas, é uma espécie de exorcismo pessoal. Não no sentido clássico – eu não escrevo terror – mas no sentido de resolver pontas soltas da minha vida, colocar isso em pratos limpos e poder seguir em frente. Então o que você vai ler, não cronologicamente, é uma história de nascimento e morte. Enquanto Entrespaço foi uma espécie de foda-se para interferências externas em minha vida, em Tachyon eu mando o mesmo foda-se para as interferências internas, ou seja, é hora de crescer e entender o quanto você mesmo é responsável pelas suas derrotas e suas vitórias. Mas se você me conhece, sabe que eu não vou fazer isso de uma maneira linear ou, sei lá, didática.
Acredito que seja um trabalho que vai atender aos leitores de Entrespaço, que pedem por mais material nessa linha, mas que ao mesmo tempo tem uma proposta diferente o suficiente para não parecer mais do mesmo. E sim, eu sei que não falei quase nada. É surpresa. Leiam o prólogo e partam do princípio que aquilo é só o comecinho.
10 – Você tem histórias autobiográficas, terror, “horror-fantástico-maluco” como Bar do Pântano… qual seria um tema ou gênero que você gostaria de abordar diferente desses? Algo mais político ou mais “faroeste”, futurista…
Daniel: Alguns temas eu prefiro trabalhar com um roteirista. Terror é um deles. Eu não me vejo escrevendo terror em um futuro próximo, acredito que ainda não consegui pegar o jeito para esse tipo de narrativa. Por isso, os meus 3 últimos trabalhos, que são nessa linha, contam com o roteiro de outras pessoas (e posso dizer que pelo menos mais um está nos planos para o ano que vem, já que fui pego de surpresa com um convite bem bacana). Se formos falar de quadrinhos que eu escrevo, aí sim tenho minhas predileções. Futurista, posso dizer que com certeza sim. Política? Claro, mas não no sentido panfletário. É preciso lembrar que política não é (ou não deveria ser) o jogo de poder que vemos em Brasília, mas sim defender ideais que contribuam para a sociedade. E isso pode ser feito tanto através de alegorias quanto numa abordagem mais direta. No final do dia, o que importa é você se sentir à vontade para escrever sobre o assunto.
11 – Eu acredito que estamos vivendo um momento muito bom nos quadrinhos nacionais. Diversos artistas talentosos, uma galera boa se abraçando para divulgação, até mesmo os chamados “grandes sites” têm olhado diferente para o movimento. Mas, uma vez o Aléssio Esteves me falou, e concordo com ele, que não seria uma Era de Ouro essa atual. Porque já tínhamos uma galera trampando antes, e trampando muito bem. O que você acha desse momento? É o momento certo para fazer quadrinhos no Brasil, que se tornará mais duradouro, ou é apenas uma fase que tem uma galera “surfando”?
Daniel: Cara, o momento atual é muito bacana. Minha carreira como quadrinista é recente, mas eu acompanho o cenário nacional a tempos, e a coisa só tem embalado. Mas eu concordo com vocês. Definitivamente estamos colhendo os frutos desse pessoal que praticamente pavimentou na marra o caminho para as hqs independentes. Hoje temos ferramentas de financiamento coletivo que não existiam a 10 anos, e isso facilita imensamente o processo de publicação. Redes sociais, grupos de discussão, tudo isso ajuda muito não apenas para mostrar o seu trabalho, mas também para se relacionar com outros quadrinistas e com o público. Tive muitos apoiadores nos dois extremos do país, um alcance que eu jamais teria se não fosse por essa facilidade. Mas todo o mérito é desse pessoal que está fazendo quadrinhos desde antes dessas ferramentas estarem disponíveis para a maioria do público. Esses sim são os verdadeiros heróis.
A Editora Draco está completando dez anos e com uma baita história de sucesso junto com ela. Sempre investindo em produtos inéditos e nacionais, a Draco já arrebata prêmios, grandes publicações, aborda um tom crítico (e necessário) e uma legião de fãs.
Esse ano, a Draco caiu de vez no mundo do Catarse. Em uma cruzada de praticamente uma campanha por mês, e todas elas bem sucedidas, a editora vem publicando grandes obras em diversos temas e gêneros. Batemos um papo com Raphael Fernandes, editor da Draco, já foi editor da MAD no Brasil, roteirista e um dos grandes “operários” do quadrinho nacional. Falamos sobre Catarse, sobre a Draco e sobre projetos futuros. Da editora e pessoal.
1 – Rapha, a Draco já andou por terrenos do Catarse no passado, mas em 2019 caiu de vez nessa estrada do financiamento coletivo. A campanha dupla de Cabra D’Água e a Peleja Contra os Gigantes e Opticus – Intervenções é a quinta do ano, como surgiu essa ideia de abraçar de vez a plataforma?
Raphael:Nosso principal objetivo como editora é alcançar o maior número de leitores com nossas histórias originais. Por isso, nós estamos nas grandes livrarias, na Amazon e em muitas das feiras de literatura, quadrinhos e cultura pop. Sentíamos que uma grande parcela do nosso público estava consumindo apenas nas plataformas de financiamento coletivo. Também percebemos que não é só uma questão de venda, mas de um conjunto de ações que apresentam o projeto da melhor maneira possível: vídeos, imagens, releases, muitas postagens etc. Tudo isso, ajuda a chegar em um número ainda maior de leitores. O financiamento coletivo é um caminho inevitável e o Catarse tem sido um grande parceiro.
2 – Quando se fala de Catarse, a gente sabe que é um “risco” que se corre. Do tipo se a campanha não for bem, se não chegar no planejado mesmo. Por exemplo, sabemos que o 100% é o top. Mas sabemos que podemos passar dessa marcar e ficar melhor ainda. Existe esse “receio” de não chegar? E se não chegar (vamos bater na madeira três vezes) tem um planejamento “coringa” para isso? Tipo uma reserva para completar a verba da campanha, ou algo assim?
Raphael:Depende muito, Ricardo! A real é que se o projeto não alcançar nem 50%, não faz sentido completar a grana. O Catarse nos ajuda a lançar as publicações com redução de riscos e também já com um número bacana de leitores de saída. Nós estamos no meio de uma crise editorial que deixou todas as editoras com problemas de caixa, as campanhas têm nos ajudado a sair dessa situação e conquistar novos leitores.
3 – Na Draco, vocês já estão bem carimbados na plataforma do Catarse, mesmo assim quando a campanha começa deve rolar aquele frio na barriga, do tipo “será que é esse o projeto correto para lançar agora?”. Como ocorre as escolhas dos projetos para irem nas campanhas?
Raphael:Para falar a verdade, quanto mais a gente faz, menos óbvio fica a produção e a escolha de um projeto. Por exemplo, nós tivemos relativa facilidade em arrecadar a meta mínima com as quatro primeiras obras, mas nessa campanha recente percebemos que não está tão fácil. A escolha das obras está relacionada com uma mistura de sua relevância cultural com o potencial de público da mesma. O frio na barriga vai do começo ao fim, acredite!
4 – Até agora, qual foi o projeto mais “tranquilo” que teve e o mais “tenebroso”?
Raphael:Eu ia dizer “Cyberpunk – Relatos recuperados de futuros proibidos”, mas só conseguimos bater as metas extras nos dois últimos dias. Para falar a verdade, nenhum deles foi tranquilo. Estamos seguindo um modelo muito próprio de campanha: 20 dias apenas, meta inicial baixa e o máximo de divulgação e buzz possível. Reduz o tempo do meio da campanha, mas torna todos os dias relevantes, não há descanso.
5 – Indo para Cabra D’Água e a Peleja Contra os Gigantes e Opticus – Intervenções… fale um pouco desses projetos, de como foi reunir o Airton e o Zanetic e o estalo de fazer um gibi de herói brazuca.
Raphael:Esses projetos estão em andamento há alguns anos! Trabalhamos com esses autores em diversas coletâneas e percebemos que era hora de lançar HQs de fôlego de ambos. Porém, com a crise do mercado, as obras coloridas foram sendo adiadas. Até que com o sucesso das outras campanhas no Catarse, percebi que era hora de colocar esse material pra rodar. Como as HQs tem certa sinergia e dividem um mesmo tipo de público, além dos caras serem amigos, acreditamos que poderia ser muito bacana juntar em uma mesma proposta. Por enquanto, tem dado muito certo!
6 – Está virando uma “tradição” do segundo semestre, uma onda de projetos de quadrinhos no Catarse. E todos os tipos de gêneros, alguns muito bons, outros nem tantos… às vezes acho que os leitores ficam meio que perdido em tanta coisa boa para apoiar. Essa onda de projetos é benéfica, mesmo sabendo que muitas pessoas têm que escolher qual projeto apoiar por causa de grana?
Raphael:Acredito que a onda é benéfica, mas cada campanha tem que trazer novos leitores e também incentivar que apoiem outros artistas. Nós fazemos parte da Coesão Independente, grupo de editoras indie que trabalham em conjunto, e nós ajudamos muito. Sinto que falta uma união maior dos autores de quadrinhos, mas uma boa parcela já colabora muito com as campanhas. E não falo de dinheiro, mas de divulgar o trabalho um do outro. Menos retroalimentação e mais troca de leitores.
7 – Eu pergunto benéfica do tipo: o Catarse é a melhor solução, a melhor forma ou é a forma que temos para publicarmos o que queremos?
Raphael:Sem dúvida, o Catarse é uma ótima plataforma de financiamento de um projeto. No entanto, a Draco sempre atua em diversas frentes: grandes livrarias, Amazon, comic shops e o próprio site da editora. Essa é uma das melhores formas de publicar, mas tem que ter outras cartas na manga.
8 – Saindo um pouco do Catarse, quais são os planos para o futuro da Draco?
Raphael:Estamos completando dez anos e lançando o máximo de coisas para celebrar com nossos leitores! Ainda haverá muitas surpresas, mas estamos esperando tudo ficar pronto para ir anunciando. Há até a possibilidade de uma festa. A agenda está muito cheia com CCXP, Horror Expo e Bienal do Livro do Rio! Alguns spoilers: as gangues estarão de volta, o treinamento só começou, parecia fantasia mas não era, uma estreia dramática, um épico sobre a guerra.
9 – E os planos do Raphael Fernandes? Quem te acompanha nas redes sociais, sabe que assunto é o que não falta para você. Teremos novos roteiros? Alguma coisa, quem sabe (vou dar uma dica se possível) relacionada ao rock? E o Fuzz Tarot, volta à ativa quando?
Raphael:AHHAHA! Gosto de produzir, me faz uma pessoa mais feliz! Estou sempre escrevendo novas histórias e no momento tenho trabalhado em alguns dos projetos da Draco pra 2020. No entanto, existe uma possibilidade de lançar uma ou duas HQs longas novas esse ano. Vai depender de alguns fatores, mas acredito ser plenamente possível. Sobre o rock, tenho um projeto, mas vai ficar pro futuro. Já sobre o Fuzz Tarot, só voltar será em outra plataforma que não o Instagram. Porém, continuo lendo tarot pra galera!
A campanha dupla de Cabra D’Água e a Peleja Contra os Gigantes e Opticus – Intervenções, já se encontra com 66% da meta alcançada. Para saber mais detalhes como valores, recompensas e claro para apoiar, clique AQUI.
O escritor Eduardo Spohr, conhecido pelas suas participações no Nerdcast e por A Batalha do Apocalipse e Filhos do Éden – a Tetralogia Angélica, deu início hoje em sua campanha no Catarse para a produção de uma edição limitada onde os quatro livros vêm em capa dura dentro de um box. Confira o vídeo sobre o projeto:
”Escrito entre 2003 e 2005 pelo jornalista Eduardo Spohr, o romance A Batalha do Apocalipse: da Queda dos Anjos do Crepúsculo do Mundo foi publicado no ano de 2007 de forma totalmente independente, em parceria com o site Jovem Nerd. O livro, que conta a história de Ablon, um querubim expulso do céu por desafiar a tirania dos arcanjos, virou um sucesso entre o público nerd. Em 2010, Spohr assinou contrato com a editora Verus, um selo do Grupo Editorial Record, e A Batalha do Apocalipse ganhou as livrarias de todo o Brasil, tornando-se um best-seller instantâneo. Mais tarde, a obra seria publicada no exterior, em países como Turquia, Holanda e Alemanha.
Seguiram-se mais três volumes no mesmo universo fantástico: Filhos do Éden: Herdeiros de Atlântida, de 2011, que acompanha a trajetória de Kaira, um anjo do fogo; Filhos do Éden: Anjos da Morte, publicado em 2013, que tem como foco o personagem Denyel, um querubim que recebeu a incumbência de se infiltrar nos exércitos humanos; e Filhos do Éden: Paraíso Perdido, de 2015, que reune antigos e novos heróis na luta contra um inimigo comum: Metatron, o mais poderoso dos celestiais.
A Batalha do Apocalipse e os três Filhos do Éden foram carinhosamente apelidados pelos leitores de “Tetralogia Angélica”. Em 2016, a série ganhou uma enciclopédia visual – Filhos do Éden: Universo Expandido – ricamente desenhada pelo ilustrador Andrés Ramos e com regras compatíveis com jogos de RPG.
Finalmente agora, 12 anos após o início da saga, o Grupo Editorial Record e Eduardo Spohr lançam essa edição limitada, para você que deseja ter todos os exemplares em capa dura, com o seu nome impresso e eternizado nas páginas dessa aventura celeste.”
O projeto de lançar essa edição foi planejado em 2017 para comemorar os 10 anos de A Batalha do Apocalipse, entretanto devido ao alto custo de produção e distribuição, o GrupoRecord deixou a ideia de lado. Para tornar esse projeto possível, clique aqui e deixe sua colaboração.
O quadrinista brasileiro Walmir Orlandeli (Chico Bento – Arvorada, O Sinal, SIC, Grump) iniciou recentemente sua primeira campanha no Catarse objetivando viabilizar a impressão de O mundo de Yang: Rumo ao Sul, segundo volume da coleção de seu personagem. Confira detalhes abaixo!
“O mundo de Yang” é, em uma primeira leitura, uma aventura leve e muito bem-humorada. Porém, nas entrelinhas das ações hilárias do garoto Yang, ou dos aforismos tão confusos e profundos do mestre Loh, o leitor encontra metáforas e analogias que o levam para uma jornada de aprendizado e reflexão. A simbologia da cultura oriental serve de suporte para criar parte desse universo e alguns personagens que nele habitam. Cada elemento, personagem ou situação acaba sendo direcionada a um pensamento que leva o leitor à reflexão, acompanhando o garoto Yang em sua jornada de desenvolvimento.
“O Mundo de Yang” foi publicado pela primeira vez em 2015 no site www.omundodeyang.com.br em periodicidade semanal. A compilação dessa primeira fase resultou em um livro publicado de forma independente. Posteriormente, a editora SESI-SP se interessou pelo material e publicou nova edição com o mesmo conteúdo.
“O mundo de Yang – Rumo ao Sul” irá continuar essa história. Com essa publicação, em campanha no Catarse, o autor inicia uma nova fase para os personagens Yang e Loh – que agora se juntam a novos personagens, novas aventuras e novos aprendizados.
O livro terá formato 19 x 19 cm, 60 páginas e miolo em papel pólen bold 90. As histórias são fechadas e permitem que qualquer leitor (novato ou veterano) embarquem nessa jornada. Rumo ao Sul também terá uma galeria com desenhos de convidados especiais, e as recompensas são variadas.
Durante o FIQ – Festival Internacional de Quadrinhos do ano passado, um dos destaques foi o lançamento de DestiNation. A HQ que mistura gêneros como faroeste, cyberpunk e misticismo chamou atenção, contando a história de Jeff Van Cypher, um mercenário cibernético, que tem um passado misterioso, em sua árdua caçada à Don Juan, um cyberxamã que destruiu a sua família. A Torre de Vigilância fez a sua resenha sobre DestiNation, para saber mais clique AQUI.
Agora chegamos na tão sonhada e prometida continuação. Começou a campanha de financiamento coletivo no Catarse para DestiNation #2 (que em dois dias já está quase em 20%). Agora teremos um foco maior no antagonista Don Juan. A nova edição promete expandir o universo com novos elementos e personagens, coisa que ficamos com gostinho de “quero mais” depois no primeiro número. Serão três histórias, novamente com roteiros de Alessio Esteves (Zikas, Despacho, Na Quebrada) e arte de Lobo Loss ( O Mundo de The Witcher – Old Dragon), confira os títulos e as sinopses abaixo:
Pássaro Azul – Uma caçada a bandidos dá errado e Van Cypher vai precisar da ajuda de um índio hacker para escapar;
Pé na estrada – A caminho de um novo serviço, motoqueiros tentam roubar o combustível de Smut, a montaria de Van Cypher;
Na teia do Aranha – Um terrorista geneticamente modificado está atacando os trilhos da Kismet e Van Cypher é contratado para capturá-lo.
Para sabermos mais sobre DestiNation #2, batemos um papo com a dupla criadora, Alessio Esteves e Lobo Loss:
1- O que podemos esperar de DestiNation #2?
Lobo: Com certeza um aumento de escopo do que rolou no primeiro! Alessio: Exato. São mais personagens, mais cenários… O mundo da HQ cresce como um todo.
2- DestiNation é uma grande salada de estilos. Temos o cyberpunk, faroeste, misticismo… quais as principais influências para compor essa “salada”?
Alessio: Vish… Da minha parte, de cara, cito o Universo Marvel 2099 e Transmetropolitan. Mas não dá para não falar de Read Dead Redemption, com suas dezenas de personagens únicos com passado e motivações detalhadas. Quando falamos de misticismo, as várias abordagens mágicas presentes na HQ têm muito de Mago, a Ascensão e Carlos Castañeda. Lobo: Gosto muito de usar os enquadramentos de filmes de faroeste, fica bacana. Essa coisa de começar no close nos personagens e depois ir para o cenário. Mas no segundo volume tive a oportunidade de mostrar mais ambientes. O primeiro volume tem muitas histórias em locais fechados ou escuros. Agora temos florestas, cidades… Então tive que ver como misturar tudo isso na arte Alessio: Sem contar que tudo que a gente leu, viveu, meio que entra na HQ de um jeito ou de outro. Lobo: Aquelas coisas lá no fundo da mente que às vezes entram sem querer. Alessio: Tem Batman, tem Akira… Lobo: Nossa, quem gosta de Akira vai pirar lendo este volume!
3- Jeff Van Cypher é um personagem misterioso. Na primeira edição, alguns elementos do seu passado como sua esposa e filha foram levemente abordados. Teremos mais profundidade no passado dele em DestiNation #2?
Alessio: Ô se teremos, mas não rola falar mais por motivos de SPOILER. De qualquer maneira, estamos dando aos leitores as peças de um quebra-cabeça, que eles devem ir montando.
4- Já sabemos que teremos o antagonista Don Juan como um dos principais personagens desse segundo número de DestiNation. Quem seria esse vilão? O estilo dele se equiparia à quem?
Alessio: Mais que o principal vilão de DestiNation, queria reforçar que Don Juan é um antagonista, no sentido que ele é totalmente oposto ao Van Cypher em todos os aspectos. Lobo: Para mim é difícil comparar o Don Juan a alguém, porque não consigo pensar em ninguém parecido. Alessio: Verdade. O Van Cypher tem inspirações mais claras. Lobo: Ele é meio Hellboy, meio Jonah Hex. Já o Don Juan não tem. Acho que podemos bater no peito e segurar essa bronca. Alessio: Bora pro play!
5- O estilo de DestiNation é um dos pontos diferenciais da HQ. Os traços são lindos. Nas feiras vocês geralmente levam uma miniatura do Jeff Van Cypher. Existe algum planejamento para camisas ou mais miniaturas dessas para o futuro? Quem sabe até uma marca de bebida?
Alessio: Porra, nunca tinha pensado em marca de bebida! É uma boa! Lobo: Eu sonho em ter uma parada dessas! Alessio: Temos planos sim de camisetas e miniaturas, mas acreditamos que não é o momento ainda. Estamos focados em fazer a HQ. Lobo: Tem que firmar a marca, juntar um público. Aí, com isso firme no meio da galera, rola pensar em produtos derivados.
7- Alguns dos personagens secundários do primeiro volume irão retornar agora?
Alessio: Estamos explorando o universo de DestiNation e achamos que é cedo para isso, mas vocês poderão ver que pelo menos um deles está ativo no cenário
8-Teremos algumas referências com pessoas reais ou situações reais?
Alessio: O Don Juan é uma referência bem direta ao mestre do Carlos Castañeda em seus livros sobre xamanismo. E começa nesta edição uma brincadeira envolvendo uma gangue e… Bom, melhor deixar galera ler pra sacar!
9- Ambos são pessoas muito ativas no mercado do quadrinho nacional, como vocês enxergam esse momento? Vejo muita gente falando que estamos em uma espécie de “Era de Ouro”, por causa da quantidade de artistas e produtos de alta qualidade que estão sendo lançados (seja via Catarse ou via Editoras mesmo), concordam com isso?
Alessio: Não gosto de falar em “Era de Ouro”, pois parece que estamos desmerecendo todo mundo que veio antes de nós. Até porque algumas tiragens de décadas atrás são impraticáveis hoje. Lobo: O que rola hoje é que tem mais canais de divulgação, o que deixa o público mais próximo autor. Então o que rola hoje é muito mais visibilidade do material lançado, mais que quantidade e qualidade.
10- O Lobo é um exímio Mestre no RPG (segundo as boas e más línguas) e o Alessio também é um profundo jogador experiente. Qual a possibilidade de vermos DestiNation um dia como um RPG?
Alessio: Como alguém que mestra RPG desde os 12 anos, achei a citação à minha pessoa nesta pergunta ofensiva. Lobo: HAHAHAHAHAHA!! Mas a possibilidade é grande, muito grande. Alessio: Só estamos esperando a HQ ter mais volumes para o cenário estar mais estabelecido. Lobo: É muito mais fácil o cenário estar construído para montar o jogo, e evita spoilers.
11- Qual o próximo trabalho da dupla? Seja ele junto ou os individuais.
Alessio: Juntos, é DestiNation e só. Lobo: É um casamento muito bom, está dando certo, deixa como está. Alessio: Eu tô participando do VHS, uma coletânea independente de terror com pegada nos filmes de 1980 que entre em financiamento coletivo em breve, e mais dois projetos secretos, que não posso dar detalhes agora. Lobo: Da minha parte, é mais da área de RPG. Vai sair um Bestiário (não-oficial) de Witcher para Old Dragon, tá rolando o streaming semanal de Vampire Bloodlines que rola no canal da Ethernalys e teremos em breve novidades para o Vampiro, a Máscara 5ª Edição. Sigam Lobo Loss nas redes aí que falo tudo por lá.
DestiNation #2 terá formato americano, 48 páginas em papel couché de sépia com detalhes coloridos e capa cartonada. Para saber mais sobre a campanha, valores e recompensas clique AQUI.
A campanha no Catarse que dá início à pré-venda do segundo volume de Necron, ousada série do quadrinista italiano Magnus, já começou! Confira detalhes abaixo.
O segundo volume da coleção Magnus Necron começa do ponto onde terminou o volume 1, A Fabricante de Monstros. Necron 2: O Navio dos Leprosos traz mais uma aventura repleta de horror, humor e erotismo, em uma obra que faz paródia de Frankenstein, cheia de humor negro com uma protagonista ninfomaníaca necrófila que busca criar um ser para saciar seus desejos sexuais. E este ser é composto por cadáveres, obviamente!
O segundo volume é composto por 120 páginas encadernadas no formato original italiano, com miolo em papel offset preto e branco e capa cartão. A tiragem é limitada. Originalmente, Necron foi lançado no formato de livro de bolso, com dois quadros por página. Esse será o formato de toda a série Necron pela Tai Editora, que irá lançar todos os episódios ainda inéditos no Brasil.
Magnus é o pseudônimo de Roberto Raviola, um dos maiores artistas da nona arte na Itália e eternizado na história dos quadrinhos mundiais, famoso por séries como Alan Ford, Kriminal, Satanik, Lo Sconosciuto, I Briganti, La Campagnia Della Forca, Le femmine Incantate, Tex e, claro, Necron.
Com roteiro inicial de Ilaria Volpe, Magnus iniciou Necron em 1981 e, apesar de possuir apenas 14 episódios, foi muito bem-sucedido devido a sua originalidade. Suas histórias foram traduzidas para a França, Espanha, Estados Unidos e Brasil, ainda nos anos 80. Em 1993, Magnus chegou a estudar novos personagens para a retomada de Necron, mas esse projeto acabou nunca sendo realizado.
A campanha no Catarse pode ser acessada clicando aqui. O apoio mínimo para adquirir o segundo volume da coleção é de R$ 19,00. Entre as recompensas exclusivas do Catarse estão uma camiseta exclusiva e pôster, além do desconto para livreiros.
Está disponível atualmente no Catarse uma campanha para trazer ao Brasil o incrível jogo de miniaturas A Song of Ice & Fire, baseado na obra máxima de George R. R. Martin. A Conclave Editora já alcançou o dobro da meta a ser batida, e os detalhes você pode conferir abaixo!
A Song of Ice & Fire: Jogo de Miniaturas é um jogo competitivo de miniaturas para dois jogadores ou mais. Cada jogador controla uma das Grandes Casas de Westeros, comandando unidades de batalha, recrutando Heróis lendários e manipulando o cenário político, na tentativa de conseguir o maior de todos os prêmios: O Trono de Ferro. Apresentando a Casa Stark e a Casa Lannister, o Jogo Base vem com mais de 100 incríveis miniaturas pré-montadas que estão prontas para jogar assim que retiradas da caixa! Todas as novas esculturas são baseadas na arte original criada para o jogo pela equipe da CMON, sob a supervisão de George R.R. Martin e da Dark Sword Miniatures, para garantir que o jogo entregue exatamente o que os fãs vêm esperando por anos.
O Stark vs Lannister Jogo Base é a introdução perfeita para um novo jogo de miniaturas. Com regras acessíveis e simplificadas, desenvolvidas por Eric M. Lang e Michael Shinall, A Song of Ice and Fire: Jogo de Miniaturas traz 5 diferentes modos de jogo, construção de exércitos e opções de customização, alem de escolhas de comandantes e anexos.
O jogo é recomendado para maiores de 14 anos, podendo ser jogado com dois jogadores ou mais, e cada jogatina dura em média 60 minutos. A campanha descrita acima está sendo feita em conjunto com o Kickstarter americano, que ofertará recompensas exclusivas aos apoiadores (brasileiros e americanos).
O preço para adquirir o jogo base é R$ 699. Com R$ 1500,00 o apoiador também irá receber todas as recompensas exclusivas do Kickstarter, como miniaturas extras, um conjunto de florestas e um conjunto de fortificações, além do manual de luxo.
Também é possível obter o pacote com as miniaturas pintadas e diversos addons que acrescentarão novidades à caixa base. Para conferir a campanha em detalhes, clique aqui.
A mais nova publicação de um membro do coletivo QUAD Comics está em campanha de financiamento coletivo no Catarse. Trata-se de Anna Saito: Journalist Fighter, do quadrinista Diego Sanches. Confira detalhes abaixo!
Anna se tornou jornalista investigativa por buscar respostas sobre o que houve com seu pai. Jorge Saito foi um dos principais lutadores do país, mas sua rotina de treinos e viagens para competir em torneios não era exatamente compatível com uma vida em família. Para Anna, toda esta história de “vida de lutador” era só uma desculpa para o pai nunca encarar sua responsabilidade.
No aniversário de 18 anos de Anna, seu pai reaparece com um papo de que iria lutar sua última luta, a final do torneio Street Gladiators, e se aposentar em seguida para tentar recuperar o tempo perdido. Relutante, Anna decidiu dar esta última chance. No grande dia a luta é interrompida por um adversário misterioso que, após desferir um golpe devastador, desaparece junto com Saito.
Com organizadores que abrem portais para outras dimensões, ditadores de sociedades secretas, lagartos ninjas, etc. O mundo dos torneios de luta dão bastante trabalho para Anna Saito, que para resolver seus casos vai precisar utilizar uma habilidade que tenta esconder: a de lutadora.
O livro trará duas histórias publicadas originalmente no coletivo online (para webcomics) Tapas. O orçamento para a versão impressa (tiragem de mil exemplares) está estimado em R$ 12.000. Mais detalhes da campanha podem ser conferidos clicando aqui.
Diego Sanches, o autor, é designer (tendo trabalhado para a Revista Mundo Estranho e outras da Editora Abril) e um dos criadores do coletivo QUAD Comics, que conta com cinco volumes publicados e venceu um prêmio HQ Mix. Anna Saito é seu primeiro quadrinho fora do universo QUAD.
A recompensa para quem apoiar com R$ 15,00 é a HQ em arquivo PDF, e com uma colaboração de R$ 30,00 você recebe a edição impressa.
Lenora, mais nova campanha no Catarse da artista Juliana Fiorese, está rolando neste exato momento! Responsável pela bem-sucedida campanha de seu primeiro quadrinho, Clara Carcosa, Fiorese agora está adaptando um conto de Edgar Allan Poe. Confira detalhes abaixo!
‘Lenore’ é um poema de Edgar Allan Poe. Intitulado inicialmente como “A Paean“, só foi publicado como ‘Lenore’ à partir de 1843.
O poema mostra o sofrimento de um rapaz ao leito de morte de sua bela e amada que partiu tão jovem. Ele tenta, ao invés de lamentar sua partida, celebrar a ascensão de Lenora a um novo mundo.
Lenora é uma história em quadrinhos da autoria de Juliana Fiorese que adaptada o poema Lenore e, além disso, também vai trazer alguns extras como: o texto Em defesa de Lenora, escrito pelo tradutor Pedro Mohallem sobre como foi o processo de tradução do poema; ilustrações da primeira edição de Lenore (1843); o processo de criação da HQ e muito mais.
A campanha no Catarse já conta com 70% da meta alcançada (que consiste no valor de R$ 30,000). No momento em que este texto está sendo escrito, restam pouco menos de trinta dias para o final do prazo.
Lenora terá 48 páginas coloridas encadernadas em capa cartão, em formato 18 x 23 cm, com lombada quadrada e miolo costurado. Entre as recompensas para apoiadores destacam-se: frete grátis, nome nos créditos do livro, autógrafos e marcadores de páginas, cartões postais, adesivos, etc.
Juliana Fiorese é formada em Arquitetura e Urbanismo, Design Gráfico e pós-graduada em Comunicação e Marketing para Mídias Digitais. Trabalha com ilustração há 6 anos e participou do livro Mônica(s). Sua primeira HQ produzida foi a já mencionada Clara Carcosa, uma história sobre os medos de uma garota em uma jornada com fortes inspirações de obras como o jogo Limbo.