Já imaginou presenciar um apocalipse em plena São Paulo? Melhor ainda, já imaginou se isso acontecesse durante a maior convenção de cultura pop do país? Pois é, essa é a premissa de ‘Sobreviver’: um livro-jogo independente criado por Gabriel Garcia, entusiasta de jogos de RPG.
Em ‘Sobreviver’, você entra no papel de um turista em São Paulo para a maior convenção de cultura pop do país. Entretanto, um novo vírus se espalhou de um dia para o outro e as pessoas começaram a se tornar mortos-vivos. E agora, você precisa sobreviver em uma São Paulo lotada de zumbis. A versão original do livro foi lançada durante a CCXP 2017, no Artist’s Valley, e foi um sucesso de vendas. Essa segunda versão trará mais escolhas e diversas opções de finais.
Como se trata de uma história interativa o livro apresenta QR Codes em suas páginas que mostram a playlist do personagem principal, mensagens trocadas pelo protagonista e seu amigo e os vídeos sobre São Paulo com o cenário do jogo. Além disso, o jogador precisará fazer testes de sorte para ver como se sai em determinadas situações.
A Torre de Vigilância teve acesso a uma demonstração do projeto e o livro-jogo se trata de um RPG interativo onde você toma suas decisões e precisa da sorte para poder sobreviver, onde o jogador fica imerso na experiência e realmente apreensivo com o que aguarda posteriormente. Aparenta ser bastante promissor e ter um futuro bom pela frente – sinceramente, estou ansioso pela versão final.
‘Sobreviver’ está disponível no Catarse para financiamento coletivo. Caso você realize a compra pelo catarse, ganhará brindes como uma bolsa e uma garrafa personalizada. Os trinta primeiros compradores irão aparecer como zumbi no livro-jogo finalizado. Confira mais sobre o projeto clicando aqui.
Ele torna a violência, a agressão em uma folha de papel em algo suave como sua arte. David Mack é um dos maiores de sua geração. Em sua visita ao Brasil na CCXP, conversamos com o roteirista, capista e pintor que, inclusive, abriu o jogo sobre futuros projetos:
Vamos começar falando do Demolidor, cuja popularidade se multiplicou nos últimos anos, especialmente desde sua fase com Kevin Smith e, posteriormente, Brian Michael Bendis. Como é mexer com um herói tão cheio de imperfeições e quanto sua fase influenciou as outras mídias (filme, seriado…) ?
É um personagem que pode ser considerado um herói imperfeito desde sua infância, além da marca de “deficiente”, taxada por algumas pessoas. Mas, sua forma única de perceber o mundo torna-se sua vantagem. Então, gosto dessa ideia: Ele é bem diferente por causa disso e se destaca do resto da humanidade por essas experiências [sensoriais] com a realidade. Gosto dessa diferença pois o obstáculo vira uma qualidade e também como o tema da história. Quando comecei minha primeira história [do Demolidor] que o [Joe] Quesada desenhou, ele me pediu para criar um novo personagem e vim com a Echo porque achei que ela seria outro personagem que percebe o mundo de forma única, também transformando desvantagem em atributo. Cada um tem um forte ponto de vista, e quando os une, podemos fazer histórias muito interessantes. A terceira pessoa com fortes pontos desde sua infância foi Wilson Fisk. Assim, gostei muito de fazer a história que considero a origem de Fisk. Aliás, considero esta a primeira história cronologicamente dizendo que fiz sobre o DD. Várias ideias desse número foram parar no seriado em Vincent D’Onofrio, com o martelo, rachaduras na parede, as brigas dos pais… Se você olhar bem, eles usaram até as mesmas cores de roupas dos quadrinhos. Então, algumas partes da minha história foram para a Netflix.
Em Demolidor – Fim dos Dias, você apenas fez o roteiro. Como foi dessa vez, salvo algumas páginas, voltar a somente essa função? Tem ambição de regressar ao universo dele?
Claro. Eu amo o Demolidor! Como você disse, comecei fazendo o roteiro do Demolidor e não a arte interior. De fato, na maioria das histórias fui escrevendo, mas há uma que não o fiz e foi esta uma das primeiras que o Brian [Michael Bendis] escreveu para Marvel justo quando mudei para a arte interior. Isso foi basicamente para conseguir um emprego para o Brian como escritor. Era uma grande oportunidade de trabalharmos juntos em um projeto que selasse nossa longa amizade. Também gosto de saber que foi um dos seus pontos de partida na Marvel e fizemos coisas maravilhosas por lá de lá para cá. Então, foi fantástico voltarmos juntos em Demolidor – Fim dos Dias e de quebra, adoro que os artistas sejam Bill Sienkiewicz e Klaus Janson, porque Brian e eu crescemos e aprendemos lendo-os nas histórias do DD quando garotos…
Dois muito influentes artistas do DD!
Muito influentes também em storytelling em geral para mim e Brian. Aprendemos tanto que colocamos em nossas histórias e arte.Trabalhar com esses caras em uma história que eles também trouxeram à vida era um sonho. Agora é real. Desde então estou escrevendo uma sequência para DD – Fim dos Dias com a mesma equipe criativa na medida do possível. Klaus agora é um artista exclusivo da DC, queríamos que ele fizesse parte também, mas provavelmente o Bill vai fazer a maior parte da arte. Essa sequência se chamará Justiceiro – Fim dos dias. Amei escrever o Justiceiro em DD – Fim dos dias e penso que seria ele o ideal a próxima história fluir. Ainda terá os outros personagens da história anterior, onde Ben Urich a fez desenrolar em sua parte urbana mas, obviamente, ele não estaria em uma história subsequente. O Justiceiro então seria sucessor e já trabalhei muito nisso com o Brian antes dele assinar com a DC. Agora vamos ver como vai ser daqui em diante.
Frank Castle é um personagem mais urbano, assim como o Demolidor. Já pensou em fazer quadrinhos com um herói de características mais clássicas?
É uma boa pergunta. Também vejo o Justiceiro e Demolidor como personagens mais “de rua”. Quando escrevo-os, penso que devem permanecer por lá, para manter essa perspectiva de um núcleo do Universo Marvel, por isso foi bom o aspecto em colocar o Ben Urich nessa situação. Há uma parte em que ele quer se encontrar com Os Vingadores, mas eles não se encontram com ele. Nessa história, gosto da limitação entre esses personagens, deixando de lado a parte mais cósmica da Marvel. Apesar disso, eu adoraria fazer uma HQ do Doutor Estranho, Batman ou algo a mais.
Seu trabalho mais autoral é Kabuki. Esta vem de uma cultura estrangeira. Há pintores de alto nível no Japão, como [Ayami] Kojima, Yoshitaka Amano… Como esse sincretismo artístico o influencia?
Essa questão é interessante porque estive recentemente no Japão por duas semanas. Tenho muita influência em meu trabalho de culturas globais e do Japão especificamente em Kabuki. O divertido em roteirizar quadrinhos, fazer arte e até escrever histórias é que não há um dispositivo de desligamento para de onde vem sua inspiração. Você pode constantemente viajar entre diferentes níveis, mundos e, quando leva aos quadrinhos, isso se torna seu laboratório, seu playground para processar tudo que te inspira. Para pegar um pedaço de tudo que faça sentido, e essa é minha área de lazer.
Você hoje é mais um capista. O quanto um roteirista tem poder sobre suas capas e o quão tênue é sua linha para não interferir na arte do miolo, feita por outro desenhista?
Não sei bem o quanto minha arte influencia ou interfere o conteúdo, é mais fácil falar com cada artista em individual. Em alguns momentos no começo de Alias – Jessica Jones fiz alguma arte interior mas eu estava satisfeito de fazer as capas. Em Deuses Americanos, de Neil Gaiman, fico feliz em fazer a arte de capa dessa nova série em quadrinhos assim como em Clube da Luta, de Chuck Palahniuk…
Como é trabalhar com Gaiman?
Fantástico. Fazemos também pôsteres algumas vezes durante o ano, em feriados… inclusive estava fazendo um hoje de manhã no hotel! Este, um pôster promocional. Estou muito satisfeito em estar nessa com Neil. Muito contente de estar em Deuses Americanos e espero fazer mais coisas com ele.
Falando em autor, há uma história muito engraçada e curiosa porque existe um outro David Mack, que vocês inclusive dividem o mesmo website! Qual é sua relação com ele e como isso funciona?
David Alan Mack é um cavalheiro que escreve livros como os de Star Trek e tenho a honra de dividir meu nome. Há outros “David Macks” por aí, como um que é embaixador do oriente médio. Em geral, tenho uma ótima relação com eles.
Com o outro David Mack, o escritor, considero que seria interessante um trabalho conjunto, fazendo a capas dos livros. Quem sabe um dia…
Durante a CCXP 2017, a Mauricio de Sousa Produções revelou novas animações serão lançadas no ano que vem, e no painel reproduziram os teasers dos projetos. Agora, foram divulgados oficialmente, para todo mundo, os vídeos e detalhes sobre as séries Vamos Brincar, Bairro do Limoeiro e Biduzidos.
Vamos Brincar será um conteúdo educacional com a animação em 3D. Pelo o que parece, algo semelhante a Casa do Mickey Mouse da Disney. Confira o teaser:
Já Bairro do Limoeiro vai apresentar novas versões da turminha aprontando todas no bairro mais famoso dos quadrinhos. A série será transmitida pelo Cartoon Network. Confira o vídeo com a dublagem de Bairro do Limoeiro:
Biduzidos será uma websérie que tem os animais de estimação da Turminha como protagonistas. Veremos Bidu, Floquinho, Mingau, Chovinista e Giselda aprontando todas. Confira abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=vuGvgL3y3pw
Vale lembrar, que já havia sido divulgado o trailer da animação baseada nas Graphic MSP do Astronauta.
Além dos teasers das novas séries da Turma da Mônica, a Mauricio de Sousa Produções, divulgou o vídeo homenagem, que também foi reproduzido durante a CCXP, que comemora os 82 anos do criador da Turminha.
https://www.youtube.com/watch?v=AIg6RcGgkIs
O vídeo mostra depoimentos de fãs que cresceram lendo as histórias da Turma da Mônica, e que possuem momentos da vida especiais ligados a leitura ou com algum personagem em especial.
Além disso, os fãs gravaram um audiobook da biografia do Mauricio de Sousa. O áudio pode ser encontrado no site oficial obligado.
Kevin Feige, produtor executivo dos filmes da Marvel e o chefão da Casa das Ideias nos cinemas, falou que o Thanos será um dos maiores e mais poderosos vilões da editora nas telonas com apenas cinco minutos de filme.
”Certamente, é o maior filme que já fizemos. Ainda está em produção, já filmamos durante todo o ano e Josh Brolin está fazendo um trabalho incrível como Thanos. Sabe, estamos invocando Thanos desde o primeiro Vingadores . Lembre-se do final do filme. Ele se vira na cadeira e você percebe que algo ruim está chegando. Nós começamos a introduzi-lo há anos e o truque é que quando você provoca algo assim por esse tempo, você precisa entregar. Então, nos primeiros cinco minutos de Guerra Infinita, entenderemos por que Thanos é um dos maiores vilões da história do MCU.” Comentou Feige na CCXP 2017.
Veja ao trailer de Vingadores: Guerra Infinita:
“Enquanto os Vingadores e seus aliados continuam protegendo o mundo de ameaças muito grandes que nenhum herói consegue enfrentar sozinho, um novo perigo surge das sombras do cosmo: Thanos. Um déspota com má-fama intergalática, sua meta é reunir as seis Joias do Infinito, artefatos de poder inimaginável, e usá-las para infligir sua vontade macabra em toda a realidade. Tudo pelo que os Vingadores lutaram levou a esse momento – e o destino da Terra e da própria existência nunca esteve tão incerto.“
Vingadores: Guerra Infinita estreia em 26 de Abril de 2018 nos cinemas.
Em mais uma entrevista feita durante a CCXP, dessa vez conversamos com Wagner Willian. Pintor, quadrinista, fotógrafo… e mais de uma pessoa que condensa todas essas artes em suas HQs. Em seu lançamento O Maestro, o Cuco e a Lenda, Wagner aborda uma narrativa diferente de suas obras anteriores e aqui explica o porquê:
Depois de Bulldogma, agora vem O Maestro, o Cuco e A Lenda. Bulldogma eu vejo com uma história mais adulta, mais densa. Já O Maestro… lembra mais um conto. Por que mudança entre um título e outro?
Eu quis tentar algo diferente do Bulldogma. Não penso em uma série de histórias e seguir o mesmo padrão. Eu gosto de tentar novas formas narrativas, novos conceitos, novos estilos de história. O Maestro… apesar de ser um desenho mais caracteristicamente infanto-juvenil do que o Bulldogma em si, a história também serve para um leitor adulto. Não é tão infantil assim, ela consegue abranger um público maior. Mas a história em si ainda tem sua carga dramática, tem um engine do mal…
Uma coisa engraçada do Bulldogma é que em seu livro derivado O Flerte da Mulher Barbada a sua personagem (Deisy Mantovani) toma vida. Ela é a autora do livro e não você. Como você se sente hoje como um heterônimo dentro dos seus quadrinhos?
A Deisy só me deu frutos positivos. Foi um charme fazê-la. Ela criou uma vida própria como você mesmo falou e acho que acertei meio que na mosca com ela ou ela que me acertou… estamos decidindo ainda quem vem antes e quem vem depois. Mas acho que é meio que sorte também de acertar e transformar o zeitgeist do momento, transpor e colocar voz a um personagem como quis dizer e agir, como o pessoal esperaria que um personagem atual se movimentasse e agisse.
Vendo O Maestro… vejo que seu traço do interior da publicação é diferente do que você, por exemplo, apresenta nos seus quadros. Não só pelas cores mas o estilo é diferente. Por que em quadrinhos você adota essa forma de traço?
Justamente por ser uma outra linguagem. Ela requer a sequencialidade. Outro ritmo e outra leitura. Então, não dava… até daria para outro tipo de história. Mas para o que eu estou fazendo, foge um pouco do conceito que eu faço para pintura em si. Telas únicas e separadas… ela requer o ritmo e velocidade da leitura. Por isso tenho que adaptar o meu estilo e desenho, para funcionar melhor enquanto quadrinho.
Uma coisa que a Laerte disse uma vez (no documentário Malditos Cartunistas) é que a movimentação dos quadrinhos vem do cinema. Quando você tem um quadro você tem a obra com uma representação. Nos quadrinhos você tem uma sequência. Para você que faz quadros, qual o maior desafio de transpor essas duas formas de arte?
Entre a pintura e o quadrinho em si? Acho que é a questão do tempo. A questão de saber condensar o tempo. Criar um ritmo desse tempo e condensá-lo. E principalmente, tendo isso em vista, saber fazer a questão do fluxo da leitura. De não emperrar, empacar em um ponto. Então é a questão da movimentação. Quadrinho é muito mais movimentação em si. A questão de passar a página e tal. E isso cria uma matemática própria para isso. Acho que a grande dificuldade é essa: Pensar essa questão de fluxo narrativo. Já que é uma narrativa.
Aos que não foram à CCXP e querem conferir esse lançamento, eis a sua segunda chance! Neste sábado, dia 16 de de Dezembro, das 16h às 19hocorre o lançamento pós-CCXP na Ugra Press que fica na R. Augusta, 1371 – Consolação, São Paulo – SP. Compareçam!
Durante a CCXP 2017 tive a oportunidade de conversar com vários artistas convidados do evento. Assim, uma nova série de entrevistas começa hoje aqui no site. Para começar escolhi Pedro Mauro, desenhista brasileiro que atua nos quadrinhos europeus, principalmente Itália e França. Mauro nos contou como funciona o processo de criação das HQs por lá e suas diferenças com o mercado nacional e norte-americano. Confira!
Você ficou muito tempo afastado dos quadrinhos. Foi para a publicidade e fez ilustrações por lá. O que te atraiu para voltar à HQs aqui no Brasil e no mercado europeu, onde hoje você trabalha majoritariamente?
Eu fiz dois anos de quadrinhos de Western aqui em São Paulo. Nessa época o mercado ficou muito ruim. A editora fechou e eu fiquei desempregado. De repente eu tive que trabalhar e o único mercado que tinha para eu continuar fazendo meu trabalho que parecia com quadrinhos eram os storyboards para publicidade. Por isso entrei nessa. E nesse ramo fiquei quase minha vida toda, de 35 a 40 anos fazendo storyboards, aqui e para fora. Em 1996, visitando Nova York um amigo meu tinha um estúdio lá e me ofereceram trabalho. Me mudei com a família e fiquei 12 anos lá. Mas eu sempre quis voltar aos quadrinhos. Sempre brinquei e fiz páginas de Western e Cangaço…. mais para treinar mas nunca publiquei. Tenho alguma coisa inclusive guardada mas nunca fiz uma história completa. Mas sempre pensei em um dia voltar mesmo que fosse mais tarde. E consegui voltar 5 anos atrás e a publicidade ficou em segundo plano para mim. Estou praticamente só nos quadrinhos agora. […] Nos anos 60/70 desenhei o Pancho, um personagem bem à la Clint Eastwood de Western Spaghetti pois era o que vendia bem na época. O editor pediu um estilo bem estilo bangue-bangue italiano e foi quando criei esse personagem que era bem clássico de Sergio Leone e Clint Eastwood. Fiz isso por dois anos. Foi que o que fiz de quadrinhos na época antes de voltar agora.
Você disse que tem um material guardado e que nunca publicou. Você pensa em revisitá-los? Além disso, por que você opta por histórias mais de época e não contemporâneas?
Porque na verdade o que mais gosto dos quadrinhos é a aventura. Uma aventura que conta, por exemplo, o desbravamento do oeste. No Brasil, gosto muito do tema Cangaço. Não era um desbravamento mas marcou a História do Brasil. Eu gosto de história. É lógico que existe uma história mais contemporânea das coisas mas prefiro algo mais para trás. Não sei te dizer porque, mas de repente é um gosto. Está em mim. Eu gosto de desenhar esse tipo de personagens do século passado como é o oeste americano. Desde criança eu gosto porque é aquele desbravamento de uma cidade começar a ser erguida, tudo uma construção das coisas… isso eu gosto.
Você hoje trabalha para o mercado europeu. Para a Bonelli (Itália), para a Glenát(França) que publicou L’Art du Crime… Você se considera mais um autor de escola europeia? Inclusive falando de cangaço, o Hermann (autor belga de HQs) publicou Caatinga que é um álbum europeu sobre a História brasileira…
Os europeus num modo geral, principalmente a Bonelli [editore], o Sergio Bonelli adorava o Brasil e o cangaço. Ele tinha cartazes do filme O Cangaceiro em sua sala. Visitei seu escritório e vi lá os pôsteres originais. Então isso realmente é uma coisa que o europeu gosta. Mas o meu estilo se encaixa mais no europeu pois a minha escola, meu estilo quando comecei era mais calcada e baseada nos artistas europeus e também nos americanos clássicos. Que eram Joe Kubert, [Burne] Hogarth, Alex Raymond, Milton Caniff… que eram mais de uma escola clássica americana mais parecida com o estilo europeu. Era aquilo que eu adorava além dos quadrinhos europeus. Acho que esse estilo da old school americana bem parecido com os europeus. Não sei… acho os americanos que vieram depois foram olhando os europeus para começar a fazer Hqs… eu imagino. A semelhança existe. Então esse estilo me cativava e era esse que a gente estudava. A molecada que começa hoje estuda mais DC e Marvel. Que tem grandes artistas, mas não é tanto meu estilo ou o que eu faço. A geração de hoje vê mais esse lado mais a minha geração estudava mais os artistas daquela época.
A Bonelli ela tem um processo de publicação bem diferente do resto da Europa. Eles têm quadrinhos que são mensais com 100 páginas cada. É claro que fica impossível repetir o ilustrador do interior de uma edição para outra. O roteirista é o mesmo, mas o artista é revezado. Como te chamaram para desenhar para a Bonelli e como é o processo que te escalam para fazer uma história deles?
É uma pergunta interessante. Perguntam muito isso porque o pessoal sabe mais como funciona o mercado americano por ter mais informações e material por aqui mas o [mercado] europeu o pessoal muitas vezes não sabe bem como funciona. Na verdade realmente eles trabalham com muito mais páginas por episódio. Quando fiz a primeira [HQ] quando o Gianfranco Manfredi me convidou […] quando comecei a voltar aos quadrinhos eu procurei o mercado americano pois eu conheço o pessoal daqui que trabalha para lá. Falei com o Greg Tochini, Joe Prado e tal… quando eu comecei a preparar trabalho para mostrar eu estava postando desenhos meus em minha página do Facebook. Desenhos normais, não voltados para quadrinhos. Piratas, mulheres… Pin Ups basicamente. O Gianfranco viu. Ele não estava na minha lista de amigos mas alguém compartilhou e ele viu aí ele me convidou por Facebook via inbox. Ele só me mandou uma mensagem particular se apresentando e disse que “estava criando uma nova série [Adam Wild] e buscando artistas para participar pois precisava de vários. Gostei do seu estilo de gostaria de saber se está interessado em fazer um episódio para mim”. Quando vi que era o Gianfranco até fui conferir em um exemplar de Magico Vendo para ver se era o mesmo cara! Aí eu respondi e na hora começamos a trocar e-mails. Respondi que estava voltando aos quadrinhos e ele disse que gostou, me mandou um roteiro e se eu gostasse a gente fazia a história. Li metade do script e falei “Tô nessa! Pode mandar!”.
Ele mandou (o roteiro) em italiano?
Mandou em inglês. Ele perguntou se eu falava italiano e disse que não. Somente inglês por ter morado nos EUA e ele disse que ia traduzir e me mandar. Depois de um mês ele mandou o roteiro de 110 páginas e me perguntou se eu queria fazer a continuação antes mesmo de eu começar o primeiro pois era uma história que tinha a continuação e ele não queria mudar o desenhista e com o prazo de dois anos e eu aceitei. Aí comecei a fazer. Fiz até umas 10 páginas primeiro, mandei para ver se ele gostava e a resposta dele foi “Ok. Perfeito! Continua” e desde então tô com ele já no quarto trabalho. Estou em uma nova série agora que vai ser lançada ano que vem, mas que ele pediu para não divulgar por enquanto pois vai ser lançada em maio e vou fazer os volumes 3 e 4 e já tem artistas fazendo os volumes 1 e 2 sendo que ele [Gianfranco] já está no 12º episódio.
Mas poderia dizer ao menos se é uma minissérie ou uma nova mensal?
Até ele falou muito pouco sobre isso. Ele me mandou o roteiro e estou desenhando. Mas ele disse que vai ser uma série mensal publicada em tamanho menor (formato Bonelli) em branco e preto e provavelmente a cores em formato maior para livrarias. Estou fazendo só a parte branco e preto. Não me disse ainda se vai ser uma série de 1, 2 anos ou se vai depender da aceitação do público como aconteceu com o Adam Wild que parou na edição 26. Mas tenho a impressão que pode ir longe. Mas ele não me confirmou.
O Gianfranco revisita as suas criações. Como é o Caso de Magico Vento que ele parou mas voltou agora. Adam Wild mesmo que tenha parado pode ser que no futuro volte…
Pode ser que volte porque tem um público grande que gostou de Adam Wild. Tanto que criaram um blog lá na Italia. Eu acompanho e quando anunciaram que ia parar esse pessoal fez um abaixo-assinado. Não lembro se foi de 3.000 ou 5.000 assinaturas e eles mandaram para a Bonelli. Público tem mas por algum motivo a Bonelli não continuou. Mas o Gianfranco sempre respondia “quem sabe volta…”. Ficou em aberto assim como o Magico Vento que está voltando em um especial agora.
Vendo seu traço dá para ver uma influência muito grande do Sergio Toppi. É bem visível. Por que, em relação aos leitores brasileiros, o mercado europeu apesar de lançamentos ainda é um tanto tímido por aqui? O Sergio Toppi mesmo tem poucos títulos em português… E por que tão poucos brasileiros no mercado europeu? Há poucos “Pedros Mauro” por aí.
Muita gente pergunta porque a Bonelli não está aqui na CCXP. Acho que até vou sugerir para os organizadores ano que vem trazer alguém. Mas realmente o exemplo de Toppi é pouco publicado aqui. O que mais temos no Brasil é Ivo Milazzo, Milo Manara… mas aqui no evento sinto que o pessoal pergunta muito disso para mim “Por que seu trabalho não vem para cá?”. Acredito que aí falta ao editor ou editoras que invista. Porque tem mercado, desde que lance bem lançado. Que faça um trabalho bem feito. A Mythos que lança Bonelli aqui mas acho ainda tímido. Eles trazem, param… Não sei se falta divulgação mas tenho certeza que tem mercado…
Pode ser também o formato que é publicado…
Sim! Investir num formato maior. Quando visitei a Bonelli e conversei com o Gianfranco e que, apesar de aqui ter Tex por exemplo, primeira coisa que ele falou foi que “é, mas eles lançam (no Brasil) muito pequenininho” O formato deles é um pouco maior e agora a Bonelli está investindo em álbuns em formato maior como as edições francesas de capa dura para livrarias. Eles estão entrando nesse nicho pois a Bonelli é mais banca. Agora eles estão entrando em livrarias e a própria Bonelli já abriu suas próprias livrarias em parceria com editoras pela Itália. Então você percebe que ela está mudando o jeito de fazer. Acho que o Brasil precisa fazer a mesma coisa em relação à Bonelli.
Todos os exemplares da primeira impressão de Gatilho levados à CCXP foram vendidos no primeiro e segundo dia de evento, mas uma nova tiragem está programada para janeiro de 2018. Aos interessados, basta pedir para inserir seu nome da lista de espera pelo e-mail Gatilhohq@gmail.com
Já está em pré-venda a HQ Flintstones – Volume 1. A versão realista e atualizada da animação da Hanna-Barbera. A publicação será da Panini que durante a CCXP 2017, divulgou a capa nacional da obra que foi produzida pela DC Comics.
Com grande sucesso de crítica e venda nos Estados Unidos, Flintstones, é um retrato da sociedade atual ambientado na idade da pedra. Recheada de assuntos polêmicos como os efeitos do capitalismo, preconceito, religião e relacionamentos.
No volume, temos o desenrolar da trama em que Fred e Barney andam por Bedrock com um grupo de Neandertais que o Sr. Pedregulho quer contratar para trabalhar na pedreira. Mas com condições muito abaixo do que os outros funcionários. Além de serem forçados a oferecer um trabalho ingrato, a dupla de amigos descobrem como a parte rica da população da cidade vive.
Flintstones – Volume 1 tem roteiro de Mark Russell e desenhos de Steve Pugh e reúne as primeiras seis edições da publicação original. A HQ tem formato 26 x 17 x 0,6 cm, 168 páginas e você já pode adquirir a sua com 10% de desconto no link abaixo:
Durante o painel Arte nos Games na CCXP 2017, foi confirmado que o dublador Ricardo Juarez irá emprestar novamente a sua voz para o personagem Kratos em God Of War. Juarez já dublou o deus da guerra em God of War: Ascension (2013), para PS3.
Ricardo já dublou grandes nomes como: Du (Du, Dudu e Edu), Johnny Bravo,Barney Gumble (Os Simpsons), Taz , entre outros!
Assista abaixo o gameplay de God of War:
https://www.youtube.com/watch?v=5sryN2peUuw
”Com sua vingança contra os Deuses do Olimpo concluída, Kratos agora vive como um mortal nas terras de deuses nórdicos e monstros. É neste mundo inóspito e implacável que ele deve lutar para sobreviver e ensinar seu filho a fazer o mesmo”
God of War será lançado em 2018 para PlayStation 4.
No painel da Fox durante a CCXP 2017, o diretor Josh Boone confirmou que Os Novos Mutantes será uma trilogia de Terror.
”Nós chegamos na FOX com a ideia de uma trilogia, baseada na fase de Bill Sienkiewciz, e também incorporando alguns elementos de histórias dos anos 80. Todos os três filmes serão dentro do gênero de horror, ainda que cada um traga sua própria característica. Esse primeiro é algo que mexe com a realidade, e apresenta coisas sobrenaturais, mas garanto que o próximo terá uma abordagem bem diferente.”
”Nossa intenção é explorar todo esse gênero nesses filmes de super-heróis, e fazer com que cada um tenha sua marca. E obviamente, dar vida a alguns dos eventos que amamos nos quadrinhos.” Conclui o diretor.
Ao decorrer do painel dos 55 anos do Homem-Aranha na CCXP 2017, o ilustrador Humberto Ramos falou sobre a essência do amigão da vizinhança, que segundo ele, o herói sempre voltará as suas raízes originais.
”A resposta paraele ter historias com continuidades tão distintas, é porque ele ainda carrega a sua essência original. Não importa se ele cresça ou evolua, o Homem-Aranha sempre terá arcos voltados para os adolescentes e para as pessoas mais humildes, e isso não irá mudar tão cedo.”
Veja na galeria abaixo, algumas artes de Humberto:
O ilustrador, aproveitou para dizer que a sua versão cinematográfica favorita do Homem-Aranha é a do ator Andrew Garfield, que segundo ele, foi quem melhor encarnou o Peter Parker e o herói nos cinemas.
Para mais matérias relacionadas ao Homem-Aranha e seu universo, fique ligado aqui na Torre de Vigilância!