Em entrevista ao site EW, Chuck Palahniuk confirmou o lançamento de Clube da Luta 3 em formato de quadrinhos. A segunda parte do cultuado filme de 1999, foi lançada em 2015 com Cameron Stewart como desenhista. A dupla voltará a trabalhar junta nessa nova minissérie.
Dessa vez, Tyler Durden precisará lidar com um filho! A publicação começa com Marla vivendo em um motel de beira de estrada com seu primeiro filho com o narrador (que, agora, se chamará Balthazar após se chamar de Sebastian em Clube da Luta 2). Agora, ela está grávida de novo – e dessa vez o pai é Tyler. Com isso, ele fará algo incomum e voltará a trabalhar junto com ‘Balthazar’.
“Agora a situação vai ficar mais complicada por conta da relação única entre Tyler e ‘Balthazar’. E, sim, fluidos corporais serão trocados”, disse Chuck.
Clube da Luta 3 terá 12 edições e a primeira está prevista para janeiro do ano que vem. Artistas como Duncan Fegredo, Kirbi Fagan e David Mack vão criar algumas capas.
Clube da Luta 2 foi lançado em 2015 e mostra Tyler no subconsciente de Sebastian (o narrador), que tenta continuar seu relacionamento complexo com Marla. Ao cair na rotina, ele começa a dar força para Tyler voltar a implementar o caos. A obra saiu no Brasil pela Editora Leya.
Ele torna a violência, a agressão em uma folha de papel em algo suave como sua arte. David Mack é um dos maiores de sua geração. Em sua visita ao Brasil na CCXP, conversamos com o roteirista, capista e pintor que, inclusive, abriu o jogo sobre futuros projetos:
Vamos começar falando do Demolidor, cuja popularidade se multiplicou nos últimos anos, especialmente desde sua fase com Kevin Smith e, posteriormente, Brian Michael Bendis. Como é mexer com um herói tão cheio de imperfeições e quanto sua fase influenciou as outras mídias (filme, seriado…) ?
É um personagem que pode ser considerado um herói imperfeito desde sua infância, além da marca de “deficiente”, taxada por algumas pessoas. Mas, sua forma única de perceber o mundo torna-se sua vantagem. Então, gosto dessa ideia: Ele é bem diferente por causa disso e se destaca do resto da humanidade por essas experiências [sensoriais] com a realidade. Gosto dessa diferença pois o obstáculo vira uma qualidade e também como o tema da história. Quando comecei minha primeira história [do Demolidor] que o [Joe] Quesada desenhou, ele me pediu para criar um novo personagem e vim com a Echo porque achei que ela seria outro personagem que percebe o mundo de forma única, também transformando desvantagem em atributo. Cada um tem um forte ponto de vista, e quando os une, podemos fazer histórias muito interessantes. A terceira pessoa com fortes pontos desde sua infância foi Wilson Fisk. Assim, gostei muito de fazer a história que considero a origem de Fisk. Aliás, considero esta a primeira história cronologicamente dizendo que fiz sobre o DD. Várias ideias desse número foram parar no seriado em Vincent D’Onofrio, com o martelo, rachaduras na parede, as brigas dos pais… Se você olhar bem, eles usaram até as mesmas cores de roupas dos quadrinhos. Então, algumas partes da minha história foram para a Netflix.
Em Demolidor – Fim dos Dias, você apenas fez o roteiro. Como foi dessa vez, salvo algumas páginas, voltar a somente essa função? Tem ambição de regressar ao universo dele?
Claro. Eu amo o Demolidor! Como você disse, comecei fazendo o roteiro do Demolidor e não a arte interior. De fato, na maioria das histórias fui escrevendo, mas há uma que não o fiz e foi esta uma das primeiras que o Brian [Michael Bendis] escreveu para Marvel justo quando mudei para a arte interior. Isso foi basicamente para conseguir um emprego para o Brian como escritor. Era uma grande oportunidade de trabalharmos juntos em um projeto que selasse nossa longa amizade. Também gosto de saber que foi um dos seus pontos de partida na Marvel e fizemos coisas maravilhosas por lá de lá para cá. Então, foi fantástico voltarmos juntos em Demolidor – Fim dos Dias e de quebra, adoro que os artistas sejam Bill Sienkiewicz e Klaus Janson, porque Brian e eu crescemos e aprendemos lendo-os nas histórias do DD quando garotos…
Dois muito influentes artistas do DD!
Muito influentes também em storytelling em geral para mim e Brian. Aprendemos tanto que colocamos em nossas histórias e arte.Trabalhar com esses caras em uma história que eles também trouxeram à vida era um sonho. Agora é real. Desde então estou escrevendo uma sequência para DD – Fim dos Dias com a mesma equipe criativa na medida do possível. Klaus agora é um artista exclusivo da DC, queríamos que ele fizesse parte também, mas provavelmente o Bill vai fazer a maior parte da arte. Essa sequência se chamará Justiceiro – Fim dos dias. Amei escrever o Justiceiro em DD – Fim dos dias e penso que seria ele o ideal a próxima história fluir. Ainda terá os outros personagens da história anterior, onde Ben Urich a fez desenrolar em sua parte urbana mas, obviamente, ele não estaria em uma história subsequente. O Justiceiro então seria sucessor e já trabalhei muito nisso com o Brian antes dele assinar com a DC. Agora vamos ver como vai ser daqui em diante.
Frank Castle é um personagem mais urbano, assim como o Demolidor. Já pensou em fazer quadrinhos com um herói de características mais clássicas?
É uma boa pergunta. Também vejo o Justiceiro e Demolidor como personagens mais “de rua”. Quando escrevo-os, penso que devem permanecer por lá, para manter essa perspectiva de um núcleo do Universo Marvel, por isso foi bom o aspecto em colocar o Ben Urich nessa situação. Há uma parte em que ele quer se encontrar com Os Vingadores, mas eles não se encontram com ele. Nessa história, gosto da limitação entre esses personagens, deixando de lado a parte mais cósmica da Marvel. Apesar disso, eu adoraria fazer uma HQ do Doutor Estranho, Batman ou algo a mais.
Seu trabalho mais autoral é Kabuki. Esta vem de uma cultura estrangeira. Há pintores de alto nível no Japão, como [Ayami] Kojima, Yoshitaka Amano… Como esse sincretismo artístico o influencia?
Essa questão é interessante porque estive recentemente no Japão por duas semanas. Tenho muita influência em meu trabalho de culturas globais e do Japão especificamente em Kabuki. O divertido em roteirizar quadrinhos, fazer arte e até escrever histórias é que não há um dispositivo de desligamento para de onde vem sua inspiração. Você pode constantemente viajar entre diferentes níveis, mundos e, quando leva aos quadrinhos, isso se torna seu laboratório, seu playground para processar tudo que te inspira. Para pegar um pedaço de tudo que faça sentido, e essa é minha área de lazer.
Você hoje é mais um capista. O quanto um roteirista tem poder sobre suas capas e o quão tênue é sua linha para não interferir na arte do miolo, feita por outro desenhista?
Não sei bem o quanto minha arte influencia ou interfere o conteúdo, é mais fácil falar com cada artista em individual. Em alguns momentos no começo de Alias – Jessica Jones fiz alguma arte interior mas eu estava satisfeito de fazer as capas. Em Deuses Americanos, de Neil Gaiman, fico feliz em fazer a arte de capa dessa nova série em quadrinhos assim como em Clube da Luta, de Chuck Palahniuk…
Como é trabalhar com Gaiman?
Fantástico. Fazemos também pôsteres algumas vezes durante o ano, em feriados… inclusive estava fazendo um hoje de manhã no hotel! Este, um pôster promocional. Estou muito satisfeito em estar nessa com Neil. Muito contente de estar em Deuses Americanos e espero fazer mais coisas com ele.
Falando em autor, há uma história muito engraçada e curiosa porque existe um outro David Mack, que vocês inclusive dividem o mesmo website! Qual é sua relação com ele e como isso funciona?
David Alan Mack é um cavalheiro que escreve livros como os de Star Trek e tenho a honra de dividir meu nome. Há outros “David Macks” por aí, como um que é embaixador do oriente médio. Em geral, tenho uma ótima relação com eles.
Com o outro David Mack, o escritor, considero que seria interessante um trabalho conjunto, fazendo a capas dos livros. Quem sabe um dia…
Você não fala sobre o Clube. Mas você pode ouvir sobre o clube.
A trilha sonora do filme ***** ** **** (1999) será relançada em vinil. A Mondo Records será responsável pela distribuição do disco Fight Club – Original Motion Picture Score, que começa a chegar nas lojas e sites especializados no final de março. Se você quiser já garantir o seu, o produto já se encontra em pré-venda clicando AQUI.
***** ** **** é baseado no romance homônimo de Chuck Palahniuk publicado em 1996. Dirigido por David Fincher, o filme é estrelado por Brad Pitt, Edward Norton e Helena Bonham Carter. Apesar de não ter feito muito sucesso nas bilheterias na época do seu lançamento, o filme com o passar do tempo se tornou icônico.
O disco será uma edição especial dupla, onde os vinis serão na cor rosa, lembrando a coloração do sabonete que Tyler Durden fabrica no filme. O design foi feito por Alan Hypes. Confira as artes do disco na galeria abaixo:
As faixas de Fight Club – Original Motion Picture Score:
1.Who Is Tyler Durden? 2.Homework 3.What Is Fight Club? 4.Single Serving Jack 5.Corporate World 6.Psycho Boy Jack 7.Hessel, Raymond K. 8.Medula Oblongata 9.Jack’s Smirking Revenge 10.Stealing Fat 11.Chemical Burn 12.Marla 13.Commissioner Castration 14.Space Monkeys 15.Finding The Bomb 16.This is Your Life – The Dust Brothers Feat. Tyler Durden
Essa é a primeira vez em mais de 15 anos que a trilha será lançada em vinil. Esse também é o primeiro e único trabalho para um filme feito pelo Dust Brothers. A dupla é reconhecida pelo seu trabalho com artistas como Beck, Hanson e os Beastie Boys.