A CCXP 2022 está rolando em São Paulo, e a Crunchyroll preparou uma grande quantidade de atrações para quem estiver no evento. Nesta quinta-feira (01), a empresa realizou, no Palco Ultra, um painel para contar as novidades que estão por vir na plataforma.
Dentre os anúncios, houve a confirmação que a terceira temporada de Saint Seiya: Os Cavaleiros do Zodíaco -Batalha do Santuário-, daToei Animation, chegará à plataforma de streaming em 2023.
Saint Seiya: Os Cavaleiros do Zodíaco -Batalha do Santuário- reúne a equipe liderada por Yoshiharu Ashino (D.Gray-man HALLOW), como diretor, acompanhado de Terumi Nishii (JUJUTSU KAISEN), como designer de personagens.
Sinopse da terceira temporada:
O tempo está quase se esgotando. Restam apenas cinco horas para salvar a deusa Athena da flecha assassina alojada em seu peito. Só o poderoso Grande Mestre poderá salvá-la. Mas, para chegar até ele, Seiya e os Cavaleiros de Bronze precisam subir até o cume do Santuário e derrotar os doze lendários Cavaleiros de Ouro. Nem todos serão capazes de concluir a jornada e alcançar o cume, onde serão surpreendidos por algo impactante.
De autoria de Masami Kurumada, o mangá Saint Seiya foi publicado pela semanal japonesa Shonen Jump entre janeiro de 1986 e dezembro de 1990. A adaptação em anime para a TV, realizada pela Toei Animation, com 114 episódios, estreou em 1986 e seguiu no ar até abril de 1989. No entanto, a série não cobria por completo a história do mangá e, por muitos anos, uma legião de fãs aguardava o lançamento de uma continuação. Esse desejo foi realizado em novembro de 2002, com a estreia de Saint Seiya: Hades, em 31 episódios. Desde então, a franquia gerou títulos derivados, incluindo Saint Seiya: Os Cavaleiros do Zodíaco -Batalha do Santuário-.
Esse show é exatamente o que você está imaginando, e é exatamente o que se propõe a ser. Dessa forma, não há muito o que comentar, além de chover no molhado: puta merda bicho, lá vamos nós de novo.
No início da década de 2010, vivemos o auge de um gênero conhecido (por mim, ao menos) como “Harém Escolar Mágico Genérico“. O nome diz tudo, e se você assistiu alguma coisa dessa época, com certeza sabe do que eu estou falando.
Por conta da explosão do isekai, os haréns escolares mágicos genéricos entraram em decadência, e passaram a ser exemplar raro ultimamente. Mas quando encontramos um…
Apenas membros de famílias nobres detêm o Mana, um poder que lhes torna capazes de enfrentar monstros. Kufa é um nobre, nascido numa família de duques, que é enviado para tutorar uma jovem chamada Merida. E em segredo, Kufa é encarregado de assassinar Merida caso ela não demonstre talento para utilizar o Mana. (Via: Crunchyroll)
Baseado numa Light Novel de mesmo nome, com autoria de Kei Amagi e ilustrações de Ninomotonino, ASSASSINS PRIDE é uma enorme reunião de tudo aquilo que torna um harém escolar mágico genérico em um… Bem, um harém escolar mágico genérico: o protagonista Kiritoface; as dezessete garotas, cada uma se encaixando em um estereótipo já conhecido; as roupas espalhafatosamente ridículas; o worldbuilding absurdo e que mesmo sendo cortado a menos de 10% do material original, continua sendo extremamente cansativo e repetitivo na adaptação; as batalhas escolares que por algum motivo colocam a vida dos estudantes em muito mais risco do que deveriam… E por aí vai.
De verdade, eu realmente não tenho nada a acrescentar sobre ambientação, sobre as personagens ou sobre a trama. É tudo tão engessado, é tudo tão clichê, que você já sabe do que se trata ou como as coisas vão se desenrolar. O que eu posso comentar sobre, porém, são as qualidades que diferenciam esse show dos seus antecessores.
A começar pela qualidade gráfica: eu não fazia ideia de que era legalmente permitido ter um harém escolar mágico genérico com visuais tão bonitos e consistentes. Não só as personagens, mas a cidade e o mundo são belos, e tanto as sequências calmas quanto as cenas de ação são coreografadas com uma maestria que parece estar sendo desperdiçada em um animê desse nível.
Até o episódio 3, tivemos algumas sequências de combate que foram de tirar o fôlego. Por mais que eu não entendesse metade dos motivos pelos quais as lutas estavam ocorrendo, ou que eu realmente não desse a menor bola para quem fosse sair vencedor, a violência gratuita foi tão gostosa de se ver que eu acabei gostando.
Outro ponto, que é aquele que sempre nos deixa com uma pulga atrás da orelha, é o excelentíssimo elenco de dublagem: temos nomes que claramente não deveriam estar emprestando suas vozes para algo desse naipe e talvez pudessem estar trabalhando em algo melhor, como Yuuki Ono, Yui Ishikawa, Azumi Waki, Maaya Uchida, Tatsuhisa Suzuki, Ayane Sakura, Asami Seto… Sinceramente, tirando umas duas dubladoras que estão em início de carreira, todo o elenco parece ser areia demais para o caminhãozinho de ASSASSINS PRIDE.
Como se pode imaginar, a dublagem está num nível altíssimo, com cada ator conseguindo trazer o melhor – e o pior – de sua personagem de uma forma que beira o inacreditável. Um detalhe que eu adorei foi como o protagonista, Kufa (dublado por Yuuki Ono) é um assassino treinado para esconder suas emoções, e mesmo nos momentos mais acalorados e intensos que tivemos até agora, ele conseguiu se manter calmo, e ainda assim passar todo o entusiasmo da cena. Como eu disse, inacreditável.
Apesar de parecer bonito e soar bonito (a OST e o uso musical no geral também são pontos a se exaltar), o animê continua sendo apenas o que é: um harém escolar mágico genérico, com uma construção de mundo ambiciosa demais e que foi transformada em frangalhos pela adaptação absolutamente acelerada, onde metade da história parece não estar sendo contada para você – e não está mesmo! – e todo o desenvolvimento parece voar pelos seus olhos… No quesito “direção“, o show é um caos, com todos os defeitos que poderiam ser imaginados, e há pouca coisa que uma pessoa que não teve contato com o material original pode fazer quanto a isso.
No geral, a pergunta que fica é: você embarcaria no Titanic, mesmo sabendo que ele vai afundar e lhe causar uma morte terrível? Eu embarcaria. As partes boas conseguem sobrepujar as enormes falhas, que acabam sendo muito mais toleráveis quando é a sua quinquagésima vez lidando com elas, e o show consegue ser divertido. Para a estreia, minha nota é um surpreendente 5/10, pois sei que nem todo mundo tem a paciência de lidar com esse tipo de abobrinha.
Você pode assistir ASSASSINS PRIDE na Crunchyroll, que fornece o serviço de transmissão simultânea com o Japão e legendas em português, com novos episódios todas as quartas-feiras.