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A simplicidade encantadora de Look Back

O clichê também pode ser encantador, quando alinhado com uma direção competente e um roteiro que sabe fazer o básico. Look Back, média-metragem da Amazon MGM, é a personificação dessa premissa, conquistando o público com uma narrativa simples, mas profundamente emocionante.

Este média-metragem não busca reinventar o subgênero de dramédia; ao contrário, ele abraça a simplicidade e o realismo como pilares de sua trama. Essa escolha traz uma sinceridade que permite ao espectador se conectar com a história de maneira autêntica, lembrando que, às vezes, é no básico que reside o maior impacto.

Look Back' movie review: Tatsuki Fujimoto's poignant meta-manga is a  stirring tribute to creation - The Hindu

Look Back segue a história de uma aluna da quarta série, excessivamente confiante Fujino e a reclusa Kyomoto bem diferentes, mas o amor por desenhar mangás une essas duas garotas de uma cidade pequena, em uma história comovente de crescimento e progresso.

Para aqueles que conhecem a trama original do mangá, Look Back não traz grandes surpresas em sua adaptação, uma vez que não acrescenta nenhum elemento substancialmente novo. Porém, o público leigo ou aqueles que costumam consumir animes em formato de série ou filme sem acomapanhar suas versões literárias, poderão ser profundamente impactados pela conclusão apresentada, mesmo que ela tenha sido repetida incansavelmente em outras produções do gênero. A previsibilidade dessa conclusão, no entanto, não diminui o mérito do longa, que, com sua simplicidade e sinceridade, se revela um média-metragem visualmente encantador e emocionalmente envolvente, deixando o telespectador imerso em uma reflexão silenciosa sobre o que acabou de vivenciar.

A força da obra resiste justamente, em sua habilidade de conectar com a emoção do público sem recorrer a artifícios complexos. A humildade de sua narrativa permite que o conto seja vivido com mais impetuosidade, criando um espaço para que o espectador tenha nostalgia com as dores e alegrias da juventude de maneira imediata. Esse poder de ressoar, mesmo com recursos simplórios, é um dos aspectos mais admirados neste tipo de produção.

Além disso, a direção e roteiro de Look Back sabem explorar o ritmo da história de forma eficaz, equilibrando momentos suavidade emocional com complexos existênciais. Ao contrário de muitas adaptações que se perdem no desejo de inovar, a produção encontra seu charme na fidelidade à obra original, respeitando seus elementos fundamentais e, ao mesmo tempo, tornando-os acessíveis a um público mais amplo. Ao final, não é a novidade que cativa, mas a universalidade da mensagem e a habilidade do filme em comunicar sentimentos complexos de maneira simples e poderosa.

Look Back” Review: The Beauty of Art, Queer Love, Self-Growth, and No  Regrets - When In Manila

Look Back se destaca não por sua originalidade, mas pela forma como consegue transmitir uma profundidade emocional rara em uma obra de tão simples premissas. A adaptação do mangá, que poderia se perder na repetição, encontra sua força ao explorar de maneira sincera e tocante os temas universais de amar e perder.

A conclusão previsível, longe de enfraquecer a produção, confere-lhe uma melancólica elegância, reforçando a ideia de que, por vezes, o que realmente importa não é o que vem a seguir, mas o impacto do momento presente. Além disso, Look Back faz um pequeno desvio em sua abordagem do amor, ao mergulhar, ainda que de maneira sutil, no philia, o amor fraternal e a busca por entendimento mútuo, fugindo, assim, da narrativa focada apenas no eros tão comumente explorado. Ao final, o média-metragem nos deixa com mais perguntas do que respostas, não porque seja enigmático, mas porque, com sua simplicidade, nos força a refletir sobre o que de fato é essencial.

NOTA: 4/5

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Tela Quente

Alien: Romulus é junção imperfeita de horror, ficção e ação

Ridley Scott tentou explorar mais a fundo a ficção científica da sua franquia renomada Alien com Prometheus (2012) e Alien: Covenant (2017). Infelizmente, embora gostando desses filmes, admito que suas intenções esbarraram em ideias confusas e – por que não? – estranhamente bizarras. Mas os filmes estão ali, tentando abordar temas de natureza mais complexa do que os filmes anteriores, discutindo a origem da humanidade e onde ela se encaixa no grande esquema das coisas. Em Alien: Romulus, o diretor Fede Alvarez também está interessado na ficção científica deste universo, desde a construção de um cenário distópico onde a humanidade se curva ao mundo privado até aos desdobramentos da existência de humanoides entre a sociedade civil. E, se essas discussões são mais bem pontuadas e desenvolvidas aqui, vale mencionar o quão bem-sucedido Alvarez foi se comparado com o mestre Scott.

Alien Romulus equilibra ficção científica e terror na medida certa -  Opinião | Minha Série

O êxito do diretor, cuja filmografia demonstra um interesse pelo suspense e o horror, reside na criação de um amálgama da franquia ao colocar o horror do clássico Alien, o Oitavo Passageiro (1979), a ação intensa de Aliens, o Resgate (1986), a maternidade de Alien 3 (1992), e as bizarrices de Prometheus e Covenat em uma mistura só. Assim, Romulus é, definitivamente, uma ode ao passado, que prova que a originalidade não é o único caminho, e beber de fontes certas sabendo o que está fazendo é uma tarefa tão árdua quanto inovar – embora só depender delas também não o faça um grande diretor.

A trama segue a dupla Rain (Cailee Spaeny) e Andy (David Jonsson), cuja irmandade começou quando o pai da garota integrou o humanoide Andy à família, e o deixou com a diretriz de proteger a garota. Eles se envolvem com um grupo de conhecidos na tentativa de fugir do sistema em que estão, a partir de uma carga de módulos de hibernação encontrada numa estação espacial abandonada. Este, portanto, é o cenário perfeito para que o grupo se depare com as criaturas adormecidas devido às pesquisas passadas envolvendo suas origens.

Alien: Romulus' é belo equilíbrio entre homenagem e cópia para ressuscitar  a franquia; g1 já viu | Cinema | G1

A premissa é simples, mas extremamente eficiente. Ao longo dos primeiros minutos, nos afeiçoamos com a dupla de protagonistas e pela habilidade do roteiro de construir um background entre eles, sem torná-los rasos e apenas um pedaço de carne para ser devorado (ou acasalado). Mas isso não se repete com os outros personagens, que apenas são condicionados a estarem relacionados com Rain e Andy. Como foi dito, o filme sabe explorar sua filosofia ao abordar a existência de Andy e como sua presença pode ser perturbadora para aqueles que são contrários à sua existência. Essa tensão entre os personagens já conduz a narrativa para além do superficial da sobrevivência, e nos oferece uma camada adicional quando coloca em pauta o quanto uma vida vale mais que a outra.

O que oferece um contorno ainda mais interessante é quando a consciência do sintético Rook (Ian Holm), mesmo modelo do famoso Ash do filme original, é transportada para Andy, e a figura inocente do personagem dá lugar à frieza cruel de alguém capaz de fazer o que for necessário para cumprir sua diretriz: entregar os resultados das pesquisas dos xenomorfos à Weyland-Yutani. E essa mudança, além de ser um aspecto brilhante da ótima atuação do David Jonsson, coloca em jogo a relação entre a humana Rain e seu “irmão”, e o quanto ela abdicaria de suas convicções para sobreviver.

Alien: Romulus terá continuação? Entenda o final do filme | Minha Série

De um ponto de vista estético, há muitos elogios para se fazer em relação às escolhas do diretor de fotografia Galo Olivares. Com um bom uso de luzes e sombras, o filme consegue explorar o seu cenário de modo a construir toda aquela sensação de perigo e solidão, seja através do vermelho presente em sinalizadores e sinais de alerta pela estação, às sombras dos corredores que sempre ameaçam guardar algum susto – ou surpresa desagradável. Gosto de como a protagonista é retratada como a Ripley dessa jornada, a colocando como a grande heroína da história. Outro fator que contribui ao horror são os ótimos efeitos práticos que tornam as ameaças mais verossímeis e incômodas só pela sua movimentação estranha; a maquiagem também reforça o horror com corpos estraçalhados, perfurados, dignos de um filme gore.

Além disso, a ação é outro elemento presente aqui e bem conduzido. Devo destacar a cena envolvendo as secreções/substâncias ácidas dos Aliens, e quando elas estão espalhadas num andar sem gravidade. A beleza estética fala por si só, e a tentativa de escapar de qualquer ferimento é a sequência mais apreensiva do longa.

Alien: Romulus" estreia nos cinemas brasileiros

Infelizmente, a apreensão dessa cena não se repete ao longo do filme. Mesmo fazendo um trabalho competente, não me encontrei imerso em quase nenhum momento de Romulus. A sensação de perigo, a claustrofobia, o receio, o medo pelos personagens são emoções esperadas que não estiveram presentes durante a minha experiência. É como se o filme se contentasse com soluções fáceis e convenientes, e não trouxesse soluções mais interessantes, e desperdiçasse seus ótimos comandos artísticos na fotografia, na maquiagem, no figurino e no design de produção. Cito aqui uma cena onde o silêncio se faz fundamental para não alertar as criaturas e de repente surge uma voz na transmissão de rádio alertando a todos no local. Se Alien: Romulus for sua primeira experiência de terror nos cinemas, talvez essa cena, entre várias outras, surta o efeito pretendido.

Basear-se nas fontes boas e saber trabalhá-las é o grande destaque deste filme, mas também é seu principal obstáculo: o potencial esbarra nas suas inspirações. Embora Romulus possua um início particular e imersivo, que prometia um desenrolar mais intimista e amedrontador, ele respeita tanto seus antecessores que acaba esvaindo-se de ideias criativas, não necessariamente originais. Desse modo, acaba encerrando sua história de forma diametralmente oposta ao seu início: óbvia e comum. E isso não faz jus ao bom filme feito por Alvarez.

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Anime Cultura Japonesa Entretenimento Mangá

Morre Akira Toriyama, o criador de Dragon Ball, aos 68 anos

Pois é, amigos… Acaba de falecer a referência suprema dos animes e mangás, que furou a bolha do entretenimento e inspirou gerações. Akira Toriyama partiu aos 68 anos. A morte foi provocada por um hematoma subdural, que é quando acontece um acúmulo de sangue entre o cérebro e o crânio. A notícia foi confirmada através do perfil oficial da franquia no X (antigo Twitter).

“Queridos Amigos e Parceiros,

É com profundo pesar que informamos que o criador de mangá Akira Toriyama faleceu em 1º de março devido a uma hematoma subdural aguda. Ele tinha 68 anos de idade.

É com grande pesar que percebemos que ele ainda tinha várias obras em processo de criação, com grande entusiasmo. Além disso, ele teria muitas mais coisas para alcançar. No entanto, ele deixou muitos títulos de mangá e obras de arte para este mundo. Graças ao apoio de tantas pessoas ao redor do mundo, ele pôde continuar suas atividades criativas por mais de 45 anos. Esperamos que o mundo único de criação de Akira Toriyama continue a ser amado por todos por muito tempo.

Informamos esta triste notícia, agradecidos pela sua gentileza durante sua vida.

O serviço funerário foi realizado com sua família e pouquíssimos parentes. Seguindo seus desejos por tranquilidade, respeitosamente informamos que não aceitaremos flores, presentes de condolências, visitas, oferendas e outros. Além disso, pedimos que evitem conduzir entrevistas com sua família.

Planos futuros para um encontro comemorativo não foram decididos, informaremos quando estiver confirmado. Agradecemos profundamente sua compreensão e apoio, como sempre.”

Como dito no comunicado, Akira partiu no dia 1° de Março, mas somente hoje tivemos a confirmação. Seu legado vai perdurar para a eternidade.

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Quadrinhos

O Negan chegou! Nova HQ de The Walking Dead chega às lojas!

Que o universo de The Walking Dead é interessante, disso ninguém duvida! Buscando preencher lacunas e enriquecer a mitologia de um dos personagens mais controversos das HQ’s, chega ao Brasil The Walking Dead: O Negan Chegou e Outras Histórias. Confira a sinopse:

“Desde sua estreia nos quadrinhos, o carismático psicopata Negan tem antagonizado Rick Grimes, assassinado seu próprio amigo com um taco de baseball envolvido por arame farpado, e envolvido os Salvadores numa guerra contra Alexandria e outras comunidades adjacentes. Mas quem ele era, antes do colapso da sociedade? E, para além disso, mais tarde, desprezado por uma sociedade que está aos poucos se reconstruindo, o vilão vive um isolamento desesperador… mas será mesmo? O que ele tem feito desde sua última aparição nos quadrinhos? Chegou a hora de descobrir!”

The Walking Dead: O Negan Chegou e Outras Histórias conta com 192 páginas, capa cartão e compila as edições de The Walking Dead: Here’s Negan (2017) #1; Negan Lives (2020) #1; The Walking Dead Day Special (2018) #1; The Walking Dead: The Alien (2016) #1.

Você pode adquirir o seu exemplar clicando aqui!

“The Walking Dead” é uma série de televisão norte-americana baseada na série de quadrinhos homônima de Robert Kirkman, Tony Moore e Charlie Adlard. A série estreou em 2010 e se tornou um fenômeno mundial, misturando elementos de horror, drama e sobrevivência.

A trama se passa em um mundo pós-apocalíptico, onde uma misteriosa epidemia transformou a maioria da população em zumbis. O foco principal da história é Rick Grimes, um xerife que acorda de um coma para encontrar o mundo devastado pelos mortos-vivos. Ele se torna o líder de um grupo diversificado de sobreviventes que buscam abrigo e segurança em meio ao caos.

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Quadrinhos

Morre Keith Giffen, lenda dos quadrinhos co-criador do Lobo e Rocket Raccoon

Morre Keith Giffen, o lendário desenhista e roteirista de quadrinhos aos 70 anos de idade. Keith foi responsável pela criação de icônicos personagens da Marvel e DC Comics, sendo uma referências até os dias atuais. Ele também era conhecido por seu bom humor e acidez, e transmitia isso em suas histórias. Em sua partida, não poderia ser diferente, ao deixar uma última mensagem aos seus fãs, amigos e familiares nas suas redes sociais.

“Eu disse a eles que estava doente… Qualquer coisa para não ir à Comic Con de Nova York.

Obrigado Keith Giffen

1952-2023

Bwah ha ha ha ha”

Além do Lobo e Rocket, Keith criou o Besouro Azul (Jayme Reyes), e escreveu uma das fases mais memoráveis da Liga da Justiça (Liga da Justiça Internacional) no final dos anos 80, com um tom leve e personagens pouco convencionais lidando com ameaças globais.

Keith partiu no último dia 9 após complicações de um AVC. Descanse em paz, Keith.

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Quadrinhos

Morre o lendário John Romita

Através de suas redes sociais, John Romita Jr., filho do lendário John Romita, informou ao mundo que seu pai faleceu aos 93 anos. John relata que seu pai partiu em paz nesta segunda (12).

 

Pai e filho. Romita Sr. E Jr.

Também conhecido como John Romita Sr., ele foi um dos pilares fundamentais da Marvel, ctiando icônicos personagens como Justiceiro, Mary Jane Watson, Wolverine e Rei do Crime.

O Homem-Aranha definitivo. Icônico e atemporal.

 

O legado de John Romita e sua contribuição para a nona-arte é imensurável. Descanse em paz, mestre.

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Gameplay Games

Diablo IV é o ápice da franquia

Essa franquia causou muitos problemas para as crianças nascidas nos anos 90, primeiro por conta de seu nome, e consequentemente suas cinemáticas e gameplay sangrento. E nesse ano de 2023, temos entre nós mais um capítulo dessa história marcante, Diablo IV está em chamas.

Preciso informar que essa análise conterá terá spoilers da história geral dos jogos, para situar melhor as pessoas nesse novo jogo.

Antes de tudo vamos dar uma recapitulada na história por trás de Diablo IV. De fato a Blizzard trata com muito esmero o lore do seu jogo.

O anjo Inarius juntou-se a Lilith, a filha do demônio Mephisto um dos Três Males Maiores. Os dois estavam cansados do conflito eterno entre anjos e demônios pelo controle do universo e criaram Santuário, com o poder da Pedra do Mundo, que eles roubaram. Santuário servia como um refúgio e lar para todos que queriam fugir do conflito eterno. Entretanto, durante anos os anjos e demônios de Santuário começaram a se relacionar e a partir disso surgiram os Nephalens, uma nova raça híbrida que possuíam poderes mais elevados que Anjos e Demônios.

Inarius sentindo-se ameaçado queria acabar com  os Nephalens, enquanto Lilith via neles, a oportunidade de acabar com o conflito eterno entre Céu e Inferno. Uma guerra em Santuário ocorreu, entre Anjos, Nephalens e Demônios, que acabou com um acordo entre o Céu e Inferno de não interferir mais em Santuário.

Diablo IV então trás de volta, Lilith, que quer retomar o controle e poder que exercia em Santuário, sobre os filhos dos Nephalens, os humanos.

Para todos que jogarem outros jogos de Diablo, a mecânica de gameplay não é novidade, mas é impressionante como a Blizzard consegue nos entregar pela 4º vez a mesma coisa, e mesmo assim não transforma em algo chato, ou tedioso, como vemos em algumas outras franquias de jogos (Assassin´s Creed e FarCry estou apontando para vocês).

Se você tirar todo o background da história, profecias, as distrações cinematográficas, as amarras com o mundo, Diablo IV é sem sombra de dúvidas um RPG padrão, mas é justamente ai que ele ganha destaque, porque ele não é nada, além do que se propõe a ser.

Diablo IV ocupa um espaço de complexidade, que vimos em Diablo II, e a acessibilidade que foi Diablo III, sem dúvidas o responsável por elevar ainda mais o nível da franquia. Passados mais de 50 anos após a DLC Reaper of Souls, Diablo IV trás de volta os pontos de habilidade e atributos atribuíveis, permitindo mais variações na construção de classe, experimentações incentivadas, exigindo mais cuidado em combate, o jogo como um todo está cheio de revisões inteligentes, mudanças específicas em certos aspectos que já estamos acostumados, que não os mudam, mas melhoram tudo que conhecemos.

Diablo IV é um parque temático de exploração, acumulação e criação, a progressão do personagem é definida muito mais pelos equipamentos que você consegue gerar durante a gameplay, do que pelas escolhas aleatórias. Os itens têm propriedades mágicas e classificação distintas, mas isso não impede que você aplicar essas propriedades passivas únicas a outro item em seu inventário.

Parece um pouco contraintuitivo ter tanto controle nas primeiras horas, não lembra muito outros jogos da franquia Diablo. Mas esses toques leves, alterando pontos específicos na gameplay aumentou a qualidade geral do combate desde o início da campanha até as incontáveis ​​horas gastas descobrindo os detalhes no mapa durante o fim de jogo. De maneira geral em Diablo IV, ainda temos que nos concentrar (um pouco) para matar demônios, e é realmente muito bom.

Entretanto você precisará ser mais atencioso do que no jogos anteriores, com uma variedade de fatores externos no ambiente. Seleção de habilidades, gerenciamento de recursos, especializações e posicionamento durante as batalhas. 

As classes de heróis estão muito melhor exploradas aqui. Desde o necromante, capaz de levantar um exército de mortos, até o singelo bárbaro, com suas armas trocáveis. Você tem a opção do mago com suas conjurações elementais. O Rogue é o mestre stealth, disparando flechas através das sombras, enquanto o Druida pode mudar sua forma para a batalha.

Essas classes são apoiadas em um sistema de árvore de habilidades bem trabalhado. Em Diablo IV além do clássico modo de ganhar pontos de habilidade conforme você sobe de nível, você ganha pontos também ao explorar, indo á certos limites do Santuário, saqueando masmorras, caçando estátuas de altares de Lilith e completando as centenas de missões secundárias pelo mundo aberto.

O seu modo de jogo é amplo, não necessariamente focado apenas em devastar hordas de demônios, há outras maneiras de fazer o jogo acontecer, e isso depende de você. 

Muitos estavam ansiosos para ver como a Blizzard iria implementar o mundo aberto em Diablo IV, e aqui podemos ver a habilidade da equipe de produção que está a mais de 20 anos aplicando os conceitos em World of Warcraft, presente em Diablo. Um desafio criativo que o estúdio navegou com precisão hábil, permitindo que o jogador possa vagar livremente neste espaço enorme de integração perfeita do PvP a zonas específicas do mapa adicionando um ar de perigo à exploração a cada passo.

Não há como prever, Diablo IV como um serviço online, em um ambiente desafiador como é atualmente, onde jogos precisam se renovar constantemente para se manter no auge. Mas aqui a Blizzard, estabeleceu uma bases sólidas de mecânica e gameplay, que evoluiu junto a franquia, como uma experiência solo, há uma elegância em sua composição e a liberdade que temos para explorar é sem dúvida cativante.

Diablo IV é o ápice da franquia. Aquele loop de jogabilidade que exige uma atenção tão simplória, repetitiva que domina sua mente. O típico jogo que te entrega diversão instantânea, desafios persistentes em um modo contínuo, com complexidade acessível. É o retorno triunfante que Lilith tanto esperou.

Diablo IV com seu sistema de loot e refinamento no sistemas de combate, e mundo aberto, entra no pódio como o melhor RPG de ação dos últimos anos.

Diablo IV foi analisado no PC, sem código fornecido pela editora.

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Games

Phantom Blade 0 possuirá elementos, mas não será soulslike

Os espectadores do recente PlayStation Showcase da Sony ficaram tão impressionados com o recém revelado Phantom Blade 0 que, para muitos, foi o ‘jogo do show’ do evento.

O trailer de revelação mostrou batalhas de espada intensas, então não é de surpreender que tenha atraído muita atenção dos fãs de Sekiro em particular, mas eles são realmente parecidos?

Isso foi questionado recentemente no canal Phantom Blade 0 Discord, e segundo a desenvolvedora, o jogo terá aspectos do gênero, mas enquanto jogos da FormSoftware como Elden Ring e Sekiro se deliciam em colocar o jogador à prova em diversos momentos, Phantom Blade 0 é a favor de uma experiência mais acessível.

Embora isso possa ser um pouco decepcionante para aqueles que procuravam mais um desafio brutal, é uma boa porta de entrada para aqueles que possuem interesse de entender um pouco mais de mecânica souslike, mas tem receio de se irritarem a cada segundo em outros jogos do gênero.

Os desenvolvedores confirmaram que nenhum elemento do Phantom Blade 0, como armas ou equipamentos, será desbloqueado por meio de compras no jogo. E o que foi mostrado na filmagem de revelação é apenas a ponta do iceberg. “Cada arma afeta a jogabilidade com movimentos e combos únicos”, diz o desenvolvedor. 

Phantom Blade 0 não possui data de lançamento, mas estará presente no PlayStation 5 e PC.

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Cinema Tela Quente

Creed III: Quando poucos golpes são suficientes

A franquia Rocky ultrapassou os limites do ringue de luta. Embora mantive-se o foco na história de superação, treinamento, disciplina e nos sacrifícios pessoais do lutador Rocky Balboa, os filmes nunca esqueceram do aspecto urbano e do cotidiano envolto do protagonista. Ryan Coogler, diretor do primeiro Creed e roteirista da trilogia, conseguiu retomar esses aspectos através das lentes da cultura negra americana. E mesmo Pantera Negra (2018) sendo o seu trabalho de maior prestígio e popularidade, foi com Creed que a sua capacidade conseguiu ditar as temáticas de uma franquia inteira. No terceiro filme, agora sem a estrela de Sylvester Stallone, o background dos personagens persiste nas raízes da comunidade negra – e como o passado destes interferiu em suas expectativas e sonhos de vida.

Se olharmos em última instância, todos os filmes da franquia, desde o primeiro Rocky de 1976, trabalharam em cima do sonho daqueles em tela. Os personagens sempre estão buscando alcançar um outro patamar de vida: casar com a mulher amada, vencer a luta, tornar-se campeão. O personagem interpretado por Jonathan Majors, Damian Anderson, é um entre vários que almejavam ser profissional do boxe e desfilar com o cinturão numa carreira vitoriosa, mas acabou tendo seu caminho redirecionado por uma sentença de 18 anos em cárcere privado após um desentendimento na rua. O terceiro filme nos oferece dois personagens que partiram juntos, mas acabaram atravessando jornadas distintas e consequentemente finais desiguais. Adonis tornou-se aquilo que o amigo desejava, e Damian viveu quase duas décadas no presídio vendo um sonho próximo da realidade se transformar numa probabilidade distante.

Assim, Creed III traça um comentário político interessante quando coloca em debate como as circunstâncias e a desproporcional punição condicionaram o futuro de um garoto, e destruíram qualquer perspectiva de sucesso. Contudo, o filme se interessa mais nessa background como justificativa para o sentimento vingativo do antagonista, do que necessariamente se aprofundar no comentário político e social.

É preciso ter uma suspensão de descrença do mesmo nível daquela em Gigantes de Aço (2011), quando o robô de treinamento Atom confronta os robôs mais competitivos e tecnologicamente avançados do mundo, para engolir a história de Damian. O plano arquitetado e a escalada oportunista para enfrentar o atual campeão, além do mistério envolta da sua vida dentro da prisão, mantendo o ritmo de treinamentos e o porte físico de um atleta profissional são enfiados goela abaixo e apenas geram dúvidas pertinentes sobre suas reais condições na cadeia, pois é conveniente para o roteiro deixá-lo pronto para a jornada sem qualquer preparo – e torná-lo uma opção viável num confronto de proporções globais.

E o roteiro não peca exclusivamente nesse contexto. A história retrata um Adonis Creed aposentado, sendo a primeira luta do filme justamente sua despedida dos ringues. Semelhante à premissa de Rocky Balboa (2006), Creed III coloca seu protagonista na posição de superado e ultrapassado, quando outros rostos e nomes assumem o protagonismo do esporte. Contudo, existe uma diferença gritante entre o que fizeram com Balboa em 2006 e essa tentativa. A caracterização de Sylvester Stallone corresponde a alguém obsoleto, cansado e nitidamente fora da idade (resultado da própria realidade do ator); a forma como o filme explora suas vulnerabilidades e fraquezas o tornam mais verossímil, e nos fazem reconhecer seu retorno aos ringues como um desafio complicado. No caso de Michael B. Jordan, sua caracterização e, portanto, seu porte físico e estilo de vida (assim como o período curto da aposentadoria), não correspondem ao que filme pretende transmitir e acaba por atrapalhar na forma como nos relacionamos com ele, sendo este “grande desafio” um mero percalço no caminho.

Se essa tentativa frustrada de emular a capacidade emocional da obra de 2006 já não fosse suficiente, o filme também retrata uma perda (que não será revelada aqui) com o peso dramático de uma folha de papel. Novamente parte do esforço de criar empatia pela história do protagonista, como se obter a comoção do público fosse missão fácil apenas por colocar o acontecimento anunciado desde o início num ponto crítico da trama – e não resultado de um processo construído gradativamente (se possível, com sutileza).

Contudo, as limitações óbvias do roteiro esbarram numa direção competente e inspiradora do estreante Michael B. Jordan. Foi uma grata surpresa reconhecer na tela um diretor que busca alternativas para cenas simples, sempre procurando caminhos diferentes para transmitir sensações. Não só pela capacidade de conduzir ritmos impressionantes nas lutas, mas imprimir um estilo inspirado por seus gostos pessoais pela linguagem dos animes (os planos fechados nos braços e luvas, o slow motion) que possuem caráter próprio na produção das cenas de ação. Outro ponto relevante é como Jordan não se limita em focar na luta em si, mas busca intercalar com flashbacks que remetem às emoções e pensamentos dos lutadores. O conflito principal entre Adonis e Damian é para além do âmbito físico, é quase como um acerto de contas espiritual.

Também vale ressaltar a continuidade de estilos musicais, temáticas e saudosismos que integram toda a trilogia. É importante manter uma unidade artística facilmente reconhecida ao assisti-los: a representatividade da comunidade negra, a exaltação e o respeito pelas figuras do passado (embora aqui ocorra um distanciamento muito maior do que nos anteriores), além da música tema com acordes clássicos da franquia. São, portanto, elementos que mantém o espírito dos três filmes.

Ao final (sem spoilers), o diálogo entre o Adonis e Damian retrata dois homens compreendendo como o sentimento de vingança só serve para consumir aquilo que resta. Mas o destaque está quando eles se conscientizam sobre o quão equivocados estavam em tentar procurar culpados entre si, quando a culpa verdadeiramente partia daquelas forças externas maiores, que – às vezes – os tornam coadjuvantes da própria vida.

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Games

Valorant Champions Tour Ascension das Américas acontecerá no Brasil

O Valorant Champions Tour Ascension 2023, campeonato que promoverá equipes para as ligas franqueadas de VALORANT da Riot Games, terão três torneios diferentes ao redor do mundo.

Entre os dias 30 de junho e 9 de julho, com partidas em São Paulo, no Brasil, o campeonato na região do Continente Americano, contará com duas equipes do Challengers Brasil, duas da América do Norte, uma do LATAM Sul e outra do LATAM Norte.

De acordo com a Riot, apenas a grande final contará com presença de público. Mais detalhes sobre local e venda de ingressos ainda não foram divulgados.

Esse será o segundo torneio internacional de VALORANT no Brasil, o LOCK//IN, entre fevereiro e março deste ano, deu largada à temporada do VCT.

Já as etapas das outras regiões aconteceram em datas parecidas como a Ascension EMEA, entre 30 de junho e 16 de julho em Berlim (Alemanha). Pacífico, de 28 de junho a 9 de julho, com as partidas acontecendo em Bangkok (Tailândia).

Cada um dos Ascension dará uma vaga temporária na liga franqueada correspondente, permitindo ficar dois anos dentro do VCT, podendo também se classificar para os Masters e Champions.