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Resenha | Irmão Lobo – As Crônicas das Trevas Antigas

Primeiro livro da série Crônicas das Trevas Antigas, Irmão Lobo (Wolf Brother, no original) é uma obra extremamente surreal que te leva a lugares inimagináveis.

A autora, Michelle Paver, consegue transformar a época da idade da pedra em algo civilizado, de certa forma. Onde os supostos homens das cavernas moravam em civilizações subdivididas por clãs, tinham suas próprias leis, magias, profecias e cada um venerava o espírito de um animal. A série se baseia na história do jovem Torak, do clã do Lobo. Um garoto com apenas doze verões de idade que fora criado com o pai na floresta, longe de outros clãs e pessoas.

Atenção: a partir deste ponto teremos alguns spoilers!

Mapa encontrado nas primeiras páginas do livro
Mapa encontrado nas primeiras páginas do livro

Torak e Pa (seu pai) estavam acampando à noite, sozinhos, como sempre viveram. Mas aquela não era como as outras noites: era o momento em que Torak iria realmente seguir o destino que estava traçado a cumprir. Com o aparecimento de um urso com a cara da morte, possuído por um espírito maligno e disposto a matar tudo o que vê pela frente, o pânico toma conta do cenário e Pa, mesmo com habilidades de caça e combate, é gravemente ferido. Nesse momento a autora consegue expressar o medo e o desespero dos dois, passando aquela sensação para o leitor, e ao mesmo tempo deixando uma dúvida martelando na cabeça; coincidentemente, a dúvida que fará o desenvolvimento do livro.

Com a gravidade do ferimento, Pa percebe que não sobreviverá e faz um último pedido ao filho: que encontre a Montanha do Espírito do Mundo, um lugar que ninguém nunca encontrou. Quando o garoto pergunta por que ele encontraria, Pa diz que Torak achará um guia. Nesse momento da morte de Pa, percebe-se também uma parte da tradição da época, como na hora em que, quando está a beira da morte, o pai pede para que o filho troque sua faca com ele. Isso para Torak significava um ponto final, seria o recebimento da sua herança.

Torak se vê sozinho e aflito sobre o que fazer. Acabara de perder a única pessoa que conhecia, estava com pouca carne seca estocada e não sabia como encontrar o guia que o levasse para a montanha, como havia dito seu pai. Descendo a floresta ele encontra “Lobo”, um filhote que estava mexendo em cadáveres de sua espécie. Nesse momento acontece a primeira mudança de visão no livro. O diferencial da série Crônicas das Trevas Antigas é que os livros são narrados em duas visões diferentes. Em meio aos capítulos, o leitor vê a cena tanto na perspectiva de Torak, quanto de Lobo, transformando os dois em protagonistas da trama. Na perspectiva de Torak temos uma visão humana, mais racional, contendo falas e palavras diretas, já na visão de Lobo temos algo mais instintivo. A autora, para demonstrar seus pensamentos não utiliza substantivos simples, mas prosopopeias, por exemplo: para se referir a humanos é usado o termo Alto-Sem-Rabo, ou para se referir a uma fogueira o termo usado é Brilhante-Besta-Que-Morde-Quente. Também um quesito importante a citar, é que como Lobo é um filhote, o leitor consegue acompanhar todo seu processo evolutivo até chegar à sua maturidade.

Assim que começa a mudança de visão, entendemos mais sobre a história do jovem animal. Ele estava feliz, brincando com seus irmãos em meio a matilha, até que uma enchente inesperada arrasa toda a floresta na qual viviam e deixa um único sobrevivente: Lobo. Esse momento pode ser considerado o mais dramático do livro, onde vemos lobo sem entender o que tinha acontecido à sua família. Ele começa a cutucar com a cabeça um irmão, perguntando porq ue não queria brincar mais, porém o filhote não se move. Lobo repete os cutucões com todos da família, mas ninguém se move. Foi nesse tempo que apareceu o Alto-Sem-Rabo.

Inicialmente, com a fome que estava, Torak pensa em matar e comer o filhote de lobo que encontrara, mas acaba tendo visões sobre ele, e começa a entender o que o animal grunhia. Um pouco confuso sobre o que estava acontecendo, ele começa a pensar que além de pertencer ao Clã do Lobo, uma parte dele também era animal.

A medida que Lobo seguia Torak, a relação de preocupação e ajuda entre os dois aumentava. Para o filhote, Alto-Sem-Rabo podia o alimentar e o proteger, e para o humano o pequeno lobo tinha um faro muito bom para mostrar onde está a comida e o perigo.

Após uma longa febre que teve graças a um ferimento da luta conta o urso, Torak é capturado pelo Clã do Corvo, com a acusação de estar caçando em seu território. Nesse momento de captura descobrimos como é uma civilização do universo das Crônicas das Trevas Antigas, e suas duras leis. Por caçar um veado na região do Clã do Corvo ele foi condenado à morte, porém, para não morrer, o garoto pede um julgamento por combate. Seu oponente era Hord, um de seus captores. O momento da luta é longo e como está lutando com um oponente mais forte e não tendo nenhuma experiência em combate, Torak conseguiu vencer através do intelecto.

Mesmo vencendo Hord em combate, não libertaram-no. Após observarem que o garoto conseguia se comunicar com seu animal de clã, Renn (irmã de Hord) acusa Torak de ser o “ouvinte” de uma profecia na qual dizia que: “Uma sombra ataca a floresta, ninguém consegue se opor a ela”. Essa primeira parte se referia ao urso, “então vem o ouvinte, ele luta com o ar e fala com o silêncio”, “luta com o ar” foi o que Torak fez na luta contra Hord, usou vapor d’água e cegou o oponente para ganhar, e “fala com o silêncio” se refere a um apito que o prisioneiro usa para chamar o seu animal de clã. Torak havia o confeccionado quando Lobo sumiu enquanto estava com febre. Ele pergunta o que acontece com o ouvinte no fim e recebe o final da profecia: “O ouvinte dá o sangue do seu coração para a montanha. E a sombra é esmagada.”

Após ser preso novamente e esperar que decidam seu futuro, Torak busca respostas sobre a sua vida e várias pontas soltas deixadas tanto em sua cabeça quanto na do leitor são explicadas, como: Quem foi seu pai, por que viviam isolados do restante dos clãs, o que houve a sua mãe e como o urso foi criado.

Depois de grandes revelações, Torak consegue fugir do acampamento com a ajuda de Renn. Ela disse que o estava ajudando porque acreditava que somente ele acharia a montanha e que não seria o seu sacrifício que destruiria o urso, mas a ajuda do espírito do mundo. No caminho em busca da montanha, Renn diz que não seria simples assim pedir a ajuda do espírito, que Torak teria de provar que era merecedor de receber a ajuda e o único modo de provar, era recolhendo as três partes do Nanuak: os olhos do rio, o dente de pedra e a lamparina. Começa mais uma grande aventura. Sem saber onde vão achar os pedaços do Nanuak, ou a montanha, Torak, Lobo e Renn chegam ao limite.

Conseguindo as partes do Nanuak, são assaltados por Hord que os seguiu. Ele conta que o urso atacou o Clã do Corvo e que Fin-Kendin (Líder do Clã) está gravemente ferido. Renn volta ao clã, e Torak continua a busca com Lobo. Finalmente, quando encontram a montanha, retornam ao acampamento do Corvo e descobrem a história sobre os devoradores de almas: “Os devoradores de almas… Eram sete magos, cada qual de um clã diferente. No início, não eram maus. Ajudavam seus clãs. Cada um tinha sua habilidade particular. Um deles era ardiloso como uma cobra, sempre pesquisando a sabedoria de ervas e poções. Outro era forte como um carvalho; desejava conhecer as mentes das árvores. Uma outra pensava em voar mais veloz que um morcego. Adorava enfeitiçar pequenas criaturas para cumprirem suas ordens. Um deles era orgulhoso e ambicioso, fascinado por demônios, sempre tentando controla-los. Dizem que um outro podia convocar os mortos… Muitos invernos atrás, eles se uniram em segredo. A princípio chamaram a si mesmo de curadores. Iludiram a si mesmos, acreditando que queriam apenas fazer o bem; curar doenças, proteger contra demônios… Em pouco tempo estavam chafurdando o mal, pervertidos pela sua fome de poder…Acima de tudo, os devoradores de almas queriam poder. Era o motivo de suas vidas. Governar a floresta. Forçar todo mundo a fazer o que eles queriam. Então treze anos atrás, aconteceu algo que abalou o poder deles… Houve um grande incêndio e os devoradores de almas se dispersaram. Alguns ficaram seriamente feridos. Todos seguiram pra esconderijos… O homem que criou o urso era um deles.”

No outro dia após ouvir a história, Torak e Lobo sobem a montanha. Hord mais uma vez tenta roubar o Nanuak para ele derrotar o urso com as próprias mãos, mas acaba sendo morto quando o mesmo aparece. Lobo leva o Nanuak para o topo da montanha e enfim o espírito do mundo mata o demônio.

O livro tem um final considerado um pouco fraco para alguns, porém quando você começa a ler, percebe que há varias pontas soltas no decorrer da obra e que com certeza haverá uma continuação. A autora sabe mexer com as sensações do leitor. ao começar a descrever uma cachoeira, consegue-se sentir respingos d’água; quando descreve o orvalho, se sente um pouco de frio e o corpo úmido, deixando o leitor imerso na história. Irmão Lobo é o tipo de livro que você sempre quis ler mas nunca encontrou.

Capa do livro lançado no Brasil pela editora Rocco - Jovens Leitores
Capa do livro lançado no Brasil pela editora Rocco – Jovens Leitores

Sobre a autora:

Michelle Paver
Michelle Paver

Michelle Paver nasceu na África Central, mas foi para a Inglaterra ainda criança. Após obter um diploma em Bioquímica na Universidade de Oxford, Tornou-se sócia de um escritório de advocacia em Londres, mas acabou abandonando-o para se dedicar a escrever em tempo integral.
As Crônicas das Trevas Antigas nasceram da paixão de toda uma vida por animais, antropologia, e sempre pelo passado distante. As viagens pela Noruega, Lapônia, Islândia, pelos montes Cárpatos, e em particular o encontro com um enorme urso num vale remoto do sul da Califórnia, serviram também como fonte de inspiração.

 

 

 

 

 

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Análise | Ushio to Tora #1 a #3

A nova temporada de animes começou recentemente no Japão. Entre histórias novas e adaptadas, algumas sempre se destacam, seja pela história envolvente, personagens cativantes ou uma boa animação. Ushio to Tora possui as três qualidades.

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Sugestão HQ | Ataque dos Titãs

Shingekin no Kyojin, traduzido para português como Ataque dos Titãs é um mangá escrito por Hajime Isayama. A Panini Comics é responsável por sua produção nacional, atualmente está em sua décima primeira edição publicada, sem contar alguns spin-offs.

Ataque dos Titãs é uma história sobre um mundo pós-apocalíptico onde criaturas gigantescas devastaram quase toda a população mundial, devorando-a. Com isso, três pequenas cidades foram construídas com muralhas enormes que medem cerca de 50 metros (maiores que os titãs) e deixaram os sobreviventes povoando aquelas cidades, que são divididas por questões políticas. Nisso, é quando entram os três protagonistas da história, Eren Yeager, Mikasa Ackerman e Armin Arlelt.

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Os três não sabem nada de como é o mundo fora das muralhas, pois já se passaram mais de 100 anos desde quando os titãs chegaram. Eren Yeager é um jovem que tem como objetivo entrar na ‘’Tropa de Exploração’’ e contribuir com os interesses de sua cidade. Já Mikasa Ackherman é a mais habilidosa entre os três, irmã adotiva de Eren, está mais preocupada com a proteção de seu irmão do que com sua própria, ou entrar em alguma tropa. Armin Arlelt é o jovem mais inteligente, que tem certas habilidades para planejamento, mas em campo suas habilidades são quase zero.

O clímax da história é quando algo que era quase impossível, acontece. Ou melhor, aparece: um Titã Colossal com mais de 60 metros de altura, quebrando uma muralha e fazendo com que vários titãs entram na ruptura.ataque-dos-titas-2 Consequentemente dezenas morrem, fazendo toda a população ir para a segunda cidade. Passado alguns anos desde o acidente, Eren, Mikasa e Armin devem proteger seu povo e descobrir mais sobre o Titã Colossal, além de lutarem por sua sobrevivência.

A trama é coberta de suspense, emoção e mistério, apesar de ter um discurso político raso, algo que deveria ser mais abordado na história. O mangá consegue agradar o leitor, deixá-lo sem fôlego em alguns momentos e muito ansioso para o próximo volume. O acabamento e a tradução da Panini estão ótimos, sendo assim, é recomendável tê-lo em sua estante e acompanhar cada edição.

 

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Crítica | Homem-Formiga

A Marvel Studios foi chamada de ”louca” quando anunciou Guardiões da Galáxia, pois era um filme com personagens desconhecidos que não agradavam muito os leitores. Apesar disso, a Marvel lançou o filme e foi sucesso de crítica e bilheteria. Não foi diferente com Homem–Formiga. Sendo duramente criticada pela escalação de seus atores, a Marvel não se abalou, e confiando em seu produto, lançou e acertou mais uma vez.

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É muito difícil um filme da Marvel conseguir competir e estrear no mesmo ano do “carro-chefe” do estúdio,  Vingadores: Era de Ultron. O filme da equipe não agradou tanto quanto seu antecessor por se perder em muitas cenas de ação. Mesmo assim, ainda conseguiu faturar muito dinheiro, com uma bilheteria elevadíssima. Peyton Reed, diretor de Homem-Formiga, estava com uma difícil missão nas mãos: sendo o seu filme o próximo depois do lançamento de Vingadores, sua missão era conseguir fazer um filme do mesmo patamar de Vingadores, e será que ele conseguiu?

Homem-Formiga começa mostrando um Hank Pym (Michael Douglas) mais novo e receoso, quando cria a fórmula de encolhimento e tem como objetivo não deixá-la cair em mãos erradas. Passando um tempo, somos apresentados na trama à Scott Lang (Paul Rudd), um ladrão que acabara de ser liberado da prisão. O que ele não sabia era que na verdade Hank Pym estava planejando tudo para este ser o novo Homem-Formiga e impedir que seu pupilo Darren Cross (Corey Stoll) venda a fórmula do encolhimento que estava quase sendo descoberta e finalizada, algo que Hank temia há décadas.

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O longa consegue ser tão divertido quanto outros do estúdio. Vendo a imaturidade de Scott Lang como Homem-Formiga, somada à maturidade de Hope Van Dyne (Evangeline Lily) e do Dr. Henry Pym, o filme traz excelentes cenas de humor. Respondendo a questão que foi deixada no ar, sim, Peyton Reed consegue fazer um filme ao nível de Vingadores e em algumas partes até supera a mega produção, como por exemplo nas cenas de ação. A ação no filme é de explodir a cabeça, com planos e um movimento de câmera excelentes na hora do encolhimento do herói. Cada detalhe é surpreendente. A trama não se perde na ação, como o filme da super equipe, e deixa a história bem equilibrada, com momentos emocionantes e engraçados.

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Dito anteriormente, Homem-Formiga não agradou aos fãs com o anúncio de seu elenco, porém quando o filme começa, você se apega completamente ao Michael Douglas como Hank Pym. Quando Paul Rudd aparece na pele de Scott Lang você se envolve tanto no filme que não se incomoda de não ter Hank Pym, o primeiro a vestir o uniforme, ser o herói no filme. Os personagens secundários são de tirar o chapéu. Evangeline Lily faz uma filha bem desequilibrada na parte emocional relacionada ao pai, Corey Stoll faz algo totalmente diferente dos vilões da Marvel (apesar de ele seguir o mesmo padrão de todos os vilões do estúdio, o contrário do herói, que foi dito recentemente pelo escritor de Game of Thrones, George R. R. Martin). Porém, o personagem mais aceito e que se consagrou no papel, certamente foi Luis (Michael Peña), alívio cômico da história.

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Claro, Homem Formiga não é diferente dos outros filmes da Marvel. Ele não inova em quase nada, sempre seguindo os mesmos padrões, referências aos Vingadores em muitos momentos e piada atrás de piada. Infelizmente, só Guardiões da Galáxia, até o momento, conseguiu fazer uma história completamente independente da super equipe.BFOOT_TEASER_BRAZIL

Homem-Formiga “amplia” ainda mais o MCU, deixando em aberto muitas continuações para desenvolver o universo do personagem. Nenhuma continuação foi confirmada, mas o personagem participará de Capitão América: Guerra Civil, o embate entre Homem de Ferro e o Sentinela da Liberdade.

Saindo do cinema você fica muito satisfeito com o que viu e mais uma vez obtém a certeza de que a fórmula da Marvel para fazer filmes de heróis funciona, sendo fantástica e de alta qualidade.

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Resenha | ”Ex-Heróis” de Peter Clines

‘’Os Vingadores encontram The Walking Dead, em uma batalha épica.’’

Ernest Cline, autor do best-seller Jogador N° 1.
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Lendo esta frase, sua atenção é completamente tomada. Ernest Cline em uma frase consegue resumir a tão complexa e divertida história de Ex-Heróis, onde vemos um grupo de heróis em meio a um apocalipse zumbi onde, além de sobreviverem, devem cuidar da população que resta, que é claro, o objetivo de qualquer herói.

O grupo de heróis é formado por Stealth, Gorgon, Regenerator, Cerberus, Zzzap e Mighty Dragon. No começo da história, Peter Clines, autor do livro, descreve minuciosamente todo o cenário apocalíptico e as características de cada personagem. A escolha da cidade, Los Angeles, já é uma pista de que a história terá várias referências ao mundo nerd em geral. O livro não fala muito sobre a criação do Monte, o lugar que as pessoas estão vivendo atualmente, mas como dito anteriormente, tudo é muito bem descrito.

Do outro lado temos os personagens excepcionais e essenciais para o desenvolvimento da trama. Clines consegue diferenciar bastante cada herói, inserindo eles em partes tensas onde suas emoções e sentimentos são colocados a prova. Além do mais, ele cria relações entre seus personagens fazendo o leitor ficar ainda mais interessado na história contada.

PorGRD_989_Ex-patriotasém, um dos pontos mais importantes do livro não é o cenário ou os heróis, e sim os vilões. Pensando que seria somente uma narração de heróis sobrevindo a um apocalipse zumbi, a história se torna o filme ‘’Os Vingadores’’ quando os heróis precisam se juntar para derrotarem um vilão. Excelente! Tudo consegue se encaixar, o vilão controla os zumbis e tem o objetivo de destruir o Monte e os heróis devem proteger os cidadãos dos zumbis e do arqui-inimigo. É algo muito comum em qualquer história em quadrinhos de super-herói.

Ao se deparar com a capa e a contra-capa, você imagina que aquela trama será tomada por referências e estereótipos e, felizmente, ela não decepciona. Da primeira letra até o último ponto final o livro contém muitas referências e citações ‘’Hollywoodianas’’ conseguindo até tirar algumas risadas do leitor. O autor não se perde nelas, conseguindo deixar a história fluir normalmente. Os pontos negativos são complicados, como o fato de apesar de não ter a explicação de como aquele apocalipse zumbi chegou naquele nível, temos alguns flashbacks mostrando como os personagens se conhecem e o início do apocalipse. Isso é um pouco confuso em determinados momentos.

No quesito críticas especializadas, Ex-Heróis está tendo um bom desempenho. Consequentemente, já tem mais de dois livros para a coleção. E ainda está deixando muitas pessoas curiosas para ler sobre esse encontro que muitos já imaginaram.590889

Deixar algumas explicações e situações para trás é até que bem inteligente da parte de Clines, pois ele dispõe de muito conteúdo para uma continuação que já foi feita e em breve também terá sua análise. Infelizmente, não podemos criticar algo que não lemos, mas será que três livros já não foram o suficiente? Esperamos então que o segundo livro que seja tão bom quanto o primeiro.

Portanto, Ex-Heróis consegue surpreender o leitor e cumprir sua promessa com uma história recheada de heróis, referências e zumbis, garantindo um ótimo entretenimento para a ‘’nerdaiada’’.

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Detective Comics

Dossiê da Spider-Gwen

O sucesso do momento para muitos fãs do Homem-Aranha é a Spider-Gwen, ou Gwen-Aranha. Ela surgiu na saga Spider-Verse, e com o apelo feito pelos fãs, acabou ganhando uma revista solo que já chegou a vender mais exemplares que O Espetacular Homem-Aranha, a revista principal do Teioso.

Sua primeira aparição foi na revista No Limiar do Universo-Aranha #2, onde sua a história é contada brevemente. Logo depois ela aparece na sua revista solo, Spider-Gwen, escrita por  Jason Latour e desenhada por Robbi Rodriguez totalizando cinco edições, onde a história da personagem e o universo dela é explorado com mais profundidade.

Conheça a mitologia da Spider-Gwen até o momento:

Origem  

A Gwen Stacy que muitos conhecem pela tão conhecida história “A Morte de Gwen Stacynão ressuscitou e se tornou a Mulher-Aranha. A Spider-Gwen é oriunda de uma realidade alternativa onde o Peter Parker nunca foi picado pela Aranha radioativa e se tornou o Homem-Aranha. O feliz ou infeliz incidente com a aranha desta vez aconteceu com a Gwen, e com os seus novos poderes ela decidiu se tornar a Mulher-Aranha

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A história secreta 

O acontecimento que foi vital para que o Peter Parker se tornar um super-herói  é conhecido por muitos. No começo da descoberta dos seus poderes aracnídeos, Peter tentou lucrar com os seus novos dons. Infelizmente um incidente aconteceu e que poderia ter sido evitado pelo Homem-Aranha mas ele escolheu não usar o seus dons naquele momento, o que acabou resultando na morte de seu Tio Ben. Ele se sentiu culpado, porém seu tio havia deixado um legado para ele “Com grandes poderes vem grandes responsabilidades” e assim começou a jornada heroica do Homem-Aranha.

Com a Gwen não foi muito diferente pois ela tentou ganhar fama como Mulher-Aranha e ela acabou influenciando um jovem rapaz nerd e que sofria bullying a ter o desejo de ser especial como ela.  Em um tentativa de se tornar especial, o jovem acabou se tornando o Lagarto e durante um incidente com a Mulher-Aranha ele acabou sendo morto. Porém para a Gwen não foi apenas uma morte, pois o Lagarto era o seu vizinho e sua paixão secreta, era o Peter Parker.

A Mulher-Aranha foi acusada de causar a morte de Peter Parker e logo sua popularidade se tornou negativa. Sua jornada não terminou por aí pois ela se sentia culpada e decidiu fazer bom uso de seus poderes e se tornar uma heroína para limpar seu nome e carregar o legado que Peter Parker deixou para ela.

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Em um de seus momentos de heroísmo, Gwen se viu confrontada pelo seu próprio pai, o Capitão George Stacy, que acreditava ser ela a culpada da morte do Peter. Estando encurralada ela se viu obrigada a revelar a sua identidade secreta para ele.

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Spider-Verse e o reencontro  

Desde de o anúncio de que a Gwen apareceria  na saga Spider-Verse como uma Mulher-Aranha de uma realidade alternativa, muitos fãs ficaram animados com o reencontro entre o Peter e a Gwen. O reencontro aconteceu mas foi breve e nada tão dramático.

Durante a saga Spider-Verse o papel da personagem é restrito e ocasional, ela aparece para ajudar a Seda(nova personagem que surgiu recentemente nas histórias do Homem-Aranha) e logo após o fim da saga ela retorna para o seu universo.

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The Mary Janes 

Quando Gwen stacy não é a Mulher-Aranha, ela é a baterista da banda de Rock Indie conhecida como “The Mary Janes” junto com a Mary Jane, Glory Grant e Betty Brant .A relação da Gwen com o resto da banda é bastante conflitante pois elas não sabem da vida dupla dela, e por este motivo as vezes ela precisa estar ausente.

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O maior sucesso da banda é a música “Face it Tiger”,  que traduzindo seria a a famosa frase da Mary Jane “Encare isso Tigrão”. Curiosamente, a banda Married with Sea monsters aproveitou o sucesso da Spider-Gwen e gravou algumas músicas da banda The Mary Janes, inclusive a música “Face it Tiger”, confira:  

Os inimigos de Gwen  

Matt Murdock – Ele não é o demolidor, ele é o Advogado do Rei do Crime e atua como seu braço direito . Seu plano era que a  Mulher-Aranha trabalhasse para ele, e então envia um criminoso para matar o Capitão George Stacy, acreditando que isso iria ajudá-la, pois ela estava sendo perseguida por ele que acreditava ser ela a assassina do Peter.

No fim da revista, Murdock revela para a teiosa que sabe quem realmente ela é. Mais tarde ele pode se revelar uma grande ameaça para Gwen e para o seu alter ego, a Mulher-Aranha.

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Abutre: É a primeira ameaça que a Mulher-Aranha tem que lidar na sua revista solo. Inicialmente ele revela que seus planos eram matar a teiosa para assim ganhar algum reconhecimento como vilão. Mais tarde ele se torna um  lacaio de Murdock.   

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Aleksei Sytsevich: É o criminoso que recebe as ordens de Murdock para matar o Capitão George Stacy acreditando que isto ajudaria a Mulher-Aranha, porém ele é detido por ela.  

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Frank Castle: Ele não é o Justiceiro mas sim o novo Capitão da Força Tarefa para Crimes Especiais que veio para substituir o Capitão George Stacy que havia sido atacado por Aleksei Sytsevich. Em um primeiro momento, Castle deseja a todo custo capturar a Mulher-Aranha por acreditar que ela esta relacionada com o Rei do Crime e também  julga-la pelo assassinato de Peter Parker. Mais tarde ele descobre a identidade da Mulher-Aranha e vê que ela é apenas uma adolescente.  

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Felicia Hardy: Nessa realidade, Felicia tem uma banda chamada Felicia + The Black Cats, onde ela é a vocalista e o resto da banda aparentemente são gatos.  Ela não é rival da Mulher-Aranha mas sim da banda The Mary Janes. Uma rivalidade que parece ser sustentada pelo desejo de sucesso entre a Mary Jane e Felicia.

O Pai de Felicia era um criminoso mundialmente conhecido como “Le chat Noir” e desde cedo ensinou a arte de roubar para a filha. Porém, quando ela ainda era jovem, seu pai foi assassinado por Murdock a mando do Rei do Crime. Ela cresceu e se tornou uma cantora bastante popular, mas tinha uma sede de vingança contra  Murdock. A história da personagem foi brevemente explorada mas talvez tenha alguma importância no futuro.

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Retorno 

A Revista da Spider-Gwen teve apenas cinco edições e só acabou por causa da saga Guerras Secretas, mas a revista retorna após o término do evento em Outubro, com a mesma equipe criativa e fará parte da iniciativa All New Diferent All Diferent, onde quase todas as revistas da Marvel serão lançadas a partir da primeira edição

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As novas histórias da Spider-Gwen ainda se passarão em um universo alternativo, mas nada impede que ela viaje entre os universos paralelos para aparecer em outras revistas.

Além da sua revista solo, a Spider-Gwen também aparecerá na revista Guerreiros da Teia, junto com outros aracnídeos de realidades alternativas.

Guerreiros da Teia será escrito por Mike Costa, com a arte de David Baldeon.

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Construindo o Universo Marvel nas séries

Atualmente, o MCU (Universo Cinematográfico da Marvel) encontra-se bem estabelecido na mídia e essa empreitada ousada teve início em 2008. A Fox já estava caminhando com suas próprias pernas ao produzir a adaptação dos mutunas e ainda não era o bastante. Com os direitos de vários personagens, o presidente da Marvel Studios, Kevin Feige, começou esse grande projeto que consistia em filmes-solos, culminando no crossover onde todos se juntariam aos Vingadores. Na época em que este projeto foi anunciado, gerou grande euforia entre os fãs de quadrinhos.

Com a Fase 1 concluída e a Fase 2 chegando ao fim, era preciso expandir ainda mais essa grande mitologia. A solução foi a criação de séries onde pudéssemos contemplar de maneira mais ampla o que víamos nestes filmes.

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Antes da criação da série, essa grande organização teve seu debut rapidamente em Homem de Ferro com a primeira olhada em Nick Fury e seu convite para os Vingadores. Homem de Ferro 2 nos apresentou um personagem carismático chamado Coulson (que também esteva em Thor) e o vimos morrer nos Vingadores. Após um tempo do lançamento do filme, foi confirmada uma série onde o tema seria o dia-a-dia desses agentes e o mais inesperado foi a participação regular de Coulson. Ué! Ele não estava morto? Sim, sendo que conseguiram driblar essa morte numa explicação que era apenas a ponta do iceberg da mitologia que estava sendo criada lá.

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É de fácil entendimento que a série teve a primeira metade de seu ano de estreia totalmente mediana, onde a produção estava muito presa à Batalha de NY e sem nenhuma mitologia própria para atrair os telespectadores. A partir do episódio 1×09, teve uma notável melhora e fomos surpreendidos com uma evolução na trama tão impressionante que parecia ser outra série. E foi seguindo esse estilo até o excelente season finale.

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Outro atrativo de AoS foi a execução de crossovers. Como a série estava interligada com o MCU, nada mais justo que os eventos de alguns filmes respingarem nela, certo? E foi isso que aconteceu na primeira temporada. Foram realizados dois crossovers leves com Thor: O Mundo Sombrio e o excelente crossover com Capitão América: O Soldado Invernal. Este segundo foi o elemento principal para tornar AoS o que ela é hoje, pois a representação dessa ligação foi feita num formato tão maravilhoso que parecia um filme, de tão eletrizante. Na segunda temporada aconteceu o crossover com Vingadores: Era de Ultron, que deixou esclarecido ao público como os Vingadores descobriram a localização do Cetro do Loki e o Projeto Teta sendo de grande ajuda no final do filme. Com o desfecho da temporada atual, acho que fica fácil deduzir o vindouro crossover.

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O filme dos Inumanos terá lançamento só para 2019, mas a origem sobre esses seres modificados pelos Kree deu seus primeiros passos nesta série. Foi uma decisão arriscada, mas até o momento, todo o material apresentado foi utilizado com bastante coerência. Guerreiros Secretos é um importante arco dos quadrinhos que apresenta uma equipe formada pelo Nick Fury, onde uma dos integrantes é a Daisy Johnson (também chamada de Tremor). Para quem lembra, é a nossa querida hacker Skye. Várias referências ao arco foi feito na série e a partir da 3° temporada, veremos uma adaptação do mesmo.

AoS veio para oficializar sua localização na extensa teia do Universo Marvel e também para sentir as consequências de alguns eventos mostrados nas fases citadas no início da matéria. O MCU ainda terá vida longa, mas será que a série terá gás para acompanhar tudo?

Agent Carter

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Peggy Carter foi introduzida no primeiro filme do Sentinela da Liberdade e tornou-se o interesse romântico de Steve Rogers. Um amor que foi interrompido com a ‘morte do Capitão América’. Naquela época, a S.H.I.E.L.D. ainda não existia e o Caveira Vermelha proclamava o domínio total da H.Y.D.R.A. A Segunda Guerra Mundial sendo retratada no filme abriu várias possibilidades para explicar alguns elementos mostrados no presente. A S.H.I.E.L.D. no presente já estava sendo representada e faltava mostrar como tudo teve início. Quem a criou? Quais foram os desafios com os primeiros comprometidos em deter qualquer ameaça que pessoas leigas não entenderiam? O gancho veio com o One-Shot da personagem num período pós-guerra, em que as mulheres não eram tratadas com a devida atenção num ambiente onde a maioria era composta por homens. Não demorou muito para que uma série-solo fosse oficializada pela Marvel junto com a ABC (mesma emissora responsável por AoS).

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O spin-off ambientado no passado permitiu preencher lacunas sobre o MCU e também o que foi mostrado em AoS. O desenvolvimento da mitologia foi executada de forma precisa e sem enrolações. Peggy Carter ainda mostrava total gás para executar missões e agora estava ajudando Howard Stark a provar sua inocência. Futuramente, os dois seriam os fundadores da S.H.I.E.L.D.

A série não dispensou as referências aos quadrinhos, o que tornou ainda mais rico o entendimento sobre diversos eventos ocorridos. Agent Carter diverte, brinca com o passado e deixa o público gritando ‘eu entendi a referência’. A renovação veio com grande alegria e foi prometida a introdução de alguns personagens conhecidos do público.

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Participações da Hayley Atwell:

– Capitão América: O Primeiro Vingador
– Agent Carter
– Agents of S.H.I.E.L.D. (flashback)
– Homem-Formiga
– Capitão América: O Soldado Invernal
– Vindouro Capitão América: Guerra Civil

Demolidor

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O público estava totalmente familiarizado com os Vingadores, mas ainda estava faltando algo. A resposta veio com a parceria da Marvel com a Netflix, onde a Fase 1 se trataria da apresentação de personagens urbanos e as tentativas de tornar Hell’s Kitchen um bairro melhor após a destruição em massa causada pela invasão dos Chitauri em Os Vingadores.

Matt Murdock (a.k.a. Demolidor) foi o primeiro a ser produzido e as expectativas estavam altíssimas com a série. Acho que posso falar por muitos que foi uma das melhores séries adaptadas. Essa parceria veio numa hora oportuna e nos trouxe um clima distinto ao que víamos nos filmes. O realismo estava todo ali. Matt não voava numa armadura e nem usava o Mjölnir, mas sua disposição para combater o crime era algo louvável.

Conhecemos o personagem em quatro momentos: na infância se adaptando à cegueira; Matt como advogado; Matt com o visual inspirado no uniforme do Frank Miller e John Romita Jr. e finalmente usando o uniforme vermelho como Demolidor. A série brincou bastante com elementos vistos nas histórias do personagem e também oficializou sua entrada no MCU, com referências ao Incrível Hulk e aos Vingadores. Para tornar tudo mais gostoso de assistir, ainda abriu portas para as aparições de Elektra, Justiceiro e quem sabe, Mercenário.

Jessica Jones

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A série ainda está em produção e será o segundo lançamento dessa parceria com a Netflix. Como as imagens acima mostram, veremos Luke Cage fazendo sua primeira aparição. Rumores de que poderá rolar um crossover entre Demolidor e Jessica Jones, pelo fato de ambos morarem em Hell’s Kitchen.

Com todas as referências aparecendo em todas as séries citadas, não fica difícil deduzir que esta também estará repleta de easter-eggs.

Luke Cage e Punho de Ferro + Defensores

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As três séries ainda demorarão para entrarem em produção, mas já fica valendo a intenção da Netflix/Marvel em finalizar a primeira fase num grande crossover entre os quatro personagens.

À exemplo dos filmes confirmados para a Fase 3, as séries ainda possuem um longo caminho pela frente e construindo um universo bem amplo, porém mantendo ligações com o MCU.

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Detective Comics

Sugestão HQ | Batman Eterno

Em janeiro deste ano, a Panini Comics, editora brasileira responsável pelas revistas da DC Comics e Marvel Comics, entre outras, anunciou o lançamento de Batman Eterno, uma das grandes sagas do Morcego nos Novos 52.

No começo da trama, vemos Gordon e Batman confrontando o Professor Porko que teria envenenado algumas crianças. No meio do conflito, vendo que estava quase tudo perdido, o Professor Porko foge com seus capangas fazendo Gordon e Batman se separarem. Com isso, o comissário James Gordon vai caçar um dos homens nos trilhos do metrô de Gotham. Quando Gordon vê que ele está encurralado, ele mira sua arma no capanga e vendo uma tentativa de desarmá-lo dispara uma bala que atinge uma caixa de energia, e é quando o problema começa.

James GordBATMAN-ETERNO-10-600x917on é incriminado por ser o culpado pela morte de vários Gothamitas e o  capanga estava desarmado, na realidade. Olhando a situação, Batman chega à conclusão de que aquilo é bem mais complexo do que todos imaginavam. Com Gordon preso, um  velho criminoso retorna a Gotham e trava uma guerra de gangues contra o Pinguim, que  até o momento era o rei do submundo de Gotham, além disso, o criminoso que acabara  de retornar, influência o prefeito e muda completamente o sistema policial de Gotham elegendo um novo comissário, consequentemente vários problemas começam a aparecer e o cruzado encapuzado tem pouco tempo para salvar Gotham City.

A história é escrita por Scott Snyder e James Tynion IV e conta com vários artistas como: Jason Fabok, Iam Bertram, Dustin Nguyen, entre outros. Forte recomendação para fãs do  personagem e adoradores de histórias de suspense e policial.

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Crítica | House of Cards – Terceira Temporada

Com a proposta de criar conteúdo original para seu serviço de streaming, a Netflix apostou na série dramática House of Cards, que foi bem aceita pelo público e hoje é uma das séries mais assistidas e que já está em sua terceira temporada atualmente.

Passaram-se duas temporadas e a história se transformou em algo completamente diferente do que era no início. Agora com seu ambicioso cargo de presidente, Frank Underwood (Kevin Spacey) precisa lidar com os problemas e conflitos que ameaçam seu cargo. Com isso, Underwood deve contar com alguns aliados como Remy Danton (Mahershala Ali) e Seth Grayson (Derek Cecil) para se preparar para as eleições de 2016 e ganhar de sua concorrente, Heather Dunbar (Elizabeth Marvel).

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Nessa terceira temporada, alguns personagens possuem uma importância e desenvolvimento bem maiores do que nas últimas duas, como Doug Stamper, brilhantemente interpretado por Michael Kelly, que era braço direito de Frank, mas que agora passa por uma recuperação depois de alguns acontecimentos na temporada anterior e ainda deve recuperar a confiança de Frank, pois ficou no hospital enquanto Underwood era eleito presidente. Já Claire Underwood (Robin Wright) toma posse do cargo de primeira dama e deve começar a resolver problemas de temporadas passadas e ainda ser uma imagem importante para a reeleição de Underwood.

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A teceira temporada possui muitos pontos positivos. Apesar de ser inferior à sua antecessora, esta consegue ter um desenvolvimento em quesito de história muito grande, além de mostrar muitos elementos reais do sistema governamental em todo o mundo. É quando entra Viktor Petrov (Lars Mikkelsen), o presidente da Rússia, um excelente personagem que consegue ficar no mesmo patamar de Underwood, deixando o presidente constrangido em algumas horas e consegue ainda chantagear Frank deixando a trama mais intensa.

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Infelizmente, nem tudo é um mar de rosas. Muitos elementos da série foram esquecidos nessa temporada, por exemplo, a quebra da quarta parede, quando Frank fala com o telespectador. Isso era um elemento muito presente e que ficou marcado na série inteira e foi muito pouco usado durante esta terceira parte. Mas, o pior da temporada são as personagens e suas histórias paralelas completamente insignificantes para a trama. Dois grandes exemplos são Kate Baldwin (Kim Dickens) e Thomas Yates (Paul Sparks): quando você pensa que esses personagens podem substituir Zoe Barners (Kate Mara) que representava uma grande ameaça para o presidente Underwood, na verdade eles são dois personagens medíocres com um romance raso e nenhuma ameaça, algo que estava sendo desenvolvido e explorado muito bem. A questão é que quando não é mostrado nada desse gênero na temporada, decepciona o telespectador e faz a série diminuir em questão de personagens.

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As gravações da quarta temporada já tiveram início. Provavelmente essa temporada irá abordar as eleições de 2016 e os candidatos à presidência dos Estados Unidos. Por isso, ainda não veremos qualquer tipo de ameaça ao presidente e é muito provável que aconteça só em uma quinta ou sexta temporada. E os indícios que foram deixados nesta última é de que o relacionamento de Claire e de Frank será o mais abordado na próxima.

A série já ganhou muitos prêmios, como Emmy e Globo de Outro e dessa vez não deve ser diferente. Seus principais atores, Kevin Spacey, Robin Wright e Michael Kelly devem levar algum dos prêmios para a casa.

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Apesar de tudo, a série mantém seu padrão de qualidade, que é magnífico, mas se ela resgatar alguns elementos utilizados anteriormente e investir mais em seus personagens secundários poderá ser uma das melhores séries dramáticas da história.