Para quem não conhece essa editora que é uma delícia até no nome, a Ultimato do Bacon teve sua estréia neste ano de 2021 e já veio recheada de coisas boas, assim como um bom bacon com ovos no café da manhã.
A editora trouxe um formato inovador, se tratando de lançamentos de quadrinhos nacionais, com a revista pulp bimestral “Escafandro” que saiu pelo selo SobreCapa. Ela veio para atingir todos os públicos, com histórias fechadas, gêneros como terror, ficção-científica, aventura e comédia, tudo isso em um formato fácil de ler, capa cartão, 36 páginas e valores que cabem no bolso do consumidor.
A Escafandro apresentou histórias inéditas, incluindo releituras de obras de autores clássicos da nossa literatura como Machado de Assis e tambéns inspirações vindas de autores da literatura clássica internecional como Oscar Wild. E ainda, trouxe grandes nomes de artistas do cenário nacional atual dos quadrinhos, como Laudo Ferreira, Milena Azevedo, Marcel Bartholo, Germana Viana, Rafael Dantas e Luis Carlos Souza.
Não podemos deixar de citar que, a Ultimato do Bacon, também possui títulos avulsos como o “Jagunço: Batismo de Sangue” e “Zico: 50 Anos de Futebol em Quadrinhos”.
Outra grande novidade que a Ultimato nos brindou este ano, foi a estréia do selo Negro Geek, tendo à frente do projeto o influenciador Daniel Miranda, da página homônima @negrogeek, que tem o objetivo de trazer títulos que abordam a diversidade e levantam questões sobre diferenças sociais; um espaço exclusivo para autores negros. A estreia do selo, não poderia vir com um título melhor: “Tecnodreams“, do grande Isaque Sagara. Foi incrível ver duas pessoas tão maravilhosas fazendo parte desse selo, que aliás, já se tornou o meu preferido! (Sucesso rapazes!)
O ano de 2021 foi de muito sucesso, com artistas renomados e títulos sensacionais, e o próximo ano já demonstra ser promissor para essa editora tão querida. Vamos conhecer agora um pouco do que está por vir no catálogo de 2022 que já está pegando fogo!
Contos de Honra e Sangue – Por: Wander Antunes – Janeiro 2022
Oscar e o Pan de 87 – Por: Isaque Sagara, Milena Azevedo e Bernardo Spengler – Fevereiro 2022
“Escafandro” Leia Isto (Antes que seja tarde) – Por: César Filho e Jean Lima – Primeiro trimestre 2022
Ebó – Por: Alex Mir – Negro Geek2 – Primeiro semestre 2022
Curtiu as novidades que o Porquinho Escafandrista está trazendo para o próximo ano? Fiquem atentos, pois 2022 vai ser incrível! E lembrem-se: Siga o bacon! Confira mais clicando aqui !
A continuação do clássico de zumbis dos anos 80 está chegando pela Tai Editora, e já está no Catarse. A campanha já conta com 70% de seu apoio e restam apenas 4 dias para seu encerramento, confira o que está por vir!
Deadworld foi precursora do gênero zumbi nos quadrinhos, inclusive serviu de inspiração para a criação de The Walking Dead. O Volume 2 tem a mesma qualidade e padrão do primeiro lançamento, que saiu em março deste ano, com capa cartão, 132 páginas em preto e branco em papel couchê.
A editora já adianta que Deadworld foge completamente aos clichês das histórias de zumbi, dando ao leitor a impressão de estar assistindo a uma produção cinematográfica, devido a complexidade da história e sagacidade de seu roteiro e personagens. O quadrinho conta com um time de peso em sua produção, tendo como roteirista Stuart Kerr, ilustrado por Vince Locke, artista responsável por muitas das capas da banda Cannibal Corpse.
Dentre as recompensas, temos brindes como marca páginas, cartões com artes originais, posteres, livros e ainda uma box de DVDs Zumbi no cinema. Incrível, né? Têm recompensas para todos os gostos, para ninguém botar defeito!
Confira algumas citações sobre a série nos Estados Unidos:
“Se você gosta de zumbis, histórias de horror, ou histórias pós-apocalípticas você, definitivamente, deveria ler esta série“. – Comicspectrum.com.
“É claro que The Walking Dead pegou algumas ideias deste livro, então vá apoiar um livro que acertou o gênero zumbi primeiro“. – Comicbastards.com.
“Você simplesmente precisa ler Deadworld, jovem ou velho, porque ele está no topo da minha lista de títulos de Horror Cômico.” – DecapitatedDan.com
Então, tá esperando o quê? Faltam poucos dias,mas ainda dá tempo de adquirir essa edição fantástica e ainda aproveitar as recompensas. Não vá perder! Confira no Catarse clicando no banner abaixo. 😉
O quadrinista, cartunista, chargista e ilustrador, Orlandeli está com mais um grande lançamento, A Coisa! Você pode adquirir a obra no Catarse, o projeto já se encontra com mais de 50% de apoio, isso em menos de uma semana no ar.
A Coisa retrata as experiências e vivências que vamos acumulando ao longo da vida, principalmente quando elas se tornam muito ruins e viram uma companhia indesejada, como uma frustração que não conseguimos abandonar. Assim é a vida de Austolfo, nosso protagonista, que convive com essa presença onipresente que invadiu sua mente e tomou posse de sua vida, ainda que ele não a desejasse.
O financiamento de A Coisa ainda vai te permitir completar sua coleção do autor, boa parte de suas obras estarão disponíveis no sistema de recompensas, inclusive sua Graphic MSP Chico Bento Verdade. Sketchs e Cards com artes originais também vão estar disponíveis, mas por tempo limitado.
Confira essa obra apoiando seu financiamento no link do catarse e conheça mais de sua obra em seu site.
Boa leitura! E lembre – se: Apoie o quadrinho nacional!
O quadrinista Laudo Ferreira (Yeshuah Absoluto, O Santo Sangue, Olimpo Tropical)lançaem parceria com a filósofa Rita Foelker, o quadrinho Aymará, que conta a experiência dos autores com o xamanismo e o chá Ayahuasca (vinho das almas).
A escritora e filósofa Rita já possuía grande experiência na área espiritual em seus livros e dessa vez quis contar sua vivência pessoal para o autor a fim de comporem juntos essa história. A pedido de Laudo, a escritora criou o roteiro da história e o quadrinista deu conta do restante. Mas, essa HQ não teve um desenvolvimento tão fluido e rápido quanto parece. Logo após dar início a Aymará Laudo deu uma longa pausa e começou a desenvolver outros trabalhos trabalhos, como o quadrinho Caderno de Viagens, e só depois desse período, como em uma epifania, um chamado espiritual, Laudo percebeu que já era hora de dar continuidade a esse trabalho.
Aymará narra a história da protagonista, Ariel, uma jornalista que faz uma viagem de férias com seus amigos e acaba passando por uma experiência espiritual, onde vê a necessidade de mudança e de largar costumes antigos que a prendiam em suas amarras pessoais, a impedindo de evoluir. Mas, se vê obrigada a mudar suas convicções depois do encontro com o mestre espiritual, Aymará.
A HQ está sendo lançada pelo selo editorial Café Espacial e foi selecionada pelo ProAC Lab Expresso e tem o apoio da Secretaria de Cultura de São Paulo. Sua venda está disponível no site pessoal de Laudo Ferreira e também através do site doCafé Espacial. Não deixe de conferir!
Cheirinho de editora nova no ar! E esse clima de final de ano, nos trouxe um presente maravilhoso, que foi a estreia da Editora Tortuga. A Editora, já chegou trazendo muitas novidades para o mundo dos quadrinhos, com um Catarse no ar, de DOIS GENERAIS, do cartunista e ilustrador canadense Scott Chantler.
A Editora Tortuga estreou aqui no Brasil, através do projeto dos idealizadores Flávio Soares e MJ Macedo, que gentilmente aceitaram nos conceder uma entrevista para nosso público conhecê-los melhor. Segue abaixo:
Monique – Como iniciou a ideia da editora e quem foram os idealizadores do projeto?
Flávio “A ideia da Tortuga nasceu a cerca de um ano. Eu tinha a ideia de montar uma editora e o MJ também pensava nisso como um “braço” para a MEMY. Como já temos uma relação de amizade e de trabalho há alguns anos, vimos que fazia mais sentido juntar esforços em uma única editora. Daí nasce a Tortuga como um selo dentro da MEMY – que produz uma pancada de conteúdo e vai anunciar nos próximos dias um calhamaço de projetos que estão sendo feitos há bastante tempo também.”
MJ “A MEMY surgiu como um projeto pessoal meu, uns anos atrás, de criar uma empresa de entretenimento brasileira focada na criação e produção de propriedades intelectuais exclusivas, minhas e de outros artistas. E expandir essas ideias pro máximo de mídias possíveis: quadrinhos, livros, games e animações pro mercado nacional e internacional. Entre esses projetos, atualmente temos exclusividade das obras de Deodato Borges e Mike Deodato Jr, como o Flama, Ramthar, 3000 anos Depois e Quadros. Todos sendo desenvolvidos e reformulados para o mercado internacional e o público atual.
Parte do planejamento era ter outros braços e selos que dessem suporte a nossa atividade principal – de desenvolver projetos próprios – e conseguissem manter a equipe e os artistas envolvidos sem precisarmos nos tornar dependentes exclusivamente de investidores privados ou financiamento público. Minha principal preocupação sempre é ter liberdade criativa e autonomia artística, pros projetos serem desenvolvidos da melhor maneira possível. Dessa maneira surgiu, por exemplo, um estúdio de produção gráfica que atende editoras e produtoras de games/animações no exterior desde 2019, entre outras atividades e cujos lucros são revertidos para investir nas outras operações e manter toda a equipe.
Começamos a falar da Tortuga aproximadamente há um ano atrás, conforme o Flávio disse, e eu vi uma oportunidade de trabalhar também com projetos de autores nacionais que não entrariam na grade editorial da MEMY, por fugirem do escopo dela de obras mais voltadas para cultura pop. E desde então começamos a organizar a editora, fazer o planejamento e negociar com os autores.”
Monique – Adorei essa estréia no Catarse! Qual foi a motivação para esses primeiros títulos escolhidos? Flávio “O grande critério foi a qualidade. Independente da temática e de onde vem o quadrinho, ele precisa ter qualidade. DOIS GENERAIS se encaixa perfeitamente nisso e é um grande cartão de visitas para a Tortuga e para nossa visão editorial. Estamos falando de um quadrinho de um autor premiado lá fora, eleito um dos 40 melhores livros canadenses de não-ficção, publicado originalmente em 2010 e que nunca foi lançado aqui.
É este tipo de material que estamos de olho. DOIS GENERAIS é, na minha opinião, a melhor visão em quadrinhos para a II Guerra Mundial. E ainda tem um impacto maior não apenas por mostrar um lado que a grande indústria do entretenimento pouco mostra – a participação das tropas canadenses no front europeu – como também por se tratar de uma história real que mostra a atuação de Law Chantler, avô do autor, Scott Chantler, e seu amigo Jack Chrysler como oficiais da Infantaria Ligeira das Terras Altas Canadense.
Está tudo lá: treinamento, Dia D, avanço e conquista de territórios e todos os absurdos que uma guerra produz. Tudo isso contado de maneira brilhante por um narrador muitro habilidoso e que foi pouco visto por aqui.
Um ponto que vale ressaltar em nossa estratégia no Catarse é com relação ao preço e à entrega do livro. Independente do Catarse, DOIS GENERAIS será publicado – toda a parte de design editorial e letreiramento está pronta e o livro está, neste momento, em sua primeira revisão. Com isso em mente, muitas pessoas podem pensar “bom, se vai ser publicado, compro depois na loja ou no site”. Isto será possível, sim, mas o preço de R$ 35,00 (mais frete) que está no Catarse, vale apenas para o Catarse. É um preco especial de pré-venda. Quando o livro for para o site, custará, por baixo, R$ 50,00 (mais frete). Então, se ainda falta algum fator para o leitor decidir a compra – além da qualidade absurda de DOIS GENERAIS –, este fator é o preço: os preços de pré-venda valem apenas para a campanha do Catarse (inclusive com dois pacotes especiais para lojistas).”
Um outro ponto no qual estamos muito focados é na entrega. Como disse antes, a produção está correndo e o livro será impresso e entregue em fevereiro de 2022 ou até antes, se for possível. E este será o padrão para todos os livros da Tortuga – neste momento, já estamos trabalhando em nosso segundo título que entrará em campanha em janeiro de 2022.
Monique – Quais são os próximos passos da Tortuga para o próximo ano?
Flávio “Conquistar o mundo, claro! (risos)
Falando sério, além de seguirmos com a publicação de material licenciado, nossos planos prevêem a produção e publicação de material inédito nacional – sempre mirando o combo qualidade + preço, porque, para nós, quadrinhos precisam ser baratos e isso não afeta a qualidade. Nossa ideia é nos próximos 12 meses estabelecermos uma régua de dois lançamentos por mês, sempre fazendo um valor muito mais atrativo na pré-venda pelo Catarse. Para o futuro, um de nossos projetos BR é, inclusive, a volta de um título clássico repaginado para o público e mercado de hoje (mas não posso adiantar mais nada além disso por enquanto).”
MJ “Vale lembrar que nosso segundo título, Altai & Jonson, de Giorgio Cavazzano e Tiziano Sclavi, é nossa próxima publicação. A pré-venda começa em Janeiro e também será pelo Catarse.”
Monique – Muito obrigada por esse papo! Foi um prazer conhecer a Tortuga, espero ver grandes realizações para o próximo ano. Gostaria de deixar uma mensagem para os nossos leitores?
Flávio “Nós é que agradecemos pelo espaço que vocês nos deram para falar da Tortuga.
Para os leitores, o que podemos dizer é: sigam a Tortuga nas redes sociais para ficarem por dentro de tudo que estamos planejando. Sigam também a MEMY para ver todos os outros projetos de conteúdos que estão sendo desenvolvidos e vão ganhar a luz do dia nos próximos meses – tem muita coisa, a Tortuga é só um pedacinho pequeno de tudo o que está acontecendo neste exato momento.
E usem nossos canais para mandarem sugestões. Nós queremos saber o que os leitores querem ver publicado aqui no Brasil. Como dissemos antes: não importa o mercado de onde vem o material (Europa, Ásia, Americas); o que nos importa é a qualidade. Se a sugestão fizer sentido dentro do nosso escopo editorial.”
MJ “Muito obrigado pelo espaço! E para os leitores, só queria acrescentar que somos um grupo de artistas e profissionais, que dia a dia tem trabalhado duro para descobrir novas maneiras de financiar e produzir arte, num sistema cada vez mais auto sustentável e independente. E temos conseguido avanços incríveis, a Tortuga é só a pontinha do Iceberg. Mas ainda estamos começando. Então, vocês são peças fundamentais para que isso tudo realmente se concretize. O suporte do público é que vai fazer com que essa e muitas outras magias aconteçam.”
O lançamento de DOIS GENERAIS está com um preço promocional de R$ 35,00 + frete (Valor para aquisão apenas de Dois Generais) , valor bem especial para ninguém ficar de fora não acham? E mais! Para quem apoiar ainda vai encontrar nos pacotes de recompensas além dos papéis de parede, mais dois quadrinhos da editora Marsupial/Jupati, Desastres Ambulantes e Ruínas.
A nona arte despede-se de mais um grande nome. Apesar de ter sido noticiado hoje, Dennis O’Neil faleceu durante a noite do dia 11 de junho, aos 81 anos, por causas naturais.
O roteirista é amplamente conhecido por seu trabalho nas revistas Batman e Detective Comics. O’Neil foi o responsável por moldar o Cavaleiro das Trevas como conhecemos hoje. Personagens icônicos da mitologia do Morcego, tais quais: Ra’s e Talia al Ghul, foram introduzidos por ele. Além disso, ele explorou questões sociais dentro de quadrinhos de super-heróis, através das histórias do Arqueiro Verde com Lanterna Verde.
Além da sua imensa contribuição para a DC Comics, ele também trabalhou para a Marvel Comics. O’Neil foi roteirista das revistas Homem-Aranha, Homem de Ferro, Demolidor. Assim como esteve envolvido na criação de conceitos para Transformers, tal qual o nome do personagem Optimus Prime.
Nós, da Torre de Vigilância, enviamos nossos pêsames para a família de O’Neil e expressamos nossa gratidão por toda a contribuição dele para a nona arte, descanse em paz.
Por alguma razão, existe uma certa tendência nos quadrinhos em reinventar personagens desconhecidos através de roteiristas renomados. O primeiro exemplo vindo a mente, é o run de Grant Morrison pelo Homem-Animal. O roteirista não apenas humanizou Buddy Baker em um nível extraordinário, mas também quebrou muitos padrões ao longo de 26 edições, se consagrando como uma das fases mais amadas de todas. Não seria errado constatar que o Senhor Milagre passou por uma situação semelhante recentemente.
Apesar de Jack Kirby ser o rei e o Quarto Mundo ser considerado uma grande obra, a nova minissérie por Tom King e Mitch Gerads parece ter levado o Novo Deus a outro patamar em termos de popularidade, passando por inúmeras reimpressões durante sua publicação. Os elogios são corriqueiros, tais quais postagens com a icônica frase Darkseid is. Todos esses fatores provavelmente explicam o porquê de Senhor Milagre ter sido vencedor do Eisner 2019, mas o que realmente faz do gibi, esse clássico moderno?
SPOILERS! MUITOS SPOILERS A SEGUIR!
Um gibi triste, mas muito além disso.
Há alguns meses, em entrevista ao Comicbook, Tom King declarou que escreve personagens tristes. Mas isso não significa levar o leitor a tristeza absoluta. King odeia como algumas obras exploram trauma constantemente, a cada página. De acordo com o escritor, o trauma é inconstante, em alguns momentos, é possível lidá-lo, em outros, não. É algo sempre presente no subconsciente, nunca no consciente.
Através dessa filosofia, ele constrói e desconstrói Scott Free do início ao fim, inconstante. Humanos são complicados. Deuses, ainda mais. O que o roteiro faz é questionar como o conhecimento exclusivo do ódio, da violência e da dor na infância, afetaria um homem em sua fase adulta? A trama de Senhor Milagre tem início com a tentativa de suicídio do próprio, mas no decorrer das edições, o leitor tem suas emoções testadas como uma montanha-russa, caminhando entre momentos de felicidade e tristeza profunda.
Dito isso, a quarta edição talvez seja o melhor exemplo desse artifício. Quando Órion vai à casa de Scott para julgá-lo e talvez condená-lo à morte, o cenário casual, a chegada de uma encomenda, elementos mundanos, contrastam com a tensão do julgamento, o qual oferece uma das melhores sequências de todos os tempos. O jogo de palavras de King é genial, eficiente e provocativo, limitando o protagonista a dizer verdadeiro ou falso enquanto os questionamentos transitam do político para o existencial. Isso ajuda não apenas a avançar com a narrativa, mas entender o misto de sensações ruins em Scott nesta cena.
Ao dizer: “Meu nome não é Scott, eu não sei qual é o nome. Meu pai nem mesmo se importou em me dar um nome.”, o coração do leitor, ao lado do personagem, pesa. O sentimento de tristeza é mútuo e ao atingir o brilhante fim do capítulo caracterizado por um surto total, o leitor está lá, assim como Barda, para confortá-lo. Sem explicações sobre backstory, apenas através de um julgamento, a HQ diz mais sobre ódio e raiva do que mil palavras jamais poderiam.
Não apenas através de brilhantes diálogos, Senhor Milagre foi reescrito diversas vezes visando uma conexão perfeita com arte de Mitch Gerads. Definitivamente, funcionou. Gerads é tão autor quanto King aqui, a forma como os rostos realistas, a sujeira, convivem lado a lado com elementos psicodélicos e as cores vibrantes da obra original de Kirby, é simplesmente brilhante.
Além de trazer um pouco de absurdo a realidade e vice-versa, ele utiliza um excelente recurso narrativo através de interferências de sinal de uma TV, expondo o estado desconcertante dos personagens e brincando com a sensação de realidade e ilusão, muito bem explorada na obra. Os traços também se destacam quando o artista emula cenas de ação em planos-sequência, trazendo uma enorme fluidez para a leitura.
Longa Vida ao Rei
Senhor Milagre não apenas mantém os visuais clássicos, mas também presta diversas homenagens a Jack Kirby. Seja através dos textos introdutórios das primeiras edições de Mister Miracle (1971), que estão presentes em cada edição da minissérie, adquirindo novos contextos, ou referências visuais, como o nome do autor na Calçada da Fama, abaixo das mãos do protagonista.
King também resgata diversos conceitos criados por Kirby e alguns deles, servem a um propósito real da narrativa. Aliás, o roteirista relembra a profecia de que Órion é o único capaz de vencer Darkseid, mas a utiliza de maneira inconvencional e extremamente criativa, tornando o meio para chegar ao fim, não apenas surpreendente, mas coerente com o que é estabelecido tanto no passado quanto no presente.
Mas a maior homenagem provavelmente reside no fato de que o filho do casal Scott e Barda é nomeado de Jacó. Apesar do roteiro justificar a nomeação através de uma história de vida simbolizando o desconhecido e a esperança, fica clara e explícita a homenagem. Principalmente, quando o chamam de Jack: O Rei. Entretanto, como dito anteriormente, há uma explicação dada durante a narrativa e sinceramente, traduz perfeitamente as intenções de King ao declarar que não é uma história exclusivamente com momentos tristes. Como dito anteriormente, há uma inconstância.
Pois bem, o ódio, a dor e a tristeza já foram abordadas acima, pois o melhor é sempre deixado para o final. O amor, o carinho e a felicidade em Senhor Milagre estão concentrados em Jacó, pois ele não é apenas o fruto do amor entre Scott e Barda, ele é a chance de ser o que Scott não conseguiu: Feliz. Ele pode crescer fora de tudo isso, os acordos de paz, a guerra, a Anti-Vida, ele é a esperança de melhora.
Antes de nomeá-lo, na sétima edição, Barda fala sobre o quão bem faz pensar, durante a gravidez, sobre coisas confortantes e a personagem fala sobre a Escada de Jacó. Ela jamais conseguiria ver o topo da escada, mas sabia que lá, estava o desconhecido, o inimaginável, algo além da miséria, da crueldade, de Darkseid. Mas nada é tão fácil. O roteiro cria uma analogia com o Pacto feito entre Pai Celestial e Darkseid e esse é o momento em que Scott pode escapar, através do amor pelo seu filho, pela sua esposa, esquecer as tramas enormes as quais o cercam. Ele pode finalmente ver o rosto de Deus.
“Este é o Rosto de Deus”
Enquanto redijo este artigo, acabo de finalizar a minha quarta leitura da obra e a experiência foi, certamente, interessante. Porque novas interpretações, novos pensamentos, os quais precisava imediatamente registrá-los, sobre o Rosto de Deus, mencionado constantemente durante a história, vieram. Durante as minhas três primeiras leituras, concluí que era uma homenagem a Jack Kirby, mas não era apenas isso. Há algumas semanas, tinha escrito um parágrafo inteiro sobre isso, mas o modifiquei, pois cheguei a uma nova conclusão.
Durante a quinta edição, Free reflete sobre a famosa frase de Rene Descartes: “Penso, logo, existo.”e sobre o fato de que Deus é melhor que todas as coisas. Se é melhor ser bom, Deus é bom, se é melhor existir, Deus existe, assim como nós existimos. Em Genêsis (1: 27), é dito: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.”Logo, concluí-se que o enigmático rosto, nada mais é, do que nós mesmos. O que faz sentido, pois o Mestre Escapista é um deus e existe naquele mundo. Quando ele encontra o que há de melhor em sua vida, olha para si, de maneira metafórica, ele tem a chance de retornar para a cronologia sem sentido do Universo DC, ou permanecer morto, nesse mundo perfeito, nem mesmo o céu ou o inferno, apenas este Quarto Mundo.
Outra pergunta sempre intrigante para mim era: “O que aconteceu aos outros três mundos?” Sabe-se que os Deuses antigos tem sua essência retornada para a Fonte, mas King traz uma certa poesia para responder isso: O primeiro, é de onde nossos pais vieram, o segundo, quando nascemos, o terceiro, quando crescemos e o quarto, é a nossa imaginação, o anseio de escapar do que não podemos: A realidade.
Senhor Milagre por Tom King e Mitch Gerads é uma obra inesquecível. A dupla consegue homenagear o trabalho de Jack Kirby com bastante sutileza, ao mesmo tempo em que traz ainda mais profundidade ao Novo Deus mais icônico. Ora, cruel, ora, bem humorado, mas intrigante, criativo, emocionante e extremamente humano do início ao fim. Por todos esses e inúmeros outros fatores, é o novíssimo clássico moderno da DC Comics.
História foi feita essa semana, Batman completou 80 anos desde sua primeira aparição. Detective Comics #1000 foi lançada essa semana para celebrar o Cavaleiro das Trevas. É um momento histórico para a indústria de quadrinhos. Por isso, a Torre de Vigilância listou todas as histórias da antologia. Da pior até a melhor. Para a Bat-caverna!
11 – “Heretic” por Christopher Priest e Neal Adams
Anos após furtar a carteira de Bruce Wayne, um jovem é assassinado pelo seu irmão. O conto mostra como o estilo capitalista de Wayne está corrompendo os membros da Liga das Sombras. Apesar da excelente proposta, o roteiro de Priest não impacta o leitor nem causa reflexão. Além disso, a arte de Adams destoa completamente da narrativa.
Observação: Leia Batman #431.
10 – “The Last Crime in Gotham” por Geoff Johns e Kelley Jones
Johns e Jones unem forças para apresentar um futuro quase utópico em Gotham. A premissa apresenta uma nova Bat-família enquanto solucionam o último crime da cidade. Apesar de competente em sua introdução, o roteiro falha em seu desenvolvimento. Contudo, os traços de Jones, contrastando entre luz e sombras e formas incomuns, é fascinante.
9 – “Return to Crime Alley” por Dennis O’Neil e Steve Epting
Anunciada como uma sequência de Detective Comics #457, a história é centrada na relação entre Leslie Thompkins e Bruce Wayne. Os desenhos de Epting são espetaculares. O artista inclusive, presta homenagem ao icônico momento: “You dare pull a gun on me?” Infelizmente, é dependente do material original e não figurará no topo de nenhuma lista. Porque só possui significado para quem leu There’s no Hope in Crime Alley (Um baita gibi, por sinal!)
8 – “The Precedent” por James Tynion IV e Alvaro Martinez Bueno
Fãs de Dick Grayson, apareçam! Pois este conto é centrado no primeiro Menino-Prodígio. Especificamente, momentos antes de Bruce decidir treiná-lo. Um roteiro simples e uma arte que não apenas evoca à inocência, mas aos momentos mais marcantes da trajetória de Grayson.
7 – “Batman’s Longest Case” por Scott Snyder e Greg Capullo
O conto de seis páginas mais longo de todos os tempos. Snyder e Capullo apresentam um caso não solucionado pelo Cruzado de Capa, o mais longo de sua história, desde a era de ouro até a contemporânea. A história faz jus ao nome da revista. Torçamos para que seja canônico, pois muitos do elementos apresentados são aqui são interessantíssimos e fazem sentido na continuidade regular.
6 – “I Know” por Brian Michael Bendis e Alex Maleev
E se um vilão do Morcego descobrisse sua identidade? Por que esse malfeitor seria Oswald Cooblepot? Aqui, Bendis não apenas apresenta como o Pinguim descobriu a identidade do Batman, mas os motivos para não ter o matado. Bendis traça um paralelo interessante com a conclusão de O Cavaleiro das Trevas. Maleev traz a sujeira necessária em seus traços. Uma ótima história.
Observação: Não se engane, essa é uma história do Demônio de Gotham.
5 – “The Legend of Knute Brody” por Paul Dini e Dustin Nguyen
Ao invés de construir um conto sobre os vilões do Morcego, o roteirista Paul Dini destaca o maior dos capangas: Knute Brody. Quem? Knute Brody! A narrativa é construída a partir de uma entrevista com os detentos do Arkham sobre o atrapalhado ajudante. Parece boba, mas é genuinamente bem humorada e a arte de Nguyen é um complemento perfeito para a comicidade proposta. Além disso, que reviravolta!
4 – “Batman’s Greatest Case” por Tom King, Joelle Jones e Tony Daniel
Uma homenagem em seu sentido literal. A premissa é simples: A Bat-família aguarda pelo Cavaleiro das Trevas enquanto especulam o motivo da reunião. A arte melancólica de Jones contrasta diretamente com o tom menos fúnebre de Daniel. “O bate e rebate” na escrita de King oferece interações divertidíssimas entre os membros.
Além disso, conta com a página dupla do ano.
3 – “Medieval” por Peter Tomasi e Doug Mahnke
Assim como Action, Detective também conta com um prelúdio para o run posterior à comemoração. A arte de Mahnke é distribuída da mesma forma que a de Patrick Gleason em Never-Ending Battle. Enquanto homenagens à trajetória do personagem são feitas, Tomasi desenvolve os pensamentos do Cavaleiro Arkham, utilizando paralelismos interessantes e uma progressão temática impecável. Após ler isso, você nunca mais ouvirá o nome Batman da mesma forma.
2 – “Manufacture for Use” por Kevin Smith e Jim Lee
É um dos contos mais emblemáticos. Um homem procura no mercado negro de Gotham pela arma que matou os Wayne. O roteiro sabe o quão óbvio será para o leitor adivinhar quem é o homem, por isso, logo após, a verdadeira reviravolta é apresentada. É genial, pois Smith já a havia apresentado em todas as páginas, através dos ótimos desenhos de Jim Lee. Entretanto, o leitor só irá notar isso após a resolução. É uma narrativa que explora a moralidade do Batman e o ressurgimento de Bruce Wayne após a tragédia definitiva de sua vida.
1 – “The Batman’s Design” por Warren Ellis e Becky Cloonan
É simples. Criminosos fogem até um armazém após fracassarem na captura de inocentes em um hospital. O que eles não sabem: Batman criou armadilhas dentro do local. Ellis escreve o herói com um certo frescor, utilizando-o como um artista prestes a realizar sua performance. O palco seria o armazém e os meliantes fazem parte do show. Cloonan, com seus traços cartunescos, consegue traduzir com exatidão cada momento da narrativa. A conclusão é ambígua, podendo ser trágica, o que condiz com o cerne do personagem, ou apenas, uma gigantesca performance, como é transmitido ao leitor durante as incríveis seis páginas. Simplesmente excelente. Merece o primeiro lugar na lista.
Publicada na semana passada, o Multiversomudou para sempre em Liga da Justiça Anual #1. Escrita por Scott Snyder e James Tynion IV, a publicação lida com as consequências de Noites de Trevas: Metal, onde a Muralha da Fonte foi acidentalmente quebrada pelos heróis. Agora, quase um ano depois, A equipe se dirige à Galáxia Prometeica, para reparar a maior barreira da realidade.
SPOILERS SOBRE A PUBLICAÇÃO A SEGUIR
Com a ajuda da Tropa dos Lanternas Verdes, dos Novos Deuses, de Thanagar e Starman, os heróis colocam seu plano em prática: Trazer os três Titãs Ômega. Caso você não conheça esses gigantescos seres cósmicos, sugiro que leia Sem Justiça, recentemente publicada pela editora Panini na mensal da equipe.
Mais tarde, em um flashback, Starman e a Mulher-Gavião discutem sobre as implicações cósmicas da futura missão. Para quem não sabe, a sétima edição de título, contou com o retorno de Will Payton, o quinto Starman, afirmando ter as respostas para todas as perguntas da Liga da Justiça em relação ao Multiverso.
Ele afirma que as asas de Kendra estão relacionadas com a Totalidade, uma esfera, onde a criadora do Multiverso, Perpetua, estava presa. A Muralha foi criada para contê-la e os Titãs, para selá-la. O que explica o plano da equipe consistir em utilizá-los. Entretanto, um dos Titãs foi morto na Terra, logo a heroína precisa usar suas asas para canalizar energia e selar a Muralha.
Enquanto isso, Brainiac, aparentemente morto em Sem Justiça, retornou, para ajudar Luthor em seus objetivos perversos. O vilão explica que Starman é a chave para uma ameaça ainda mais grave que Perpetua, assim como a Liga possui uma chave para duas fechaduras diferentes. Logo, eles precisam redirecionar esta “chave” para a Totalidade, para Perpetua. Caso eles o façam, serão capazes de reconstituir a forma física da Mãe do Monitor e do Anti-Monitor para estudá-la.
Mais tarde, enquanto Starman redireciona sua energia para ajudar a Mulher-Gavião servir ao seu propósito cósmico, Brainiac controla a sua mente, fazendo com que os heróis percam vantagem na batalha. Quando Payton se recupera, é tarde demais. Os seres na Muralha sentem a presença de Perpetua. Eles estão com medo. Com a Muralha se desestabilizando, Kendra é tirada de lá contra sua vontade, restando apenas ouvir os gritos dos seres que compõem a barreira da realidade.
A Muralha da Fonte explode. A Liga da Justiça falha em sua missão. Luthor possui o corpo de Perpetua para estudos. Enquanto isso, o Multiverso sente a ausência da barreira e está se movendo. Nova Gênesis e Apokolips somem, Darkseid celebra o funcionamento do campo de distorção do Setor Fantasma, Monstro do Pântano ouve os gritos da natureza, o Espectro jura vingar a criação e a Liga da Justiça Encarnada atesta: “Não há como parar. Este é o fim.”
É impossível imaginar o que virá a seguir, mas de acordo com Scott Snyder, esta é apenas a ponta do iceberg e o primeiro ato de seu longínquo run. As próximas edições explorarão as consequências do anual e trarão revelações bombásticas. O Multiverso entrou em colapso e para se manter informado sobre essa gigantesca trama cósmica, fique ligado na Torre de Vigilância.
Se você dissesse para mim, há alguns meses, que Heróis em Crise seria uma das histórias mais controversas da DC Comics, eu sinceramente não acreditaria. Claro, o autor por trás da história, Tom King, agrada muitos, assim como também desagrada. Entretanto, quando King abordou sutilmente depressão em Senhor Milagre, criando um clássico moderno da editora. Logo, seguindo esta linha de raciocínio, abordar Estresse Pós-Traumático em uma história com homens e mulheres vestindo collant, seria moleza. Não poderia estar mais enganado.
Entenda, o redator o qual vos escreve, está gostando de Heróis em Crise, por diversos motivos. Um deles, reside no fato de que King pegou o quarto pilar da DC (A Arlequina, palavras do Jim Lee) e a transformou em uma vilã de destaque. Me diga, caro leitor, quantas vezes você viu uma personagem feminina protagonizando ou antagonizando um evento na Editora das Lendas? Zero, não é mesmo? Não é exagero dizer que ela está no caminho para se tornar a maior supervilã da editora.
Entretanto, eu também possuo algumas ressalvas, as quais poderiam ser facilmente resolvidas. Como por exemplo, a hiper sexualização de personagens femininas em uma história a qual lida com assuntos pesados. Respeito quem gostou da Lois Lane vestida com uma camisola do Superman em uma pose digna de um ensaio fotográfico sensual. Entretanto, não estamos mais no início dos anos 2000. A realidade é outra e há outras de representar a personagem perguntando ao Superman: “O que você quer que eu faça?”
Já os leitores de um modo geral, parecem bastante insatisfeitos com a história, principalmente com a quarta edição publicada hoje. As críticas ao modo como o desenhista Clay Mann sexualizou inúmeras personagens femininas, levou King a bloquear pessoas em sua conta no Twitter. Se você segue o autor, sabe muito bem como ele lida com críticas. Quando a terceira parte do arco Superfriends foi publicada, King pediu desculpas e agradeceu pelo feedback. Isto não é normal.
Mas a maioria dos leitores já estava insatisfeito com a história desde o início. Cada um por um motivo diferente. Determinadas mortes da história geraram ira e tristeza no fandom. Rumores sobre a interferência do editor Dan DiDio deixaram os fãs ainda mais furiosos. King precisou ir às redes para esclarecer o nível de sua liberdade criativa. O circo “pegou fogo”, assim como na história. Minto, até mais do que na ficção.
Há alguns meses, eu publiquei uma pequena reflexão sobre a história, quando a primeira edição foi publicada, mas eu senti a necessidade de reescrevê-la, pois a editora não vive em um cenário tão polêmico, desde Crise de Identidade, outro evento “pé no chão”. Quando Heróis em Crise foi anunciada, era um estudo sobre o psicológico dos heróis. Durante a San Diego Comic-Con, a história ganhou um novo status: Mistério de assassinato. É uma continuação espiritual de Crise de Identidade.
É impossível saber se a história foi alterada para algo mais mainstream ou não, pois o roteirista afirma ter 100% de liberdade no projeto. Entretanto, pouco importa, pois a história é tão chocante, tão sombria, com uma arte tão padronizada e parece realmente reviver os tempos sombrios e ambíguos da DC Comics, onde descobrimos que a Liga da Justiça não era tão heroica e agora sabemos que Batman, Superman e Mulher-Maravilha, não podem resolver os problemas de seus companheiros. Mas a que custo, caro leitor?
Qual é o custo? Por que a obsessão em retornar aos tempos os quais haviam se distanciado há anos? Apesar de apresentar uma certa qualidade narrativa, Heróis em Crise, não é uma história a qual precisava ser publicada agora. Perceba. Em nenhum momento digo que a história jamais deveria ser publicada, mas acredito na importância do contexto. Enquanto King continua a conceder aos leitores mais perguntas, menos respostas são obtidas.
A cada mês quando uma edição de Heróis em Crise é publicada, os fãs da DC Comics suam friamente, tremem, choram, se enfurecem, assim como os heróis, entram em crise. Eu estou fascinado. Fascinado com algo o qual remexe e ainda remexerá os meus e os nossos sentimentos por mais alguns meses. Mas espero, que ao final, o saldo seja mais positivo do que negativo, para todos.